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A bancada federal do Paraná vai concentrar a maior parte dos recursos de emendas coletivas à Lei Orçamentária Anual (LOA) da União de 2012 em projetos de execução do governo do estado. Do total de R$ 1,13 bilhão que será sugerido pelos parlamentares em 20 emendas, R$ 520 milhões são para sete ações da gestão Beto Richa (PSDB). Outros R$ 515 milhões serão utilizados em 11 empreendimentos com aplicação direta do governo federal e R$ 95 milhões serão transferidos para dois programas das prefeituras de Curitiba e Maringá.
Política de boa vizinhança - Os números são resultado da política de boa vizinhança entre Richa e a bancada às vésperas das eleições municipais do ano que vem. “Governador e deputados estão bem mais sintonizados e isso é bom para todo mundo”, diz o secretário da Representação do Paraná em Brasília, Alceni Guerra. Dentre os incentivos, Richa se comprometeu a dar contrapartidas com verbas estaduais para recursos de emendas federais liberadas por deputados e senadores.
Trâmite - A simples apresentação das emendas, porém, não garante os investimentos. Os pedidos precisam agora ser aprovados pela Comissão Mista de Orçamento do Congresso Nacional e depois acatados pelo Poder Executivo. Sempre há cortes nas duas etapas.
2010 - No ano passado, por exemplo, a bancada paranaense apresentou R$ 802 milhões em emendas à LOA 2011, mas o valor final aprovado foi de R$ 336 milhões. Depois disso, a fase mais difícil é a de execução orçamentária. Do total previsto, o governo federal havia desembolsado até ontem apenas R$ 7 milhões – e para apenas uma das 20 obras, a construção do contorno rodoviário de Cascavel.
Mais cara - Dentre as emendas para 2012, a mais cara é para a ampliação e melhoria da infraestrutura do Porto de Paranaguá, de R$ 170 milhões, com transferência de recurso para o estado. Depois, há duas obras de adequação na BR-376, de R$ 100 milhões e R$ 90 milhões, que serão geridas pelo Departamento Nacional de Infraestrutura de Transporte (Dnit). Em quarto lugar, aparece uma sugestão de R$ 80 milhões para a aquisição de equipamentos para hospitais filantrópicos, como o Pequeno Príncipe, em Curitiba.
Equilibrada - Para o deputado Eduardo Sciarra (PSD), a escolha está equilibrada. “Acho que elas atendem a todos os interesses estruturantes do estado. Houve sim uma sintonia com o governo do estado, o que foi uma novidade”, opina Sciarra.
Racionalização - Já o coordenador da bancada, deputado Fernando Giacobo (PR), afirma que os parlamentares tentaram racionalizar a escolha das emendas. “Nós desperdiçamos muitas emendas nos últimos anos em obras que nem sequer tinham projetos. Agora só escolhemos aquelas obras que já estão encaminhadas. Chega de emenda feita para aparecer, que nunca recebe recurso”, diz.
Empenhados - Na LOA de 2010, apenas R$ 82 milhões dos R$ 264 milhões autorizados em emendas de bancada para o Paraná foram empenhados – ou seja, ficaram pelo menos reservados no orçamento, o que não garante a execução. Em comparação, o governo autorizou R$ 292 milhões em emendas coletivas dos parlamentares catarinenses e empenhou R$ 127 milhões. Para os gaúchos, foram autorizados R$ 344 milhões e empenhados R$ 130 milhões. (Gazeta do Povo)
Confira as 20 emendas de bancada para o orçamento da União de 2012
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Vários eventos estão sendo promovidos pelas cooperativas em todas as regiões do Estado, com apoio do Sescoop/PR. Clique aqui e confira a programação.
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O apoio do governo federal ao escoamento de trigo foi um dos temas discutidos na 33ª Reunião Ordinária da Câmara Setorial da Cadeia Produtiva das Culturas de Inverno, ocorrida nesta quarta-feira (23/11), no Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), em Brasília (DF). Algumas mudanças passarão a vigorar a partir dos próximos leilões que serão realizados por meio da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). Em relação ao Paraná, do total destinado à venda, 70% será da classe melhorador e 30% brando. O governo decidiu instituir um prêmio único e acabar com a regionalização dos lotes paranaenses. Até o ano passado, havia diferenciação entre os preços pagos pelo trigo, dependendo da região onde era cultivado, para compensar os custos com o transporte até o porto de Paranaguá. O gerente técnico e econômico da Ocepar, Flávio Turra, participou da reunião da Câmara Técnica das Culturas de Inverno.
Acordo - A partir de negociação com o setor produtivo, o Mapa se comprometeu a investir R$ 200 milhões na comercialização de trigo nos próximos dias. O acordo inclui a realização de leilão extraordinário em 30 de novembro. Serão comercializadas 350 mil toneladas do cereal, em operações de Pepro e PEP (Prêmio para Escoamento de Produto). Seguindo o cronograma do governo, o próximo leilão previsto para o dia 7 de dezembro, também envolve 350 mil toneladas de trigo. O total dos dois leilões soma 300 mil toneladas para Paraná e 300 mil no Rio Grande do Sul. Além disso, o governo vai disponibilizar R$ 110 milhões, ainda em dezembro, para a aquisição de 230 mil toneladas por AGF (Aquisição do Governo Federal).
