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EUA 2012/13: EUA deve ampliar área de soja e reduzir para o milho

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A Informa Economics aumentou, na sexta-feira (04/05), suas estimativas para a área de milho e aumentou para a soja na safra 2012/13 dos Estados Unidos. Para a soja, a projeção passou de 30,39 milhões de hectares (75,1) milhões para 30,68 milhões de toneladas (75,822 milhões de acres). Em março, o USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) reportou uma área bem menor, de 29,91 milhões de hectares (73,902 milhões de acres). A projeção é maior do que os 30,35 milhões de hectares (75 milhões de acres). Já para o milho, os números foram reduzidos. A consultoria estima que sejam plantados 38,9 milhões de hectares (96,214 milhões de acres) na temporada 2012/13. Em março, foram estimados 38,65 milhões de hectares (95,5 milhões de acres). O USDA projetava, em março, 38,79 milhões de hectares (95,864 milhões de acres). Caso o número da Informa se confirme, a área destinada ao cereal irá superar o espaço da safra anterior, de 30,35 milhões de hectares (91,9 milhões de acres).

PROJEÇÕES: Produção agropecuária somará R$ 352 bi no ano

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A Confederação da Nacional da Agricultura e Pecuária (CNA) estimou que o Valor Bruto da Produção (VBP) do setor agropecuário deve crescer 5,3% em 2012, atingindo R$ 351,7 bilhões. O VBP da agricultura deve crescer 1,5%, para R$ 205,42 bilhões. Já o VBP dos produtos pecuários deve chegar aos R$ 146,3 bilhões neste ano, alta de 11,2%, em comparação aos R$ 131,5 bilhões registrados em 2011. O destaque deverá ser o valor bruto da carne bovina, que deve chegar a R$ 60,2 bilhões neste ano, 6,3% superior a 2011. A CNA também divulgou dados sobre a balança comercial do agronegócio em março. O saldo foi de US$ 6,2 bilhões no mês passado, alta de 4% em relação ao mesmo período de 2011. (DCI - Diário do Comércio e Indústria)

ECONOMIA: Após mudança na poupança, mercado prevê Selic em 8,5% em maio

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O mercado financeiro reduziu a previsão para o nível da taxa Selic no fim de maio, de 9% para 8,50%, o que indica uma expectativa de corte adicional do juro básico brasileiro de 0,50 ponto porcentual no encontro que será realizado pelo Comitê de Política Monetária (Copom) no fim deste mês. A previsão consta da Pesquisa Focus, divulgada nesta segunda-feira pelo Banco Central (BC), e é a primeira após a alteração nas regras de rendimento da poupança, anunciada na semana passada pelo governo e que abre espaço para a continuidade do ciclo de afrouxamento monetário no País.

 

Selic - A mudança na expectativa para a Selic acontece após sete semanas seguidas de previsões de juro em 9% no fim de maio. Os analistas ouvidos pelo BC preveem, por enquanto, que o ciclo de redução da taxa básica terminaria ao final deste mês, e a Selic permaneceria em 8,50% até o fim de 2012. Até a semana passada, o mercado previa juro de 9% ao final do ano - previsão repetida por sete semanas seguidas. Para 2013, porém, o mercado espera a volta do ciclo de alta dos juros, com a Selic em 10% no fim do próximo ano. Essa estimativa é repetida há oito semanas.  

Top 5 - No grupo dos analistas que mais acertam as previsões na Pesquisa Focus, o chamado Top 5, a previsão para a Selic no fim de 2012 seguiu o mercado e caiu de 9% para 8,50%. Para 2013, no entanto, o grupo tem previsão diferente dos restantes analistas e a expectativa para a taxa caiu de 9% para 8,75%. Há um mês, esse grupo esperava Selic de 9% no fim deste ano e de 10% no fim do ano que vem. Entre todos os analistas ouvidos pelo BC, a mediana das previsões para a Selic média no decorrer de 2012 caiu de 9,28% para 8,97%. Já para 2013, a expectativa de juro médio recuou de 9,68% para 9,50%. Há um mês, o mercado esperava, respectivamente, Selic média de 9,28% e de 9,88%.

Inflação - Embora tenha reduzido a previsão para os juros, o mercado financeiro manteve a expectativa de aumento dos preços em 2012. A mediana das expectativas para o IPCA neste ano manteve-se em 5,12%. Apesar da estabilidade, o número segue superior ao previsto um mês atrás, quando analistas esperavam inflação de 5,06%. Para 2013, as estimativas para a inflação oficial subiram pela segunda vez seguida e passaram de 5,53% para 5,56%, ante 5,50% de quatro semanas antes. A projeção de alta da inflação para os próximos 12 meses, medida pela projeção suavizada para o IPCA, não mudou e seguiu em 5,53%, exatamente como na semana passada.

Top 5 - As estimativas para o IPCA do grupo dos analistas consultados que mais acertam as projeções, o chamado Top 5, subiram de 4,99% para 5,03% em 2012. Para 2013, a previsão se manteve em 5,40% pela terceira semana seguida. Há um mês, o grupo apostava em altas de 4,82% e 5,10% para cada ano, respectivamente. Entre todos os analistas ouvidos pelo BC, a mediana das estimativas para o IPCA em abril teve a quinta elevação seguida e passou de 0,56% para 0,58%, acima do 0,51% previsto há um mês. Para maio, a previsão seguiu em 0,47% pela sexta semana seguida.

PIB - A mediana das projeções para o crescimento em 2012 aumentou de 3,22% para 3,23%. Para 2013, porém, a aposta seguiu em 4,30%. Um mês antes, as estimativas eram de expansão de 3,20% neste ano e de 4,20% no próximo ano. A projeção para o crescimento da indústria em 2012 foi na direção contrária e caiu de 2,02% para 1,92%. Para 2013, a tendência foi idêntica e a mediana para a expansão industrial caiu de 4% para 3,95%. Um mês antes, a pesquisa apontava estimativa de crescimento de 2% neste ano e de 4% em 2013. Analistas reduziram ainda a previsão para o indicador que mede a relação entre a dívida líquida do setor público e o PIB em 2012, de 36,20% para 36,10%. Para 2013, a projeção manteve-se em 34,70%. Há quatro semanas, as projeções estavam em, respectivamente, 36,35% e 35% do PIB para cada um dos dois anos.

