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TRANSPORTES: Governo prepara lançamento de um plano nacional de logística

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O Ministério dos Transportes e a Secretaria Especial de Portos (SEP) estão preparando o lançamento do Plano Nacional de Logística Integrada (PNLI), que vai analisar de forma conjunta os projetos de investimento nos portos, rodovias, ferrovias e hidrovias em um horizonte até 2030. Um dos objetivos do plano é garantir maior eficiência ao sistema de transporte e, assim, reduzir custos logísticos. “Estamos conversando há dois meses [com o Ministério dos Transportes] para ter um Plano Nacional de Logística Integrada. Não podemos melhorar os portos sem olhar para trás, ou seja, ver o sistema de acesso terrestre aos portos, incluindo as hidrovias”, disse José Leônidas Cristino, ministro da SEP.


Planos existentes - O PNLI vai reunir dois planos já existentes: o Plano Nacional de Logística de Transportes (PNLT) e o Plano Nacional de Logística Portuária (PNLP). Cristino disse que o objetivo da iniciativa é garantir maior eficiência ao sistema logístico para atender ao crescimento do comércio exterior brasileiro. A análise passa por formas de conseguir equilibrar a matriz de transporte, hoje muito concentrada nas rodovias. Cristino disse que o transporte pelas estradas representa quase 60% das cargas no país, enquanto as ferrovias respondem por 25% e a navegação de cabotagem por cerca de 13%. O restante é feito via aérea e por dutovias, disse o ministro da SEP. Para modificar esse quadro, será preciso investir mais em outros modais além do rodoviário, como é o caso da cabotagem e das hidrovias.


Cenários - O ministro dos Transportes, Paulo Sérgio Passos, disse que o Plano Nacional de Logística de Transportes olha cenários de médio e longo prazo e identifica o que é necessário fazer. “Parte do que precisa ser feito até 2030 já está sendo executado e está abrigado no PAC [Programa de Aceleração do Crescimento]“, disse Passos. Ele acrescentou que parte das ações previstas no Plano Nacional de Logística Portuária também já está em curso.


Indicativo - “Esses planos são portfólios de projetos, de oportunidades, que indicam o que é preciso fazer.” Passos afirmou que os planos podem envolver investimentos públicos e privados. Apenas o PNLT tem um conjunto de investimentos mapeados que somam mais de R$ 300 bilhões até 2030. O PNLP está sendo concluído e prevê investimentos de cerca de R$ 25 bilhões. Ainda não está definido o volume de investimentos no novo plano nem quando ele será lançado. Passos e Cristino participaram nesta terça-feira da cerimônia de abertura da Intermodal South America, feira internacional de logística, transporte de cargas e comércio exterior, em São Paulo. (Valor Econômico)

CÓDIGO FLORESTAL I: Projeto será votado nos dias 24 e 25 deste mês, diz Marco Maia

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O presidente da Câmara, Marco Maia, informou nesta terça-feira (10/04) que o Código Florestal deverá ser votado na Casa nos dias 24 e 25 deste mês. Maia está neste momento no gabinete do presidente do Senado, José Sarney, para negociar a concretização de uma Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) para investigar os negócios do contraventor Carlos Cachoeira, preso em 29 de fevereiro pela Polícia Federal, e o envolvimento com parlamentares de vários partidos. (Agência Câmara de Notícias)


CÓDIGO FLORESTAL II: Relator tem até terça para entregar parecer definitivo sobre a matéria

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O presidente da Câmara, Marco Maia, disse que o deputado Paulo Piau (PMDB-MG) tem até terça-feira da próxima semana para entregar o parecer definitivo sobre o Código Florestal (PL 1876/99). A votação está prevista para os dias 24 e 25 de abril. "Isso daria uma semana para a discussão e o debate em torno do texto definitivo", disse Maia.


Polêmica - O governo defende a aprovação do texto do Senado, mas há polêmica sobre uma emenda, aprovada na Câmara, que libera os agricultores de recompor áreas de proteção permanente desmatadas e consolida as atividades pastoris, de agricultura e de turismo nessas regiões.


Estados - No mês passado, Piau já havia anunciado que vai propor a participação dos estados em decisões relativas à recomposição das áreas de preservação permanentes (APPs) na beira de rios com mais de 10 metros de largura ocupadas irregularmente até 22 de junho de 2008. A intenção, segundo o relator, é permitir que, no caso dos rios maiores, a melhor solução para a recomposição das áreas seja tomada em cooperação com os órgãos estaduais de meio ambiente, o que mais se aproxima do texto aprovado na Câmara em maio de 2011. Já nos casos de rios com largura inferior a 10 metros, fica mantida a obrigatoriedade de recompor uma faixa de 15 metros de vegetação ao longo da margem do curso d´água. O substitutivo aprovado no Senado inclui novos capítulos sobre cidades e agricultura. (Agência Câmara de Notícias)

GRÃOS II: USDA revisa estoques globais para baixo

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O Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) reduziu nesta terça-feira (10/04) sua estimativa para os estoques mundiais de passagem da safra 2011/12 para soja e milho. De acordo com seu relatório mensal de oferta e demanda, os estoques de soja deverão somar 55,52 milhões de toneladas ao fim da temporada, o que significa uma queda de 3,1% em relação à estimativa anterior (57,3 milhões de toneladas) e de 19,6% ante a temporada passada (69,12 milhões de toneladas).