Pregões – Neste mês, o governo já realizou dois leilões de trigo de PEP e Pepro. No pregão do dia 09 de novembro, foram comercializadas 147,7 mil toneladas de uma oferta de 300 mil t. Já o leilão desta quarta-feira (23/11) resultou na venda de 211 mil toneladas, do total de 345 mil toneladas ofertadas. (Com informações do Mapa)
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Os membros da Comissão de Agricultura, Pecuária, Abastecimento e Desenvolvimento Rural da Câmara Federal aprovaram, nesta quarta-feira (23/11), requerimento do deputado Moacir Micheletto (PMDB-PR) que propõe audiência pública para discutir uma nova política agrícola para a cadeia produtiva do trigo. “Um produto considerado de segurança alimentar merece mais atenção e apoio; aliás, deve ser tratado como política de Estado e não apenas de um governo e esses questionamentos serão levados ao conhecimento do ministro da Agricultura Mendes Ribeiro e da presidente Dilma Rousseff”, argumentou Micheletto.
Novo modelo - “Nada mais justo do que a gente buscar e defender um novo modelo de política agrícola para incentivar a nossa produção, justamente para reduzir essa eterna dependência externa, que no passado custou ao país US$ 1,5 bilhão com as importações de 6,3 milhões de toneladas”, explicou. Ele ressaltou que cerca de 150 mil produtores se dedicam a essa cultura que gera em torno de 160 mil empregos diretos e 900 mil indiretos. Micheletto informou ainda que a produção brasileira de trigo é de 5 milhões de toneladas para um consumo de 10,4 milhões de toneladas.
Participantes - Foram convidados para a audiência pública o ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Fernando Pimentel, o secretário de Política Agrícola do Ministério da Agricultura, Caio Tibério Dornelles da Rocha, o secretário adjunto de Política Agrícola do Ministério da Fazenda, Gilson Bittencourt, o secretário de Agricultura e Abastecimento do Paraná, Norberto Ortigara, o presidente da Organização das Cooperativas Brasileiras do Estado do Paraná, João Paulo Koslovski, o presidente da Federação das Cooperativas Agropecuárias do Rio Grande do Sul, Rui Polidoro, e o presidente da Associação Brasileira da Indústria de Trigo (Abtrigo), Luiz Martins.
Serviço- Audiência publica sobre nova política para o trigo / Data: 29/11/2011/ Horário: 10h Local: Anexo II, Plenário 6, Brasília (DF). (Assessoria de Imprensa do deputado federal Moacir Micheletto)
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A proposta do deputado federal Reinhold Stephanes (PSD/PR), de prever a possibilidade de o Brasil restringir a entrada de produtos oriundos de países que não cumprem normas ambientais semelhantes, foi incluída no texto base do relatório do senador Jorge Viana (PT-AC), sobre o projeto de reforma do Código Florestal, aprovado nesta quarta-feira (23/12), pelos senadores da Comissão de Meio Ambiente, Defesa do Consumidor e Fiscalização e Controle (CMA) do Senado.
Hora de virar o jogo - Stephanes, que foi ministro da Agricultura, no segundo governo Lula, comemorou a inclusão da proposta, lembrando que o Brasil já sofreu ameaças de retaliação por parte de outros países por questões ambientais. "Agora, que estamos mais perto de ter uma nova legislação ambiental, é hora de virarmos o jogo e mostrarmos que produzimos de forma sustentável, ao contrário de muitos países", afirmou.
Adequação - Para o deputado, a exigência de reciprocidade na área ambiental se justifica não apenas pelo rigor da legislação brasileira para uso do solo na área agrícola, mas também pela crescente adequação que os produtores nacionais cumprem para atender aos mercados consumidores.
Preservação - O deputado afirmou que, enquanto o Brasil tem cerca 64% do território coberto por vegetação nativa, alguns dos países integrantes de mercados exportadores, como os da União Europeia e até mesmo vizinhos do Mercosul, têm praticamente inexpressiva a mata nativa. "Mesmo assim, o Brasil continua importando produtos de origem agropecuária dessas localidades, com as quais nossos agricultores ainda concorrem em desvantagem", enfatizou.
