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CONAB: Companhia lança portal de gestão de estoques públicos

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A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) lança hoje, em Brasília, o Portal da Transparência da Gestão dos Estoques Públicos. Segundo o órgão, ligado ao Ministério da Agricultura, será possível acessar, através do novo sistema, informações atualizadas, relacionadas ao movimento de aquisição, remoção, venda, doação e posição dos estoques, além de eventuais perdas, desvios e sinistros em armazenagem apurados.

 

Opções - Entre as consultas, estão as operações dos estoques públicos de produtos agropecuários amparados pela Política de Garantia de Preços Mínimos (PGPM) e estoques estratégicos de apoio aos programas sociais. A consulta também pode ser realizada pelo nome ou CNPJ/CPF do produtor rural, cooperativas e agentes econômicos como fornecedores. As informações disponíveis são relativas a este ano. De acordo com o diretor de Política Agrícola e Informações da Conab, Sílvio Porto, “o portal vem ao encontro do princípio da transparência e está pautado na política de melhoria contínua da gestão pública a serviço do cidadão”.

 

Irregularidades - Nas últimas semanas, o Ministério da Agricultura e a Conab têm sido alvos de suspeitas de irregularidades, que culminaram com a queda do ex-ministro Wagner Rossi. (Valor Econômico)

ALGODÃO II: Da produção à indústria têxtil

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Uma coleção de prejuízos climáticos aliada à maior rentabilidade obtida com soja e milho levou o Paraná a praticamente extinguir o cultivo de algodão em seu território. De acordo com estatísticas oficiais, a área ocupada pela pluma caiu de 600 mil hectares há vinte anos para pouco mais de mil hectares na última safra. Com isso, a produção paranaense despencou de 1 milhão de toneladas em 1991 para 3,1 mil toneladas no ciclo 2010/11. Apesar da significativa queda, o estado manteve as indústrias têxteis em atividade. Hoje, são mais de 6 mil fábricas instaladas no estado, que faturam mais de R$ 4 bilhões ao ano e empregam cerca de 100 mil pessoas.

 

Mato Grosso - Sem volume suficiente disponível no estado, a maior parte do algodão transformado na indústria paranaense é trazido do Mato Grosso, conta Marcelo Garrido, economista do Departamento de Economia Rural (Deral) da Secretaria da Agricultura (Seab). O cultivo se expande do Centro-Oeste ao Piauí. Ele diz que, para competir com a China, principal concorrente da cadeia paranaense do algodão, as fábricas locais têm investido na diversificação de produtos, como o fio misto e o sintético.

 

Cooperativas - Cooperativas agropecuárias como a Cocari (Mandaguari), Cocamar (Maringá) e Coamo (Campo Mourão) têm sido as maiores motivadoras do comércio algodoeiro do estado. O setor cooperativa investe na transformação do algodão em fios e é responsáveis por 52% da capacidade instalada do estado. Movimentam 44,2 mil toneladas por ano, conforme a Organização das Cooperativas do Paraná (Ocepar). (Caminhos do Campo / Gazeta do Povo)

MILHO I: Colheita da safra de inverno chega à reta final

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A colheita deve atingir 90% das lavouras de milho de inverno do Paraná nesta se­­­­mana, trabalho já encerrado em Mato Grosso, maior produtor nacional do cereal nesta época do ano. À medida em que os trabalhos avançam, os produtores confirmam perdas. Apesar de ter ampliado a área cultivada em 26%, para 1,7 milhão de hectares, o Paraná deve colher 19% a menos, 5,3 milhões de toneladas, conforme números apurados pelo Departamento de Economia Rural (Deral). Em Mato Grosso, houve redução de área, de 1,95 milhão para 1,75 milhão de hectares, e a produção teria caído de 8,4 milhões para 7 milhões de toneladas (-17%), informou o Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea). O plantio do milho de verão da safra 2011/12 começa dentro três semanas. (Caminhos do Campo / Gazeta do Povo)

INFRAESTRUTURA: Porto de Paranaguá volta a exportar soja paraguaia

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Está atracado no Porto de Paranaguá um navio que levará 20 mil toneladas de soja proveniente do Paraguai para o Porto de Israel. Há pelo menos oito anos o porto paranaense não escoava grãos do país vizinho por conta de dificuldades impostas aos exportadores paraguaios e políticas públicas que inviabilizavam os negócios. A carga paraguaia faz parte de um total de 48 mil toneladas de soja que serão transportadas pelo navio Angelo Della Gatta Uno.

 

Mudança - A retomada das exportações de soja paraguaia por Paranaguá marca a mudança que o governador Beto Richa está estabelecendo no porto: mais diálogo, profissionalismo e vantagens para atrair clientes e movimentar a economia do Paraná. Desde o início do ano, o Governo do Paraná tem trabalhado para trazer de volta a carga de soja do Paraguai. Com a proibição do escoamento de soja transgênica pelo Porto nos anos passados, os exportadores paraguaios deixaram de usar o terminal. O país, que antes tinha no Porto a alternativa quase que exclusiva de escoamento da safra, em oito anos desenvolveu diversos mecanismos para exportar seus produtos, passando de um para oito portos fluviais neste período.

 

Próximo - O próximo embarque de soja paraguaia pelo Porto de Paranaguá está previsto para a primeira semana de setembro. A previsão é que, até o final de 2011, sejam escoadas por Paranaguá 100 mil toneladas de soja proveniente do Paraguai. Nos próximos anos, estima-se que seja possível exportar pelo porto até um milhão de toneladas de soja paraguaia.

 

Aumento – De janeiro até agora, o Porto de Paranaguá já exportou 5,27 milhões toneladas de soja. O volume é 9% superior ao registrado no mesmo período de 2010. Considerando a exportação de todos os granéis sólidos, o aumento registrado é de 2% em relação ao ano anterior, somando 12,63 milhões de toneladas de produtos. “Todo o trabalho que temos realizado à frente da Administração dos Portos de Paranaguá e Antonina (Appa) é focado na busca de aumentar a movimentação e eficiência dos nossos terminais. Os números têm mostrado que estamos atingindo este objetivo”, afirmou o superintendente da Appa, Airton Vidal Maron. (AEN)

ECONOMIA: Projeção de Selic fica estável mas estimativa de PIB cai, aponta Focus

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O mercado manteve a projeção da taxa básica de juros (Selic) para este ano para 12,50%, de acordo com a estimativa de mercado levantada pelo Boletim Focus, divulgado nesta segunda feira (29/08) pelo Banco Central (BC). Esta é a terceira semana consecutiva de manutenção da taxa de juros neste patamar, no boletim.