Dólar - O mercado financeiro aumentou em um centavo a previsão para o dólar no fim do ano, de R$ 1,80 para R$ 1,81. Para o fim de 2013, a expectativa subiu e também passou de R$ 1,80 para R$ 1,81, na primeira alta após seis semanas seguidas sem alterações. Há um mês, analistas previam dólar a R$ 1,78 no fim de 2012 e a R$ 1,80 no encerramento de 2013. Na mesma pesquisa, o mercado financeiro elevou a previsão para a taxa média de câmbio de R$ 1,80 para R$ 1,82 em 2012. Para o próximo ano, a estimativa de dólar médio seguiu em R$ 1,80. Há um mês, a pesquisa apontava que a expectativa de dólar médio estava em R$ 1,77 em 2012 e em R$ 1,78 no próximo ano. (Agência Estado)

ALIMENTOS I: Agricultura empresarial e familiar se complementam, diz FAO

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Eliminar a fome do mundo e a extrema pobreza até 2015, bem como alavancar a produção de alimentos em 70% até 2050. Estes são dois dos objetivos da FAO – Organização das Nações Unidas para a Agricultura e Alimentação. O primeiro objetivo foi estabelecido quando a ONU trabalhava nas metas do milênio. O segundo é uma estimativa da FAO de quanto a produção agrícola tem que aumentar em decorrência do crescimento populacional. E o Brasil tem um papel chave neste contexto: “Não só pela produção de commodities agrícolas e de alimentos, mas também pelo sucesso no combate à fome e à pobreza no mundo”, afirma Hélder Mutéia, moçambicano que representa a FAO no Brasil.


Pequeno agricultor - O bom desempenho do Brasil nesse último item está vinculado às políticas de apoio ao pequeno agricultor. “70% da população mais pobre e vulnerável vive da agricultura familiar. Logo, a agricultura é o que melhor sabem fazer e é o caminho para se libertarem da pobreza. Como temos o desafio de produzir mais e melhor, o setor familiar tem um grande potencial de crescimento”, diz Mutéia.
E quanto aos médios e grandes fazendeiros? A visão da FAO é de complementaridade. “Se por um lado a agricultura empresarial garante o volume de alimentos que gera o equilíbrio da balança alimentar, a agricultura familiar está mais voltada para a diversificação”, ressalta. Para certas intervenções no campo, o setor familiar é privilegiado porque tem mais carências tecnológicas e organizacionais. “Mas a FAO trabalha também para melhorar o quadro legal relativo ao setor agrícola, promove a pesquisa dos mais variados níveis, tratados e acordos regionais e globais, além de disponibilizar informações tecnológicas, estatísticas e econômicas de grande valia para os agricultores”, conta Mutéia.

E quanto aos médios e grandes fazendeiros? A visão da FAO é de complementaridade. “Se por um lado a agricultura empresarial garante o volume de alimentos que gera o equilíbrio da balança alimentar, a agricultura familiar está mais voltada para a diversificação”, ressalta. Para certas intervenções no campo, o setor familiar é privilegiado porque tem mais carências tecnológicas e organizacionais. “Mas a FAO trabalha também para melhorar o quadro legal relativo ao setor agrícola, promove a pesquisa dos mais variados níveis, tratados e acordos regionais e globais, além de disponibilizar informações tecnológicas, estatísticas e econômicas de grande valia para os agricultores”, conta Mutéia.


Trabalho - O foco da FAO é cooperar para o desenvolvimento de políticas públicas para a agricultura. No Brasil, ela apoia os seguintes programas: Segurança Alimentar, Cooperação Sul-Sul, Superação da Pobreza Extrema e Gestão Sustentável dos Recursos Naturais, além do Programa Mudança do Clima e Desertificação. Além disso, tem ação em projetos estratégicos de vários ministérios. “Somos parceiros do Programa Fome Zero, em conjunto com o Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDA). Também apoiamos o Programa Nacional de Gestão Ambiental Rural, em parceria com o Ministério do Meio Ambiente (MMA)”, relata Mutéia.


Mapa - Com o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), a parceria é no Programa de Áreas Degradadas na Amazônia (Pradam) e em iniciativas regionais e subregionais vinculadas à Sanidade Animal, Proteção Vegetal, Biocombustíveis e Segurança Alimentar. Outro ponto central é o acesso às novas tecnologias. “A própria adoção de tecnologia exige investimento que, nem sempre, o agricultor está preparado para enfrentar, e mesmo que esteja, existe o componente do risco”, ressalva Mutéia. Por isso a ênfase na criação de políticas públicas que promovam o acesso a tecnologias, ao crédito, aos mercados, ao seguro agrícola e aos recursos naturais como a terra e a água para irrigação e suprimento para o gado. Enfim, os esforços para promover o desenvolvimento e alimentar uma população mundial em crescimento. (Sou Agro)

INFRAESTRUTURA: DER vai investir R$ 461 milhões em rodovias do Norte e Noroeste

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As rodovias sob responsabilidade do Estado, no Norte e Noroeste do Paraná, receberão R$ 461 milhões, para melhorar a trafegabilidade. Somados aos recursos que serão aplicados nas estradas das outras regiões, o investimento total será de R$ 840 milhões, pelo Programa Estadual de Recuperação e Conservação de Estradas Pavimentadas (Perc).

 

Parâmetros - Os parâmetros de fiscalização das obras de restauração e conservação foram discutidos com técnicos do Departamento de Estradas e Rodagem (DER), nesta quinta-feira (03/05), em Londrina. Na semana passada, a diretoria do DER promoveu um encontro em Cascavel, com os técnicos do Oeste e Sudoeste, depois de ter realizado reunião semelhante em Curitiba.

