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SUSTENTABILIDADE I: Agricultura de Baixo Carbono é boa opção para produtores

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Criado em junho do ano passado, o programa Agricultura de Baixo Carbono (ABC) ainda não chegou ao conhecimento de grande parte dos envolvidos no agronegócio brasileiro. Muitos agricultores, técnicos e, até mesmo, instituições governamentais não possuem informações concretas sobre o funcionamento e os serviços oferecidos pelo ABC. O programa foi instituído pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) com o objetivo de estimular técnicas e atitudes que aliem produção de alimentos e bionergia com redução dos gases causadores do efeito estufa.

Crédito - O Plano Agrícola e Pecuário 2010/2011 disponibiliza R$ 18 bilhões para crédito rural. Deste total, R$ 2 bilhões são destinados ao programa ABC, para investimento em técnicas que garantem balanço positivo entre sequestro e emissão de dióxido de carbono (CO2). O programa vai garantir recursos a agricultores e cooperativas, com limite de financiamento de R$ 1 milhão por beneficiário. O crédito será financiado com taxa de juros de 5,5% ao ano e prazo de reembolso de 12 anos. A carência pode variar de seis meses a três anos dependendo da tecnologia adotada pelo produtor.

Público -Segundo o Mapa, o ABC é destinado aos agricultores de todos os biomas brasileiros e pretende, em um prazo de 10 anos, deixar de emitir 165 milhões de toneladas equivalentes de CO2. Os recursos do programa são focados em cinco práticas sustentáveis de produção: plantio direto, Integração Lavoura-Pecuária-Floresta (ILPF), plantio de florestas, recuperação de áreas degradadas e fixação biológica de nitrogênio.

Equilíbrio - Para Renato Viana Gonçalves, da divisão de cultivos florestais da Secretaria da Agricultura e do Abastecimento do Paraná (Seab), o resultado do programa vai depender da percepção do produtor e da expectativa de retorno financeiro. ''O programa vai propiciar o equilíbrio entre produção e sustentabilidade ambiental'', avalia.

Remuneração - O diretor adjunto de pesquisa do Instituto Agronômico do Paraná (Iapar), Augusto Guilherme de Araújo, lembra que a legislação ambiental está cada vez mais restritiva quanto ao uso de agrotóxicos e para o controle da erosão. ''Quando surge uma forma de transformar o impacto ambiental negativo em positivo, o produtor que se adequar pode ganhar com isso'', revela. Araújo acredita que essa iniciativa pode indicar um posicionamento favorável do governo à remuneração por serviços ambientais. ''A sociedade está começando a se conscientizar de que é preciso pagar o agricultor pelo serviço ambiental prestado. O ABC vem ao encontro desse anseio do produtor'', argumenta.

Código Florestal - De acordo com o responsável técnico da Master Ambiental, Fernando João Rodrigues de Barros, a indefinição para aprovação do novo Código Florestal dificulta o processo. Barros acredita que após a definição da nova legislação, deve se iniciar um processo de aproximação entre produtores e ambientalistas. ''Só existe um caminho: remunerar o produtor que protege a água e os recursos de sua propriedade'', reforça Barros, alegando que o Brasil só conseguirá atender a demanda mundial por alimentos se preservar sua água.

Fotossíntese - O pesquisador do Iapar, Sérgio José Alves, explica que, por meio da fotossíntese, a produção agrícola retira o carbono da atmosfera e o fixa nas plantas. Ao utilizar o produto na alimentação animal - como o farelo de soja - parte do carbono volta a ser liberado na atmosfera e parte é fixada no animal. ''O objetivo é deixar esse balanço positivo, que ocorre quando o volume de carbono retirado da atmosfera e fixado nas plantas e no solo é maior do que o emitido'', esclarece. Segundo ele, o programa ABC é uma oportunidade para o produtor. ''É uma oportunidade de ganhar mais e praticar agricultura de menor impacto ambiental'', avalia.

Mais investimentos - Além do ABC, recursos do Plano Agrícola e Pecuário 2010/2011 são investidos no Programa de Incentivo à Produção Sustentável do Agronegócio (Produsa), que inclui a cultura da palma entre os itens financiáveis, quando cultivada em áreas degradadas, e o Programa de Plantio Comercial e Recuperação de Florestas (Proflora), direcionado à implantação de florestas e à recomposição das áreas de Reserva Legal e Preservação Permanente. (Folha Rural / Folha de Londrina)

SUSTENTABILIDADE II: Plantio Direto é destaque no Paraná

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Dentre as atitudes sustentáveis enfatizadas pelo programa Agricultura de Baixo Carbono, o Plantio Direto na Palha é o mais disseminado entre os agricultores paranaenses. O pesquisador do Iapar, Sérgio José Alves, informa que o Estado possui 5 milhões de hectares plantados no sistema. O produtor Cláudio Vicente D'Agostini foi um dos pioneiros a aderir ao plantio direto. Em sua propriedade de 387 hectares, localizada em Sabáudia, D'Agostini utiliza a técnica há 20 anos. ''Não sei se ficaria na roça sem o plantio direto'', ressalta. Com o ABC, o Ministério da Agricultura pretende ampliar a área ocupada com a técnica em 8 milhões de hectares.