 

Câmbio - Para a taxa de câmbio houve manutenção nas previsões de R$ 1,60 para o fim do ano, pela décima primeira semana consecutiva. Para o próximo ano, os analistas consultados pelo BC esperam taxa a R$ 1,63, o que representa estabilidade em relação as duas últimas projeções do levantamento.

 

PIB - Já a expectativa para o Produto Interno Bruto (PIB) caiu para 3,79% neste ano, recuando na comparação com os 3,84% esperados para o indicador na leitura da semana passada. Para o ano que vem os analistas consultados pelo BC estimam avanço de 3,90%, o que representa queda em relação aos 4,0% constantes das últimas quatro projeções anteriores a divulgação atual do relatório. (Valor Econômico)

AGRICULTURA: Safra paranaense de grãos tem perda menor que a esperada

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A Secretaria da Agricultura e do Abastecimento reavaliou a safra de grãos de verão e de inverno e constatou que as perdas provocadas pelas geadas foram expressivas, mas menores do que as estimadas na primeira avaliação, divulgada no mês passado. Pesquisa mensal do Departamento de Economia Rural (Deral) divulgada nesta quarta-feira (24/08) informa que a safra total de grãos produzida no Paraná na safra 2010/11 pode chegar a 31,12 milhões de toneladas, o que corresponde a uma elevação de 350 mil toneladas em relação à estimativa de julho, que apontava para uma produção total de 30,77 milhões de toneladas de grãos.

 

Volume menor - Ainda assim, o volume deve ser menor que o da safra anterior, que foi de 32,82 milhões de toneladas. A estimativa atual refere-se à pesquisa realizada neste mês de agosto. De acordo com o diretor do Deral, Otmar Hubner, o resultado da safra 2010/11 ainda não está consolidado e pode sofrer alterações. Cerca de 72% das lavouras de trigo, principal cereal de inverno cultivado no Paraná, ainda está no campo em desenvolvimento vegetativo e frutificação, e portanto vulnerável à ação do clima.

 

Safra de verão - A estimativa da safra de verão está mais consolidada e aponta para uma produção de 22,1 milhões de toneladas, volume 3% maior que o de igual período do ano passado. Essa pesquisa confirma o bom desempenho da safra de verão, capitaneada pela soja, que atingiu uma produção de 15,32 milhões de toneladas, 10% acima da anterior, que já foi recorde.

 

Não confirmado - Em função do bom desempenho da safra de verão e boas expectativas com a safra de inverno, a pesquisa do Deral realizada em maio apontava para uma colheita da ordem de 33,21 milhões de toneladas de grãos no Paraná, o que acabou não se confirmando por causa da estiagem ocorrida a partir de maio, seguida de geadas severas no final de junho.

 

Milho – Neste mês, houve nova reavaliação das estimativas de produção e foi constatado que, com a evolução da colheita do milho da segunda safra, as perdas foram menores que o esperado. A estimativa anterior indicava para uma quebra de 37% na produção, reduzida agora para 32,4%, o que indica prejuízo de R$ 970 milhões nessa cultura. Mesmo assim o prejuízo foi grande, com uma perda de 2,65 milhões de toneladas só na estimativa de produção do milho da segunda safra. O Deral esperava uma colheita de 8,18 milhões de toneladas e devem ser colhidas 5,53 milhões. Entre as lavouras de milho da segunda safra e o trigo, as perdas provocadas pelo clima totalizaram três milhões de toneladas, um prejuízo de R$ 1,14 bilhão.

 

Trigo – Os estragos provocados pelas geadas foram maiores para o trigo. A reavaliação elevou as perdas nas lavouras de trigo, que estavam em 12% para 13,7%. A estimativa atual é que sejam colhidas 2,48 milhões de toneladas, cerca de 400 mil toneladas a menos que a projeção inicial, que apontava para uma produção de 2,88 milhões de toneladas do grão. O prejuízo estimado para a cultura é de R$ 170 milhões.

 

Feijão – Em relação ao feijão, outro produto importante para a economia paranaense, nas três safras cultivadas no Estado houve um aumento de 3% na produção em relação ao ano passado. A pesquisa do Deral aponta para uma produção de 815,6 mil toneladas em 2011, um aumento de 23,6 mil toneladas em relação às três safras colhidas no ano passado, que renderam um total de 792 mil toneladas.

 

Comercialização – Apesar das perdas provocadas pelo clima, o Valor Bruto da Produção (VBP), que corresponde ao faturamento bruto obtido pelo produtor, pode ser compensado pela elevação dos preços dos principais produtos agrícolas. Em relação ao ano passado, a cotação do milho está 46% superior, a da soja aumentou 11% e a do trigo, 7,2%. A saca de milho, que era comercializada a R$ 15,06 há um ano, está sendo vendida atualmente por R$ 21,96 em média. A soja, que foi vendida por uma média de R$ 37,94 no ano passado, este ano está sendo comercializada por R$ 42,11. E o trigo, que foi vendido por R$ 24,06 no ano passado, este ano está sendo comercializado por R$ 25,79, em média. (AEN)

PARANÁ: Exportações do agronegócio cresceram 31% de janeiro a julho

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De janeiro a julho de 2011, as exportações do agronegócio paranaense cresceram 31%, passando de US$ 5,46 para US$ 7,16 bilhões. Esse desempenho é resultado dos preços internacionais elevados das principais commodities agrícolas, em que pese a valorização do real. A participação do agronegócio nas exportações totais do Paraná é de 73,7%. Já nas exportações do agronegócio brasileiro, o Paraná contribui com 13,8%.

 

Setores - O setor líder foi o complexo soja, com US$ 3,37 bilhões (47%). Em segundo lugar figura o complexo carnes com uma receita de US$ 1,31 bilhão e subindo de posição, o setor sucroenergético ocupa o terceiro lugar, com uma receita de US$ 769 milhões. Esses três setores respondem por 76% das exportações do agronegócio paranaense. É o que apontam os dados da Secretaria de Relações Internacionais do Agronegócio, do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento- Mapa.