América do Sul - O corte foi motivado pela quebra da produção da América do Sul, que ainda contabiliza os efeitos da estiagem sobre as lavouras. O USDA voltou a revisar para baixo a estimativa para a safra brasileira, de 68,50 milhões para 66 milhões de toneladas, e argentina, de 46,5 milhões para 45 milhões de toneladas.


Soja - Com isso, a produção mundial de soja foi ajustada para 240,15 milhões de toneladas, uma queda de 2% ante a estimativa de março (245,07 milhões de toneladas) e de 9,1% ante a temporada 2010/11 (264,22 milhões de toneladas).


Estoques de passagem - O volume esperado para os estoques de passagem de milho foi reduzido para 122,71 milhões, um corte de 1,5% sobre a estimativa anterior (124,53 milhões de toneladas) e de 1,8% sobre os estoques da safra passada (125,02 milhões de toneladas).


Produção global - A estimativa para a produção global ficou praticamente inalterada, em 864,97 milhões de toneladas. O USDA manteve a projeção para a produção brasileira, em 62 milhões de toneladas, e reduziu, de 22 milhões para 21,50 milhões de toneladas, a produção esperada da Argentina. (Valor Econômico)

COOPERAÇÃO: Brasil e Reino Unido assinam carta de intenções

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O ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Mendes Ribeiro Filho, e o ministro britânico para o Desenvolvimento Internacional, Andrew Mitchell, assinam carta de intenções nesta quarta-feira (11/04). O documento estabelece a cooperação entre Brasil e Reino Unido para apoiar projetos voltados à agricultura climaticamente inteligente e à segurança alimentar, no âmbito dos Objetivos de Desenvolvimento do Milênio.


Atividades - A carta prevê o incentivo a atividades tais como o intercâmbio de informações tecnológicas e de pesquisadores bem como a cooperação internacional de projetos entre os países. A assinatura dá continuidade ao convênio firmado em junho pelos dois países por meio do Ministério da Agricultura do Brasil e do Departamento para o Desenvolvimento Internacional do Governo do Reino Unido da Grã-Bretanha e Irlanda do Norte (DFID).


Presenças - Além dos ministros, participam ainda da assinatura o presidente da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), Pedro Arraes, o diretor da Agência Brasileira de Cooperação (ABC), Marco Farani, e o embaixador do Reino Unido no Brasil, Alan Charlton. (Mapa)

IBGE: Produção industrial do Estado desacelera no primeiro bimestre

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A Pesquisa Industrial Mensal Regional – Produção Física (PIM-PF), divulgada nesta terça-feira (10/04) pelo IBGE, mostra que a produção industrial paranaense desacelerou no primeiro bimestre deste ano. Depois de ter registrado crescimento de 15% no último trimestre de 2011, a indústria do Estado teve expansão de apenas 2,6% nos dois primeiros meses deste ano. Considerando só o mês de fevereiro, o setor teve redução de 7,7% na produção, em relação a janeiro – a maior entre os estados pesquisados – e crescimento de apenas 0,5% em relação a fevereiro de 2011. 


Endividamento - Para o economista Gilmar Mendes Lourenço, diretor-presidente do Instituto Paranaense de Desenvolvimento Econômico e Social (Ipardes), o fraco desempenho da indústria paranaense está relacionado, entre outros fatores, ao alto nível de endividamento da população. Somado às medidas de restrição ao crédito e aos juros elevados, esse fator afetou os ramos de veículos (-25,7% no primeiro bimestre), móveis (-9,7%) e material elétrico (-7,0%). 


Queda da renda - Outra razão apontada por ele é a queda da renda da cadeia produtiva do agronegócio, afetada pela forte estiagem que causou quebra estimada em 21% na safra de verão. É o que explica as retrações de produção constatadas no primeiro bimestre nos segmentos de produtos químicos (-33,8%), material de transporte (-25,7% – caminhões, caminhões tratores e chassis) e minerais não metálicos (-3,0%). 


País – Apesar do fraco desempenho, a indústria paranaense cresceu mais do que a média nacional no primeiro bimestre. Enquanto no Paraná a produção do setor se expandiu 2,6% no período, no País houve queda de 2,1%. 


Fevereiro - Em fevereiro, enquanto a produção industrial paranaense apresentou redução de 7,7%, no País houve alta de 1,3%, em comparação com janeiro. Na comparação com fevereiro do ano passado, o Paraná teve aumento de 0,5% na produção, enquanto a média nacional ficou negativa em 3,4%. Embora modesto, esse crescimento da produção industrial paranaense foi o quinto maior entre os estados, influenciado pelo panorama positivo dos segmentos de edição e impressão (126,2%), madeira (22,8%), refino de petróleo (17,0%), bebidas (9,1%) e alimentos (4,8%). 


