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MECANIZAÇÃO II: Colheita será abreviada

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As colheitadeiras de R$ 300 a R$ 500 mil prometem fazer o trabalho de 50 homens. O serviço que manualmente levaria três meses para ser feito nos cafezais não demanda mais que 10 dias com o equipamento. A máquina passa por cima das plantas, enquanto as hastes batem nos galhos, colhendo somente os grãos da planta. "Aquele grão que está no chão e já sofreu o processo fermentativo fica lá, o que melhora a qualidade", explicou o engenheiro agrônomo Renato Silva.

Máquinas - A colheitadeira utilizada pela Cocamar pertence a Andrade Beneficiamento de Café. A empresa com sede em Araguari (MG) conta com dez máquinas desse tipo e todas estão alugadas para produtores do Paraná e da região do Triângulo Mineiro. "Se você pedir por uma colheitadeira agora, só vou poder te entregar depois de agosto", disse o empresário José Aparecido Perissato, que é sócio da Andrade.

 

Levantamento - O Departamento de Economia Rural (Deral) da Secretaria de Estado da Agricultura e do Abastecimento (Seab) ainda não conta com um levantamento de quantas propriedades estão mecanizadas no Paraná. "Este processo é algo recente. As derriçadeiras manuais estão sendo utilizadas há cinco anos. Já a colheitadeira automotriz começou a ser usada há umas três safras na região de Carlópolis. A tendência é de que produtores ou associações se unam para alugar o aparelho", afirmou o técnico que monitora o setor, Paulo Franzini. (Caminhos do Campo / Gazeta do Povo)

MECANIZAÇÃO III: Mudança exige investimento coletivo

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No mês passado, a colheita mecanizada do café foi iniciada na área da Cocamar, que após a fusão com a Corol passou a contar com cerca de 30 mil hectares de cafezais. A cooperativa maringaense trouxe uma colheitadeira (que pertence a uma prestadora de serviços mineira), especialmente para realizar o serviço nas propriedades dos cooperados.

Modernização - Um dos locais atendidos pela máquina foi a propriedade de Antonio Lavanholi, agricultor de Cianorte que resolveu modernizar todo o seu cafezal. Depois de substituir as lavouras antigas e fazer adaptações para a colheita mecânica - aumentando o espaçamento entre as plantas para a entrada do equipamento -, seu Antônio adquiriu todos os aparelhos necessários ao trabalho na roça. Entre os produtos que foram sendo comprados aos poucos, está um trator pequeno de 17 cavalos e uma adubadeira mecânica, que joga o adubo debaixo da saia da planta.

 

Investimento - O produtor estima ter investido cerca de R$ 40 mil para mecanizar o cafezal, que conta com 40 mil pés plantados em uma área de 11 hectares. De acordo com Lavanholi, esse valor poderá ser totalmente coberto em menos de dois anos, apenas com a economia que terá com a redução da mão-de-obra. "Hoje eu trabalho praticamente sozinho".

 

Condução profissional - Lavanholi também afirma que a cafeicultura é a melhor opção para as pequenas propriedades, desde de que o agricultor conduza o trabalho de forma empresarial, investindo em tecnologia. "Com mecanização, redução de custos, produtividade e qualidade, o café se torna altamente viável e lucrativo", completa Lavanholi, que espera produzir cerca de 300 sacas beneficiadas.

 

Competitividade - De acordo com o jornalista e pesquisador da área do café Rogério Recco, exemplos como o de Lavanholi elevam a competitividade do produto. "A mecanização reduz em pelo menos 40% os custos com mão de obra e possibilita ao cafeicultor manter e até ampliar os cafezais, coisa impossível de imaginar pelo modelo manual. Além disso, proporciona mais qualidade ao café, pois a colheita acontece rapidamente, no estágio em que os grãos estão ‘no ponto'."

 

Safra baixa - Para este ano de safra baixa, a área total do café no Paraná será 89,5 mil hectares, com 75,4 mil hectares de área colhida. A produção está estimada em 1,7 milhões de sacas de 60 quilos (média de 23 sacas por hectare). Em 2010, ano de safra alta, foram colhidas 2,2 milhões de sacas, média de 28 sacas por hectare.