 

Complexo Soja (grão, farelo, óleo bruto e refinado) - No acumulado janeiro/julho, o complexo soja (grão, farelo, óleo bruto e refinado) apontou uma elevação na receita de 40%, passou de US$ 2,40 bilhões para US$ 3,37 bilhões. Esse segmento participa com 47% nas exportações do agronegócio estadual. As exportações de soja em grão registraram crescimento de receita, ancorados nos preços elevados e nas aquisições chinesas.  As divisas passaram de US$ 2,41 bilhões para US$ 3,37 bilhões.

 

Preços - Os preços saíram de US$ 369,29/t para US$ 467,62/t, uma evolução de 26%. Já o volume comercializado caiu 5%, passando de 4,53 milhões para 4,30 milhões de toneladas. A receita com as exportações de farelo de soja passou de US$ 484 milhões para US$ 920 milhões, um crescimento de 90%. No acumulado do ano, as exportações de óleo bruto somaram US$ 365 milhões, 69% superiores ao mesmo período de 2010 (US$ 216 bilhões).  As receitas com óleo refinado somaram US$ 78 milhões e um volume de 62 mil toneladas. O crescimento na receita foi de 110% e na quantidade embarcada de 48%.

 

Complexo Carnes (bovina, aves, suína e outras) - A análise das exportações do agregado carnes (aves, bovina, suína e outras) aponta uma evolução da receita de 13%, passando de US$ 1,15 para US$ 1,31 bilhão e retração no volume exportado de 654 mil toneladas para 649 mil toneladas, por conta do embargo russo nas carnes bovina e suína. A expectativa apontava uma retração maior nas carnes suínas, o que não correu, haja vista o cumprimento de contratos. Com isso, a receita de carne suína somou US$ 90 bilhões e um volume de 36 mil toneladas.  Já a receita de exportações de carne bovina caiu de US$ 43 milhões para US$ US$ 35 milhões e a quantidade embarcada caiu de 13 mil para 9 mil toneladas. As receitas de carne de frango totalizaram US$ 1,03 bilhão, resultado de preços internacionais mais elevados e pequeno acréscimo no volume de 544 mil para 553 mil toneladas. As exportações de carne de peru caíram de US$ 84 milhões para US$ 50 milhões e o volume comercializado caiu de 31 mil toneladas para 16 mil toneladas.

 

Complexo Sucroenergético (açúcar e álcool) - O agregado sucroenergético registrou exportações de US$ 769milhões contra US$ 539 milhões em igual período de 2010, resultante do aumento dos preços dos produtos.   O valor das exportações de açúcar foi de US$ 730 milhões contra US$ 434 milhões no acumulado janeiro-maio de 2009.  As vendas externas de álcool passaram de US$ 104 para US$ 39milhões. O volume exportado passou de 162 mil toneladas para 51 mil toneladas.  Segundo a Associação de Produtores de Bioenergia do Estado do Paraná, desde o ano passado (2010), a produção estadual de etanol não é suficiente para abastecer o mercado interno.

 

Cereais, Farinhas e Preparações - As exportações de trigo via Porto de Paranaguá totalizaram US$ 211 milhões, um crescimento de 107% sobre igual período de 2010 (US$ 102 milhões), sustentadas pelo preço internacional e pelo escoamento da produção via mercado externo, haja vista os preços não remunerados e a oportunidade de exportação no período e respondendo por 30% das exportações brasileiras.  Já as exportações brasileiras do cereal, geraram receita de US$ 695 milhões e um volume comercializado de 2,3 milhões de toneladas. Quanto às exportações de milho em grão, passaram de US$ 63 para 99 milhões, com um volume exportado de 397 mil toneladas. A participação nas exportações brasileiras do grão foi de 13%.   Em igual período, o Brasil exportou US$ 760 milhões e um volume de 3 milhões de toneladas. A previsão das exportações brasileiras em 2011 aponta para um volume de 8 milhões de toneladas.

 

Café - No período analisado, as exportações de café totalizaram US$ 260 milhões e volume exportado de 42 mil toneladas.

 

Mercados - Por bloco econômico, a Ásia (29%) e a União Europeia (21%) são os principais mercados, com o Mercosul em terceiro lugar, com 14%. As exportações para a União Europeia cresceram 27%, passaram de US$ 1,6 bilhão para 2,0 bilhões.  Os principais mercados, em ordem de importância foram: Países Baixos (6%);Alemanha (6%), França (2%); Itália (2%); Espanha (1,5%). Já as exportações para a Ásia cresceram 8%, passaram de US$ 2,6 para US$ 2,8 bilhões. O mercado chinês tem uma participação de 19% nas exportações totais paranaenses. (Gilda M. Bozza, economista da FAEP)

AGRICULTURA: Paraná pode fornecer soja convencional para o Japão

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O Japão enviou uma missão técnica ao Paraná para verificar a possibilidade de fornecimento de soja convencional para atender a demanda da indústria alimentícia daquele país. O Japão consome em torno de um milhão de toneladas de soja por ano somente com a produção de tofu e natto (soja fermentada naturalmente), base dos produtos utilizados na culinária japonesa. 

EUA - Atualmente, 75% desse volume é importado dos Estados Unidos. Agora o Japão está prospectando outros mercados que atendam aos critérios exigidos no País, como coloração do grão, teor de proteínas e tamanho dos grãos. Um avanço na possibilidade de ser firmada uma relação comercial entre Japão e o Paraná vai depender do atendimento desses critérios.

Integrantes - A missão é constituída por Kunio Imai, vice-presidente do Sojitz Research Institute – vinculado ao Ministério da Agricultura, Floresta e Pesca do Japão – e Ayako Hagino, analista da mesma instituição. Eles estiveram na Secretaria da Agricultura e do Abastecimento (Seab) na sexta-feira (19/08), quando foram recebidos pelo diretor do Departamento de Economia Rural, Otmar Hubner, e os técnicos Margorete Demarchi, do Deral, e Marcelo Silva, do Departamento de Fiscalização e Sanidade Agropecuária (Defis).

Temas - No encontro, foram discutidos temas como tendências da produção e exportação de soja convencional e soja geneticamente modificada no Paraná, controle de pós-colheita, condições de armazenamento e a disponibilidade do Estado fornecer amostras de soja convencional. Os japoneses querem testar a capacidade de processamento dos grãos nos alimentos consumidos por eles.

