ECONOMIA: Após mudança na poupança, mercado prevê Selic em 8,5% em maio

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O mercado financeiro reduziu a previsão para o nível da taxa Selic no fim de maio, de 9% para 8,50%, o que indica uma expectativa de corte adicional do juro básico brasileiro de 0,50 ponto porcentual no encontro que será realizado pelo Comitê de Política Monetária (Copom) no fim deste mês. A previsão consta da Pesquisa Focus, divulgada nesta segunda-feira pelo Banco Central (BC), e é a primeira após a alteração nas regras de rendimento da poupança, anunciada na semana passada pelo governo e que abre espaço para a continuidade do ciclo de afrouxamento monetário no País.

 

Selic - A mudança na expectativa para a Selic acontece após sete semanas seguidas de previsões de juro em 9% no fim de maio. Os analistas ouvidos pelo BC preveem, por enquanto, que o ciclo de redução da taxa básica terminaria ao final deste mês, e a Selic permaneceria em 8,50% até o fim de 2012. Até a semana passada, o mercado previa juro de 9% ao final do ano - previsão repetida por sete semanas seguidas. Para 2013, porém, o mercado espera a volta do ciclo de alta dos juros, com a Selic em 10% no fim do próximo ano. Essa estimativa é repetida há oito semanas.  

Top 5 - No grupo dos analistas que mais acertam as previsões na Pesquisa Focus, o chamado Top 5, a previsão para a Selic no fim de 2012 seguiu o mercado e caiu de 9% para 8,50%. Para 2013, no entanto, o grupo tem previsão diferente dos restantes analistas e a expectativa para a taxa caiu de 9% para 8,75%. Há um mês, esse grupo esperava Selic de 9% no fim deste ano e de 10% no fim do ano que vem. Entre todos os analistas ouvidos pelo BC, a mediana das previsões para a Selic média no decorrer de 2012 caiu de 9,28% para 8,97%. Já para 2013, a expectativa de juro médio recuou de 9,68% para 9,50%. Há um mês, o mercado esperava, respectivamente, Selic média de 9,28% e de 9,88%.

Inflação - Embora tenha reduzido a previsão para os juros, o mercado financeiro manteve a expectativa de aumento dos preços em 2012. A mediana das expectativas para o IPCA neste ano manteve-se em 5,12%. Apesar da estabilidade, o número segue superior ao previsto um mês atrás, quando analistas esperavam inflação de 5,06%. Para 2013, as estimativas para a inflação oficial subiram pela segunda vez seguida e passaram de 5,53% para 5,56%, ante 5,50% de quatro semanas antes. A projeção de alta da inflação para os próximos 12 meses, medida pela projeção suavizada para o IPCA, não mudou e seguiu em 5,53%, exatamente como na semana passada.

Top 5 - As estimativas para o IPCA do grupo dos analistas consultados que mais acertam as projeções, o chamado Top 5, subiram de 4,99% para 5,03% em 2012. Para 2013, a previsão se manteve em 5,40% pela terceira semana seguida. Há um mês, o grupo apostava em altas de 4,82% e 5,10% para cada ano, respectivamente. Entre todos os analistas ouvidos pelo BC, a mediana das estimativas para o IPCA em abril teve a quinta elevação seguida e passou de 0,56% para 0,58%, acima do 0,51% previsto há um mês. Para maio, a previsão seguiu em 0,47% pela sexta semana seguida.

PIB - A mediana das projeções para o crescimento em 2012 aumentou de 3,22% para 3,23%. Para 2013, porém, a aposta seguiu em 4,30%. Um mês antes, as estimativas eram de expansão de 3,20% neste ano e de 4,20% no próximo ano. A projeção para o crescimento da indústria em 2012 foi na direção contrária e caiu de 2,02% para 1,92%. Para 2013, a tendência foi idêntica e a mediana para a expansão industrial caiu de 4% para 3,95%. Um mês antes, a pesquisa apontava estimativa de crescimento de 2% neste ano e de 4% em 2013. Analistas reduziram ainda a previsão para o indicador que mede a relação entre a dívida líquida do setor público e o PIB em 2012, de 36,20% para 36,10%. Para 2013, a projeção manteve-se em 34,70%. Há quatro semanas, as projeções estavam em, respectivamente, 36,35% e 35% do PIB para cada um dos dois anos.

Dólar - O mercado financeiro aumentou em um centavo a previsão para o dólar no fim do ano, de R$ 1,80 para R$ 1,81. Para o fim de 2013, a expectativa subiu e também passou de R$ 1,80 para R$ 1,81, na primeira alta após seis semanas seguidas sem alterações. Há um mês, analistas previam dólar a R$ 1,78 no fim de 2012 e a R$ 1,80 no encerramento de 2013. Na mesma pesquisa, o mercado financeiro elevou a previsão para a taxa média de câmbio de R$ 1,80 para R$ 1,82 em 2012. Para o próximo ano, a estimativa de dólar médio seguiu em R$ 1,80. Há um mês, a pesquisa apontava que a expectativa de dólar médio estava em R$ 1,77 em 2012 e em R$ 1,78 no próximo ano. (Agência Estado)

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