Rotação de cultura - ''No verão eu planto soja por dois anos e depois planto milho. Faço rotação de culturas para não ter perigo de doenças e também porque faz bem para a terra'', alega. Já no inverno, D'Agostini planta milho safrinha ou trigo. Mesmo sem saber detalhes sobre os benefícios do plantio direto para a retenção de carbono, o produtor esclarece que optou pela técnica para evitar a erosão. ''Hoje, resolvi 100% do problema, dificilmente corre água na plantação'', comemora.

 

Vantagens - A semeadura direta na palha faz com que a terra não fique exposta ao sol. Além disso, ao dispensar o revolvimento da terra, o sistema preserva a matéria orgânica no solo, o que representa mais carbono fixado. De acordo com o engenheiro agrônomo do Instituto Emater, Geraldo Moreli, a lavoura de Cláudio D'Agostini possui elevado nível de carbono por metro cúbico de solo, devido ao processo contínuo de plantio direto e à realização de rotação de culturas. ''Ao manter a palha no solo o produtor evita erosão e os microorganismos agem com mais intensidade'', explica Moreli.

 

Palhada - Segundo Sérgio Alves, com o plantio direto a taxa de apodrecimento da palha que fica na superfície é menor se comparado ao solo arado. ''Quando a palhada apodrece, uma parte do carbono é absorvida pelo solo e outra volta para a atmosfera'', elucida. Alves afirma que a média de presença de matéria orgânica do solo em Londrina é de 1,8%. ''Já registramos índices de 3% de matéria orgânica em áreas com plantio direto'', salienta.

 

Outras práticas - Em relação à fixação biológica do nitrogênio, o chefe geral da Embrapa Soja, Alexandre José Cattelan, afirma que esta é uma técnica muito importante para a cultura da soja. ''O Brasil é o país que mais utiliza essa tecnologia'', revela. A inoculação de bactérias em sementes de leguminosas reduz a adubação mineral nitrogenada e, em alguns casos, chega a substituí-la, diminuindo o custo de produção. ''Calcula-se uma economia de R$ 5 bilhões por safra no País'', informa.

 

Manejo integrado - Cattelan aponta, ainda, outras práticas agrícolas que trazem benefícios ao meio ambiente e economia ao produtor, como o Manejo Integrado de Pragas, que reduz a aplicação de inseticidas, e as pesquisas destinadas à racionalização do uso de fertilizantes, que garantem o bom desempenho das lavouras com uso de quantidade mínima de aplicações. Cattelan destaca também a rotação de culturas e o uso de cultivares resistentes a doenças, que reduzem a aplicação de agrotóxicos. (Folha Rural / Folha de Londrina)

COCAMAR II: Escritor Laurentino Gomes visita a cooperativa

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O jornalista e escritor Laurentino Gomes, autor dos consagrados livros "1808" e "1822", visitou a Cocamar no início da tarde desta terça-feira. Maringaense de nascimento, Gomes, que está na cidade para compromissos familiares, aceitou convite da integrante do Conselho de Administração da Cocamar, Olga Agulhon, para conhecer a cooperativa. Olga é também presidente da Academia de Letras de Maringá. No contato com a cooperativa, onde visitou o Acervo Histórico e a diretoria, Laurentino Gomes, que foi repórter do jornal O Estado de S. Paulo e da Revista Veja, disse que sua família tem raízes na agricultura, onde manteve propriedade em Água Boa, município de Paiçandu. (Imprensa Cocamar)

MILHO SAFRINHA: Cultivo anima produtores do grão de todo país

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A safrinha de milho está sendo cultivada em clima de grande otimismo em todo o país. O Globo Rural foi ver como está a situação de plantio no Paraná e em Mato Grosso, dois principais estados produtores do grão.

Na fazenda do agricultor Paulo Lauxen, em Sinop, no norte de Mato Grosso, a área de milho safrinha está menor. Ele diz que o plantio foi feito com mais de 20 dias de atraso, já que a colheita da soja se estendeu este ano por causa do clima. Em muitos talhões o milho está pequeno. "Estava com a semente, o adubo e os insumos todos comprados. Então, a gente plantou. Mas é área de risco. Precisamos ainda tem o mínimo de 40 dias de chuva para ser uma produção razoável", esclarece o agricultor. Mesmo com toda a correria, Paulo Lauxen explica que não conseguiu plantar os 1,8 mil hectares que havia planejado. "Ficaram 200 hectares sem plantar. A semente ficou guardada porque não adianta mais plantar. Nem para a palhada não daria".

 

Área menor - Segundo o IMEA, Instituto Mato Grossense de Economia Agropecuária, a área cultivada no estado deve ficar em 10% a menos que na safrinha passada. Essa é a maior redução desde 1990, quando os agricultores começaram a investir no milho segunda safra em Mato Grosso. Apesar da redução na área os agricultores esperam um bom lucro na safrinha. O preço da saca de milho está bem melhor se comparado ao mesmo período do ano passado. Além disso, o custo para produzir diminuiu."No pacote de alta tecnologia houve uma redução em torno de 7%, puxada principalmente pela redução dos fertilizantes, que teve um decréscimo de 20%", avalia Otávio Celidônio, superintendente do IMEA.