Segundo maior produtor - O Paraná é o segundo maior produtor de soja do Brasil, com uma área plantada de 4,5 milhões de hectares e produção superior a 15 milhões de toneladas na última safa (201/11). Tradicionalmente o Estado exporta em torno de 45% de sua safra de soja, sendo que no ano repassou ao mercado externo 6,3 milhões de toneladas e este ano poderá atingir o mesmo volume em função dos bons resultados da produção. O restante é destinado às indústrias de esmagamento no mercado interno.

Próxima safra - Para a próxima safra (2011/12) a estimativa é que 85% das sementes disponíveis no mercado serão de soja geneticamente modificada (OGM), o que leva à conclusão de que pelo menos 15% da soja plantada no Paraná será convencional.

Cooperativas - Segundo Hubner, já existem cooperativas que estão se especializando no atendimento a mercados que demandam soja convencional e a principal delas é a Coamo, de Campo Mourão. “Outras cooperativas, como a Batavo e a Castrolanda, nos Campos Gerais, e a Agrárias, em Entre Rios, região de Guarapuava, também estão se especializando no fornecimento de soja convencional”, acrescentou.

Cultivo - Hubner lembrou aos japoneses que o produtor paranaense cultiva tanto a soja convencional quanto a transgênica. “Ele quer ser remunerado pelo que produz”, observou. “É claro que se houver interesse de mercado, o produtor vai plantar o que lhe compensar financeiramente”, acrescentou. 

Segregação - Segundo Marcelo Silva, do Defis, em função da restrição à exportação de soja geneticamente modificada pelo porto de Paranaguá, em anos anteriores, as cooperativas e as empresas exportadoras desenvolveram uma capacidade de segregação entre o grão convencional e o modificado geneticamente.

Histórico - Segundo Silva, o Paraná tem um histórico institucional de certificação e rastreabilidade da semente de soja desenvolvido pelo Tecpar – Instituto de Tecnologia do Paraná – que é reconhecido internacionalmente. “A utilização de sementes de soja certificadas reflete na qualidade fitossanitária das lavouras”, destacou. (AEN)

ITR: Entrega da declaração começa nesta segunda-feira

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 Começa nesta segunda-feira (22/08), a entrega do Imposto Territorial Rural (ITR). O prazo final estipulado pela Receita Federal é 30 de setembro. Deverão entregar a declaração: Pessoas físicas e jurídicas, proprietários de terras com registro, inventariantes (no caso da partilha de uma determinada propriedade não estar concluída) e representantes de condôminos (se o imóvel pertencer a várias pessoas).

Isentos - Luiz Antonio Finco, assistente técnico do departamento sindical da Federação da Agricultura do Estado do Paraná (Faep), acrescenta que propriedades de até 30 hectares, que são isentas do imposto, também são obrigadas a declarar. Segundo Finco, as condições estipuladas pela Receita para considerar uma propriedade isenta são: ser explorada somente pela família, não ter imóvel urbano e não conter terra arrendada. 

Documentos - Finco esclarece que para facilitar a entrega da declaração, os produtores devem ter em mãos uma série de documentos. ''Oriento os proprietários a guardarem todas as notas fiscais de compra e venda de produtos agrícolas, a escritura pública ou a matrícula da propriedade, o laudo que atesta a Área de Proteção Permanente (APP)'', explica. Já para os pecuaristas, o técnico recomenda guardar as notas das vacinas utilizadas. ''Se houver trabalhos de reflorestamento, as notas também devem ser preservadas''. 

Base - O imposto, acrescenta Finco, é baseado no valor da terra nua, que é estipulado pelo Departamento de Economia Rural (Deral), da Secretaria de Estado da Agricultura e do Abastecimento (Seab). Só não deverão declarar, de acordo com o especialista da Faep, arrendatários, já que prestar contas à Receita compete aos donos da propriedade. 

Arrecadação - Sérgio Gomes Nunes, auditor fiscal da Receita Federal de Londrina, contabiliza que neste ano 63 municípios da região deverão arrecadar R$ 10 milhões dos 64,74 mil imóveis rurais cadastrados. No ano passado, segundo ele, foi captado cerca de R$ 9,80 milhões. Em 2009, o volume de arrecadação do ITR foi um pouco menor, girando em torno de R$ 9,79 milhões. 

Paraná e Santa Catarina - Nunes completa que a 9 região fiscal da Receita Federal, que envolve todas as propriedades rurais localizadas nos estados do Paraná e Santa Catarina, recebeu em 2010 mais de 7,97 mil declarações, movimentando R$ 64,05 milhões. O total arrecadado no ano anterior, segundo Nunes, foi de R$ 56,08 milhões. ''Acredito que nesse ano, o total recebido deverá ficar parecido com o ano anterior'', revela o auditor fiscal.

Gargalos - O assistente técnico da Faep destaca que um dos principais problemas encontrados nas declarações é a falta de averbação da área de proteção ambiental. ''É obrigatório ter esses documentos'', afirma. Finco completa que o produtor precisa obter o Ato Declaratório Ambiental (ADA), documento emitido pelo Ibama, que é utilizado na declaração. Outra irregularidade comum encontrada pelos técnicos da receita é a declaração de valores muito baixos dos imóveis. ''Quando esses produtores caem na malha fina, se os auditores perceberem uma incompatibilidade com o valor declarado, o produtor pode até pagar uma multa'', assinala. Finco salienta que se o proprietário quiser pagar menos imposto, é só investir mais na produção. Aumentar o uso da terra, segundo ele, garante uma diminuição na alíquota do tributo. (Folha Rural / Folha de Londrina)

INFRAESTRUTURA: Paraná projeta instalação de pátios de carga no interior

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O secretário de Infraestrutura e Logística, José Richa Filho, o diretor-presidente da Codapar, Silvestre Tino Staniszewskii, e o presidente da Ferroeste, Maurício Theodoro, estiveram nesta quarta-feira (17/08) e quinta-feira (18/08), em Cubatão (SP), onde visitaram o Terminal Intermodal de Cargas (Ecopátio), que faz a triagem e a liberação dos caminhões com destino ao Porto de Santos. 

Subsídios - O objetivo da visita foi conhecer a estrutura do terminal de Cubatão e buscar informações para subsidiar a implementação do corredor de escoamento da safra paranaense pelo Porto de Paranaguá, projeto desenvolvido pela Codapar, Ferroeste e Appa. Segundo Silvestre Tino Staniszewski, a proposta no Paraná é criar Centros Logísticos (pátios) no interior do estado, para prestar serviços de classificação, triagem, lacramento e ordenamento dos caminhões em direção ao Porto de Paranaguá. 