Comparação 2010 - Gilmar Lourenço observa ainda que a análise dos números de fevereiro e do primeiro bimestre deve levar em conta que a comparação é com 2011, um ano de acelerado crescimento da indústria paranaense. Para o presidente do Ipardes, em pouco tempo a indústria do Estado reverterá o cenário negativo verificado no início do ano. “A marcha lenta da produção industrial paranaense é resultado de fatores pontuais e transitórios que devem ser revertidos rapidamente, a partir dos impactos da política macroeconômica de redução dos juros, ampliação da oferta de crédito e desoneração tributária definida pelo governo federal”, afirma Lourenço. 


Maturação dos investimentos - Segundo ele, a maturação dos investimentos de R$ 16,4 bilhões anunciados pela iniciativa privada no Estado desde o começo de 2011 também contribuirá para devolver um ritmo mais dinâmico à indústria local. (AEN)

VISITA: CREA-PR reivindica mais investimentos em infraestrutura

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JORNALISMO: Prêmio Ocepar será lançado nesta terça-feira em Maringá

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COODETEC: Cooperativa é destaque na Tecnoshow Comigo 2012

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CASTROLANDA: Agroleite abre comercialização de estandes

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A Cooperativa Castrolanda, organizadora do Agroleite, vitrine da tecnologia de leite do país, abre este mês (20) a comercialização dos espaços para estandes para a 12ª edição do evento, que acontecerá em agosto, de 7 a 11, em Castro (PR). São esperados mais de 200 expositores entre empresas e criadores de animais raças holandesa, jersey, simental e pardo-suíça. O tema central desta edição é o título da cidade “capital nacional do leite”. 

 

Investimentos - Disposta a atrair o maior número de pessoas interessadas do setor, a Castrolanda cercada de expectativas inicia os investimentos no Parque Dario Macedo e na área ao lado já de propriedade da Cooperativa, onde serão construídas as futuras instalações do Castrolanda Convention Center e em cinco anos o complexo todo deve se transformar na cidade do leite. 

 

Obras em 2012 - Para este ano estão previstas a padronização das áreas dos expositores com tamanho mínimo de 100m², a construção de novos banheiros, portal de acesso, a ampliação do estacionamento e duas casas da vila holandesa onde juntamente com o portal de entrada marcam a cerimônia de inauguração durante a programação oficial do Agroleite. 

 

Patrocinadores - As cotas de patrocínio oficial já estão abertas e são divididas em diamante, ouro e prata. A exposição da marca varia de acordo com o valor do patrocínio. As formas de patrocínio garantem as empresas que investem no evento larga vantagem na divulgação da marca e permitem estarem mais próximas de seus clientes. 

 

Agroleite - O Agroleite é referência nacional da cadeia produtiva do leite, abrangendo desde a produção primária até a distribuição, com exposições das raças holandesa, jersey, simental e pardo-suíça e a participação dos mais tradicionais criadores do Paraná e outros Estados. Na última edição o evento recebeu mais de 50 mil pessoas e foram comercializados R$ 28 milhões durante os cinco dias. (Imprensa Castrolanda)

RAMO CRÉDITO I: Cooperativas do setor crescem acima da média do mercado

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O cooperativismo de crédito brasileiro continua crescendo e consolidando seu papel no processo de inclusão financeira no país. O segmento fechou 2011 com R$ 86,5 bilhões em ativos, contra R$ 68,7 bilhões contabilizados em 2010, registrando, assim, um aumento de 25,8%, perfazendo um total 8,7% superior às demais instituições financeiras. Os dados sobre o sistema financeiro nacional foram divulgados pelo Banco Central do Brasil (BC), incluindo as 1.312 cooperativas atuantes, e, dentre elas, as 1.047 ligadas ao Sistema OCB.   

 

Evolução patrimonial - A evolução patrimonial foi outro indicador de destaque, no qual o setor registrou uma expansão de 20,6%, praticamente o dobro do percentual percebido pelo restante do mercado, chegando a R$ 15,9 bilhões no último ano. Segundo o presidente da Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB), Márcio Lopes de Freitas, isso se deve principalmente às ações do Programa de Capitalização das Cooperativas de Crédito (Procapcred), mas também ao reinvestimento em reservas de capital social decorrente das sobras apresentadas no final de cada exercício. 

 

Profissionalismo - Para Freitas, os resultados alcançados em 2011 refletem o olhar do cooperativismo de crédito para o profissionalismo da gestão dos negócios. “Temos trabalhado para oferecer produtos e serviços diferenciados, com um atendimento personalizado aos nossos associados. Dessa forma, temos ganhado espaço no Sistema Financeiro Nacional (SFN) e vamos continuar atuando nesse sentido”, diz.

 

Depósitos - Os depósitos, por sua vez, totalizaram um crescimento de R$ 8 bilhões, passando de R$ 30,1 bilhões para R$ 38,1 bilhões, com um aumento de 26,3%. Ao mesmo tempo, a média das instituições financeiras restantes foi de 14,1%. As operações de crédito também tiveram uma evolução significativa, superando o mercado, que apresentou 22,3% de expansão nesse indicador, apontando incremento de 26%.    