 

Padronização de procedimentos - Os encontros permitem padronizar procedimentos e aprimorar o gerenciamento dos contratos e das obras. São estabelecidas as linha de ação, especialmente na manutenção da qualidade dos serviços que serão feitos em toda a malha rodoviária estadual. “Com as obras do Perc, o Paraná vai restabelecer a mobilidade em suas estradas, consolidando a chegada de novos investimentos nos setores agrícola e industrial que já somam R$ 16 bilhões nos últimos 14 meses”, destacou o secretário da Infraestrutura e Logística, José Richa Filho.

 

Fiscalização - O plano de trabalho apresentando em Londrina, segundo o diretor de Operações do DER, Paulo Melani, aumenta a presença do poder público na fiscalização dos serviços. “A otimização das rodovias estaduais, com menor impacto ambiental, garantirá ao Departamento de Estradas de Rodagem operacionalizar de forma mais econômica e segura o trânsito rodoviário no Estado, com maior conforto para os usuários”, acrescentou Melani.

 

Licitação – O programa está em fase de licitação pelo DER e foi dividido em três partes. Serão realizadas obras de conservação em 7.950 quilômetros, dentro do subprograma COP (Conservação do Pavimento). O subprograma de Conservação e recuperação descontínua com melhoria do estado do pavimento (Cremep), agirá em 2.012 quilômetros. Outro subprograma fará a Conservação da faixa de domínio. No programa COP, serão investidos R$ 250 milhões; no Cremep, R$ 410 milhões; e na Conservação da faixa de domínio, R$ 139 milhões. No Oeste e Sudoeste do Paraná, o investimento será de R$ 188 milhões. (AEN)

AGRICULTURA: Paraná estuda implantar sistema de monitoramento da safra via satélite

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A Secretária de Agricultura e do Abastecimento estuda firmar uma parceria com a Universidade de São Paulo (USP) que prevê o monitoramento da safra paranaense via satélite. A proposta é da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq), da USP, e inclui a implantação do Sistema de Integração de Geoafirmações da Agropecuária (Siga).

 

Culturas - Caso seja aplicado no Estado, o sistema vai monitorar a safra desde o início do plantio, prevendo aspectos climáticos e orientando técnicos e agricultores sobre os procedimentos a serem adotados no campo. Inicialmente, seriam acompanhadas as culturas de milho, soja, feijão e trigo.

 

Informações climáticas - O projeto prevê ainda o desenvolvimento de um sistema de informações climáticas com sensoriamento integrado, utilizando os bancos de dados da secretaria e IBGE. “Esse monitoramento é feito através do Landsat, um equipamento que transmite informações contínuas duas vezes por dia, além de um estudo detalhado de cada município a cada 16 dias”, explica o professor Vitor Augusto Ozaki, da Esalq, que apresentou o Siga aos técnicos da secretaria.

 

Rendimentos e perdas - Segundo Ozaki, o sistema registra informações tanto dos rendimentos de determinadas culturas quanto das possíveis perdas decorrentes de problemas climáticos. “Esses dados estariam à disposição dos agricultores através da internet, para orientá-los sobre o direcionamento das ações no campo”, diz.

 

Novas tecnologias - “O campo tem utilizado novas tecnologias, e isso se expressa nas constantes obtenções de recordes de safras. Mas também devemos utilizar outras ferramentas, como a boa informação. Isso ajuda o agricultor a manter a produtividade e evitar perdas”, afirma o secretário da Agricultura, Norberto Ortigara.

 

Mercado - Segundo o economista Francisco Simioni, chefe do Departamento de Economia Rural (Deral) da secretaria, o Siga também pode fornecer informações ao mercado. “Podemos ampliar o acesso do agricultor ao seguro rural tendo como base orientações cada vez mais detalhadas, precisas e consistentes. A proposta da Esalq complementa o sistema de previsão de safra, executado pelo Deral, com base na pesquisa de campo”.

 
Apresentação inicial - A apresentação inicial do Siga também foi assistida por representantes do Ministério da Agricultura e do Abastecimento, Companhia Nacional de Abastecimento, IBGE, Federação da Agricultura do Estado do Paraná, Organização das Cooperativas do Paraná e universidades estaduais. (AEN)

ESTUDO I: Fiesp mapeia avanço do campo até 2022

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Impulsionado por vantagens comparativas, fortalecido por pesquisas lideradas pela Embrapa, mais competitivo após a profunda desvalorização do real em 1999 e turbinado pela demanda doméstica e dos países emergentes em geral, o agronegócio brasileiro consolidou-se como um dos mais eficientes do mundo na última década e deverá ampliar seu protagonismo até 2022 - em menor velocidade, mas com ganhos de mercado em quase todas as principais cadeias produtivas.

 

Estudo Fiesp - Conhecido e repetido à exaustão por quem trabalha no campo ou tem ligação com ele, incluindo analistas e consultores, o cenário agora também é corroborado pelo mais amplo estudo já realizado pela Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) sobre o setor, que será divulgado hoje. O trabalho consolida uma nova postura da entidade em relação ao agronegócio e sua importância inclusive para outros setores da economia.

 

 

Desenvolvimento do BR - "A Fiesp trabalha pelo desenvolvimento do Brasil e, nesse sentido, sempre atuou para garantir a integração e o crescimento dos diversos setores da economia. Nosso Departamento do Agronegócio nasceu dessa visão e da necessidade de formular e propor políticas que levem em conta a interdependência natural entre a atividade agropecuária e a indústria de insumos e alimentos", afirma Paulo Skaf, presidente da federação.

 

Dez cadeias - Realizado em parceria com o Instituto de Estudos do Comércio e Negociações Internacionais (Icone), o "Outlook Brasil - Projeções para o Agronegócio" está focado em dez grandes cadeias (algodão, arroz, cana, trigo, feijão, milho, soja, carne bovina, carne de frango e carne suína) e analisa seus impactos no segmento de fertilizantes, na infraestrutura de transporte, na lógica do uso da terra e na economia nacional.