Monitoramento e controle - Para o presidente da Ferroeste, Maurício Querino Theodoro, com este serviço, haverá um melhor monitoramento e controle da liberação dos caminhões no sentido ao porto, reduzindo as filas e o tempo de permanência dos navios no cais, e diminuindo os custos de exportação.

Viabilização - O secretário de Infraestrutura e Logística, José Richa Filho, destacou que técnicos da Codapar, Ferroeste e Appa estão trabalhando para tornar viável a estruturação dos Centros Logísticos junto às unidades da Codapar e Ferroeste de Cascavel e Guarapuava, para iniciar a implementação do Projeto de Escoamento já na próxima safra. (AEN)

OPINIÃO: O cooperativismo dos meus sonhos

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·      Ademar G. Bianchi

·      Sabemos da necessidade de adaptação constante do cooperativismo, para atuar em um mercado cada vez mais globalizado e competitivo, onde a força do capital fala mais alto. Neste cenário, apesar de todos os desafios, o cooperativismo continua seu trabalho como uma “revolução silenciosa”, gerando inúmeros benefícios  a economia e a sociedade através de suas  13 (treze) formas/segmentos.

·      Nos últimos anos, observamos crescimento em vários setores, principalmente no agropecuário, crédito, infraestrutura, transporte, saúde e trabalho, mostrando que a sociedade está entendendo que não é somente pela simples competição, mas também pela cooperação e união de forças, que podemos resolver nossos problemas coletivos de uma forma mais  humana e inteligente.

·      E, nesta caminhada,  utopias de ontem já viraram realidade, entre elas: a organização da representatividade, as conquistas constitucionais que  asseguraram o fomento do Governo Federal, através dos Ministérios da Agricultura, Desenvolvimento Agrário e outros, a lei das sociedades cooperativas e as resoluções complementares, a formação e atuação  das frentes parlamentares cooperativas, a criação do serviço nacional de aprendizagem do cooperativismo, o reconhecimento do cooperativismo de crédito como integrante do sistema financeiro nacional, convênios e intercâmbios internacionais, faculdades de tecnologia do cooperativismo e pós graduação em várias instituições de ensino e outros desafios que ainda fazem parte de meus sonhos, entre eles:

·      - As escolas, de todos os graus, precisam mudar o foco da competição como sendo o  único caminho e orientar para a alternativa da cooperação, organização das pessoas e fortalecimento das instituições, somando esforços parceiros,  racionais e solidários  na solução de  problemas comuns no desenvolvimento das regiões.

·      - O desenvolvimento sustentável de uma cooperativa, município, estado ou país, somente acontece com educação, capacitação, disciplina  e trabalho, para isto todos devem estar envolvidos  e fazer sua parte, no campo e nas cidades. A história de grandes potências mundiais servem de exemplo

·      - A forma amadora de administrar precisa ser mudada de forma urgente por uma  gestão  profissional  e de resultados.

·      - As novas lideranças precisam ser preparadas para dar continuidade à missão maior da cooperativa no cumprimento de seus objetivos, com eficiência e transparência, evitando a longevidade excessiva das diretorias e seus vícios decorrentes.

·      - Cooperativas não devem ser usadas para promoção particular e nem servir de trampolim político. Podem, sim, apoiar lideranças e  instituições identificadas com suas causas e necessidades.

·      - A assistência técnica, educação, capacitação e marketing precisam ser desenvolvidas e apoiadas efetivamente pelas diretorias. Sem este comprometimento, estas práticas serão tratadas sem prioridades, com sérios prejuízos para todos, colocando em risco a existência da própria entidade.

·      - As cooperativas devem ser fiscalizadas de forma permanente pelo conselho fiscal e auditorias internas e externas, exercendo um trabalho preventivo, apontando problemas e desvios, os quais devem ser punidos com rigor conforme a lei e estatutos.

·      - A sustentabilidade deve ser preocupação permanente, inclusive no planejamento estratégico a médio e longo prazo, com ações concretas, buscando respostas  econômicas, sociais e ambientais em sintonia com a  comunidade.

·      - A intercooperação precisa ser exercida efetivamente como uma estratégia de competição nos mercados, trocando produtos, serviços e formando redes e centrais,  independente de  bairrismos  locais ou regionais

·      - Buscar e manter o equilíbrio permanente entre o econômico e o social, não esquecendo a filosofia e princípios  que identificam  o sistema cooperativo.

·      - As entidades fomentadoras, públicas e privadas, precisam dialogar mais, trocar informações sobre os programas de apoio em atendimento as  demandas, buscando melhores resultados e  evitando trabalhos paralelos. 

·      - Os benefícios do cooperativismo precisam ser melhor  divulgados à sociedade através de campanhas permanentes, principalmente seu diferencial de valorização do trabalho e do ser humano, organização das pessoas para a solução de problemas coletivos, equilíbrio de mercado, combate a intermediação, geração e distribuição de renda, atendimento da necessidade de economia de escala para viabilizar empreendimentos, representatividade, inclusão e responsabilidade social.

·      - O trabalho cooperativo deve ajudar as pessoas e a sociedade a entender que a missão do ser humano não é apenas nascer,  produzir, competir, consumir, poluir e morrer. A esperança está na nova geração para continuar trabalhando por um mundo mais equitativo, com menos violência, produzindo alimentos saudáveis e cuidando melhor do  meio ambiente para deixar  um mundo um pouco melhor.

·      *Ademar G. Bianchi é Engenheiro de Operações do Cooperativismo do  Ministério da Agricultura de Passo Fundo (RS) / Pós Graduado em Gestão de Cooperativas

INFRAESTRUTURA: Ferroeste e Cargil implantam projeto de transporte bimodal

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A Ferroeste e a Cargill firmaram esta semana parceria que permitirá operações bimodais de transporte ferroviário e rodoviário, a partir da região Oeste do Paraná com destino aos centros produtores e ao Porto de Paranaguá. A estimativa é que a ferrovia estadual transporte até o final do ano, somente com esse contrato, em torno de 60 mil toneladas de soja e milho, o que equivale a cerca de um trem diário entre Cascavel e Guarapuava. O volume poderá chegar a um milhão de toneladas em 2012.