 

Regiões produtoras - Segundo a Secretaria de Estado da Agricultura e do Abastecimento (Seab), a principal região produtora de café no ano passado foi a de Jacarezinho, com 906,5 mil sacas (36,3 por hectare), seguido pelas regiões de Cornélio Procópio, com 261,4 mil sacas (27 por hectare) e Apucarana, com 260,7 mil sacas (28,3 por hectare). (Caminhos do Campo / Gazeta do Povo)

FRIO: Geadas em todo o Paraná causam prejuízos

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As geadas do fim de semana já trazem prejuízos para os produtores rurais. Apesar de ainda não ter um levantamento de perdas, o Departamento de Economia Rural (Deral), da Secretaria Estadual da Agricultura e do Abastecimento (Seab), adiantou que a região do Estado mais afetada foi a Oeste, atingindo principalmente as culturas de milho e trigo. Na segunda-feira (27/06), o Instituto Agronômico do Paraná (Iapar) emitiu o alerta de geada para toda a região cafeeira do Estado e, de acordo com o chefe de conjuntura e economista do Deral, Marcelo Garrido, os produtores de hortaliças também devem ser afetados pelo clima. Ao todo, são 75,5 mil hectares de área plantada de café no Paraná. (Folha de Londrina)

AEAPR/FEA: Agrônomos empossam novos representantes

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A Associação e a Federação dos Engenheiros Agrônomos do Paraná (AEAPR-Curitiba e Feap) empossaram ontem suas novas diretorias. Com mandato até 2013, a diretoria da associação é composta por Hugo Reis Vidal (presidente), Luiz Antonio Corrêa Lucchesi (diretor técnico e social), Edhna Genar Feliciano Maftum (diretor administrativo), Manfred Leoni Schmid (diretor financeiro) e Natalino Avance de Souza (diretor de política profissional). Lucchesi vai também presidir a federação, que congrega 19 entidades que representam os 14 mil agrônomos do Paraná. A organização tem como diretor administrativo e financeiro Manfred Leoni Shmid, diretor de Relações Institucionais Dionísio Gazziero e diretor de Política Profissional Gilberto Guarido. (Caminhos do Campo / Gazeta do Povo)

INTEGRADA: Museu do Café é apresentado na Expo Japão

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Um pouco da história e das lembranças do tempo em que o café dominava os campos, a sociedade e a economia do Paraná puderam ser vistos em um espaço itinerante preparado pela Cooperativa Integrada na 50ª Exposição Agrícola da Acel e Expo Japão 2011, que aconteceu de 23 a 26 de junho, em Londrina. O Museu do Café apresentou ao público uma parte do acervo composto por materiais usados no manejo e no cotidiano dos cafeicultores daquela época. Eram ferramentas, peneiras, secadores, nebulizadores utilizados na prevenção de geadas e outros objetos preservados.

Resgate - Todo o conjunto de utensílios foi coletado ao longo de duas décadas pelo supervisor da Secretaria Executiva da Integrada, Ciro Ohara. "O museu é um resgate da história da cafeicultura no norte do Paraná. Ele mexe com o emocional dos mais velhos, que têm grandes lembranças daquela época, e também é uma forma didática de mostrar aos jovens o que é o café e o que ele representou para nossa região", explica Ohara.

 

Espaço - Além dos antigos equipamentos, foi montado um espaço com objetos utilizados nos antigos ranchos de palmito montados pelos pioneiros da região. O público também pode ver um painel com imagens das capas de jornais que estamparam manchetes sobre a geada de 1975. Todas as peças do museu fazem parte do acervo guardado por Ciro Ohara na Cooperativa Integrada. Agora, a expectativa é que todo o material seja exposto e organizado em local próprio, construído dentro de própria cooperativa. (Imprensa Integrada)

PEDÁGIO I: Agronegócio pagou R$ 126 mi somente em 2010

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Uma carreta de seis eixos que sai de Foz do Iguaçu para Paranaguá vai deixar - só na ida - R$ 442 em 10 praças de pedágio do anel de integração concedido pelo governo do Estado à iniciativa privada em 1997. Num percurso equivalente, de 720 quilômetros, entre Florianópolis e São Paulo, a mesma carreta vai pagar R$ 103 em 11 praças. Neste segundo caso, a concessão da Rodovia Régis Bittencourt foi dada pelo governo federal em 2008.

Mais alto - Com exceção dos cobrados nas principais estradas paulistas, o pedágio paranaense é o mais alto do País e tem forte impacto na economia estadual, principalmente no transporte de mercadorias de baixo valor agregado. Só para se ter uma ideia, ao fim do percurso entre Foz e o porto, em Paranaguá, uma carreta de cinco eixos deixa 26 sacas de milho ou 13 de soja para as concessionárias. Somente no ano passado, o agronegócio paranaense pagou R$ 126 milhões em pedágio para exportar 13,6 milhões de toneladas de grãos.