Exemplos - Stephanes citou exemplos de produtos agropecuários adquiridos pelo Brasil, como as maçãs da Argentina; o arroz plantado em várzea do Uruguai e da Argentina; e o dendê da Malásia, país sob denúncias constantes de desmatamento da florestas nativa, segundo ele. O deputado lembrou, ainda, que o Brasil importa produtos agropecuários da Bolívia, que utiliza a Floresta Amazônica para abastecer de alimentos estados como o Acre. (Assessoria de Imprensa do deputado Reinhold Stephanes)
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A Comissão de Meio Ambiente (CMA) do Senado Federal está votando, nesta quinta-feira (24/11), os destaques apresentados ao projeto de reforma do Código Florestal. Foram apresentados 77 destaques, dos quais cerca de 50 foram retirados de pauta por seus autores, seja por tratarem de tema já acolhido no texto base do substitutivo do relator, Jorge Viana (PT-AC), ou por acordo na comissão. Até pouco antes das 15h tinham sido aprovadas três emendas e rejeitadas outras nove. Uma das que foram aprovadas é de autoria do senador Aloysio Nunes (PSDB-SP), impedindo a regularização de atividades consolidadas em Áreas de Preservação Permanente (APP) localizadas em imóveis inseridos nos limites de unidades de conservação de proteção integral, criadas até a data de promulgação do novo Código Florestal. A emenda também determina que o proprietário deva recuperar a área, conforme prazos previstos na nova lei. As outras duas emendas aprovadas tratam da "apuração da responsabilidade pelo uso irregular do fogo em terras públicas ou particulares". (Agência Senado)
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Nesta quinta-feira (24/11), é comemorado o Dia do Rio. A data foi instituída como forma de chamar a atenção para a necessidade de proteção e conservação dos recursos hídricos. Na Cooperativa Integrada, essa preocupação existe desde 2005, quando foi criado o projeto Nossa Água. Desenvolvido em parceria com a Bayer CropScience, o projeto apoia os cooperados na recuperação de preservação da vegetação ao longo de rios e nascentes para garantir a qualidade de nossos recursos hídricos.
Plantio de mudas - Nesse período, a cooperativa viabilizou o plantio de aproximadamente um milhão de mudas, beneficiando centenas de associados e contribuindo para a preservação de mais de 500 hectares de mata ciliar em todo o Paraná. O projeto também apoiou a soltura de mais de 600 mil peixes juvenis nos principais rios paranaenses e recuperou mais de 50 nascentes de água em diversas propriedades do Estado.
Recuperação - Uma das primeiras áreas recuperadas pelo projeto Nossa Água foi a propriedade do cooperado Olmir Salvetti, em Ubiratã. Ele foi pioneiro na recuperação de mata ciliar na região. Depois de participar de uma reunião na Integrada, o produtor conta que foi orientado sobre a importância de recuperar a margem do córrego que atravessa sua propriedade.
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Valeu a pena - Em 2005, ele plantou milhares de mudas de espécies nativas e recuperou mais de 500 metros de vegetação ao longo do rio. Em alguns locais, a largura da mata ciliar ultrapassa os 70 metros. “Valeu a pena. Antes não via os animais que aparecem por aqui hoje. A água também ficou mais saudável. Nosso rio estava morto e com essas ações ele está voltando a viver”, diz ele, todo satisfeito.
Outras áreas - Hoje, o projeto Nossa Água já recuperou diversas áreas em Ubiratã. “Nós temos que dar o exemplo e fazer nossa parte. É bom ver que hoje a maioria dos cooperados da região já está com a mata ciliar formada. Esse trabalho não vai ser só para mim hoje. Tudo isso vai ficar para as futuras gerações perceberem como é bonito ver uma mata recuperada e com água de qualidade”, ressalta.
Referência - A área do cooperado Toshio Okubo, em Londrina, também é referência na recuperação de matas ciliares do projeto Nossa Água. A propriedade de 140 hectares, localizada no distrito de São Luis, é cortada pelo ribeirão dos Apertados, que é fonte de abastecimento de água do município de Apucarana. Em 2005, a cooperativa deu todo apoio para o plantio de duas mil mudas de espécies nativas nas margens do ribeirão. Foram mais de 200 metros de mata recuperados ao longo do rio.
Diferença - “Hoje o lugar está muito diferente. A vegetação já cresceu bastante. Agora já encontramos peixes que há tempos não apareciam por aqui e percebemos que a água está melhor”, revela. O cooperado já averbou a reserva legal em 20% de sua propriedade e lembra que todos têm que fazer sua parte para cuidar dos recursos naturais. “O trabalho de conservação da mata ciliar é muito importante, não só pela lei, mas pela responsabilidade que nós temos com o meio ambiente”, diz. (Imprensa Integrada)
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“O cooperativismo de crédito é uma grande rede de atendimento que contribui substancialmente para a inclusão financeira no país". Com essas palavras, o coordenador do Conselho Consultivo de Crédito da Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB), Manfred Dasenbrock, ressaltou o papel que desempenha o segmento na democratização dos produtos e serviços do mercado, durante o III Fórum Banco Central sobre Inclusão Financeira, na tarde desta quarta-feira (23/11), em Brasília (DF).
Novas oportunidades - Dasenbrock destacou ainda que o setor, por sua natureza, promove novas oportunidades para o empreendedorismo, geração e distribuição de renda, principalmente em cidades menos assistidas. Nesse contexto, chamou a atenção para a presença das cooperativas de crédito em 45% dos municípios brasileiros, enfatizando que, em mais de 400 desses, tais organizações são a única instituição financeira local.
Painel - Ele participou do painel “Microempreendedorismo, população de baixa renda e inclusão financeira: caminhos e oportunidades” e representará a OCB no encerramento do evento, que contou com o apoio da instituição. (Informe OCB)
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As Unimeds do Paraná mais uma vez estão entre as operadoras de plano de saúde médico-hospitalares mais bem pontuadas pela ANS (Agência Nacional de Saúde). Três Unimeds (Apucarana, Cascavel e Norte do Paraná) apresentaram notas máximas (0,80 a 1,00) e o restante ficou com a segunda maior pontuação (0,60 a 0,79).