 

Associados - A ampliação do quadro de associados às cooperativas de crédito também deve ser ressaltada, uma vez que registrou o maior número de adesões em todos os anos. Com os 700 mil novos sócios que passaram a integrar o setor em 2011, as cooperativas de crédito já somam 5,8 milhões de cooperados. O mesmo se pode dizer dos postos de atendimento cooperativo (PAC). Em 2011, foram inauguradas 354 novas unidades, mais de um PAC por dia útil, ou seja, praticamente 30 por mês. Essa foi a maior evolução dos últimos seis anos. 

 

Ramo crédito (dados – BC/Sistema OCB) – Hoje, existem no país 1.312 cooperativas de crédito em atuação, reunindo 5,8 milhões de associados. 

Ramo crédito (Sistema OCB) – No Sistema OCB, há 1.047 cooperativas de crédito, formadas por 4,7 milhões de associados. (Informe OCB)


RAMO SAÚDE: Sistema OCB e ANS discutem prioridades para o cooperativismo

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Estabelecer uma agenda positiva do cooperativismo de Saúde. Este foi o principal tema da reunião realizada na tarde desta segunda-feira (09/04), na sede da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), no Rio de Janeiro (RJ), entre o diretor-presidente da entidade, Maurício Ceschin, e representantes do Sistema OCB. O superintendente da Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB), Renato Nobile, e o gerente do Ramo Saúde, Laudo Rogério dos Santos, defenderam, ainda, a elaboração de um programa de capacitação em gestão e governança para cooperativas de saúde, focado no tema regulação.


Consenso - Renato Nobile destacou que a agenda positiva precisa ser, essencialmente, reconhecida como produto do consenso alcançado entre as entidades participantes do setor. “Ela deve ser resultado de uma visão compartilhada, buscando o alinhamento dos princípios cooperativistas com as regras normativas do órgão regulador”, realçou.


Interesse comum - Segundo Laudo Rogério, existem tópicos de interesse comum entre as instituições quando o assunto é regulação. Na opinião do gestor, o movimento cooperativista pode contribuir para aperfeiçoar o sistema. “Existem oportunidades para o que o cooperativismo colabore com a ANS no sentido de aprimorar o marco regulatório do ramo saúde, especialmente no que diz respeito aos programas governamentais estratégicos de desenvolvimento da saúde suplementar”, afirmou. “Estamos preparados para o trabalho em conjunto com a ANS e as cooperativas integrantes do setor”, complementou.


Conselhos de administração - Onofre Cesário Filho, vice-presidente da OCB, que também acompanhou o encontro, destacou a importância de profissionalizar a gestão e do papel dos conselhos de administração das cooperativas. “Investir na formação do quadro social e na qualificação dos produtos e serviços que oferecemos ao mercado é a forma mais eficiente de desenvolvimento e evolução das cooperativas”.


Continuidade - O diretor da ANS recebeu as sugestões apresentadas pelos representantes do cooperativismo e se colocou à disposição para dar prosseguimento às propostas junto aos setores competentes dentro da agência. (Informe OCB)

COOPERATIVISMO: Setor moderniza-se no setor rural

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As empresas cooperativistas passam por um processo de aglutinação, por meio de fusões e aquisições, no Brasil. O movimento é capitaneado pelo setor agropecuário, de acordo com a Organização Brasileira das Cooperativas (OCB). Outra tendência do modelo, no campo, é a industrialização: cooperados paranaenses devem investir R$ 1,1 bilhão em projetos de agroindústria e armazenagem ao longo deste ano.


Obras - De um total de R$ 1,3 bilhão, em investimentos previstos para 2012, 85% estão empenhados para a construção de silos, moinhos e frigoríficos, além da execução de compras e ampliações da área industrial, segundo a Organização das Cooperativas do Estado do Paraná (Ocepar), que reuniu sua assembleia na semana passada e elaborou a estimativa.


Armazenagem - "A armazenagem é o grande demandador de investimentos das cooperativas", afirma o gerente do campo técnico-econômico da Ocepar, Flávio Turra. São R$ 486 milhões em aportes que, basicamente, vão para a construção de silos graneleiros, ampliando a capacidade dos armazéns gerais do Paraná para 28,5 milhões de toneladas estáticas - hoje, o estado é capaz de armazenar 27 milhões, a granel.


Novo suporte - Com isso, as safras ganham um novo suporte - insuficiente, até então -, a indústria recebe apoio logístico e a segregação de grãos avança, o que importa particularmente para a cultura do trigo, que está chamando a atenção dos cooperados paranaenses.


Liderança nos investimentos - "Até nos surpreendeu quando fizemos o levantamento, pois o trigo passou a liderar os investimentos", afirma Turra, explicando que os triticultores buscam liquidez financeira por meio do processo de industrialização, ou seja, com a construção de moinhos para transformar o próprio grão em farinha.


Aves - Em se tratando de carnes, os investimentos empenhados somam R$ 275 milhões e envolvem a aquisição de um abatedouro de aves no Município de Ubiratã, a construção de dois frigoríficos em São João e Mandaguari, ampliações de plantas industriais e compra de maquinário.


