SUSTENTABILIDADE II: Plantio Direto é destaque no Paraná

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Dentre as atitudes sustentáveis enfatizadas pelo programa Agricultura de Baixo Carbono, o Plantio Direto na Palha é o mais disseminado entre os agricultores paranaenses. O pesquisador do Iapar, Sérgio José Alves, informa que o Estado possui 5 milhões de hectares plantados no sistema. O produtor Cláudio Vicente D'Agostini foi um dos pioneiros a aderir ao plantio direto. Em sua propriedade de 387 hectares, localizada em Sabáudia, D'Agostini utiliza a técnica há 20 anos. ''Não sei se ficaria na roça sem o plantio direto'', ressalta. Com o ABC, o Ministério da Agricultura pretende ampliar a área ocupada com a técnica em 8 milhões de hectares.

Rotação de cultura - ''No verão eu planto soja por dois anos e depois planto milho. Faço rotação de culturas para não ter perigo de doenças e também porque faz bem para a terra'', alega. Já no inverno, D'Agostini planta milho safrinha ou trigo. Mesmo sem saber detalhes sobre os benefícios do plantio direto para a retenção de carbono, o produtor esclarece que optou pela técnica para evitar a erosão. ''Hoje, resolvi 100% do problema, dificilmente corre água na plantação'', comemora.

 

Vantagens - A semeadura direta na palha faz com que a terra não fique exposta ao sol. Além disso, ao dispensar o revolvimento da terra, o sistema preserva a matéria orgânica no solo, o que representa mais carbono fixado. De acordo com o engenheiro agrônomo do Instituto Emater, Geraldo Moreli, a lavoura de Cláudio D'Agostini possui elevado nível de carbono por metro cúbico de solo, devido ao processo contínuo de plantio direto e à realização de rotação de culturas. ''Ao manter a palha no solo o produtor evita erosão e os microorganismos agem com mais intensidade'', explica Moreli.

 

Palhada - Segundo Sérgio Alves, com o plantio direto a taxa de apodrecimento da palha que fica na superfície é menor se comparado ao solo arado. ''Quando a palhada apodrece, uma parte do carbono é absorvida pelo solo e outra volta para a atmosfera'', elucida. Alves afirma que a média de presença de matéria orgânica do solo em Londrina é de 1,8%. ''Já registramos índices de 3% de matéria orgânica em áreas com plantio direto'', salienta.

 

Outras práticas - Em relação à fixação biológica do nitrogênio, o chefe geral da Embrapa Soja, Alexandre José Cattelan, afirma que esta é uma técnica muito importante para a cultura da soja. ''O Brasil é o país que mais utiliza essa tecnologia'', revela. A inoculação de bactérias em sementes de leguminosas reduz a adubação mineral nitrogenada e, em alguns casos, chega a substituí-la, diminuindo o custo de produção. ''Calcula-se uma economia de R$ 5 bilhões por safra no País'', informa.

 

Manejo integrado - Cattelan aponta, ainda, outras práticas agrícolas que trazem benefícios ao meio ambiente e economia ao produtor, como o Manejo Integrado de Pragas, que reduz a aplicação de inseticidas, e as pesquisas destinadas à racionalização do uso de fertilizantes, que garantem o bom desempenho das lavouras com uso de quantidade mínima de aplicações. Cattelan destaca também a rotação de culturas e o uso de cultivares resistentes a doenças, que reduzem a aplicação de agrotóxicos. (Folha Rural / Folha de Londrina)

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