Dados - Os dados são do Sindicato das Empresas de Transporte de Cargas do Paraná (Setcepar) e da Organização das Cooperativas do Estado do Paraná (Ocepar). Os pedágios representam em média 25% dos fretes de grãos, podendo chegar a quase 29% dependendo da região. Segundo o estudo realizado pela Ocepar, o pedágio representa 7,6% do custo de produção do milho paranaense e 4,6% do da soja, informou Pedro Loyola, economista da Faep. Não é de hoje que este 'Custo Paraná' revolta produtores e transportadores. E a possibilidade de o governo do Estado prorrogar os contratos das atuais concessionárias, que vencem em 2023, preocupa, mesmo que a contrapartida oferecida por elas seja uma redução nas tarifas. ''É tão caro que, por mais que se dilatem os prazos, o pedágio vai continuar muito alto'', justifica o presidente do Setcepar, Gilberto Antonio Cantu. Para ele, a melhor saída é esperar o vencimento e fazer nova licitação.

Abusivo - Cantu afirma que a entidade não é contra o pedágio, pois sabe que estrada em boas condições significa redução no custo do transporte. Mas diz que as tarifas são abusivas principalmente quando comparadas com as das concessões feitas no governo Lula. Na BR 116, em Rio Negro (PR), por exemplo, uma carreta de 5 eixos deixa R$ 15,50 na praça da concessionária Auto-Pista Planalto Sul. Já na de Jataizinho, da Econorte, o mesmo veículo paga R$ 50. ''Não tem como comparar uma coisa com a outra. Nas primeiras concessões, você tinha uma situação econômica diferente, situações jurídica e política diferentes'', defende-se o presidente da Associação Brasileira de Concessionárias de Rodovias (ABCR), Moacyr Duarte, ao ser questionado sobre o porquê de valores tão distintos.

Situação especial - Segundo ele, além da diferença de conjunturas entre 1997 e 2008, o Paraná tem uma situação especial quando o assunto é pedágio. Ele lembra que, um ano após ter feito as concessões, o ex-governador Jaime Lerner reduziu as tarifas pela metade com medo de não ser reeleito em 1998. Com isso, teve início uma guerra judicial entre Estado e concessionárias que se arrasta até hoje.

Conversação retomada - Duarte diz que, durante oito anos (governo Requião), não houve condições de as duas partes sentarem à mesma mesa. Mas que, com o governador Beto Richa (PSDB), a conversa foi retomada. As ações judiciais foram suspensas de um lado e de outro. Mas a possibilidade de redução de tarifas só se viabiliza, de acordo com ele, se o governo não quiser novos investimentos. ''Vai depender do que se pretende: ou se prioriza a redução de tarifas ou novas obras'', afirma. Ele lembra que qualquer acordo entre o Estado e as empresas dependem do aval do governo federal, tendo em vista que as rodovias são federais e estão apenas delegadas ao Paraná.

Secretário - A reportagem não conseguiu entrevistar o secretário de Logística e Transporte, José Richa Filho. Mas sua assessoria informou que não há nada definido quanto à prorrogação dos contratos. E que técnicos do governo estão discutindo uma proposta que inclui a duplicação do anel de integração com prioridade para o trecho entre Medianeira e Cascavel e do contorno de Campo Largo. (Folha de Londrina)

Clique aqui e confira o estudo completo da Ocepar sobre o pedágio

CAFÉ: Produção no mundo é estimada em 135 milhões de sacas

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A produção global de café foi estimada em 135 milhões de sacas em 2011/12, queda de 2,9 milhões de sacas ante 2010/11, informou a Reuters citando dados do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA). O Brasil, maior produtor mundial de café, deverá produzir 49,2 milhões de sacas de 60 quilos, 5,3 milhões de sacas a menos que na safra anterior. No Vietnã a produção cresce 10% para 20,6 milhões de sacas. (Valor Econômico)

RAMO INFRAESTRURURA: Infracoop contesta revisão tarifária da Aneel

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Nesta terça-feira (21/06), representantes da Confederação Nacional das Cooperativas de Infraestrutura (Infracoop) participaram de uma reunião, na sede da OCB, para avaliar a metodologia tarifária proposta pela da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel). A Infracoop contesta a revisão, pois ela não contempla as especificidades das cooperativas que serão tarifadas da mesma forma que as concessionárias.

Comparação - Para o presidente da Infracoop, Jânio Vital Stefanello, a "Aneel está igualando as cooperativas a concessionárias que chegam a ter 20 consumidores por quilômetro de rede, enquanto as cooperativas, por atuarem no meio rural, tem apenas quatro consumidores por quilômetro de rede", disse.