 

Paraná - No Paraná, houve sol e chuva na hora certa. O tempo ajudou paras o milharal ficar bonito. Na lavoura de Paulo Orso, o milho safrinha está na fase de formação de espigas. Nesse ano, o produtor aumentou a área de plantio em 20% e está contente com o resultado. Os grãos são de qualidade e boa parte da produção foi vendida antecipadamente. Agora, é só esperar a colheita, prevista pra junho. "A maior parte da nossa região foi privilegiada pelas condições de verão. Até pela nossa colheita de soja, propiciou que a gente plantasse praticamente dentro do tempo recomendado, no final de janeiro e no começo de fevereiro. Então temos a grande maioria das lavouras da nossa região na fase de espigamento ou formação de grãos", detalha Orso.

 

Aumento - A área cultivada com milho safrinha no Paraná deve crescer cerca de 20% em relação à safrinha passada. Nessa safrinha os produtores estão mais otimistas. O bom preço de comercialização dos grãos estimulou o plantio. Os custos de produção no Paraná são: para uma produtividade média de 70 sacas por hectare o produtor deve faturar, aos preços de hoje, R$ 1.680,00 por hectare. Segundo o Deral, o custo de produção é de R$ 1.235,00. Sobram R$ 445 por hectare.

 

Momento bom - "É um momento muito bom para o campo. O milho está num bom preço hoje. A tendência do milho é que esse preço permaneça alto. Então, a segunda safra de milho no oeste do Paraná vai ser uma safra que terá bons preços. O mercado está demandando mais milho. Com isso, o preço está muito atrativo para o produtor rural", avalia Dilvo Grolli, presidente da Coopavel. (G1 / Globo.com)

FEIJÃO: Área da segunda safra reduz 7% no Paraná

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A extensão destinada ao plantio da segunda safra de feijão do Paraná em 2011 foi 7% menor que a do ano passado. São 178.357 hectares contra 191.137 de 2010, conforme novo relatório do Departamento de Economia Rural (Deral) da Secretaria Estadual da Agricultura e do Abastecimento (Seab). Os técnicos voltaram a campo e constataram que 70% das lavouras apresentam bom estado, enquanto 25% estão regulares e 5%, ruins. A redução na área acompanha queda de 10% no preço do feijão de cor ao produtor no último ano: a cotação passou de R$ 75 para R$ 67 por saca de 60 quilos. De acordo com o relatório do Deral, se o clima colaborar, a colheita da segunda safra deve render 318 mil toneladas (produtividade de 1.786 quilos por hectare), 8% a mais que o índice da mesma temporada em 2010. A segunda safra é a mais produtiva do ano, superando a primeira, que resultou em volume maior (532 mil toneladas), mas rendeu apenas 1.540 kg/ha. O estado é o maior produtor brasileiro de feijão e participa das três safras de feijão por ano. (Caminhos do Campo / Gazeta do Povo)

ALIMENTOS: Brasil sob pressão para ajudar países mais pobres

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O Brasil e outros emergentes estão sob pressão para aumentar em bilhões de dólares a ajuda para as nações mais pobres do planeta, e compensar o corte que países desenvolvidos estão fazendo nas suas doações aos mais vulneráveis. Uma aliança exótica envolvendo os países ricos e os mais pobres busca arrancar dos emergentes compromissos firmes de ajuda já na quarta conferência das Nações Unidas sobre os países menos desenvolvidos, dentro de duas semanas em Istambul (Turquia).

Estoque alimentar - No curto prazo, essa aliança quer que exportadores agrícolas, como o Brasil e Argentina, ajudar a manter o estoque alimentar de urgência para as nações mais pobres, seja com dinheiro ou produtos. No médio prazo, o objetivo é que os emergentes se juntem aos países ricos para "coordenarem as políticas de desenvolvimento", um modo de dizer que os dois lados devem dividir a conta da luta contra a pobreza, especialmente na África.

 

Recursos - A necessidade de recursos é enorme. Só para investimentos em infraestrutura na África subsaariana faltam mais de US$ 43 bilhões por ano. Para aumentar a produção agrícola em 70% e poder atender a demanda, a estimativa é de US$ 83 bilhões de investimentos.

 

Sinais - O ministro de Cooperação da França, Henri de Raincourt, disse em Genebra que ouviu nas reuniões do FMI e do Banco Mundial sinais perigosos de alguns países ricos se orientando para cortes da Ajuda Oficial ao Desenvolvimento (ODA, na sigla em inglês). A Agência da ONU para o Comércio e o Desenvolvimento (Unctad) confirma que, apesar de "sinais encorajadores" em 2010, a indicação agora é de "forte queda" da ajuda dos ricos para os pobres entre 2011-2013. Europeus e americanos alegam a necessidade de reduzir seu déficit orçamentário. O compromisso dos ricos é de dar 0,7% do seu PIB para ajuda aos países pobres, mas esse percentual não passou de 0,5%, uma diferença de vários bilhões de dólares.

 

Japão - Na Organização de Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), espécie de clube dos ricos, o Japão defende a ideia de contabilizar a cooperação Sul-Sul como ajuda global ao desenvolvimento e assim compensar a redução da contribuição dos desenvolvidos.