Alternativa - “Com essa parceria estamos criando uma operação mais econômica, ágil e racional para atender as necessidades de transporte da Cargill e, em um segundo momento, o modelo funcionará como uma alternativa aos gargalos ferroviários regionais e poderá ser estendido a outros clientes”, disse o secretário de Infraestrutura e Logística, José Richa Filho. “Isso reforçará o terminal da Ferroeste em Guarapuava como um centro logístico do meio Oeste”, completa o presidente da Ferroeste S.A., Maurício Querino Theodoro. 

Bimodal – A Cargill se encarregará de realizar a segunda etapa da operação, levando a carga de Guarapuava até Ponta Grossa ou Paranaguá em caminhões. O frete pago pelo cliente e a remuneração da ferrovia estão dentro de parâmetros anuais justos para ambas as partes, avalia Theodoro. Segundo o presidente da Ferroeste, a Cargill tem dois fluxos de transporte: parte da produção vai para sua unidade de esmagamento e processamento de granéis, em Ponta Grossa, e parte é direcionada para exportação pelo Porto de Paranaguá. Atualmente a Cargill, que já é cliente da Ferroeste, dispõe de quatro silos de 10 mil toneladas cada um, instalados dentro do Terminal Ferroviário de Cascavel, com projeto em andamento para ampliação, que permitirá receber mais 100 mil toneladas. 

Polo de transbordo - Quando implementada, nas próximas semanas, a experiência com a Cargill contribuirá para a criação de um polo de transbordo de cargas rodoviárias no pátio da Ferroeste em Guarapuava. Nesse modelo, os caminhões poderão fazer frete casado, trazendo fertilizantes do porto para a Ferroeste, em Guarapuava, e retornando ao porto carregados com soja da Cargill.

Corredor de Exportação – A parceria com a Cargill será um piloto para outro projeto mais ambicioso: o Corredor de Exportação, também de características multimodais, a ser implementado a partir de 2012 pelo governo do Estado, por meio da Ferroeste, Codapar, Claspar, e Porto de Paranaguá, com o apoio da Secretaria de Infraestrutura e Logística do Estado do Paraná e da Conab, órgão do governo federal.

Sistema logístico - O Corredor de Exportação é um projeto de R$ 11 milhões que visa criar um sistema logístico dotado de silos-pulmão, aproveitando a infraestrutura já existente em Cascavel, Guarapuava, Araucária, Maringá, Ponta Grossa e Paranaguá. “É um projeto que nasce da necessidade da ferrovia”, destaca Maurício Querino Theodoro, “mas que beneficiará tanto os setores produtivos quanto setores de governo relacionados à produção e à logística de transporte”. 

Adequação - Os pátios da Codapar, por exemplo, vão ser adequados, com a implantação de serviços de estacionamento, refeitório, banheiros e silos-pulmão. Cada centro estará interligado, via rede de computadores, com a Administração dos Portos de Paranaguá e Antonina (Appa). Nesses entrepostos, a carga será classificada e se necessário temporariamente armazenada. Caberá ao porto controlar a descida dos caminhões, sistema que contribuirá para reduzir as filas na BR-277, durante a safra.

Selo Paraná – Em dois anos o governo poderá implantar o “selo Paraná”, garantia de qualidade do produto exportado pelo terminal paranaense, com certificação de origem. A ideia é criar um lacre com chip para a carga que for transportada em território paranaense. Se houver atrasos na escala de chegadas ao porto, a fiscalização poderá fazer nova classificação, a fim de evitar fraudes. 

Aumento da capacidade estática - Com silos da Ferroeste, Codapar e Conab, informa Theodoro, deve aumentar em 50% a capacidade estática do porto em 50%, que hoje é de 557.340 toneladas. O aumento na velocidade do fluxo de liberação de cargas, dos atuais 1.800 para 4.100 caminhões/dia, é outra vantagem. Estima-se que a produção da Ferroeste vai aumentar em 35%, mesmo antes da construção dos novos ramais. “Este é um projeto que dá sobrevida à ferrovia”, segundo Theodoro. Segundo ele, o investimento será diluído em cinco ou seis anos. (AEN)

CENÁRIOS: Câmbio 'corrói' a valorização das commodities desde 2000

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A valorização do câmbio praticamente anulou a alta das commodities agrícolas no mercado internacional ao longo da última década. Segundo levantamento elaborado pelo Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea/Esalq), a pedido do Valor, os preços em reais dos produtos exportados pelo agronegócio brasileiro - o que o Cepea chama de índice de atratividade - subiram apenas 5% de 2000 até o primeiro semestre de 2011, enquanto os preços em dólares aumentaram 128,3%. Nesse período, o real acumulou uma valorização de 54%.

 

Diferença - Se levados em consideração apenas os 12 meses encerrados em junho, o índice de atratividade das exportações agropecuárias registrou um aumento de 5%, embora os preços internacionais, denominados em dólares, tenham avançado quase seis vezes mais. Isso não significa que o setor tenha perdido lucratividade ou se tornado menos competitivo, como sua própria expansão nos últimos anos evidencia. Ganhos de volume, produtividade e eficiência mantêm o cenário extremamente favorável aos produtores.

 

Compensação - Para a pesquisadora do Cepea, Andréia Adami, uma das autoras do estudo, os incrementos de produtividade no campo mais do que compensaram as frustrações cambiais. "O diferencial do agronegócio brasileiro é o crescimento contínuo de sua produtividade", afirma. Ela observa que a produtividade do setor cresceu mais de 70% ao longo da última década "considerando-se todos os fatores de produção".

 

Poder de compra - "Embora afete mais a produção e a exportação, o câmbio valorizado aumenta o poder de compra do produtor na hora de adquirir os insumos", lembra Vinícius Ito, analista de commodities da corretora Newedge USA, em Nova York. Uma parte importante das matérias-primas usadas na agricultura, como os fertilizantes e os agroquímicos, que respondem por até 70% dos custos operacionais de produção, tem preços fortemente influenciados pelo câmbio.

 

Custo de produção - Para se ter uma ideia desse impacto, dados do Instituto Mato-grossense de Economia Agrícola (Imea) mostram que o custo em reais para um agricultor plantar soja em Sorriso (MT) caiu 8,4% entre maio de 2009 e maio deste ano - período no qual a cotação do dólar cedeu de R$ 2,21 para R$ 1,61 - embora os custos denominados em dólar tenham subido 16%.