Audiência Pública - Nesta quarta-feira (22/06) haverá uma audiência pública na Aneel, na qual a Infracoop vai se pronunciar a respeito das dificuldades que as cooperativas vão enfrentar, caso seja aprovada a revisão tarifária proposta pela Aneel. "O cooperativismo deve ter um tratamento adequado, pois não somos empresas, e o nosso número de consumidores é quatro vezes menor do que os das concessionárias".  (Informe OCB)

FUTURO 10 PARANÁ I: Estradas do Paraná terão pelo menos R$ 3 bilhões

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O secretário de Estado de Planejamento e Coordenação Geral, Cassio Taniguchi, apresentou nesta terça-feira (21'/06) detalhes do programa de desenvolvimento na área de infraestrutura do estado, que vai contemplar investimentos - principalmente via Parcerias Público-Privadas (PPPs) e financiamento junto a bancos de fomento - em rodovias, ferrovias e no Porto de Paranaguá. O projeto, que vem sendo elaborado pela secretaria nos últimos meses, foi revelado em primeira mão pelo secretário em reunião, ontem pela manhã, do Fórum Permanente Paraná Futuro 10, que reúne as principais entidades de classe do estado. Estão garantidos pelo menos R$ 3 bilhões para estradas federais do estado.

Prioridades - De acordo com Taniguchi, as prioridades são, dentre outras, as melhorias no Porto de Parana­guá, a renegociação com as concessionárias de rodovias sobre o valor do pedágio e novas obras, a interligação dos municípios da região central do estado ao Anel de Integração, a ampliação dos aeroportos Afonso Pena e de Foz do Iguaçu e, ainda, a viabilização de um aeroporto de cargas na região de Ponta Grossa. Na área ferroviária, o foco do governo é o ramal ferroviário entre Guarapuava e Paranaguá, trecho considerado pelos representantes do agronegócio um dos grandes gargalos do escoamento da safra agrícola até o porto. "Hoje uma viagem entre Cascavel e Para­naguá dura mais de seis dias. O objetivo é que ela seja reduzida a oito, dez horas com a nova configuração da Ferroeste", afirmou Taniguchi.

Investimentos totais - Os investimentos totais ainda não são conhecidos e vão depender da elaboração dos projetos. A intenção é buscar recursos do Banco Mundial, do Banco Inter-Americano de Desenvol­vimento (Bird) e do Banco Japonês para Cooperação Internacional (JBIC), dentre outros. Na área de rodovi­as estaduais, o governo estima a necessidade de R$ 1,6 bilhão em recursos. Nas estradas federais do estado, o Depar­tamento Nacional de Infraestrutura Terrestre (Dnit) já tem programados R$ 3 bilhões em obras referentes ao PAC 1 e 2, de acordo com Taniguchi. Desse total, R$ 1 bilhão está sendo aplicado.

Genérica - A apresentação do secretário, no entanto, ainda foi genérica e se limitou basicamente a um mapa onde são citadas as principais obras. Muitas delas já foram anunciadas e dependem de negociação com o governo federal e a iniciativa privada. No Porto de Paranaguá, entre os projetos principais estão a duplicação da capacidade do corredor de exportação, a melhoria dos acessos, a ampliação do terminal de contêineres e do pátio de automóveis. "A construção do cais oeste é outra possibilidade", afirma. Segundo Taniguchi, o projeto levou em consideração as propostas do próprio Fórum Perma­nente Paraná Futuro 10, além do Programa Estadual de Logística de Transportes (Pelt), capitaneado pelo Crea-PR e que prevê a necessidade de R$ 12 bilhões em investimentos em obras para o estado.

Parcerias - Ao ser questionado sobre a capacidade financeira do estado em fazer frente a esses projetos, Taniguchi disse que o estado terá obrigatoriamente de buscar "funding" externo ao caixa do governo. "O estado tem uma capacidade de investimento limitada. Mas temos o dinheiro do mundo inteiro para financiar essas obras. O principal agora é entrarmos rapidamente na fase de elaboração de projetos. E os recursos para essa etapa terão de sair do governo", afirma.