 

PIB - Levando-se em consideração que o trabalho estima que o Produto Interno Bruto (PIB) dos principais segmentos analisados (arroz, milho, soja e derivados, açúcar, etanol e os três tipos de carnes) somou R$ 408,3 bilhões, o cruzamento das projeções sinaliza um crescimento desse conjunto de 42% até 2022, para R$ 578,2 bilhões. Apesar do avanço pujante, a participação desse universo de produtos no PIB nacional - cujo incremento real em 2012 foi estimado em 3,9%, e de 2013 a 2022, em 4,78% ao ano - tende a cair de 11%, em 2010, para 9% em 2022, em virtude do fortalecimento do setor de serviços. A fatia do agronegócio como um todo no PIB foi de 22% em 2010, de acordo com cálculos do Cepea/Esalq utilizados no "Outlook" de Fiesp e Icone.

 

Contribuição - Nesses parâmetros, detalha o trabalho, as cadeias em destaque contribuirão com 6% do crescimento esperado do PIB total brasileiro de 2010 a 2022. Isso com 23,2 milhões de pessoas ocupadas, 5,9 milhões a mais que há dois anos. "E a geração de empregos vai aumentar apesar da mecanização", realça Benedito da Silva Ferreira, diretor de agronegócios da Fiesp. Na equação exposta pelo estudo, essa geração de empregos adicionais representará 22% do total de novos postos de trabalho no país no período em questão.

 

Expansão limitada - Fiesp e Unica acreditam que a expansão das principais cadeias do agronegócio na ampliação de áreas ocupadas pela agropecuária no país será limitada. Em parte graças a ganhos de produtividade, mas também em razão do avanço das lavouras sobre áreas dedicadas hoje à pecuária extensiva. Dessa forma, preveem que as lavouras de primeira safra (algodão, arroz, feijão, milho e soja), que em 2011 cobriram 48,6 milhões de hectares, alcançarão 58,5 milhões em 2022, enquanto as pastagens recuarão de 181,7 milhões de hectares para 176,3 milhões.

 

Investimento - "As pastagens estão aptas a receberem outras culturas, mas, para isso, terão de receber investimentos", ressalva Antonio Carlos Costa, gerente de Agronegócios da Fiesp. No total, o aumento será de 230,3 milhões para 234,8 milhões de hectares, considerando o novo Código Florestal aprovado pelo Congresso.

 

Carne bovina - Das seis cadeias mais relevantes nas exportações que fazem parte do trabalho, a da carne bovina é a que tende a ganhar mais espaço no tabuleiro internacional até 2022, conforme o "Outlook", que para suas projeções segue metodologia adotada desde os anos 80 por instituições de referência como da Food and Agricultural Policy Research Institute da Universidade de Iowa (Fapri-ISU).

 

Crescimento - O trabalho estima que a produção de carne bovina do Brasil crescerá 1,5% ao ano de 2012 a 2022, abaixo da média mundial (1,9%), mas acima da média do país entre 2006 e 2011 (- 1,1%). Com isso as exportações deverão aumentar 4,3% ao ano na próxima década, menos que entre 2002 e 2011 (5,1%), mas mais que a média global (2,5%) projetada. Assim, o "market share" nos embarques mundiais poderá aumentar de 26,1%, em 2011, para 38% em 2022.

 

Demanda doméstica - Como em outros emergentes, a demanda doméstica de carne bovina também deverá crescer com a tendência de aumento de renda da população. Conforme o trabalho, o consumo per capita subirá de 42,5 quilos por habitante ao ano para 43,2 até 2022; em termos absolutos, o salto será de 13%, para 9,3 milhões de toneladas/ano. O mercado interno ainda deverá absorver 77% da produção em dez anos, oito pontos percentuais a menos que em 2011.

 

Frango - Já responsável por quase 50% das exportações mundiais, a cadeia brasileira de carne de frango deverá ganhar mais espaço e alcançar participação de 54,1% até 2022. Mas o ritmo de avanço será menor na próxima década (3,4% ao ano, ante 10% entre 2002 e 2011), bem como o da produção (2,2% ao ano, ante 6,4% de 2006 a 2011). O consumo per capita interno deverá crescer 4,2 quilos por habitante ao ano até 2022, para 50,7, e a demanda doméstica total representará quase o dobro dos embarques (10,9 milhões de toneladas).

 

Suínos - Mais discreto nas exportações mundiais de carne suína, o Brasil deverá ver sua fatia nas vendas globais passar de 10,5%, em 2011, para 13,4% em 2022. O ritmo de avanço deverá ser praticamente o mesmo que nos últimos dez anos (1,3%, contra 1,4%), mas o da produção será menor (1,8%, contra 2,9%). Nos dois casos, as diferenças em relação às médias mundiais são pequenas, em parte pela força da Ásia nesse mercado. Da produção prevista em 4,1 milhões de toneladas em 2022, 22% mais que em 2011, o consumo doméstico deverá representar 3,4 milhões, alta de 23% na comparação.

 

Grãos - Se a produção brasileira de carnes em geral terá que crescer para atender aos incrementos das demandas doméstica e externa, a de grãos terá que acompanhar a curva. Com a crescente demanda por farelo para a produção de rações e a perspectiva de expansão no segmento de óleos, para alimentação humana ou biodiesel, a produção brasileira de soja terá fôlego para crescer 2,8% ao ano entre 2012 e 2022 e atingir 96,9 milhões de toneladas, conforme o "Outlook". É menos do que entre 2006 e 2011 (5,9%), mas mais que a média mundial projetada (1,4%). Nesse horizonte, a fatia do país nas exportações poderá aumentar de 34,7%, no ano passado, para 41,2% - o que dará ao país a liderança nos embarques mundiais, hoje inferiores apenas aos dos EUA.

 

Milho - No milho, cereal utilizado também em rações, óleos comestíveis e na produção de etanol, a produção terá força para crescer 3% ao ano até 2022, até somar 79,7 milhões de toneladas por safra. As exportações tendem a crescer mais (3,4% ao ano, mesma taxa do avanço global), mas a participação do país nas exportações deverá cair de 10,3%, em 2011, para 9,5%. Isso por causa da forte demanda doméstica do segmento de carnes, sobretudo de frango e suína.