 

Ganhos de escala - Para Anderson Galvão, CEO da consultoria Céleres, a maior concentração no setor ocasionou ganhos de escala significativos. "Mais do que aumento de produtividade nas lavouras, observamos um aumento de eficiência na gestão. Os produtores de hoje são maiores e mais organizados do que os de ontem", diz.

 

Percepção - Dados do Imea corroboram essa percepção. De acordo com o órgão, os 20 maiores grupos agropecuários do Mato Grosso mais do que dobraram sua área plantada nos últimos anos, embora a área agricultável total não tenha crescido mais que 2%. Hoje, esses grupos controlam cerca de 1,3 milhão de hectares.

 

Efeitos distintos - José Vicente Ferraz, diretor técnico da Informa Economics FNP, lembra que o comportamento do câmbio não exerce o mesmo efeito sobre todos os elos da cadeia, e cita o mercado de carnes como exemplo. "O pecuarista, que vende o boi no mercado interno, viu o preço da arroba quase dobrar de 2005 para cá. Ele está ganhando dinheiro. Mas a indústria frigorífica, que exporta, tem uma situação bastante difícil e que decorre em boa parte do câmbio valorizado", observa.

 

Privilegiados - Ferraz propõe ainda uma inversão no raciocínio. "A valorização do câmbio não compensou, mas foi compensada pela alta dos preços internacionais, em resposta às restrições na oferta e à demanda aquecida nos países em desenvolvimento, além do componente especulativo. Quase sem exceção, as commodities estão com preços historicamente altos, e isso faz com que os produtores dessas mercadorias sejam privilegiados."

 

Mercados financeiros - Nos mercados financeiros, a valorização das commodities é, em parte, uma resposta ao enfraquecimento do dólar em relação a moedas como o real e o dólar australiano nos últimos anos. Fundos de investimento aumentaram de modo expressivo suas aplicações nesse segmento, interessados não apenas em capturar os lucros com o aumento da demanda global, mas também em se proteger contra a desvalorização da moeda americana em um cenário de estagnação e juros reais negativos nos Estados Unidos.

 

Correlação - O raciocínio dos gestores é simples: a queda da moeda em que as commodities são denominadas obriga os preços nominais a subir para viabilizar a produção nos países de origem, onde o câmbio tem se fortalecido. Não à toa, a correlação inversa entre o comportamento do real e os preços das commodities é tão elevada.

Agronegócio brasileiro - O analista da Informa FNP lembra que o agronegócio brasileiro ainda tem "imensas vantagens competitivas" em relação a outros lugares do mundo, como escala, baixos custos da terra e da mão de obra. "Os produtores podem não ser tão privilegiados quanto poderiam ser, caso tivessem um câmbio mais desvalorizado, mas o cenário ainda é muito atraente. É como um time de futebol que, roubado pelo juiz, ganha de cinco em vez de oito a zero", compara. (Valor Econômico)

CONJUNTURA: BB deve liberar R$ 45,7 bi ao campo em 2011/12

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O Banco do Brasil (BB) prevê liberar R$ 45,7 bilhões em crédito rural nesta safra 2011/12, que começou "oficialmente" em julho. Do total, R$ 10,5 bilhões deverão ser destinados à agricultura familiar e R$ 35,2 bilhões atenderão aos agricultores empresariais e cooperativas rurais. Se confirmado, o montante total aumentará em 17% na comparação com os desembolsos da instituição no ciclo 2010/11 (R$ 39 bilhões).

Menos que o previsto - Apesar do crescimento, o valor previsto é 17% inferior às estimativas iniciais do próprio Banco do Brasil. Em entrevista ao Valor em abril, o então diretor de Agronegócios do banco, José Carlos Vaz - hoje secretário de Política Agrícola do Ministério da Agricultura - projetou que os desembolsos ficariam próximos a R$ 55 bilhões em 2011/12. 

Liberação - A diferença, segundo a assessoria do banco, não se trata de um engessamento. Caso seja necessário, mais recursos poderão ser liberados, segundo garantiu um funcionário da instituição. A carteira total de investimentos do BB no agronegócio chegou a R$ 80 bilhões em junho deste ano, ante R$ 78 bilhões em março. Em dezembro de 2005, o valor era de apenas R$ 35 bilhões.

Novas linhas - O banco criou novas linhas para financiar investimentos na safra 2011/12, dentre eles o plantio de cana. "Estão asseguradas linhas de financiamento para a expansão e renovação de canaviais, com financiamento de até R$ 1 milhão por produtor rural, com prazo de pagamento de cinco anos, incluídos até 18 meses de carência", diz comunicado do BB. Além dela, também foram disponibilizados R$ 850 milhões para incentivar a Agricultura de Baixo Carbono (ABC).

Cooperativas - As cooperativas também ganharam um papel importante nas linhas de crédito do Banco do Brasil em 2010/11. O valor chegou a R$ 3,28 bilhões em operações rurais com as cooperativas do agronegócio, crescimento de 12,4% em relação à safra anterior. 

Principal financiador - No mesmo comunicado, o Banco do Brasil cumpriu, na safra 2010/11, "papel de principal financiador do crédito agrícola do país". Foi responsável por 73% dos créditos destinados à agricultura familiar, 77% ao médio produtor rural e 40% aos demais agricultores. Na safra 2010/11, foram desembolsados R$ 39 bilhões, evolução de 12% em relação à safra 2009/10. Para a agricultura empresarial, foram aplicados R$ 30,2 bilhões e para a agricultura familiar, R$ 8,8 bilhões. O valor total também ficou um pouco abaixo dos R$ 42 bilhões estimados inicialmente pelo banco.

Recursos desembolsados - Os recursos desembolsados em operações de custeio e comercialização totalizaram R$ 30,7 bilhões, correspondendo a 79% do total de recursos aplicados no crédito rural. As operações de investimento totalizaram, na temporada 2010/11, R$ 8,3 bilhões, evolução de 14% em relação ao mesmo período da safra anterior. (Valor Econômico)

MOBILIZAÇÃO: Campanha divulga práticas sustentáveis do Programa ABC

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Está no ar a campanha do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento sobre o Programa Agricultura de Baixo Carbono (ABC). O primeiro filme começou a ser veiculado nesta segunda-feira (15/08), nos canais de TV voltados ao produtor rural.