Qualidade - A ANS criou o Índice de Desenvolvimento da Saúde Suplementar (IDSS), em 2009, com o intuito de medir a qualidade das Operadoras de Planos de Saúde. O índice serve de referencial para que as pessoas, ao comprarem um plano de Saúde, saibam qual a qualificação da Operadora com a qual está negociando. Neste último mês, a ANS divulgou o índice, com base nos dados consolidados de 2010. Foram avaliadas mais de 1.000 operadoras de Planos de Saúde do Brasil da área médica – incluso as cerca de 350 operadoras Unimeds.
Evolução - No estado, três Unimeds atingiram a nota máxima e as restantes ficaram com a segunda maior nota. No país, são 19 Unimeds que atingiram esse índice, o que mostra uma evolução significativa das Unimeds. No ano passado, foram apenas oito.
Quesitos - Para a ANS chegar a esses índices, as operadoras são avaliadas em quatro quesitos: situação econômico-financeira, satisfação do beneficiário, estrutura e operação e atenção à saúde. O quesito atenção mede o nível de acompanhamento da saúde dos beneficiários e tem o maior peso (50%), seguido do critério financeiro (30%). Mais informações pela internet em: http://www.ans.gov.br. (Imprensa Unimed Paraná)
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O governo deve começar em meados do próximo ano, para a safra 2012/2013, um projeto-piloto para aplicar a nova política de apoio à produção rural, mais ajustada a condições de mercado, com um número limitado de produtores de um segmento a ser definido, na mesma região do país. “A política agrícola tem de ser diferenciada, pelo porte, pela cultura, pela região, e por nível gerencial e tecnológico”, comentou há pouco o secretário-executivo do Ministério da Agricultura, José Carlos Vaz, durante seminário em comemoração aos 60 anos da Confederação da Agricultura e Pecuária (CNA).
Novo cadastro - Será a primeira experiência com o novo cadastro de propriedades agrícolas, que deverá dar mais detalhes dos produtores candidatos a financiamento. Vaz explicou que o cadastro de propriedades rurais permitirá aos bancos e ao governo fazer uma previsão mais adequada de risco e oferecer apoio aos produtores de acordo com as necessidades de cada um. Mostrando gráficos com a grande oscilação da rentabilidade em diversas culturas, Vaz informou que o governo busca mecanismos para reduzir a variação de renda e o risco na atividade rural, com garantias subsidiadas por linhas oficiais e maior acompanhamento do esforço de cada produtor pela melhoria de produtividade. “O governo tem de declarar com bastante antecedência o que vai fazer”, adiantou. “Queremos atuar mais na formação de expectativas, quando o produtor vai tomar decisão de investimentos, comprar insumos e decidir o plantio.”
Plano de negócios - O projeto do governo cobrará dos produtores a elaboração de planos de negócios para a atividade agrícola. E deverá elaborar uma matriz de riscos da atividade rural, com a criação de condições para lançamento de títulos do agronegócio e de um modelo de provisionamento de recursos para enfrentar os ciclos negativos de preços, adiantou José Carlos Vaz.
Discussões - O secretário-adjunto de Política Econômica do Ministério da Fazenda, Gilson Bittencourt, ressalvou que o lançamento do projeto-piloto ainda depende de discussões na equipe econômica, por sua complexidade. O projeto deve dar garantias com subsídio oficial aos produtores que aderirem, mas não está claro o que fazer com os que preferirem ficar de fora, em caso de crise no mercado. Já está clara, porém, a necessidade de abandonar a política atual, de regras gerais segundo cada atividade na agricultura, e detalhar os instrumentos de apoio segundo a necessidade de cada produtor.
Avanço - “Se quisermos pensar em avanço mais efetivo para a classe média rural, precisamos avançar no conhecimento desse público”, comentou Bittencourt. Os dados fornecidos pelos produtores às diversas agências de governo não são cruzados e podem ser contraditórios, o que deverá acabar na nova política. Se não houver a unificação de cadastros, haverá, pelo menos, sua simplificação e confronto de dados, informou Gilson Bittencourt. (Valor Econômico)
Médios Produtores acessam crédito agrícola
O Programa Nacional de Apoio ao Médio Produtor Rural (Pronamp), nas modalidades de custeio e comercialização ou investimento, registrou o melhor desempenho nas fontes de recursos aplicados pelo Plano Agrícola 2011/2012 até o final do mês de outubro. De acordo com dados da Secretaria de Política Agrícola do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), houve um ligeiro aumento nos créditos de custeio se comparado o mesmo período do ano passado.
Liberados - Em 2010, R$ 1, 857 bilhões foram liberados de julho a outubro, enquanto neste Plano Safra, foram R$ 1, 904 bilhões, o que representa um crescimento de 2,5%. O levantamento não considerou os financiamentos concedidos pelos bancos privados a esses produtores, que ainda estão sendo consolidados. Já nos investimentos, nos quatro primeiros meses do atual Plano Agrícola, foram aplicados R$ 692,1 milhões dos R$ 1,1 bilhão programado. O número é 78,5% maior que no ano passado, quando o recurso liberado foi de R$ 387,7 milhões.