 

Açúcar - E no açúcar, finalmente, o "share" do Brasil nos embarques mundiais poderá subir de 67,6%, em 2011, para impressionantes 73% em 2022, com o crescimento anual da produção crescendo 2,4% ao ano - mais do que a média mundial (1,5%), mas menos que entre 2006 e 2011 (4,8%). Para o etanol, a expectativa é de salto de 103% da produção, para 56,2 bilhões de litros, e de 457% das exportações até 2022, para 10,3 bilhões. (Valor Econômico)

ESTUDO II: Portos acima do limite e menos adubo importado

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Nos capítulos sobre logística e insumos, os grandes destaques do "Outlook" preparado por Fiesp e Icone são as perspectivas de estrangulamento geral dos principais portos do país e uma provável redução da dependência de importações no mercado de fertilizantes.

 

Portas de saída - Mesmo levando-se em conta aportes de R$ 110 bilhões previstos no Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) e suficientes para 42 mil quilômetros de intervenções em infraestruturas de transporte regional divididos entre ferrovias, (25%), hidrovias (28%) e rodovias (44%), o trabalho projeta que as principais portas de saída para as exportações brasileiras de produtos do agronegócio estarão operando acima de suas capacidades - ou seja, com filas - em 2022, incluindo os portos de Santos (SP) e Paranaguá (PR).

 

Fertilizantes - Nos fertilizantes, o "Outlook" prevê ampliação de 54% da capacidade doméstica de produção entre 2010 e 2021, o que tende a reduzir a fatia das importações dos principais nutrientes (nitrogênio, potássio e fósforo) de 71% para 56%. (Valor Econômico)

GRÃOS: PR deve colher 31 milhões de toneladas, com destaque para o milho

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O Paraná deverá colher este ano uma produção recorde de milho de segunda safra. Levantamento divulgado na sexta-feira (27/04) pelo Departamento de Economia Rural (Deral) da Secretaria da Agricultura indica produção de 9,97 milhões de toneladas – 4,2% superior à estimativa anterior. Com o aumento na produção de milho, somado ao crescimento da área plantada com feijão e à reavaliação da quebra na safra de verão, a estimativa é que o Estado produza 31,02 milhões de toneladas de grãos de verão e inverno – 290 mil toneladas a mais do que o previsto em março.

 

Reavaliação - De acordo com a secretaria, houve uma reavaliação na quebra de safra da produção de verão (prejudicada pela estiagem do início do ano) e uma revisão na expectativa de produção do milho da segunda safra. O clima está favorecendo as culturas da segunda safra que estão em campo e as expectativas apontam para uma colheita maior do que se previa para o milho e feijão.

 

Produção - A estimativa anterior para a segunda safra de milho era de uma colheita de 9,56 milhões de toneladas. Com a reavaliação da área ocupada pela cultura, espera-se agora uma produção de 9,97 milhões de toneladas. Caso essa estimativa se concretize, será o maior volume de produção de milho de todos os tempos para esse período do ano.

 

Safra de verão – Em relação à safra de grãos de verão, o levantamento do Deral do mês de abril também revisou a quebra de safra de soja, que está em 24% na comparação com a safra do ano passado. Na previsão do mês passado, a produção estimada era de 10,71 milhões de toneladas, e agora se esperar encerrar a colheita da safra 11/12 com um volume de 10,76 milhões de toneladas de grãos colhidos (um aumento de 0,5%). O milho cultivado na primeira safra também apresentou uma redução na expectativa de perdas. A quebra de safra que estava estimada em 17% caiu para 16%, devendo ser colhidas 6,4 milhões de toneladas.

 

Feijão – A primeira safra de feijão 11/12 já está fechada e o resultado refletiu a insatisfação dos produtores, considerando os preços praticados durante a comercialização da safra anterior. A área plantada foi 28% menor, caindo de 344 mil hectares ocupados na safra 10/11 para 249 mil hectares na safra atual. A queda na área plantada contribuiu com a redução na produção que caiu de 534 mil toneladas colhidas no ano passado para 353 mil toneladas este ano (uma redução de 34%).

 

Avanço - Com a melhora nos preços, a área plantada com feijão na segunda safra avançou de 171 mil hectares no ano passado para 209 mil hectares neste ano. A expectativa de produção sobe de 278 mil toneladas colhidas no ano passado para 377 mil toneladas em igual período deste ano (um aumento de 21%).

 

Trigo – Como era esperado, a área plantada com trigo caiu de 872 mil hectares, conforme a previsão do mês passado, para 785 mil hectares. A previsão de produção é de 2,26 milhões de toneladas, se não houver alterações em função do clima daqui para frente. Em compensação, a área que não foi ocupada pelo trigo registrou o avanço do milho da segunda safra, que teve uma expansão de 17%, passando de 1,69 milhão de hectares ocupados no ano passado para 1,98 milhões de hectares neste ano.

 

Alerta - O secretário da Agricultura e do Abastecimento, Norberto Ortigara, faz um alerta sobre a importância da manutenção do plantio de trigo no Paraná, para que os produtores tenham mais opções de culturas no inverno e garantam melhores resultados durante o ano. "Se o produtor paranaense abandonar o trigo, ficará dependente apenas da segunda safra de milho, o que pode não ser interessante em alguns momentos", afirma.

 

Preços – “O prejuízo com a quebra da produção na safra paranaense de grãos neste ano está sendo compensada, em parte, pelo aumento nos preços pagos aos produtores”, diz o diretor do Deral, Francisco Carlos Simioni. Houve aumento nos preços da soja e do feijão. “O milho teve uma ligeira queda nos preços pagos aos produtores, mas está havendo um volume de produção que compensa com a elevação na renda”, explicou.

 

Reação - Os preços da soja pagos aos produtores reagiram no mês de abril. Segundo acompanhamento do Deral, conforme a cotação de 26 de abril, houve aumento de 10% em relação ao mês passado e de 33% em relação aos preços pagos aos produtores no mesmo período do ano anterior. A soja está cotada em R$ 54,50 a saca, embora produtores em Ponta Grossa estejam sendo remunerados em até R$ 61 a saca para entrega da produção nas indústrias da região. Há um mês, a média de preços pagos pela soja ao produtor era de R$ 49,50 a saca – há um ano, ele recebia R$ 40,96 a saca.