Vídeos - A programação inclui outros seis vídeos, com um minuto de duração, que serão exibidos até 13 de setembro. Os filmes explicam o que é e quais são os benefícios proporcionados por cada uma das seis práticas agrícolas sustentáveis do ABC. A campanha, produzida pela agência de publicidade SLA Propaganda, destaca, assim, a importância de reduzir a emissão de gases de efeito estufa na agricultura, bem como a disponibilidade de crédito com condições especiais aos produtores interessados.

Conscientização - O objetivo da campanha é conscientizar produtores rurais sobre a importância da implementação do ABC. Também procura estimular a adesão ao programa, que oferece condições favorecidas de crédito para quem adotar as técnicas agronômicas sustentáveis preconizadas. Paralelamente, peças direcionadas para a internet serão veiculadas com a mensagem da campanha em sites de notícias e de agronegócios. A divulgação inclui, ainda, anúncios em publicações especializadas para o meio rural. 

Incentivo - O ABC incentiva a adoção de boas práticas agrícolas e a integração de sistemas produtivos que permitam a redução dos gases de efeito estufa e ajudem a preservar os recursos naturais. O programa busca difundir uma nova agricultura mais sustentável mediante seis ações a serem adotadas pelos agricultores: plantio direto na palha, integração lavoura-pecuária-floresta (ILPF), fixação biológica de nitrogênio, plantio de florestas, recuperação de pastos degradados e tratamento de resíduos animais. Nos próximos dez anos, a meta é deixar de emitir 165 milhões de toneladas equivalentes de CO2. 

Recursos - Dentro do ABC estão garantidos recursos a agricultores e cooperativas, com limite de financiamento de R$ 1 milhão por beneficiário. No total, os projetos de investimento voltados a atividades agropecuárias que permitem a mitigação da emissão de GEE terão R$ 3,15 bilhões. O crédito será financiado com taxa de juros de 5,5% ao ano, mais baixa que o fixado para a maioria das linhas de crédito para agricultura (6,75%). O prazo para pagamento é de 15 anos. (Mapa)

CICLO 2011/12 I: PR prepara estoques de semente para safra de verão

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As sementes de soja que serão utilizadas no ciclo 2011/12 já foram beneficiadas e estão nos armazéns à espera de uma boa safra. Marcos Antônio Trintinalha, presidente da Associação Paranaense de Produtores de Sementes e Mudas (Apasem) anuncia que cerca de 40% das sementes do Estado já foram comercializadas. Dessas, 85% são transgênicas e o restante convencional. Para o próximo ciclo, só em soja, deverão ser disponibilizadas para o campo por volta de 230 mil toneladas ou 4,6 milhões de sacas de sementes. O número, segundo Trintinalha, é superior ao que foi disponibilizado em ciclos anteriores.

 

Safra passada - No ano passado, de acordo com dados da Associação Brasileira de Sementes e Mudas (Abrasem) foram produzidas 240 mil toneladas no Paraná. Na safra 2009/10, o volume foi de 205 mil toneladas de sementes. Margorete Demarchi, engenheira agrônoma do Departamento de Economia Rural (Deral), da Secretaria de Estado da Agricultura e do Abastecimento (Seab), explica que na safra de verão a soja já se consolidou e, por isso, a demanda por sementes está crescendo.

 

Área plantada - ''Na temporada 2010/11, por exemplo, a área plantada com a oleaginosa foi de 4,5 milhões de hectares, registrando um aumento de 3% em relação ao ciclo anterior. Porém, o milho, nesse mesmo período, registrou uma queda em área plantada no Estado de 16%'', comenta Margorete. Trintinalha, da Apasem, completa que na próxima safra haverá maior participação das variedades geneticamente modificadas. ''Entre as mais usadas estão BMX Potencia, AMK 7059 RR, NA 5909 RR''.

 

Modernização - O presidente da Apasem coloca que o Paraná tem se modernizado em termos de tecnologia de sementes. Porém, na opinião dele, o produtor está pagando por isso. O preço atual de uma semente transgênica, por exemplo, varia de acordo com a tecnologia utilizada. Os valores, segundo dados da Apasem, variam de R$ 1,70 a R$ 2,25 o quilo. Já os preços da convencional, estão entre R$ 1,30 e R$ 1,40 o quilo. Trintinalha aponta que no ciclo anterior, ambas - transgênica e convencional - custaram, em média, R$ 1,60 o quilo.

 

Alta- De acordo com dados da Seab, de maio de 2010 a maio de 2011, o valor da saca de semente de soja no Paraná subiu 5%. Em maio deste ano, a saca custava R$ 82,50, em média. Trintinalha observa que a verticalização do setor é um problema. Com o aumento das sementes de alta tecnologia, há uma ligeira pressão de preços das multinacionais que detêm os produtos.

 

Demanda aquecida - Margorete pondera que os preços de todos os produtos agrícolas estão em alta devido à demanda aquecida do mercado interno e externo. Além disso, segundo a especialista, as condições climáticas - chuva em excesso - que afetaram a produção de soja em todo o Brasil, aqueceram os preços.

 

Estudo - De acordo com um estudo realizado pela consultoria Céleres, a área semeada com soja na safra 2011/12 no País será 3,6% maior do que na safra anterior, devendo chegar a 25 milhões de hectares, com uma produção estimada em 75 milhões de toneladas. Já o milho da safra de verão, segundo a consultoria, deverá ocupar uma área de 8,2 milhões de hectares, 9,1% a mais do que no ciclo anterior, garantindo uma produção de 36 milhões de toneladas. Ainda segundo a consultoria, a produtividade média da soja deverá girar em torno de 3 toneladas por hectare.

 

Sementes certificadas - Segundo a Abrasem, a melhoria da produtividade pode estar atrelada à boa qualidade das sementes disponibilizadas nas lavouras. De acordo com a entidade, houve um aumento da conscientização dos produtores em usar sementes certificadas. Na safra 2010/11, por exemplo, a utilização de sementes certificadas de soja no Brasil foi de 64%, contra 61% da safra anterior. Para a próxima safra, a Abrasem estima que os índices de produtos certificados na soja chegue a 70%. No Paraná, as próprias cooperativas realizam o beneficiamento das sementes, garantindo um grande percentual de produto certificado no Estado. (Folha Rural / Folha de Londrina)