Projetos - A demora na formulação de projetos tem sido um dos grandes problemas do estado na hora de reivindicar recursos, lembrou Mario Stamm Júnior, consultor de Logística da Federação das Indústrias do Estado do Paraná (Fiep). A entidade propôs a criação de um banco de projetos, em parceria com os governos federal e estadual, além de organismos internacionais de fomento. "Um projeto demanda em média dois anos e meio para ser concluído. É muito tempo e o Paraná já está atrasado", afirma Stamm Júnior. (Gazeta do Povo)

PLANO SAFRA 2011/12 II: Burocracia e regras dificultam acesso ao crédito no campo, avalia deputado

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Audiência pública analisou as condições do crédito aos agricultores.O deputado Luis Carlos Heinze (PP-RS) criticou nesta terça-feira a política do governo para concessão de créditos aos agricultores. Segundo ele, poucos produtores conseguem acessar os recursos oferecidos ao setor. O Executivo lançou, no último dia 17 de junho, o Plano Agrícola e Pecuário 2011/2012, que vai oferecer R$ 107,2 bilhões em créditos rurais para a agricultura comercial. O pacote é o maior da história, mas, para o deputado, burocracias e regras do sistema financeiro impedem que os agricultores utilizem esses recursos.

Custo - Segundo Heinze, a necessidade de comprovação de renda e de regularidade fiscal prejudica os agricultores que querem tomar empréstimos. "Hoje, milhares de produtores estão endividados porque os custos são muito grandes, principalmente em razão dos altos tributos", disse. A declaração foi feita durante audiência da Comissão de Agricultura, Pecuária, Abastecimento e Desenvolvimento Rural sobre o Plano Agrícola e Pecuário, ou Plano Safra 2011/12.

Acesso - No encontro, o coordenador-geral de Análises Econômicas do Ministério da Agricultura, Wilson Vaz de Araujo, disse que o governo trabalha para melhorar as condições de acesso dos agricultores ao crédito. "Embora os recursos sejam disponibilizados a taxas de juros favorecidas, o risco da operação continua com o agente financeiro. Como a decisão de emprestar está com esse agente, é claro que o banco vai analisar a situação do produtor", explicou Araujo. O esforço, segundo ele, é no sentido de ampliar esse acesso, até porque o volume de recursos disponível é bom.

Extensão rural - O presidente da Associação Brasileira das Entidades de Assistência Técnica e Extensão Rural (Asbraer), Julio Zoé de Brito, também considerou insuficientes as políticas lançadas pelo governo para assistência técnica e extensão rural. "Reconhecemos as conquistas dos últimos anos, mas ainda é preciso avançar", disse. Segundo Brito, cerca de 2 milhões de agricultores não têm hoje acesso a serviços de extensão rural. O número de técnicos disponíveis, disse, não atende à demanda. "O crédito ao agricultor, quando é acompanhado de assistência técnica, vem mais qualificado. O produtor precisa de conhecimentos de gestão e informações sobre inovações tecnológicas para se colocar no mercado", afirmou.

Aumento - O secretário de Agricultura Familiar do Ministério do Desenvolvimento Agrário, Laudemir Muller, contudo, argumentou que o governo ampliou os recursos para a área. Neste ano, segundo ele, serão pelo menos R$ 159 milhões para a assistência técnica e a extensão rural na agricultura familiar. "A meta do governo, que não é para este ano, é universalizar no Brasil a assistência técnica e a extensão rural. Temos de levar tecnologia para a agricultura familiar, temos de qualificar nossas políticas, e quem faz isso é o extensionista", disse. (Agência Câmara)

CRÉDITO RURAL: Liberação de recursos alcança R$ 85 bilhões

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Até maio deste ano - penúltimo mês da safra 2010/2011 - os produtores rurais já contrataram R$ 84,8 bilhões para custear o plantio, a colheita e a comercialização de produtos agropecuários, e a melhoria de infraestrutura produtiva de sua propriedade. O valor é 17,7% superior ao liberado entre julho de 2009 e maio de 2010 e representa o melhor desempenho já registrado para o período.

Recorde - "Acreditamos que até o fechamento do ciclo agrícola, em 30 de junho, a liberação do crédito rural deve chegar a R$ 96 bilhões, um resultado recorde", avalia o coordenador-geral de Análise Econômica do Ministério da Agricultura, Wilson Araújo. "O bom resultado motivou o governo a colocar mais recursos à disposição do produtor na nova safra que começa em julho", explica Araújo. O Plano Agrícola e Pecuário 2011/2012, lançado pela presidenta Dilma Rousseff, na última sexta-feira, 17 de junho, vai disponibilizar R$ 107,2 bilhões para financiar agricultores e pecuaristas. O valor é 7,2% superior aos R$ 100 bilhões direcionados ao ciclo agrícola atual - 2010/2011.

Médio produtor - O programa de financiamento para a classe média rural é dos que demonstram melhor desempenho na safra. Dos R$ 5,65 bilhões previstos pelo Programa Nacional de Apoio ao Médio Produtor Rural (Pronamp), R$ 4,55 bilhões ou 81% do total, já foram liberados. O valor representa um acréscimo de 54% do montante aplicado em igual período na safra passada.