 

América do Sul - A comercialização da soja está sendo favorecida pela queda de produção do grão na América do Sul. As lavouras do Brasil e Argentina sofreram com a estiagem do início do ano e a oferta do grão reduziu, contribuindo para a queda nos estoques mundiais de soja. "Está ocorrendo o efeito gangorra. Ou seja, cai a produção, mas elevam-se os preços", comentou Simioni.

 

Maior aumento - O feijão foi o produto que mais proporcionou aumento de preço ao produtor. A saca do feijão de cor está sendo comercializada em torno de R$ 189,00, 22% acima do preço praticado há um mês, quando o produtor recebeu em média R$ 155,00 a saca pelo mesmo produto. Em relação ao ano passado, o feijão subiu 154% no preço pago ao produtor, que recebia em média R$ 74,41 a saca em abril de 2011.

 

Feijão preto - O feijão preto também subiu de preço, embora num ritmo menor. O produto, comercializado atualmente em torno de R$ 90 a saca, está com preço 7% acima do que vinha sendo comercializado há um mês, quando foi vendido por R$ 84 a saca. Está 34% acima dos preços praticados há um ano, quando custava em torno de R$ 67,21 a saca.

 

Queda - O milho registrou ligeira queda nos preços. No entanto, o produtor está tranquilo com a elevação na renda. Atualmente, o milho está sendo comercializado em torno de R$ 21 a saca – 8% abaixo do mês passado, quando o produto foi vendido em torno de R$ 23 a saca. Em relação ao ano passado, o preço do milho pago ao produtor era de R$ 23,67. A redução nos preços é de 11,3%.

 

Preço pago ao produtor - O preço atual do trigo pago aos produtores é de R$ 26 a saca no mês de abril, valor 5,3% acima dos preços pagos há um mês, quando estavam em R$ 24,70 a saca. Mas em relação aos preços praticados há um ano, houve uma queda de 2,8%. Em abril do ano passado, o trigo estava cotado em torno de R$ 26,76 a saca. (AEN)

SOJA I: Preço retoma nível de 2008

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Os contratos futuros de soja subiram na última sexta-feira (27/04) acima de US$ 15 por bushel (medida de volume usada nos Estados Unidos, que equivale a 35,2 litros) na bolsa de Chicago. O valor é o maior desde fins de julho de 2008. Segundo analistas, o preço em alta é resultado da boa demanda pela oleaginosa à baixa produção na América do Sul – Brasil inclusive – na temporada 2011/12.

 

Seca - A produção do Brasil e Argentina sofreram os efeitos de uma severa seca. A safra brasileira, por exemplo, está estimada em cerca de 65 milhões de toneladas, queda de aproximadamente 10 milhões de toneladas na comparação com o recorde da temporada anterior. A soja é principal produto da pauta de exportações agrícolas do Brasil (considerando também o óleo e o farelo)

 

Recorde histórico - O preço atual é um pouco abaixo do recorde histórico do mercado de Chicago, que é de US$ 16,63 por bushel, registrado em 2008. “Do ponto de vista da oferta, os novos números da Argentina, estimados pela Bolsa de Cereais, e do Brasil, pela Abiove (Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais), combinados ainda com a possibilidade de novas reduções nas estimativas oficiais nas próximas semanas seguiram dando sustentação à alta dos preços”, afirmou análise do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), na sexta-feira (27/04). Na quarta-feira (25/04), a Abiove reduziu a estimativa de safra do Brasil para 65,9 milhões de toneladas, ante 69,5 milhões na projeção de março.

 

Processamento - A previsão de processamento de soja foi reduzida para 34,8 milhões de toneladas, contra 36,2 milhões anteriormente. As exportações do Brasil na temporada agora estão estimadas pela Abiove em 30 milhões de toneladas, versus 32 milhões previstos em março e contra 33 milhões de toneladas na safra anterior. Nessa situação, as cotações seguem firmes no mercado brasileiro, com registro de recordes em termos nominais no mercado interno, segundo o Cepea. O Indicador ESALQ/BM&FBovespa (baseado no produto transferido para armazéns do porto de Paranaguá) avançou 3,1% em sete dias, a R$ 62,73 reais por saca de 60 kg.

 

Milho - O Departamento da Agricultura dos EUA confirmou ontem a maior venda de milho norte-americano em um só dia desde 1991, em um volume que totalizou 1,56 milhão de toneladas. O comprador não foi identificado, mas traders dizem que a maior parte seguirá para a China. (Gazeta do Povo)

SOJA II: Compradores saem do mercado no Paraná

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A disparada das cotações da soja na última semana fez com que os compradores saíssem de cena no Paraná. De acordo com analistas ouvidos pela reportagem, as tradings procuraram garantir o produto antecipadamente e agora esperam uma nova correção nos preços para voltar ao mercado. “O Paraná já comercializou 69% da produção até agora. A média para esta época do ano é de 46%”, atesta o analista Adriano Machado, da Safras e Mercado, de Porto Alegre.

 

Resposta - Em resposta à valorização da oleaginosa na Bolsa de Chicago (CBOT), o preço da soja superou os R$ 60 por saca no estado. Na região do Porto de Paranaguá, o produto teve preço nominal de R$ 63, conforme levantamento da consultoria paulista Informa EconomicsFNP. Já nos municípios de Cascavel e Maringá, a soja bateu em R$ 60 por saca ontem.

 

Tendência - Com perspectivas climáticas favoráveis à safra que está sendo plantada nos Estados Unidos, maior player mundial da soja, e de aumento na área da oleaginosa na América do Sul no próximo verão – isso mesmo, os traders já trabalham com expectativa de aumento no terreno com a soja, que só vai ser plantada no Brasil daqui a seis meses – a tendência é que, no segundo semestre de 2012, as cotações da commodity apresentem ligeira correção em relação aos valores de hoje. “Os contratos futuros mais distantes já estão com um spread de mais de um dólar por bushel abaixo dos vencimentos atuais. Isso significa que, lá na frente, o mercado vai estar mais calmo, com a antecipação da entrada da safra norte-americana”, diz o analista da Safras.