Movimentação econômica - Dados fornecidos pela Ocepar mostram que, no ano passado, a movimentação do sistema cooperativista paranaense (estimado em R$ 32 bilhões) teve alta de 21%, em comparação ao faturamento obtido em 2010. As 240 cooperativas que integram a organização congregam 745 mil cooperados e geram 65 mil empregos diretos (dos quais 36,2% são mulheres). O impulso no processo de industrialização irá gerar pelo menos cinco mil empregos diretos, garante a Ocepar.


Evolução - "A evolução do modelo cooperativista no setor rural é bem marcada pelo processo de agroindustrialização, com o qual a cooperativa agrega mais valor a seu produto e atrai mais funcionários", analisa o superintendente da OCB, Renato Nóbile.


Aglutinar-se - Mas este não é, segundo o representante, o único processo pelo qual passam as cooperativas do setor agropecuário, que lideram, com 1.523 empresas, o modelo cooperativista no Brasil. Uma tendência (já em curso) do mercado da cooperação é o que Nóbile prefere chamar de "aglutinação": a quantidade de cooperativas decresce em todos os setores desde 2008 - quando eram 7.682 -, chegando a 6.586 empresas no ano passado, de acordo com panorama divulgado pela OCB na última semana. O movimento é explicado por fusões e aquisições. "Nesse processo, o que mais salta aos olhos são as cooperativas agropecuárias, no campo, e as do ramo de crédito, na cidade", analisa Nóbile (Leia mais na página B1). "Essa tendência [da aglutinação] provoca queda do número de cooperativas, mas crescimento do número de cooperados e de empregados", observa.


Empregos - Em 2008, as cooperativas empregavam 239 mil pessoas no Brasil. Já no ano passado, eram 296 mil trabalhadores. O número de cooperados também cresceu, no mesmo período, de 7,8 mil para mais de dez mil. Entre todos os setores dentro do modelo cooperativista, o agropecuário é o que mais mobiliza mão de obra: 943 mil cooperados e 155,8 mil empregados em atividade em 2011, de acordo com a OCB.


Eficiência, gestão - Para Nóbile, a aglutinação do modelo, por meio de fusões e aquisições, impulsiona a eficiência de gestão, o profissionalismo e a governança das cooperativas. "Ganha-se em escala e redução de custos", diz ele. "A aglutinação sempre foi um tabu, mas tem evoluído muito bem e favorecido as cooperativas", observa, ao pontuar que, no caso dessas empresas, a concentração não deve ter os efeitos negativos do mercado, por assim dizer, concorrencial.


Pulverizado - "O modelo cooperativista é bem pulverizado. Por conta disso, a concentração é muito menos prejudicial. O impacto não é o mesmo que causam os grandes conglomerados", garante Nóbile. O representante pontua que "esse processo é ímpar" e lembra que "a ONU [Organização das Nações Unidas] reconheceu 2012 como o ano internacional do cooperativismo". (DCI)

SAFRA 2011/12 II: Em março, IBGE prevê produção de grãos 0,9% menor que em 2011

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A terceira avaliação da safra nacional de cereais, leguminosas e oleaginosas do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) estima uma produção de 158,6 milhões de toneladas, 0,9% menor que a obtida em 2011 (160,1 milhões de toneladas) e 0,7% maior que a estimativa de fevereiro. A área a ser colhida em 2012, de 50,6 milhões de hectares, apresenta acréscimo de 4,0% frente a 2011 e aumento de 0,6% quando comparada ao mês anterior. A três principais culturas, arroz, milho e soja, que somadas representam 90,9% da previsão da produção de cereais, leguminosas e oleaginosas, respondem por 83,6% da área a ser colhida. Em relação ao ano anterior, o arroz apresenta uma redução de 10,4% na área destinada à colheita, enquanto que são observados acréscimos na área do milho (13,9%) e da soja (2,9%). No que se refere à produção, o arroz e a soja sofrem decréscimo de, respectivamente, 14,2% e 11,1%, e o milho um aumento de 17,3% na comparação com 2011. A publicação completa da pesquisa pode ser acessada na página www.ibge.gov.br/home/estatistica/indicadores/agropecuaria/lspa.


Regiões - Entre as grandes regiões, o volume da produção de cereais, leguminosas e oleaginosas apresenta a seguinte distribuição: região Centro-Oeste, 62,8 milhões de toneladas; Sul, 56,5 milhões de toneladas; Sudeste, 18,4 milhões de toneladas; Nordeste, 16,4 milhões de toneladas e Norte, 4,5 milhões de toneladas. Comparativamente à safra passada, houve incrementos nas regiões Nordeste (12,5%), Sudeste (7,1%), Norte (2,3%) e Centro-Oeste (12,0%). Na região Sul, houve queda de 16,8%. Mato Grosso lidera como maior produtor nacional de grãos, com uma participação de 23,1%, seguido pelo Paraná, com 19,3% e Rio Grande do Sul, com 12,5%, estados estes que somados representam 54,9% do total nacional.