 

Reação - Emergentes como o Brasil reagem dizendo que a cooperação Sul-Sul segue padrões diferentes da ajuda dada pelo Norte rico ao Sul pobre e não pode ser "válvula de escape" para o recuo na ajuda europeia e americana. Em recente reunião em Nova York, o Departamento Econômico da ONU (Desa) insistiu que, para a conferência de Istambul, só faltava a "contribuição dos emergentes". Todos os lados concordam que os efeitos de menos ajuda aos 48 países mais pobres serão desastrosos. (Valor Econômico)

EXPEDIÇÃO SAFRA: Atraso à expansão no MaToPiBa

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A falta de infraestrutura está prejudicando a expansão da produção de grãos na região formada por Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia (MaToPiBa) e deixando milhões de hectares de terras economicamente inativos. A Expedição Safra Gazeta do Povo apurou que a ampliação das áreas de soja e milho ocorre em ritmo bem mais lento do que o programado pelo setor. Nos quatro estados, técnicos e jornalistas do projeto se depararam com estradas em condições precárias, balsas sobrecarregadas e ferrovias ainda em construção. A produção crescente se afunila em terminais portuários cada vez menores para a demanda.

Área - Na safra 2010/11, as lavouras foram ampliadas em apenas 170 mil hectares. A região precisaria plantar 650 mil hectares extras por ano para chegar a 10 milhões de hectares em uma década, conforme projeção lançada em 2008. O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) estima em 20 milhões de hectares o tamanho da área agricultável na "nova fronteira agrícola" do país.

 

Terminal de grãos - Apontada pelos agricultores como a obra mais urgente, o Terminal Público de Grãos do Maranhão (Tegram) deve ser concluído em 2013, conforme a Empresa Maranhense de Administração Portuária (Emap). O projeto, que ainda depende de aprovação da Agencia Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq), contempla a construção de quatro armazéns, cada um com capacidade para 125 mil toneladas, e nova estrutura para recepção e carregamento dentro do Porto do Itaqui, em São Luis (MA). Com apenas um silo para armazenagem, o Porto movimenta atualmente 2 milhões de toneladas de grãos por ano, volume que deve chegar a 6 milhões ainda nesta década.

 

Prazos - As obras de infraestrutura ganham novos prazos de conclusão em cada gestão do governo federal. A ferrovia Transnordestina - que terá 1,7 mil quilômetros entre Eliseu Martins (PI) e os portos de Suape (PE) e Pecém (CE) - está em andamento e deve ser concluída em 2013, prometeu a presidente Dilma Rousseff. A construção da ferrovia Norte-Sul avança em Tocantins, mas os trechos já concluídos ainda são pouco usados para o escoamento da produção da região de Pedro Afonso e Porto Nacional, por exemplo. O asfaltamento da Transcerrado - rodovia que atravessa o polo de grãos do Piauí - passa por estudo há mais de um ano.

 

Maior problema - O superintendente do Sistema Nacional de Aprendizagem Rural (Senar) no Maranhão, Antonio Luiz Figueiredo, considera que a falta do terminal de grãos é o maior problema do MaToPiBa. "Hoje, muitos caminhoneiros aguardam até três dias para descarregar no porto porque falta armazém", reclama. Com a construção de ferrovias, estados do Centro-Oeste que hoje usam os portos de Santos (SP) e Paranaguá (PR) devem utilizar estrutura intermodal - mais barata e menos poluente que a exclusivamente rodoviária -, para escoar a produção pelos portos do Norte e Nordeste.

 

Infraestrutura - A infraestrutura determina em boa medida a expansão da produção agrícola. A série histórica de dados da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) mostra que, na última década, o Paraná - que conta com mais estrutura de escoamento que o MaToPiBa - ampliou as lavouras em 1,17 milhão de hectares (20%), apesar de ter bem menos áreas disponíveis. Em Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia, o avanço foi de 1,4 milhão de hectares no período (55%), ou seja, só 240 mil hectares a mais do que nos campos paranaenses, onde as pastagens precisam ser reduzidas para dar lugar aos grãos.

 

Parada obrigatória - A Expedição Safra Gazeta do Povo percorre a nova fronteira agrícola formada por Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia há quatro safras, acompanhando de perto o desenvolvimento da região, puxado pela soja. Para Giovani Ferreira, coordenador do projeto, e gerente do Núcleo de Agronegócio do Grupo Paranaense de Comunicação (GRPCom), se houvesse melhor estrutura logística, "com certeza o ritmo de crescimento seria mais intenso". Ele acrescenta que o aquecimento do mercado nordestino de carnes, que absorve boa parte da produção de grãos, tende a estimular o cultivo cada vez maior. "A indústria cresceu muito e tem oferecido bons preços aos produtores. Isso supera, em parte, a deficiência logística", observa.(Caminhos do Campo / Gazeta do Povo)

ECONOMIA: Mantega defende gradualismo no câmbio e contra inflação

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O ministro da Fazenda Guido Mantega defendeu nesta segunda-feira o gradualismo das medidas do governo no combate contra a inflação e a valorização cambial. "Não podemos nos apressar e tomar excessivas medidas no curto prazo porque pode derrubar a economia", disse Mantega durante reunião com investidores, referindo-se ao combate à alta de preços. Defendendo a declarada intenção do Banco Central de perseguir o centro da meta de inflação, de 4,5 por cento, apenas no ano que vem, visto que há um choque patrocinado pela alta das commodities, o ministro mostrou-se contrário a medidas mais agressivas. "É justificável (perseguir centro da meta em 2012) porque estamos vivendo um choque de oferta", afirmou. "Não estamos sendo tolerantes, mas também não adianta tomar medidas que não levam a nada".