Prioridade - O apoio ao médio produtor é uma das prioridades do governo federal e, por conta disso, no novo Plano Agrícola e Pecuário haverá mais recursos para financiar esse segmento. Na temporada 2011/2012, serão 48,2% a mais para a classe média, o que equivale a R$ 8,3 bilhões. Outra novidade é a mudança do limite de renda bruta anual de R$ 500 para R$ 700 mil para enquadramento no programa.

Investimento - Também houve um incremento no Programa de Sustentação do Investimento (PSI-BK) voltado ao financiamento de máquinas e equipamentos agrícolas. Entre julho de 2010 e maio de 2011, foram contratados R$ 5,4 bilhões, 135% do total programado. O PSI-BK foi criado em 2009 com condições facilitadas para permitir que produtores rurais pudessem continuar investindo em máquinas e equipamentos no período da crise financeira internacional. O sucesso do programa motivou o governo a estender o prazo de contratação para dezembro deste ano.

Procap-Agro - O Programa de Capitalização de Cooperativas Agropecuárias (Procap-agro) também está com liberação além do previsto. Até maio, foram desembolsados R$ 2,4 bilhões, 123% do total programado. O valor é ainda 473% superior ao contratado no mesmo período da safra anterior. (Mapa)

CONJUNTURA: China e Rússia se aproximam dos países ricos nos subsídios

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A China e a Rússia já estão dando a seus agricultores subsídios que se aproximam do nível dado pelos países desenvolvidos, comparado ao valor da produção. É o que mostra a Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), em relatório que será publicado em setembro e ao qual o Valor teve acesso. Na China, o montante de apoio cresceu 40,1% em 2010, totalizando US$ 147 bilhões. Mas as cifras escondem estruturas desiguais. Em países em desenvolvimento, destina-se sobretudo a programas de subsistência alimentar e modernização do setor. Em boa parte dos desenvolvidos, os subsídios acabam viabilizando um modelo de produção e exportação que distorce o comércio internacional.

Metodologia própria - A OCDE utiliza uma metodologia própria para medir a proteção ao setor agrícola. É a Estimativa de Apoio ao Produtor (PSE, ou Producer Support Estimate), um indicador do valor monetário bruto anual transferido por consumidores e contribuintes como apoio aos agricultores. É expresso também em porcentagem da receita bruta do produtor e ilustra a quantidade de apoio oferecida, independentemente da estrutura setorial do país. Contabiliza desde o subsídio pago ao agricultor como o impacto de medidas governamentais, como preço mínimo e tarifas altas de importação que freiam a entrada do produto estrangeiro.

Países desenvolvidos - Em 2010, a ajuda aos agricultores nos países desenvolvidos da OCDE alcançou US$ 227 bilhões medida pelo PSE. Isso representa 18% do valor total de sua produção agrícola. Em 2009, o apoio representava 22% e em 2008, 20%. Na União Europeia, o volume representou 22%, somando US$ 101,3 bilhões. Nos EUA, baixou para 9%, com US$ 25,5 bilhões. O Japão é um dos campeões mundiais com 49%, de um total de US$ 52 bilhões. Os subsídios batem recorde na Noruega (60% do valor total da produção agrícola) e Suíça (56%).

Emergentes - Já nos emergentes, o volume é geralmente bem menor, mas com variações. Na China, representa 17% da produção agrícola, perto do nível médio da OCDE. Na Rússia, representou 22%, com US$ 15,5 bilhões, superando os países ricos. No Brasil, o volume de US$ 7,1 bilhões representou apenas 5% do valor total da produção. Houve queda de 27,1% em 2010. O apoio na África do Sul declinou para menos de 5%, na Ucrânia está em 7%.

G-20- No encontro de ministros do G-20, que começa nesta quarta-feira (22/06) em Paris, o impacto dos subsídios sobre a segurança alimentar nos países pobres está sendo cuidadosamente evitado por europeus e alguns asiáticos. "O fato é que antigos ricos estão dando menos apoio porque os preços das commodities estão altos, e os novos ricos dão mais apoio porque têm agora novos recursos para isso", diz um especialista agrícola em Genebra.

Endividamento - A OCDE admite que o endividamento nos países ricos, no rastro da pior crise financeira dos últimos tempos, "não conduziu a uma redução significativa ou aumento dos gastos no setor agrícola". Ou seja, não há reorientação de política para reduzir os subsídios. Os subsídios vinculados à produção, os que mais distorcem o comércio, representam 51% do total nos países desenvolvidos. O percentual é menor do que no período 1995-97, quando correspondiam a 70%, mas ainda é extremamente elevado.