 

Hemisfério Norte - O plantio de grãos no Hemisfério Norte caminha está em andamento. Os trabalhos de campo foram concluídos em cerca de 10% do terreno semeado com soja no cinturão de produção norte-americana, o Corn Belt. Nesta época do ano passado apenas 2% da área estava com as sementes enterradas no solo, conforme levantamento do Departamento de Agricultura do país (USDA, na sigla em inglês). No caso do milho, por sua vez, as plantadeiras já cobriram um terço da área dedicada à cultura, contra 8% semeados nesta época do ano anterior. (Gazeta do Povo)

INFRAESTRURURA III: Ferrovias ficam com apenas 1% do crédito do BNDES ao setor

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Dos quase R$ 30 bilhões que o BNDES liberou para novos projetos de infraestrutura no ano passado, apenas R$ 226 milhões (menos de 1%) foram destinados a obras de ferrovias. O número vai na contramão das exigências do governo federal, que demanda mais investimentos na malha concessionada - especialmente em trechos hoje abandonados pela iniciativa privada. As empresas, por sua vez, preferem fazer melhorias apenas em trechos que trazem maior rentabilidade - um problema causado, na opinião de fontes ligadas ao setor, pela pouca exigência nos contratos de concessão dos anos 90.

 

Único contrato - No ano, a única empresa concessionária de ferrovias que contratou recursos do banco de fomento foi a MRS Logística, cujos donos são Companhia Siderúrgica Nacional (CSN), Vale, Gerdau e Usiminas. Concessionária de malha ferroviária nos Estados de Minas Gerais, Rio de Janeiro e São Paulo, a companhia assinou financiamento para aquisição de 44 locomotivas em dois contratos de R$ 113 milhões. Outras grandes empresas do setor, como América Latina Logística (ALL) e Vale não figuram dentre os que contrataram financiamento do banco para ferrovias.

 

Soma - A soma contratada entre empresas e BNDES no setor de infraestrutura em 2011 prioriza projetos em energia (75% do total ao setor). Se analisados apenas investimentos em transportes, rodovias lideraram as contratações e receberam 20 vezes mais recursos do que a malha ferroviária. As estradas ficaram com 17% dos recursos do banco para o setor no ano. Os dados podem ser obtidos a partir do site do banco na internet.

 

Aumento - Embora os números mostrem que os investimentos em novos projetos por parte das concessionárias de ferrovias reduziram, as empresas defendem que fazem investimentos maiores a cada ano. Foram R$ 4,7 bilhões em 2011. No entanto, a maior parte do montante aplicado por elas é direcionado à manutenção, compra de material rodante (locomotivas e vagões) e a trechos localizados, que as interessam em termos financeiros e têm retorno garantido - neste caso, não é preciso do BNDES. Pelo pouco retorno que outros trechos trazem, as concessionárias simplesmente os abandonam. Um terço dos 30 mil quilômetros da malha, nas contas do governo, está hoje subutilizada e degradada.

 

Inviáveis - O presidente da Associação Nacional de Transportadores Ferroviários (ANTF), Rodrigo Vilaça, defende que os trechos hoje subutilizados são inviáveis. "Se não conseguimos solucionar os trechos em 15 anos [de concessão], é porque [o problema] é de natureza econômica", diz. Aditivos contratuais não são vistos como solução por parte do governo, que prefere não aumentar o tempo de concessão.

 

Preteridos - "Muitos trechos que beneficiam a sociedade, por exemplo desafogando o trânsito de carros numa região, são preteridos por não serem vistos como viáveis", explica um alto executivo ligado ao setor, que prefere não se identificar. Ele admite que a liberdade que as concessionárias têm em direcionar seus investimentos somente aos trechos que as interessam é um problema dos próprios contratos de concessão. "Quando eu olho o contrato hoje, existem muitas coisas inadequadas. Não pode existir uma concessão de serviço público com apenas duas metas [segurança e volume]. Meta de investimentos, por exemplo, não existe".

 

Capacidade dos trilhos - Para Paulo Fleury, diretor do Instituto de Logística e Supply Chain (Ilos), os investimentos "localizados" das empresas acabam não expandindo a capacidade dos trilhos - hoje uma necessidade do país. "As ferrovias que temos hoje já chegaram ao limite da capacidade economicamente justificável", diz. Os trilhos, diz ele, movimentam somente 20% de carga no Brasil. "No último levantamento que fizemos, as ferrovias perderam mercado em vez de ganhar".

 

Regulamentação - Para Fleury, a iniciativa privada vai continuar não fazendo investimentos necessários à expansão sem uma regulamentação mais forte por parte do governo. É exatamente isso que a Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) tentou aplicar nos últimos anos, a partir da gestão do então diretor-geral, Bernardo Figueiredo. O governo publicou uma nova diretriz de regulamentação para que, dentre outros itens, as empresas tenham metas de movimentação mínima de carga em cada trecho concessionado.

 

Governo - Como grandes projetos de extensão de ferrovias são considerados inviáveis, o governo assumiu a responsabilidade. Dos três grandes projetos de ferrovia em execução no país, dois são tocados pelo governo por meio da Valec. São eles a extensão da Norte-Sul (entre as cidades de Ouro Verde, em Goiás, a Estrela D'Oeste, em São Paulo) e o projeto da Oeste Leste (entre Figueirópolis, no Tocantins, e Ilhéus, na Bahia). "Obras tocadas pelo poder público não recebem financiamento do BNDES", explica a chefe do departamento de logística e transportes do banco, Adely Branquinho. Ela diz que, apesar do número de 2011, há projetos feitos pela iniciativa privada que começaram nos anos anteriores e que, até 2015, o desembolso para ferrovias pode alcançar R$ 10 bilhões. (Valor Econômico

LEVANTAMENTO: PR terá investimentos de R$ 26 bi até 2016

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O Paraná terá R$ 23 bilhões de investimentos em obras e projetos em várias áreas até 2016 e ocupa o 13º lugar no ranking nacional. Serão 503 obras com destaque para a ampliação da Refinaria Presidente Getúlio Vargas (Repar), a Usina Hidrelétrica do Baixo Iguaçu, o projeto de ramal ferroviário entre Cascavel e Guaíra e a Linha Azul do Metrô de Curitiba. Nesta conta também estão incluídas as obras de estádios de futebol para a Copa de 2014. O número de obras do Paraná representa 39,1% do total da Região Sul e 26,4% do valor total dos três Estados do Sul. Os setores com maiores investimentos no Paraná são nas áreas de transporte e vias urbanas, energia e combustível que somam R$ 19,8 bilhões até 2016.