Pressão - Segundo ele, apesar da pressão atual nos índices de preços, o teto da meta, de 6,5 por cento, não deve ser ultrapassado. Mantega considerou desnecessária uma alta imediata do preço da gasolina. Mas se ela ocorrer o governo deve neutralizar esse aumento com uma queda da Cide, taxação que incide sobre os preços de combustíveis. Mantega repetiu que o governo tem tomado medidas no sentido de reduzir o ritmo de expansão da economia e que o crescimento do país é sustentável. Para este ano, ele espera um aumento de cerca de 10 por cento dos investimentos e que o déficit nominal fique em torno de 1,7 por cento do PIB. No câmbio, Mantega afirmou que o governo continuará tomando medidas para impedir valorização excessiva do real, mas que não se pode tomar uma "medida por dia". (Reuters / RPC)

EXPOLONDRINA II: Bancos financiaram R$ 118 milhões até sexta

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Os três agentes financeiros presentes na Expo Londrina 2011 - Banco do Brasil, Banco Regional de Desenvolvimento do Extremo Sul (BRDE) e a cooperativa Sicredi - fecharam até sexta-feira (15/04) R$ 118 milhões em financiamentos. Com linhas do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e do Tesouro Nacional, os negócios envolvem a aquisição de maquinário agrícola e animais. Mas não foram beneficiados somente os produtores rurais. O BRDE atendeu empresários de diversos segmentos.

Parcial - O levantamento parcial do Banco do Brasil, feito a pedido da FOLHA, mostra que a instituição já havia aprovado R$ 40 milhões em financiamento até ontem. Mas com as operações do final de semana e o pós-feira, que vai até dia 29, a estimativa é alcançar R$ 70 milhões. Se comprovado, este valor vai representar um crescimento de 75% frente ao ano passado. ''Além desses negócios já fechados, ainda temos muitos cientes em compasso de espera, pesquisando taxas'', afirma o superintendente regional do banco, Flávio Mazzaro. Segundo ele, as taxas giram em torno de 6,75% ao ano. E, para quem fecha negócio durante a feira, há mais prazo para pagar. ''Para aquisição de matrizes (gado), por exemplo, estamos oferecendo 3 anos de carência e 5 anos para o pagamento de 100% do valor do animal'', afirma. Fora da feira, o prazo de pagamento é de 3 anos e o valor financiável e de até 80% do animal. De acordo com Mazzaro, a explicação para um aumento tão grande nos negócios é a melhora da renda e a redução do endividamento dos produtores. ''A safra foi muito boa, ninguém pode reclamar'', afirma.

 

Sicredi - No Sicredi, já estavam garantidos até sexta R$ 35 milhões em negócios entre financiamento de maquinário e gado. Mas a estimativa também era fechar várias outras operações no fim de semana e no pós-feira. ''Estimamos um total de negócios 50% maior que o do ano passado'', disse o superintente regional da Cooperativa, Rogério Machado. Em 2010, o Sicredi aprovou apenas R$ 28 milhões em financiamento. ''A safra foi muito boa e o produtor rural está bem mais confiante. Então, acaba investindo mais. Esta é a melhor feira da qual participamos'', diz Machado.

 

BRDE - Já no BRDE, a maioria dos beneficiados foram empresários de outras áreas, com exceção da Integrada Cooperativa Agroindustrial, que tomou R$ 12 milhões dos R$ 43 milhões já negociados pelo banco. ''O balanço até agora é muito positivo. Tivemos oportunidade de atender não só os visitantes da feira, pois fizemos visitas a várias empresas da região'', explicou o diretor de Acompanhamento e Recuperação de Crédito, Nivaldo Assis Pagliari. No ano passado, o banco financiou somente R$ 18 milhões.

 

Campo - Apesar de ter atendido principalmente o empreendedor urbano, segundo Pagliari o banco fez uma 'boa' divulgação dos produtos do BNDES voltados para o campo, como o ABC, que visa à redução de emissão de gases pela agricultura incentivando a plantação de pinus e a recuperação das pastagens. Pelo programa, com juros de 5,5% ao ano, o produtor pode financiar até R$ 1 milhão, com carência de 6 anos para ínicio do pagamento.

 

Otimismo - A ExpoLondrina terminou neste domingo (17/04) em clima de otimismo. O balanço geral só será divulgado na próxima semana, mas o presidente da Sociedade Rural do Paraná (SRP), Gustavo Andrade e Lopes, disse ter convicção que o evento baterá a meta de movimentação estimada em R$ 200 milhões. Também espera-se um recorde de público, acima de 480 mil pessoas nos 10 dias de feira. (Folha de Londrina)

CONJUNTURA I: G-20 cria plano para evitar desequilíbrios econômicos

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As economias desenvolvidas e emergentes reunidas no G-20 concordaram em criar um plano para corrigir os desequilíbrios macroeconômicos que levaram à crise econômica recente, durante encontros realizados nos últimos dias em Washington. Mas ainda há muitas dúvidas sobre a eficácia desse entendimento, pois faltam mecanismos para obrigar os países a seguir as recomendações que serão feitas até outubro.