A mais - Na UE, os produtores de carne bovina, ovina e de açúcar receberam entre 20% e 30% a mais do que os preços internacionais. A remuneração para os produtores de frango chega a ser 50% mais elevada. Os preços domésticos para cereais, oleaginosas, leite e suínos ficam perto da média internacional. Nos EUA, os setores açucareiro e de lácteos continuam a receber enormes ajudas, perpetuando as distorções no setor. No Canadá, frango, lácteos e ovos estão na mesma situação. No Japão, os preços recebidos pelos agricultores são 1,82 vez maiores que os dos mercados mundiais. Já foram 2,65 vezes superiores entre 1986-88.

China - A agricultura da China é outra realidade. Emprega 38,1% da força de trabalho do país, mas sua contribuição para o PIB foi de apenas 10,3% em 2009. Isso indica baixa produtividade do agricultor, equivalente a apenas 20% do nível do resto da economia. A renda per capita no campo é menos de um terço da registrada na zona urbana.

Menos integrada - A agricultura chinesa é muito menos integrada aos mercados globais do que o resto da economia, com fatia de 2,4% das exportações totais e 4,7% das importações. A China se tornou grande importadora de produtos agrícolas recentemente, em parte pelo enorme aumento de compras do complexo soja. Sua estrutura agrícola é baseada em pequenas propriedades de até 0,6 hectare na média.

Rússia - Na Rússia, a agricultura contribui com 5% do PIB e representa 8% do emprego. O país é um dos maiores importadores de carnes e açúcar e se tornou exportador de trigo. A estrutura mistura grandes operações comerciais com pequenas unidades familiares.

Brasil - No Brasil, a constatação sem surpresa é do baixo nível de subvenção, "apesar de o país manter uma extensiva gama de políticas de preço e de crédito". A ajuda é focada principalmente nos pequenos produtores. Enquanto os chineses gastam 40% de sua renda com alimentos, na média, os russos gastam 33%. Os consumidores nos países desenvolvidos gastam 22%, com o Brasil e Chile abaixo desse percentual, com preços próximos dos níveis internacionais.

Apoio total - O apoio total ao setor agrícola - combinando PSE e outras ajudas (pesquisa, infraestrutura, inspeção, marketing e promoção, além de subsídios para o consumidor) alcançou US$ 374 bilhões na OCDE em 2008-2010, o equivalente a 0,9% do PIB de seus países-membros. No Brasil, o apoio total cresceu para 0,6% comparado a 0,2% em 1995-97, na China chegou a 2,3% e na Rússia, declinou de 2,6% para 1,6% do PIB. (Valor Econômico)

INTEGRADA I: Jovens cooperados recebem treinamento

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INFRAESTRUTURA I: R$ 2 bilhões para turbinar o porto

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O porto mais importante para o agronegócio brasileiro enfrenta cobranças de todos os lados, do mercado interno às empresas e portos que recebem as mercadorias exportadas para a Europa. Com sua capacidade operacional perto do limite, o Porto de Paranaguá tenta se desvencilhar de problemas que vão de furos em telhados ao acúmulo de areia no canal de aproximação dos navios. Mesmo assim, oito meses após a prisão de 63 pessoas por desvio de carga e em meio a denúncias de irregularidades nas contas dos últimos anos, a movimentação de granéis bateu recorde em maio, ao atingir 1,77 milhão de toneladas. Um argumento a mais para o maior plano de reestruturação das últimas duas décadas, que vem sendo articulado pela Superintendência da Administração dos Portos de Paranaguá e Antonia (Appa).

Dependência - "O mercado precisa de um serviço adequado. Nós temos que ajeitar o que for possível", argumenta o superintendente Airton Vidal Maron, no cargo há cinco meses. No entanto, para redimensionar a estrutura e ganhar um fôlego para 20 anos, a Appa tenta reunir R$ 2 bilhões e depende principalmente da ajuda do governo federal. Os R$ 440 milhões em caixa devem ser destinados a reformas pontuais. R$ 2,8 milhões acabam de ser destinados a obras como reforma de telhados e pintura. A maior parcela dos R$ 2 bilhões  - R$ 470 milhões - é para o Corredor de Exportações, estrutura de nove terminais e três berços de embarque de grãos. A obra, um dos nove projetos em andamento, inclui a construção de um píer em forma de T que permitirá a atracação de mais quatro navios. Pelo corredor é que o Brasil embarcou 18% da soja em grão e 38% do farelo de soja exportados em 2010.