 

País - No País, o número de obras chega a 9.702 com um total de investimentos de R$ 1,35 trilhão. O levantamento foi realizado pela Associação Brasileira de Tecnologia para Equipamentos e Manutenção (Sobratema) na pesquisa ''Principais Investimentos em Infraestrutura no Brasil até 2016''. De acordo com coordenador da pesquisa, Brian Nicholson, a maior parte dos investimentos no Brasil deve acontecer na área de combustíveis que representa uma fatia de R$ 617 bilhões, valor que se aproxima a quase a metade do total. Ele destacou que os investimentos mais intensos nesta área devem ser no Pré-Sal. Haverá recursos destinados para plataformas de exploração de petróleo, bases terrestres, navios de apoio, entre muitos outros investimentos.

 

Maior parcela - Segundo ele, a maior parte dos investimentos do Pré-Sal será nos estados do Rio de Janeiro, São Paulo e Espírito Santo, mas também haverá parcelas da Bahia e do Maranhão. ''O Brasil vai sair de produtor médio pequeno de petróleo para médio grande'', destacou.

 

Segunda área - A segunda área com maior volume de investimentos no Brasil deve ser transporte e vias urbanas (R$ 292,5 bilhões), seguida de energia (R$ 193,9 bilhões) e saneamento (R$ 64,9 bilhões). Nicholson explicou que apesar das obras de saneamento representarem o maior número (5.865) não significam o maior montante financeiro porque são obras pequenas.

 

Valor individual - O maior valor individual na área de transporte é do trem bala entre São Paulo e Rio de Janeiro. O setor também recebe grandes investimentos em estradas, portos e ferrovias. Em energia estão incluídos grandes projetos hidrelétricos, como as usinas de Belo Monte, no Pará, e Santo Antônio e Jirau, ambas em Rondônia.

 

Equipamentos e recursos - Segundo ele, não há problemas na frota de equipamentos para a construção civil e nem de volume de recursos para executar as obras. Cerca de 57% da frota têm menos de cinco anos de idade e teve crescimento e renovação nos últimos anos porque o País voltou a investir em infraestrutura. Nicholson destacou que o grande gargalo na construção civil é a dificuldade de mão de obra qualificada de engenheiros, pessoal de manutenção e operadores de equipamentos.

 

Lentidão- Outro problema que gera atraso nas obras é a lentidão em licitações e licenciamentos ambientais. Segundo ele, estas partes dos processos deveriam ter mais agilidade, previsibilidade e eficiência.

 

Setores - A pesquisa considerou os setores de energia, transportes, combustíveis e saneamento, a infraestrutura produtiva exigida pela expansão de setores privados tais como turismo, comércio e manufatura, bem como a infraestrutura esportiva associada à Copa do Mundo e aos Jogos Olímpicos. (Folha de Londrina)

ABC: Cocamar, BB e Unicampo reúnem-se para alavancar programa

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Alavancar o sistema de integração agropecuária na região a partir dos recursos oferecidos pelo programa ABC (Agricultura de Baixo Carbono). Com este objetivo, um grupo formado por dirigentes, técnicos e gerentes de unidades operacionais da Cocamar, reuniu-se com representantes do Banco do Brasil e da cooperativa Unicampo na manhã desta terça-feira (24/04) no salão social da Associação Cocamar, em Maringá.

 

Sensibilização - Abrindo o evento, o presidente da Cocamar, Luiz Lourenço, enfatizou a necessidade de um trabalho conjunto para sensibilizar os proprietários rurais, em especial os da região do arenito caiuá, no noroeste paranaense. Segundo Lourenço, a tecnologia oferecida pelo sistema de integração lavoura, pecuária e floresta, preconizada pela Embrapa, “pode provocar uma verdadeira revolução em volume e produtividade no agronegócio regional”. Ele se referiu à produção de grãos no verão e carne no inverno, um modelo sustentável que faz sucesso em outras regiões do país e pode ser aplicado no noroeste paranaense, onde a maior parte das pastagens tem baixo retorno econômico.

 

Oportunidade - Conforme Lourenço, a tecnologia está disponível e, além disso, há recursos financeiros de sobra, oferecidos a custos acessíveis de 5,5% ao ano. “Estamos diante de uma oportunidade que não pode ser desperdiçada”, acrescentou o presidente, ressaltando que o desafio é convencer os produtores, em especial os pecuaristas, em sua maioria refratários a inovações.

 

Dificuldade - Para o superintendente regional do Banco do Brasil, Joares Scisleski, a dificuldade da instituição, atualmente, está em conseguir convencer os produtores a contratar os financiamentos e, com o dinheiro, modernizar os seus negócios e investir em projetos para melhorar o seu desempenho na atividade. Por sua vez, o gerente regional de Varejo Campo Mourão, Vanderlan Pedro da Silva, disse que o banco estuda, inclusive, reduzir ainda mais os juros. “Temos que fazer um  trabalho intenso na região. É um grande negócio para o produtor”, acrescentou. O programa ABC disponibilizou R$ 3,15 bilhões e pouco mais de R$ 700 mil foram contratados até o momento.

 

Detalhamento - A cooperativa Unicampo, formada por cerca de 4,5 mil engenheiros agrônomos e técnicos agrícolas, atua na elaboração de projetos técnicos para que os produtores acessem os recursos junto ao banco. Durante toda a manhã, o coordenador de integração lavoura, pecuária e floresta da Cocamar, engenheiro agrônomo Rafael Franciscatti dos Reis, fez uma apresentação e detalhamento do sistema de integração aos participantes. (Imprensa Cocamar)

COONAGRO: Projeto de indução de chuvas apresenta resultados no Oeste

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