Desequilíbrios em conta corrente - A maior preocupação do G-20 são os fortes desequilíbrios em conta corrente, considerados a principal causa macroeconômica da crise recente, com altos superávits em países como China e Alemanha espelhados por déficits excessivos nos EUA. Para os americanos, a valorização da moeda chinesa é parte obrigatória de um ajuste, enquanto a China sustenta que os juros extremamente baixos nos EUA são o centro do problema.

 

Subvalorização cambial - Em reunião dos ministros da fazenda do G-20 na sexta (15/04), foi definido um plano que não toca nesses dois problemas diretamente, mas poderá levar à correção pelo menos da subvalorização cambial chinesa. O Fundo Monetário Internacional (FMI) analisará desequilíbrios fundamentais das principais economias do mundo, como baixa taxa de consumo e alta poupança na China e excesso de consumo e baixa poupança nos EUA. "Completamos o primeiro passo", disse a ministra da economia da França, Christine Lagarde. "Agora vamos mover para o passo dois, que vai nos ajudar a fazer recomendações para os chefes de Estado em nossa reunião de outubro."

 

Indicadores - Em fevereiro, numa reunião em Paris, o G-20 já havia concordado em selecionar três grupos de indicadores para determinar se as economias estavam em desequilíbrio: 1) déficit e dívida e pública; 2) poupança e divida privada; 3) externos, incluindo balança comercial e fluxos de investimentos. Dessa vez, em Washington, foi definido quais são os parâmetros usados para julgar se as economias estão em equilíbrio dentro desses parâmetros.

 

Metodologias - Foram adotados quatro conjuntos de metodologias, incluindo modelos econométricos que vão projetar a evolução das economias dentro desses indicadores, além de três parâmetros puramente estatísticos que basicamente servem para verificar como as economias estão evoluindo em comparação aos seus padrões históricos.

 

Avaliação - Todos os países do G-20, incluindo Brasil, vão ser avaliados de acordo com essa metodologia. Mas foi selecionado um grupo de sete economias que representam pelo menos 5% do PIB do conjunto das economias do G-20 para receber uma análise mais aprofundada. Os nomes dessas economias e os critérios de sua seleção não foram divulgados. Mas, de forma reservada, autoridades no encontro revelaram que o grupo é formado por EUA, China, Japão, Alemanha, França, Reino Unido e Índia.

 

Passo seguinte - De agora em diante, o G-20 avança para o segundo passo, que consiste basicamente em avaliar as economias com base nesses indicadores, num trabalho a ser feito pelo FMI. Em outubro, os chefes de Estado receberão as recomendações de como corrigir os desequilíbrios. Mas estão livres para não segui-las, pois não há nenhum mecanismo que os obrigue a fazê-lo. O G-20, porém, aposta no poder de pressão dos demais países para avança nessa agenda.

 

Versão - No fim, o mecanismo adotado é uma versão muito mais complicada, penosa e obscura do que o secretário do Tesouro dos Estados Unidos, Timothy Geithner, havia proposto em fins do ano passado. Ele queria apenas um indicador, o resultado de conta corrente, para apontar mecanicamente os países que precisam reequilibrar sua economia. O Brasil também tem interesse na flexibilidade da moeda chinesa, para evitar efeitos colaterais como a aguda valorização do real, por isso está se alinhando com os EUA nesse debate.

 

Solução - O caminho cheio de curvas adotado pelo G-20 foi a única solução aceita pelos chineses, que fizeram tudo ao seu alcance para selecionar indicadores que estivessem o mais longe possível de sua taxa de câmbio. Nos últimos dias em Washington, a China também exigiu que fossem mantidos em segredo os nomes dos países que vão receber analise mais rigorosa do G-20. A China já vem valorizando sua taxa, mas num ritmo muito lento, e o país anunciou um plano em fins do ano passado para corrigir os problemas do baixo consumo doméstico, alta poupança e excessiva dependência de exportações para puxar o seu crescimento. (Valor Econôico)

CICLO DE PALESTRAS: Roberto Rodrigues fala sobre a expansão do agronegócio

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ACORDO UE/MERCOSUL: União Europeia reclama de barreiras argentinas à importação

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As medidas tomadas pela Argentina em fevereiro para restringir as importações por meio das licenças prévias podem tornar-se novo ponto sensível nas negociações do acordo de livre comércio entre a União Europeia (UE) e os países do Mercosul. O comissário de Comércio europeu, Karel De Gucht, disse nesta quinta-feira (14/04), no Parlamento da UE, em Bruxelas, que as "medidas protecionistas" colocaram problemas aos exportadores europeus ao dificultar o desembarque de mercadorias do setor automotivo na Argentina. Segundo De Gucht, as restrições argentinas violam as normas da Organização Mundial do Comércio (OMC) e estão sendo discutidas bilateralmente. "Se não houver acordo, iremos recorrer à OMC", diz o comissário. Ele afirmou ainda que a iniciativa argentina pode prejudicar o clima de negociações do acordo entre UE e Mercosul.