Melhora no acesso - Para o Secretário de Política Agrícola do Mapa, Caio Rocha, o sucesso do crédito liberado pelo Pronamp mostra a melhora do acesso dos médios produtores rurais ao crédito agrícola. “Este aumento é ótimo, pois o Programa é prioritário para o Ministério e demonstra a assertiva do governo federal em suas prioridades”, afirma.
Juros controlados - A liberação de recursos destinados ao custeio e à comercialização com taxas de juros controladas continua sendo mais forte que àquela concedida a taxas livres. Nos quatro primeiros meses de vigência do Plano Agrícola, as operações com juros controlados tiveram um aumento de 3,5%, chegando a R$ 25,9 bilhões.
ABC - A aplicação do crédito rural destinado ao Programa Agricultura de Baixo Carbono (ABC) tem sido crescente nesses quatro primeiros meses do início do Ano-Safra. Nesses meses, em geral, os esforços nas instituições financeiras estão concentrados no financiamento das operações de custeio. O recurso liberado no âmbito do Programa ABC (R$ 107,2 milhões) foi 20% maior que em igual período da safra passada, quando foram aplicados R$ 89,7 milhões.
Empresarial - Nos quatro primeiros meses do atual Plano Safra, já foram aplicados R$ 36,2 bilhões dos R$ 107,2 bilhões programados para a Agricultura Empresarial. O ritmo das liberações de crédito continua estável. O total liberado em julho, agosto, setembro e outubro em todas as linhas de crédito para agricultura se equipara aos R$ 36,1 bilhões liberados no mesmo período do ano passado.
O programa - O Programa Nacional de Apoio ao Médio Produtor Rural (Pronamp) busca promover o desenvolvimento das atividades rurais dos médios produtores e proporcionando o aumento da renda e a geração de empregos no campo. O Pronamp financia as despesas normais de custeio da produção agrícola e pecuária. (Mapa)
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O Diário Oficial da União (DOU) desta quinta-feira (24/11) traz as portarias que indicam os municípios com as melhores condições climáticas para o plantio de cacau, milheto e milho segunda safra. O estudo do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) recomenda o plantio de cacau em áreas de Mato Grosso e Pará; de milheto, no Ceará, Paraíba, Pernambuco, Mato Grosso do Sul, Distrito Federal, Goiás, Mato Grosso, Piauí; e de milho segunda safra no Distrito Federal, Goiás, Minas Gerais, Rio de Janeiro Mato Grosso, Rondônia, Paraná, Mato Grosso do Sul e São Paulo. O zoneamento agrícola identifica os períodos de semeadura de menor risco climáticos em estados específicos. A identificação foi feita a partir de análises térmicas e hídricas. (Mapa)
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A produção mundial de carne de aves deve ultrapassar 100 milhões de toneladas este ano, conforme relatório divulgado pela Agência de Agricultura e Alimentos (FAO) da Organização das Nações Unidas (ONU). A previsão é de que a produção alcance o recorde de 101,1 milhões de toneladas, 3,1% acima das 98,1 milhões de toneladas do ano passado. Apesar do avanço, o órgão observa que os altos custos de produção e regras sobre bem-estar animal limitaram o crescimento da oferta de aves nos principais países produtores.
Suína e bovina - Já a carne suína, proteína mais produzida e consumida do mundo, deve ter produção de 110,2 milhões de toneladas, 0,9% mais do que as 109,2 milhões de 2010. A produção de carne bovina perde terreno em 2011, caindo 0,5% para 64,6 milhões de toneladas.
Comércio - O relatório mostra ainda que o comércio mundial de aves subirá 3,7% sobre 2010, para 12,1 milhões de toneladas. Já o de carne suína terá alta de 7,9%, para 6,6 milhões. O menor crescimento será no comércio global de carne bovina - 0,9% -, que deve atingir 7,6 milhões de toneladas em 2011.
Restrições comerciais - Segundo a FAO, embora o comércio de carne de aves deva crescer quase 4%, o ambiente nesse mercado continua marcado por restrições comerciais e disputas envolvendo países. Enquanto Canadá e México devem elevar importações este ano, a queda nas cotas para frango da Rússia reduzem as perspectivas para o comércio global do segmento.
Ásia - Na Ásia, diz a FAO, as crescentes importações de Japão, Filipinas e Vietnã estão mais do que compensando o declínio das compras da China, por conta de medidas antidumping que restringem os embarques dos EUA. Conforme a FAO, enquanto as vendas externas de aves americanas recuam, os embarques do Brasil e União Europeia devem crescer, favorecidos pela demanda de Hong Kong, Arábia Saudita e África. A maior oferta de aves na UE também estimula as exportações.
Produção menor - Estoques baixos de gado bovino, seca e iniciativas para recompor o rebanho devem reduzir a produção global de carne bovina este ano. Brasil e EUA, responsáveis por um terço da produção e das exportações globais, devem produzir menos. Nos EUA, observa a FAO, apesar da liquidação do rebanho, a produção declina por conta de uma seca histórica que afetou áreas de criação de gado. Já na América do Sul, a produção deve recuar pelo segundo ano por causa da baixa oferta de animais.
Importadores - Ainda que o cenário indique manutenção dos preços altos para a carne bovina, a demanda deve crescer com os estoques baixos em importadores como Japão, Indonésia e Rússia. No Japão, a descoberta de contaminação radioativa no gado em área próxima de acidente nuclear este ano estimulou as importações.