Estimativa de março em relação à produção obtida em 2011 - Dentre os 26 produtos selecionados, 11 apresentam variação positiva na estimativa de produção em relação ao ano anterior: algodão herbáceo em caroço (1,5%), amendoim em casca 2ª safra (3,1%), batata-inglesa 3ª safra (3,3%), café em grão – arábica (15,5%), café em grão – canephora (6,0%), cana-de-açúcar (3,9%), feijão em grão 2ª safra (25,6%), mandioca (2,8%), milho em grão 1ª safra (2,2%), milho em grão 2ª safra (40,7%) e triticale em grão (4,6%). Com variação negativa são 15 produtos: amendoim em casca 1ª safra (2,9%), arroz em casca (14,2%), aveia em grão (11,9%), batata-inglesa 1ª safra (7,7%), batata-inglesa 2ª safra (3,9%), cacau em amêndoa (2,2%), cebola (0,2%), cevada em grão (13,9%), feijão em grão 1ª safra (12,5%), feijão em grão 3ª safra (8,2%), laranja (1,8%), mamona em baga (42,3%), soja em grão (11,1%), sorgo em grão (19,4%) e trigo em grão (9,9%). (IBGE)

PREÇOS: Soja impulsiona alta do IGP-DI em março, aponta FGV

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A forte valorização do preço da soja, causada por problemas climáticos ocorridos no Sul do Brasil, foi o catalisador do Índice Geral de Preços – Disponibilidade Interna (IGP-DI) na passagem de fevereiro para março, quando o indicador acelerou de 0,07% para 0,56%, na avaliação do coordenador de análises econômicas do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas (Ibre-FGV), Salomão Quadros. Entre fevereiro e março, o Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA) saiu de uma deflação de 0,03% para alta de 0,55%. Dentro desse indicador, que corresponde a 60% do IGP-DI, no mesmo período, a soja saiu de um recuo de preços de 0,09% em fevereiro para inflação de 10,90%.


Quebra de safra - “Houve quebra de safra da soja nesse início de ano. A cotação subiu em janeiro, caiu um pouquinho em fevereiro e voltou a subir com força em março. Esses movimentos indicam que o impacto da quebra da safra foi maior que o mercado havia previsto. Por isso, o mercado ainda precifica a soja”, afirma Quadros.


Primeiro trimestre - No primeiro trimestre deste ano, a soja acumulou alta de 14,95%. Em 12 meses encerrados em fevereiro, a commodity subiu 10,39%. “O mês de março responde por quase todo o acumulado em 12 meses da soja”, aponta o economista.


Bens finais - Ainda no IPA, os bens finais, grupo que exclui alimentos in natura e combustíveis, avançaram 0,13% em março, ante queda de 0,27% em fevereiro. Os bens intermediários subiram 0,48% no mês passado, após avanço de 0,43% em fevereiro. Já as matérias-primas brutas tiveram alta de 0,64% em março, depois de uma queda de 0,64% em fevereiro.


IPC - Com 30% de peso no IGP-DI, o Índice de Preços ao Consumidor (IPC) subiu 0,60% em março depois de uma alta de 0,24% em fevereiro. A aceleração foi consequência dos preços dos alimentos, que, no mesmo período, passaram de baixa de 0,02% para avanço de 0,63%. Entre as principais acelerações dos alimentos, destaque para carnes bovinas (-3,27% para -1,05%), hortaliças e legumes (-4,32% para 0,26%) e frutas (3,44% para 5,62%). O IPC também sofreu influências de habitação (0,53% para 1,03%) e vestuário (0,02% para 0,61%).


Habitação - No grupo habitação, o maior impacto veio do aumento de gastos com empregados domésticos, que subiram 3,53% em março, depois de crescer em 1,81% em fevereiro. O grupo também foi influenciado pelo avanço da taxa de água e esgoto, que teve alta de 2,44% em março, após registrar estabilidade no mês anterior. O serviço de água e esgoto foi impulsionado pelo reajuste do serviço em Brasília e Porto Alegre. “O IPC, basicamente, refletiu o aumento dos alimentos e o avanço dos preços dos empregados domésticos, ainda decorrente do aumento do salário mínimo. A contribuição de água e esgoto também teve relevância”, diz Quadros.


INCC - Já o Índice Nacional de Custo da Construção (INCC) registrou, em março, alta de 0,51%, acima do resultado de fevereiro, de 0,30%. “O INCC refletiu o reajuste salarial ocorrido em Porto Alegre e Salvador. O índice deve continuar em alta, porque se espera aumento salarial agora no Rio de Janeiro”, projeta Quadros. (Valor Econômico)

GRÃOS: Produção na Rússia será menor que em 2011, diz USDA

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A produção de grãos na Rússia este ano deverá ser menor do que previam as indústrias do setor por conta do inverno rigoroso e das estimativas de redução nos plantios de primavera, segundo estimativas do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA). 


Total - O órgão prevê que a colheita total de trigo, cevada, milho, centeio, aveia e outros grãos e leguminosas do país será de 88 milhões de toneladas no ciclo 2012/13, uma redução de seis milhões de toneladas em relação ao volume de 2011/12. O primeiro-ministro da Rússia, Vladimir Putin, disse há dez dias que a safra de grãos do país seria similiar à passada (94,2 milhões de toneladas). As estimativas da indústria russa giram em torno de 90 milhões de toneladas, ainda que existam projeções mais otimistas, de até 97 milhões.