 

Itens - Em fevereiro, a Argentina ampliou de 400 para 600 o número de itens submetidos à licença prévia, instrumento que torna mais lenta a importação. A iniciativa atingiu automóveis e autopeças, eletrodomésticos e produtos químicos, entre outros. Na prática, a restrição desestimula a aquisição, no exterior, de bens e insumos pelo comércio e indústria argentinas. A medida prejudica todos os que querem exportar para a Argentina.

 

Consenso - Por enquanto a ideia é conseguir uma solução consensual. "Não vamos falar em contencioso agora. Vamos tentar encontrar pelo diálogo uma solução", diz José Manuel Durão Barroso, presidente da Comissão Europeia. "O protecionismo é mau, significa que as pessoas compram as coisas mais caros, quando podiam comprar mais barato. A economia tem de se abrir. Se há setores sensíveis, tem de haver um equilíbrio", diz Barroso.

 

Negociações - Com negociações iniciadas em 1999, o acordo entre UE e Mercosul chegou a um impasse e foi suspenso em 2004 pela falta de consenso, principalmente quanto às tarifas que protegem a agricultura europeia dos produtos exportados pelo Mercosul. A negociação foi retomada no ano passado e a próxima rodada de negociações está prevista para maio. A apresentação da nova lista de ofertas pelos dois blocos está marcada para fim de maio e início de junho. Segundo Barroso, a UE mantém a expectativa que os quatro países do Mercosul coloquem sobre a mesa uma proposta em conjunto.

 

Produtos agrícolas - Na sessão parlamentar desta quinta, em Bruxelas, a discussão sobre o acordo entre os dois blocos incluiu discussões que revelam o já reconhecido ponto sensível do lado europeu: o dos produtores agrícolas, principalmente de carne, da França e da Irlanda. "Somos grandes importadores e exportadores de produtos agrícolas. O acordo com o Mercosul apresenta problemas no campo agrícola e teremos isso em conta", disse De Gucht. Segundo ele, a UE tem mecanismos para equilibrar a situação. "A compensação será parte da solução do lado europeu", disse.

 

Regulamentações - Uma das preocupações europeias diz respeito às regulamentações sociais e ambientais. Atualmente, alegam os franceses, os produtores europeus obedecem a normas que acabam gerando custos adicionais, dos quais estariam livres os setores agrícolas de países do Mercosul. De Gucht disse que cláusulas sociais e questões ambientais são pontos delicados a serem solucionados. John Clancy, porta-voz para a área de comércio da UE, também relativiza o impasse com os franceses. Nas negociações comerciais, diz, há sempre temas sensíveis. "Não há combinação perfeita que satisfaça a todos." Apesar do otimismo, os europeus preferem não falar em prazos para aprovar as listas de ofertas.

 

Indústria - Na retomada das conversas sobre o tratado no ano passado, a indústria brasileira chegou a demonstrar resistências às discussão. Representantes da UE que acompanham o assunto percebem um receio das indústrias brasileiras de que a redução de tarifas em bens manufaturados originados da Europa possa prejudicá-las num momento em que elas se queixam da concorrência dos chineses. Em relação ao acordo, entre os setores considerados mais sensíveis no Brasil estão os de produtos químicos, de eletroeletrônicos e o automobilístico. Os diplomatas brasileiros que acompanham o assunto, porém, dizem que os acordos comerciais sempre possuem pontos sensíveis e é preciso negociar. O mercado formado pelos dois blocos representa 750 milhões de pessoas. (Valor Econômico)

BALANÇA: Brasil tem novo recorde de exportações do agronegócio

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O Brasil estabeleceu novo recorde nas exportações do agronegócio e alcançou US$ 79,8 bilhões, um crescimento de 19,7%, entre abril de 2010 e março de 2011. No próximo mês, o país deve superar os US$ 80 bilhões em exportação, um número inédito na história do comércio exterior do agronegócio brasileiro. O superávit comercial, consequentemente, também aumentou e chegou a US$ 65,5 bilhões, nos últimos 12 meses, na série histórica para o período.

Maior cifra - O mês de março registrou a maior cifra, US$ 7,4 bilhões, o que representa um incremento de 22,6% em comparação ao mesmo período do ano passado. O saldo mensal ficou em US$ 5,9 bilhões. Os dados são apurados pelo Ministério da Agricultura desde 1989.

 

Setores - Cinco setores contribuíram significativamente para o aumento do valor no mês de março. São eles: o complexo soja (grão, farelo e óleo) aumentou 26,3%, o que representa receita de US$ 2,05 bilhões. O café teve incremento de 61,9%, o equivalente a US$ 704 milhões; o setor de cereais, farinhas e preparações subiu 183,7%, volume que corresponde a US$ 387 milhões; o item carnes aumentou 18,9%, percentual que corresponde a US$ 1,36 bilhão; e complexo sucroalcooleiro (açúcar e etanol) teve acréscimo de 27,1%, o equivalente a US$ 899 milhões. A participação destes itens passou de 67,2%, em março de 2010, para 73,2% do total exportado em março de 2011.