Doenças - Doenças que afetaram a produção de suínos na Ásia, dona de 65% do rebanho mundial, devem restringir o crescimento da oferta este ano, aponta o relatório da FAO. No fim de 2010, epidemias dizimaram planteis de suínos na China e Coreia do Sul, o que elevou os preços.
América do Sul - Na América do Sul, um declínio de 20% nos preços do suíno no Brasil e a liquidação de algumas operações após a restrição às importações por parte da Rússia limitam a produção e também devem reduzir os embarques brasileiros. O avanço de quase 8% do comércio global deve ser estimulado pela Ásia, principalmente por países como a China que importa mais para segurar a inflação. (Valor Econômico)
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As entregas das misturadoras de fertilizantes às revendas espalhadas pelo país confirmaram as expectativas e mantiveram-se em patamares recordes em outubro. Segundo a Associação Nacional para Difusão de Adubos (Anda), o volume total chegou a 3,4 milhões de toneladas, 0,3% mais que no mesmo mês de 2010.
Demanda forte - Fontes do segmento consultadas nas últimas semanas disseram que a demanda por parte de produtores de grãos continuou forte. O plantio da safra de verão, ainda em curso, estimulou as compras, e os planos para as segundas safras, principalmente de milho, também engordaram as entregas. Cana e café também apresentaram demanda crescente.
Entregas - Com entregas ainda aquecidas, o volume acumulado de janeiro e outubro atingiu 23,9 milhões de toneladas, incremento de 19,1% sobre igual intervalo de 2010. Dado como certo há meses, o recorde previsto para 2011, com isso, está praticamente garantido. As estimativas para o ano rondam 26 milhões de toneladas, ante 24,5 milhões em 2010.
Misturadoras - As importações de fertilizantes intermediários, como de costume, são o principal sustentáculo das misturadoras - empresas que produzem os adubos finais comprados pelos agricultores. Em outubro, segundo a Anda, alcançaram 2 milhões de toneladas, 10,1% acima do mesmo mês de 2010, e de janeiro a outubro foram a quase 17 milhões, crescimento de 35,3%. Ou seja, nos primeiros dez meses de 2011 os nutrientes importados representaram mais de 70% das entregas, acima da média histórica. A produção nacional, de 934 mil toneladas em outubro e 8,2 milhões de janeiro a outubro, responderam pelo restante.
Exportações - Já as exportações de nutrientes e adubos acabados, prejudicadas pelas mesmas oscilações cambiais que beneficiam as importações, totalizaram 43,9 mil toneladas em outubro e 549,1 mil nos primeiros dez meses do ano - neste caso, 12,7% menos que em igual intervalo de 2010.
Preços - Apesar da demanda firme, muitos produtores seguem a reclamar dos preços. Vinculadas às oscilações internacionais, pelo peso das importações no país, os fertilizantes em geral pararam de subir em setembro. Mas em julho, por exemplo, a tonelada de DAP, derivado do fosfato, era comprada por cerca de US$ 950 em Rondonópolis (MT), 43% mais que em julho de 2010, conforme o Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea), ligado à federação dos agricultores (Famato). (Valor Econômico)
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Apesar de estar em discussão desde 2008, o plano do governo federal de reduzir a dependência da importação de adubos ainda não surte efeitos práticos. O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) informa que as ações dependem do Ministério de Minas e Energia (MME), que ainda discute o assunto. A previsão inicial era de que o plano de fertilizantes ficasse pronto em junho de 2009.
Consumo - O Brasil usa cerca de 28 milhões de toneladas de fertilizantes por ano e 70% desse volume são importados, conforme os dados oficiais. No caso do potássio (4,7 milhões de toneladas/ano), a dependência é estimada em 90%. Segundo a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), o Brasil é o país mais dependente de adubos importados entre os principais produtores de grãos do mundo. Nos Estados Unidos, a dependência é calculada em 19% e, na Argentina, em 23%.
Vulnerabilidade - Defensor do plano enquanto ministro da Agricultura na gestão passada, o deputado federal Reinhold Stephanes (PSD-PR) alerta que o país está prorrogando sua “vulnerabilidade em termos de custo e abastecimento”. Ele tenta estimular o governo a desdobrar o assunto. Porém, a previsão do próprio Grupo de Trabalho coordenado pelo MME é de que a dependência persista.
Potássio - A demanda interna por potássio deve passar de 4,7 milhões de toneladas para 7,3 milhões de toneladas até 2020, conforme projeção do GT. O aumento previsto na produção interna nesse período deve apenas reduzir a dependência, de 90% para 70%. O potássio nacional viria dos estados do Amazonas, Alagoas e Sergipe. No caso do fósforo, novas jazidas seriam exploradas em Santa Catarina, Mato Grosso, Ceará, Pernambuco, Paraíba e Pará.