Plantio de primavera - A área para os plantios de primavera, que têm início entre abril e maio na Rússia, caiu 45%, para 342,10 mil hectares frente ao ano anterior, de acordo com o Ministério da Agricultura russo. Dessa área, cerca de 218,70 mil hectares devem ser ocupados por grãos.


Culturas - De acordo com o USDA, a Rússia deve colher 54 milhões de toneladas de trigo, 16 milhões de toneladas de cevada e 6 milhões de toneladas de milho em 2012/13. Já as exportações do país, segundo o USDA, deverão alcançar 19 milhões de toneladas neste ano, bem abaixo do recorde de 26 milhões de toneladas de 2011.


Vendas externas - Na última semana, a União dos Produtores de Grãos da Rússia informou esperar vendas externas entre 22 milhões e 25 milhões de toneladas para o ano comercial 2012/2013. O governo russo não divulgou projeções para as exportações de grãos. (Bloomberg / Valor Econômico)

COMÉRCIO: Ucrânia puxa embarques brasileiros de carne suína

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Impulsionadas por um "surpreendente" desempenho dos embarques para a Ucrânia, as exportações brasileiras de carne suína renderam US$ 121,01 milhões em março, crescimento de 3,02% sobre o mesmo período do ano passado, conforme dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex) compilados pela Abipecs, entidade que representa os produtores e exportadores do setor. Em março, foram embarcadas 47,3 mil toneladas do produto, incremento de 6,93% sobre o mesmo mês de 2011.


Principal destino - Principal destino das exportações brasileiras em março, os embarques para a Ucrânia saltaram 301%, para 11,9 mil toneladas, e renderam US$ 31,57 milhões, um crescimento de 255,7%. "A Ucrânia surpreendeu, comprando acima do que se esperava", reconheceu Pedro de Camargo Neto, presidente da Abipecs. "Mas [o crescimento] das exportações é resultado de sacrifício das empresas, que estão vendendo barato", afirmou.


Dificuldades - Apesar do avanço dos embarques de carne suína, Camargo Neto ressaltou ainda que persistem as dificuldades impostas pela Rússia, que mantém o embargo a diversas unidades exportadoras de carne, e pela Argentina. "Embora tenha voltado a comprar de quatro estabelecimentos brasileiros, a Rússia continua com baixo desempenho nas nossas exportações: metade do que comprou no ano passado", afirmou. "As restrições aos embarques para a Argentina continuam sem solução".


Aquisições - No caso da Rússia, terceiro maior comprador de carne suína brasileira, as exportações somaram 8,2 mil toneladas e renderam US$ 25,83 milhões. Trata-se de uma queda de 47,97% em volume e de 46,89% em valor. Já os embarques para o país vizinho recuaram 87% em volume, para 427 toneladas, e 85,8% em valor, para US$ 1,32 milhão. No acumulado do ano, as exportações de carne suína do país também cresceram. Entre janeiro e março, foram embarcadas 122,2 mil toneladas, volume 3,45% superior ao primeiro trimestre do ano passado. Contudo, a receita avançou apenas 0,7%, para US$ 313,3 milhões, limitada pela retração de 2,6% no preço médio da mercadoria.


Retração de preços - A retração dos preços pagos pela carne suína no exterior, explica Camargo Neto, tem no mercado doméstico um dos principais fatores de pressão. Por causa do ritmo mais fraco da demanda interna, o preço do suíno vivo fechou o mês de março no menor patamar desde setembro de 2011, apontou boletim divulgado ontem pelo Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea). Em São Paulo, o indicador Cepea/Esalq para o suíno vivo recuou 20% em março, cotado, em média, a R$ 2,44 o quilo.


Queda maior - E o preço pago pelo suíno pode cair ainda mais, afirmou o presidente da Coopercentral Aurora, Mário Lanznaster. Na avaliação dele, começo de ano é sempre um período mais difícil para os negócios por conta do verão, que faz com que o consumidor prefira outras carnes, mais leves. "Mas este início de ano está um pouco pior porque em março e neste começo de abril ainda há estoques de carnes de fim de ano no varejo", afirmou. 


Excesso de carnes - Para Lanznaster, há um excesso de carnes no mercado nacional, potencializado pelas vendas externas mais fracas em importantes mercados como os da Rússia e da Argentina. (Valor Econômico)

MDIC: Balança tem déficit de US$ 292 milhões na primeira semana de abril

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A balança comercial registrou déficit de US$ 292 milhões na primeira semana de abril. As exportações somaram US$ 3,378 bilhões e as importações atingiram US$ 3,670 bilhões entre os dias 2 e 5 deste mês, segundo resultado divulgado nesta segunda-feira (09/04) pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (Mdic).


Ano - No acumulado do ano, a balança comercial tem superávit de US$ 2,145 bilhões — no mesmo período de 2011, o saldo positivo era de US$ 3,127 bilhões.