 

Redução - Apesar do aumento geral do complexo soja (grão, farelo e óleo), houve redução da quantidade exportada de grãos e farelo, mas a queda foi compensada com a elevação dos preços (34,1% em relação ao grão e 19,5% sobre o farelo). Diferentemente, o óleo teve aumento de 138,7% na quantidade exportada (a alta de preços foi de 45,3%).

 

Carnes - Assim como a soja, também houve diminuição na quantidade exportada de algumas carnes, equilibrada, porém, com a alta dos preços. Isso aconteceu com as carnes bovina e suína in natura. As carnes de frango in natura e industrializada, no entanto, tiveram um incremento da quantidade exportada de 2% e 23,7%, respectivamente. As duas registraram elevação dos preços. Com isso, a receita geral de carnes ficou em US$ 1,356 bilhão, 18,9% maior em relação a março de 2010.

 

Sucroalcooleiro - No complexo sucroalcooleiro (açúcar e etanol), houve aumento dos preços e da quantidade exportada. O valor geral das exportações chegou a US$ 899 milhões, um crescimento de 27,1% em relação ao mesmo período do ano passado. O açúcar teve um aumento de 14,8% nos preços e o valor exportado ficou em US$ 838 milhões, 25,8% maior. Em relação ao álcool, foi registrado um incremento de 20% nos preços e o valor aumentou 48,8%, totalizando US$ 60 milhões nas exportações.

 

Destinos das exportações - Os valores exportados aumentaram para a maioria das regiões. A União Europeia, que engloba 27 países, e ocupa o primeiro lugar nas importações de produtos agrícolas brasileiros, aumentou a compra em 31,7% - passou de US$ 1,6 bilhão em março de 2010 para US$ 2,2 bilhões em março de 2011. Em segundo lugar, está a Ásia, com um incremento de 1,4%, e chegou a US$ 1,948 bilhão. Neste mês, a África subiu para a terceira posição, com elevação de 80,6% - de US$ 410 milhões para US$ 740 milhões. (Mapa)

EXPOLONDRINA: Renda no campo e na cidade

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Na relação entre campo e cidade, a fronteira definida dá lugar cada vez maior à integração. Globalizado, o produtor rural transforma o trabalho diário em negócio, garantindo alimentos, insumos e matérias-primas para a zona urbana. Na cidade, desenvolvem-se pesquisas e tecnologias que fomentam a produção, gerando a contrapartida necessária para mover a engrenagem do agronegócio que, no ano passado, garantiu um saldo positivo de US$ 60 bilhões na balança comercial brasileira.

Mote - O mote da 51ªExposição Agropecuária e Industrial de Londrina, que começou na semana passada e vão até domingo (17/04) no Parque Ney Braga, sintetiza esse cenário. O slogan ‘‘O show de quem produz'', de acordo com o presidente da Sociedade Rural do Paraná (SRP), Gustavo Andrade e Lopes, foi escolhido para celebrar toda a cadeia produtiva do setor - do produtor ao consumidor final - que frequenta a feira também como visitante e expectador da programação cultural. ‘‘A estrutura da Expo representa todos os setores da economia'', diz Lopes.

Interdependência - Para o presidente, cidade e campo são ‘‘interdependentes''. A relação entre as duas realidades é bastante evidente no Norte do Paraná, onde o clima favorece a diversidade do agronegócio, muitas pesquisas realizadas por universidades focalizam o setor e a forte presença da agroindústria reforça a ligação. ‘‘Garantir a força do agronegócio é garantir a distribuição de renda'', afirmou.

 

Público diverso - A programação da feira vai privilegiar a diversidade do público. Os encontros, simpósios e cursos enfocarão desde novas tecnologias até temas de interesse geral, como aproveitamento de alimentos ou a palestra programada pela Federação Paranaense de Cardiologia sobre mitos e verdades à respeito do consumo de carne.

 

Agroindústria - Para o gerente técnico e econômico do Sistema Ocepar, Flávio Turra, o crescimento do setor agroindustrial é um sinal evidente dos benefícios da parceria entre campo e cidade. ‘‘A agroindústria agrega valor na região produtora'', diz. Ele exemplifica que a exportação do frango - que consumiu soja e milho - gera mais impacto financeiro para a região do que a simples exportação da soja in natura. ‘‘O produtor tem resultados melhores e aquece toda a economia local.'' Conforme o gerente, 42% dos produtos recebidos são industrializados nas próprias cooperativas. A produção é totalmente consumida no mercado interno, que ainda tem muito espaço para crescer. ‘‘Nos últimos cinco anos, as cooperativas investiram R$ 5 bilhões na agroindústria'', complementa.

 

PIB - O assessor da diretoria da Federação da Agricultura do Estado do Paraná (Faep), Carlos Augusto Albuquerque, acrescenta que o agronegócio representa 35% do PIB do Paraná. Desse montante, 10% é relativo à agropecuária e os outros 25% são relativos ao valor agregado pela industrialização. ‘‘É o saldo positivo do agronegócio que sustenta a balança comercial brasileira'', enfatiza. (Folha de Londrina)