Anteprojeto - O anteprojeto que propõe a regulamentação da produção nacional de fertilizantes ficou pronto um ano e meio atrás, conforme o Ministério da Agricultura. O documento previa que as empresas apresentassem cronograma de investimentos e tivessem prazo fixo para explorar as jazidas. O setor teria de trabalhar também com metas, o que para o governo evitaria o subaproveitamento das reservas minerais. Foi cogitada a criação de uma estatal para coordenar o setor. A proposta final, que depende do Ministério de Minas e Energia, terá de ser votada pelo Congresso Nacional. (Gazeta do Povo)
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Apesar da deterioração da economia global e seus reflexos recentes sobre os preços, o cenário para a agricultura em 2012 continua promissor. A avaliação foi feita pelo americano J.B. Penn, economista-chefe da montadora americana de máquinas John Deere, em entrevista exclusiva ao Valor, em São Paulo. Penn, que ocupou o posto de subsecretário para assuntos internacionais do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) durante o governo George W. Bush, afirma que os preços das commodities agrícolas devem se sustentar em níveis elevados devido à demanda dos países em desenvolvimento. "Os estoques mundiais de passagem não são excessivos. A oferta é adequada para fazer frente à demanda, mas nada além disso", afirma.
Solução satisfatória - Penn reconhece, porém, que há vulnerabilidades no horizonte e pondera que as estimativas em que se baseia "assumem que a crise da dívida europeia será resolvida de modo satisfatório". "Se a situação evoluir para uma crise de liquidez que envolva os bancos e outras instituições financeiras ao redor do mundo, então é possível que o crédito disponível para a produção agrícola e aquisição de equipamentos seja negativamente afetado, como vimos na crise de 2008", pondera o economista, que se diz "cautelosamente otimista" em relação à solução dos problemas no velho continente.
Preços - O especialista afirma que, apesar das oscilações de curto prazo, os preços das commodities devem se sustentar "por muitos anos" em níveis acima dos observados nas décadas recentes. "Em termos reais, os preços agrícolas mantiveram uma tendência de queda por 40 anos até algum momento na virada do século, quando começaram a subir. A grande questão hoje, sobre a qual se debruçam muitos analistas, é se entramos em uma nova tendência ou experimentamos algum tipo de anormalidade que vai ser revertida em algum momento. Minha opinião é que se trata de uma mudança estrutural."
Países em desenvolvimento - Ele ressalta que o crescimento econômico nos países em desenvolvimento atingiu um ponto no qual centenas de milhões de pessoas entraram no mercado consumidor, com impacto direto sobre a demanda por commodities. Na outra ponta, os produtores de alimentos enfrentam enorme dificuldade para acompanhar o aumento da demanda. "A agricultura foi negligenciada em muitos países, por muitas décadas, em favor de outros setores. Mas, à medida que os preços se mantenham altos, vamos ter mais investimentos na produção e na infraestrutura e mais atenção à pesquisa e desenvolvimento, à disseminação de novas práticas, genéticas e máquinas", aposta. Uma nova Revolução Verde? "Sim, embora não tão dramática e provavelmente mais gradual".
Revisão - O economista, um membro-chave da equipe americana que participou das negociações da Rodada Doha de liberalização comercial, acredita que os anos de prosperidade na agricultura também abrirão caminho para uma revisão na política agrícola dos países desenvolvidos e para uma expressiva redução nos subsídios aos produtores rurais. "Devido à alta dos preços, muitos dos programas que eram alvo de disputa na Organização Mundial do Comércio tornaram-se irrelevantes", afirma. Para ele, o papel da agricultura nas negociações internacionais mudou.
Redes de proteção - "No que diz respeito à parte agrícola, seria muito mais fácil chegar a um acordo hoje do que na época de lançamento da Rodada Doha." A crise, acrescenta Penn, obrigará os países ricos a repensar suas redes de proteção aos agricultores. "Por causa da dívida e da pressão dos credores, há hoje muito menos espaço físico para o pagamento de subsídios. Será preciso pensar em alguma coisa, para o caso de o cenário de prosperidade se deteriorar, mas acredito que as políticas serão mais baseadas em gerenciamento de riscos do que em subsídios", diz.
Farm Bill - Para ele, as primeiras mudanças poderão aparecer já na nova lei agrícola americana (Farm Bill), prevista para 2012. As lideranças responsáveis pelo projeto no Congresso anunciaram que vão recomendar um corte de US$ 23 bilhões, em 10 anos, no apoio aos agricultores do país. (Valor Econômico)
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As cotações das commodities agrícolas não resistiram a mais um dia de más notícias para a economia europeia e, pressionadas por seus reflexos, inclusive a valorização do dólar, despencaram nesta quarta-feira (23/11) nas principais bolsas americanas, principais referências para o comércio global. Como cresceu o temor de que a economia chinesa tenha problemas por causa da crise em países para os quais exporta, os EUA entre eles, os principais grãos negociados em Chicago lideraram as baixas. A China encabeça as importações mundiais de soja e já está entre os países que compram milho no exterior, apesar de sua grande safra do cereal.
Recuo - Nesse contexto, os contratos da soja com vencimento em março, que em Chicago ocupam a segunda posição de entrega, normalmente a de maior liquidez, recuaram 31,25 centavos de dólar e fecharam a US$ 11,3150 por bushel (medida equivalente a 27,2 quilos). É o menor valor para a segunda posição desde 7 de outubro de 2010, segundo o Valor Data, e nos últimos 12 meses os papéis já acumulam baixa de 9,21%.