Novos berços - Ao todo, estão projetados 12 novos berços, que elevariam de 20 para 32 o número de vagas para navios no cais de 2,8 quilômetros. Essa ampliação é de 60%, mas a movimentação pode crescer mais que isso com a nova estrutura, diz Maron. As reclamações entre os importadores europeus estão relacionadas principalmente aos atrasos. "O problema de Paranaguá é a lentidão. Tentamos nos antecipar importando na entressafra, mas nem sempre é possível", afirma Fernando Del Moral, chefe de Operações da Sea Invest no Porto de Montoir, um dos principais da França. O país importa 17% do farelo de soja que o Brasil exporta (2,33 milhões de toneladas em 2010) - dois terços por Paranaguá.

Longa espera - Um navio leva 17 dias de Paranaguá ao Porto de Montoir, mas pode ficar mais de 30 dias ao largo do litoral paranaense esperando para atracar. Quando o prazo vai além do previsto, os exportadores gastam US$ 50 mil ao dia a mais por navio. "Esse é apenas um dos problemas. Nossas prioridades são o aprofundamento do canal e um carregamento mais rápido, que resolveriam, por tabela, as filas de caminhões e navios", afirma Nilson Camar­­go, especialista em infraestrutura da Federação da Agricultura do Paraná (Faep).

Outros gargalos - A reestruturação do Porto de Paranaguá não vai eliminar outros gargalos da exportação, que abrangem rodovias e ferrovias e podem interferir nos embarques. Três meses após os desmoronamentos provocados pelas enxurradas de março, o trânsito ainda flui em pista simples em dois pontos da BR-277 na Serra do Mar. Na época, o litoral ficou isolado. O porto não foi paralisado porque os armazéns estavam carregados e porque a própria chuva interrompeu as operações nos navios. (Caminhos do Campo / Gazeta do Povo)

ECONOMIA: Meta de inflação de 2013 fica em 4,5%

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O Conselho Monetário Nacional (CMN) vai fixar em 4,5% a meta de inflação para 2013. O percentual, que será anunciado oficialmente no dia 30, é o mesmo dos últimos seis anos, além de ser o objetivo definido para este e o próximo ano. Com isso, o Brasil persegue a mesma meta de inflação por nove anos consecutivos. Integrantes do governo chegaram a pensar em reduzir o alvo de 2013 para 4% ou 4,25%. A ideia era sinalizar ao mercado o compromisso firme de reduzir a inflação nos próximos anos. Isso ajudaria a melhorar as expectativas dos agentes econômicos, que estão pessimistas quanto ao desempenho do governo nessa área.

Redução na meta - Em seu discurso de posse, o presidente do Banco Central (BC), Alexandre Tombini, defendeu a redução da meta "no futuro", para permitir a convergência da inflação brasileira para níveis mais baixos, "semelhantes aos observados nas principais economias emergentes". O governo abortou o plano de reduzir a meta agora por considerar que essa decisão só poderia ser tomada num cenário em que a inflação já estivesse em processo de queda. Uma outra preocupação é com o crescimento da economia. Uma meta menor poderia exigir do Banco Central a aplicação de taxas de juros mais altas, o que poderia comprometer o crescimento nos próximos anos.

IPCA - O IPCA acumulado em 12 meses até maio chegou a 6,55%, no limite superior do intervalo de tolerância do regime de metas, que permite que a inflação fique dois pontos percentuais acima ou abaixo da meta. Embora o IPCA mensal esteja em queda, a variação acumulada em 12 meses pode chegar a 7% em agosto. O mercado, segundo o Boletim Focus, projeta inflação de 6,18% no fim de 2011 e de 5,18% em 2012. Isso indica que as expectativas de curto prazo vêm melhorando, mas as projeções de médio prazo, caso de 2012, têm se deteriorado. "Não há clima político no governo neste momento para redução da meta de inflação", informou um assessor graduado.

Outros indicadores - O Palácio do Planalto está preocupado com o impacto negativo da política de combate à inflação sobre o Produto Interno Bruto (PIB). Em 2010, o país cresceu 7,5%, a maior taxa em 24 anos. Em 2011, o crescimento deve ficar abaixo de 4%. Como a taxa básica de juros (Selic) chegou a 12,25% ao ano e o BC já sinalizou que o ciclo de aperto ainda não acabou, o temor é que o PIB cresça, em 2012, menos ainda do que em 2011. Com a decisão de manter o alvo em 2013, o Brasil é um dos países com maior meta inflacionária do mundo. Das 31 nações que adotam o regime, apenas seis possuem meta maior que a do Brasil: Armênia, Georgia, Indonésia, Nigéria, Rússia e Turquia. (Valor Econômico)