Recuo - Neste mês as exportações recuaram 20,5% na média diária quando comparadas com o resultado da primeira semana de abril de 2011, chegando a US$ 844,5 milhões – no ano passado essa média somou US$ 1,062 bilhão. Os produtos básicos puxaram a queda das vendas brasileiras com retração de 31,7% – passando de US$ 530 milhões para US$ 370,6 milhões. O Mdic destacou, em nota, que isso ocorreu, principalmente, “por conta da soja em grão, petróleo em bruto, café em grão, minério de ferro e carne suína e de frango”. Os produtos manufaturados tiveram desempenho 11,5% inferior na mesma comparação e os semimanufaturados recuaram 3,2%.


Média diária - Nas importações, a média diária da primeira semana de abril encolheu 4,8% na comparação com igual período de 2011. A maior queda foi registrada em adubos e fertilizantes (-25,5%), seguida por borracha e suas obras (-24,1%) e farmacêuticos (-20,1%). (Valor Econômico)

RELAÇÕES EXTERIORES: Dilma cobra Obama por valorização de moedas de emergentes

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A presidente Dilma Rousseff cobrou nesta segunda-feira (09/04) o líder americano, Barack Obama, pela valorização das moedas dos países emergentes, causada pela política monetária de países desenvolvidos. Para ela, os Estados Unidos têm uma responsabilidade maior em relação aos desequilíbrios cambiais globais porque o dólar é a principal moeda internacional de reserva.


Agenda positiva - Nesta segunda, Dilma reuniu-se com Obama por uma hora e meia na Casa Branca, discutindo pontos de uma agenda positiva que incluiu um novo acordo na área de aviação, parceria em energias limpas e cooperação em ciência e tecnologia. Num pronunciamento no Salão Oval, Dilma saiu do tom ameno típico desses pronunciamentos e atacou a política monetária de economias avançadas, que, segundo ela, "compromete o crescimento dos emergentes". O mundo, afirmou, está diante de uma forma de protecionismo cambial.


Políticas monetárias expansionistas - Ao lado de Obama, Dilma disse que o problema principal são os países que adotam políticas monetárias expansionistas e que não usam seu espaço fiscal para estimular a economia, apesar de superavitários. Os Estados Unidos não parecem se encaixar nessa descrição porque têm um déficit fiscal projetado em 8% do Produto Interno Bruto (PIB) para 2012. Mais tarde, numa entrevista coletiva, Dilma esclareceu que se referia também aos americanos. "A diferença é que você emite moeda", afirmou, referindo-se ao papel internacional do dólar. Para ela, isso cria uma obrigação a mais dos Estados Unidos perante ao mundo.


Tema recorrente - A guerra cambial tem sido um tema recorrente nas viagens recentes de Dilma. Ela reclamou do "tsunami monetário" na Alemanha e voltou a atacar os bancos centrais de países desenvolvidos num encontro dos Brics na Índia. Ontem, Dilma foi questionada se a China, sempre poupada por ela nessas ocasiões, não seria uma peça importante nos desequilíbrios. "Acho que é diferente, até porque a China atrelou a sua moeda ao dólar", afirmou. "A moeda chinesa varia quando o dólar varia."


Reação - Dilma prometeu reagir à valorização do real. "O governo tem tomado e continuará tomando todas as medidas necessárias para neutralizar os efeitos nocivos do afrouxamento monetário que ocorre nos países desenvolvidos", disse, em um evento com empresários no fim da tarde.


Etanol - Na sua declaração ao lado de Obama, Dilma não citou barreiras comerciais aos produtos brasileiros - apenas agradeceu Obama pela derrubada das tarifa de importação sobre o etanol. Na entrevista, Dilma indicou que conversou com o presidente Obama sobre o cancelamento da licitação do Departamento de Defesa para a compra de aviões Super Tucano da Embraer -, mas não há novas indicações de solução para a questão. "O Brasil é o único dos Brics que tem um saldo comercial negativo com os Estados Unidos", afirmou. "Não se pode colocar barreiras diante de um volume de comércio tão expressivo."


Líder mundial - No encerramento do encontro, Obama fez uma declaração de apenas dez minutos, metade do tempo ocupado por Dilma, afirmando que o Brasil está se tornando "um líder não apenas na região, mas também no mundo". Relatou também ter conversado com Dilma sobre "assuntos globais", como a situação no Oriente Médio.


Temas não abordados - Na entrevista, Dilma disse que a crise nuclear do Irã, ponto de atrito entre Brasil e os Estados Unidos no governo Lula, não foi discutida. Dilma relatou ter dito a Obama que o encontro de cúpula da América Latina em Cartagena, na Colômbia, na sexta-feira, deve ser o último sem a participação de Cuba. Na conversa, não foi discutida a pretensão brasileira de ter um assento no Conselho de Segurança da ONU - o comunicado do encontro renova o "apreço" americano a esse desejo.


Resultados concretos - Os resultados concretos da visita são o reconhecimento da cachaça brasileira nos Estados Unidos, o que significa que só o produto do Brasil poderá ser vendido lá como tal, e alguns acordos e parcerias, sobretudo na área de ciência e tecnologia, dentro do projeto do governo Dilma de levar 100 mil brasileiros a estudar no exterior. Foi ainda anunciada a abertura de dois novos consulados no Brasil para processar vistos, em Belo Horizonte e Porto Alegre. (Valor Econômico)