Milho e trigo - No milho, a segunda posição (março) caiu 10,25 cents, para US$ 5,9550 por bushel (25,2 quilos). Apesar de ser o menor valor desde 16 de dezembro de 2010, nos últimos 12 meses há alta de 9,67%. No trigo, a segunda posição (março) retrocedeu 8,75 centavos, para US$ 5,9425 por bushel (27,2 quilos) - piso desde 17 de julho de 2010 e retração de 12,71% em 12 meses.
Nova York - As principais commodities agrícolas negociadas em Nova York também tombaram. A segunda posição do cacau, por exemplo, desceu ao menor nível desde maio de 2009. (Valor Econômico, com Dow Jones Newswires)
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Os próprios fiscais sanitários de Mato Grosso do Sul estão colocando em dúvida a eficiência da barreira antiaftosa do estado diante do Paraguai. Eles afirmam que a emissão de Guias de Trânsito Animal (GTAs) por sindicatos rurais e pecuaristas, autorizada pelo governo, dificulta o controle sobre o transporte de bovinos. A região é considerada área de alto risco de entrada do vírus no Brasil desde que o Paraguai teve de sacrificar 820 animais por causa da doença em setembro.
Fragilização - “Se você autoriza pessoas sem treinamento a emitir documentos de controle, fragiliza a defesa sanitária. Há um conflito de interesses: o próprio produtor está validando suas ações”, disse Glaucy da Conceição Ortiz, presidente do Sindicato dos Fiscais Agropecuários de Mato Grosso do Sul.
Retaliação - Os fiscais argumentam que a emissão de guias por terceiros é uma forma de retaliação à categoria, que tinha exclusividade na tarefa. Desde a semana passada, os agentes realizam manifetações trabalhistas. Em protesto por elevação salarial (R$ de 2,8 mil para R$ 9 mil) e novas contratações, passaram a acompanhar todos os embarques, o que era feito aleatoriamente. O prazo para emissão de GTAs passou de um para três dias. “Temos 272 fiscais estaduais e deveríamos ter 500”, afirmou Glaucy.
Negativa - O governo estadual e o federal negam que a emissão de guias por sindicatos e pecuaristas fragilize a defesa sanitária. O superintendente do Ministério da Agricultura em Mato Grosso do Sul, Orlando Baez, disse que a delegação da tarefa a terceiros foi criteriosamente estudada antes de ser colocada em prática. “Iniciamos com um grupo de 50 produtores e agora estamos autorizando também sindicatos.” Ele argumenta que a emissão é eletrônica e o responsável precisa digitar uma senha. Dessa forma, é possível saber e conferir quem emitiu cada guia, bem como o histórico sanitário dos animais, acrescenta.
Paraná - O governo do Paraná confia no controle sanitário do estado vizinho. A mudança na emissão de GTAs, em si, não representa risco de proliferação da aftosa, avalia o diretor de Fiscalização e Sanidade Agropecuária paranaense, Marco Antonio Teixeira Pinto. Ele disse que o estado já reforçou a fiscalização interna e nas divisas desde a ocorrência de aftosa no Paraguai.
Paraguai sob vigilância - Representantes dos seis países que compõem o Conselho Agropecuário do Sul (CAS) decidiram tratar o foco de febre aftosa detectado no Paraguai em setembro como um problema conjunto. Após dois dias de reunião em Brasília, eles assinaram ontem uma declaração que enfatiza que a doença “não reconhece fronteiras” e que “afeta toda região”.
Equipe técnica - O grupo ainda estuda os motivos do problema e vai enviar na próxima semana uma equipe técnica ao departamento paraguaio de São Pedro para chegar a um diagnóstico preciso. Dois veterinários do Ministério da Agricultura brasileiro já estiveram no Paraguai e não teriam detectado descontrole. Porém, ainda não ficou claro como o vírus chegou à região, e faltam testes com os animais criados na zona de risco.
CAS - Criado em 2003, o CAS reúne os ministros da Agricultura do Brasil, Argentina, Bolívia, Chile, Paraguai e Uruguai. “A nossa ideia agora é estarmos preparados para agir antes do aparecimento de novos focos”, definiu a argentina Alejandra Sarkis, secretária-executiva do conselho. Segundo ela, o primeiro passo é aprimorar a assistência técnica – e possivelmente financeira – ao Paraguai.
Questão regional - “Não queremos dizer que todos nós temos problemas com aftosa, mas que entendemos a questão como algo regional”, complementou. Nenhum representante falou sobre valores que podem ser repassados aos paraguaios, nem quantificou os prejuízos causados pelo descobrimento do foco. O Paraguai quer retomar as exportações ao Brasil em seis meses. “Já podemos dizer que a crise foi superada. Nosso enfoque agora é na recuperação de mercados”, declarou o diretor-geral de Planejamento do Ministério da Agricultura do Paraguai, Pánfilo Alberto Ortiz.
Combate intensificado - Sobre as medidas específicas para o Brasil, o ministro da Agricultura, Mendes Ribeiro Filho, disse que irá intensificar a regionalização do combate à aftosa. “Vamos fortalecer as superintendências brasileiras e dar pesos diferentes para cada região. Não posso tratar o Brasil como uma coisa só.” As Forças Armadas continuam dando apoio à fiscalização na região da fronteira até 8 de dezembro. (Gazeta do Povo)
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