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A superação das dificuldades enfrentadas pela agricultura familiar no Paraná depende da unificação das agendas das instituições do governo do Estado, do governo federal, dos municípios e das instituições que representam a iniciativa privada e os movimentos sociais. A mensagem defendendo a união de ações é do secretário da Agricultura e presidente do Conselho Estadual de Desenvolvimento Rural e Agricultura Familiar (Cedraf), Norberto Ortigara, que nesta terça-feira (22/03) presidiu a primeira reunião do conselho.
Composição - O Cedraf é composto por 33 entidades do governo, iniciativa privada e movimentos sociais, e deverá ganhar mais duas representações com a entrada da Câmara Setorial da Juventude Rural e da Cooperativa Central dos Assentados da Reforma Agrária.
Fórum qualificado - Para Ortigara, o Cedraf é o fórum qualificado para discussões que tem como objetivo o avanço da agricultura familiar. Ele salientou que vai conduzir as ações em nome do Estado, o que é responsabilidade do governo, independente das questões partidárias. Assim como Ortigara, 50% dos integrantes do conselho estavam participando da reunião pela primeira vez, em função do processo de renovação do órgão.
Presenças - Participaram da reunião o delegado do Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA) no Paraná, Reni Denardi, o presidente da Associação dos Municípios do Paraná e prefeito de São Jorge do Patrocínio, Claudio Palozi, entre outras lideranças.
Assistência técnica - A preocupação dos conselheiros é a manutenção da assistência técnica pública nos municípios. Ortigara lembrou que o governo do Estado autorizou a reposição de quadros da Emater-PR, numa programação de 100 novos técnicos por ano até atingir o limite de funcionários que a legislação permite.
Estratégias - Como representante do governo, Ortigara expôs as estratégias que vão favorecer o desenvolvimento da agricultura familiar e o enfrentamento de suas dificuldades no Paraná. Ele destacou a necessidade de levar uma condição de vida melhor para as famílias do campo, proprietários e trabalhadores rurais. Segundo o secretário, haverá mais atenção aos jovens e idosos no campo, por meio de programas de qualificação técnica e geração de renda para complementação de aposentadorias dos idosos.
Estradas rurais - Na questão da infraestrutura, Ortigara anunciou que a Secretaria da Agricultura e do Abastecimento vai concentrar esforços na readequação de estradas rurais, que ajudam as propriedades a ganhar competitividade. Assumiu o compromisso de constituir cerca de 60 patrulhas rurais por meio de consórcios municipais que irão atuar na readequação de estradas.
Outras preocupações do governo que deverão ser enfrentadas para melhorar a competitividade da agricultura familiar são o investimento em transporte por ferrovias e em armazenagem. Ortigara admitiu que atualmente o déficit de armazenagem ultrapassa 10 milhões de toneladas e que a intenção do governo é atrair investimentos para ajudar a conservar e proteger a safra e evitar a armazenagem em caminhões. (AEN)
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A emissão das senhas para caminhões carregados de granéis irem ao Porto de Paranaguá já está normalizada. Com a liberação da BR-277 no Km-26 para tráfego contínuo em pista simples, a expectativa é que nesta sexta-feira (18/03) a estrada volte a receber fluxo normal de veículos. "O esforço conjunto do Governo do Paraná, da Secretaria Estadual de Infraestrutura e Logística e da Ecovia permitiu que fosse realizado um rápido restabelecimento das vias de acesso ao porto. Nossa operação não foi prejudicada em nenhum momento e, a partir de agora, vamos começar a recompor os nossos estoques", disse o superintendente Airton Vidal Maron.
Carga Online - As senhas estão sendo liberadas pelo sistema Carga Online, que faz o gerenciamento do fluxo logístico dos veículos até o porto, estabelecendo quotas diárias de recebimento de caminhões e vagões para cada terminal/operador, dimensionando os fluxos e diminuindo filas. As cargas só são liberadas para virem ao porto quando existe local disponível em armazém para receber o produto e navio nominado para receber a carga.
Pátio de triagem - O pátio de triagem do Porto de Paranaguá recebeu 522 caminhões da meia-noite do dia 16 até às 7h desta quinta-feira (17/03). Durante a manhã, 200 caminhões ocupavam o pátio de triagem, sendo que o normal neste período do ano é receber 1.200 caminhões/dia. O corredor de exportação embarcou 35,5 mil toneladas de granéis na quarta-feira (16/03), produtividade ainda baixa se comparada com o dia anterior e causada pela chuva que prejudicou os embarques. Em dias normais, com condições climáticas adequadas, são movimentadas 100 mil toneladas por dia de granéis no porto.
Tráfego - De acordo com as informações da Ecovia, na quarta-feira, 3.960 caminhões passaram pela BR-277 nos dois sentidos, o que representa 60% do fluxo normal para o período. Com a liberação para tráfego nos dois sentidos no km-26, a BR-277 continuará com 17 quilômetros de lentidão e tráfego em pista simples. Mas a expectativa da concessionária é diminuir este trecho gradativamente no menor espaço de tempo possível.
Trem - A ALL segue fazendo testes nos trechos de instabilidade da ferrovia ao longo da Serra do Mar. A previsão é de retomada das atividades nesta sexta-feira (18/03). (AEN)
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A Administração dos Portos de Paranaguá e Antonina (Appa) recomeçou nesta quarta (16/03) a liberar senhas para caminhões que transportam a safra de grãos voltarem a deixar os armazéns dos exportadores em direção ao terminal paranaense. A liberação de senhas estava interrompida desde o dia 9, primeiro em razão da fila que tinha se formado ao longo do acostamento da BR-277 e, depois, devido às chuvas que derrubaram pontes e provocaram deslizamento de terra sobre a pista.
Gradativa - Segundo a Appa, as senhas serão liberadas de forma gradativa, conforme a necessidade do estoque nos armazéns do porto. O maior problema enfrentado pelos caminhoneiros fica entre os quilômetros 26 e 29 da BR-277, em razão de problemas estruturais em uma ponte. Nesse local, os carros precisam se deslocar um a um pela única pista que permite passagem. A subida e a descida são alternadas.
Fila - De acordo com a Polícia Rodoviária Federal (PRF), havia fila até o km 30. Havia um intervalo no trecho de serra e a fila voltava a se formar do km 50 ao 59. Uma nova interrupção ocorria por conta do posto da PRF e da praça de pedágio e os caminhões voltavam a se acumular no km 61.
Caminhões - De acordo com o Sindicato das Empresas de Transportes de Cargas (Setcepar), cerca de três mil caminhões circularam em direção a Paranaguá nesta terça (15/03), nos dois sentidos. Esse volume é 48% da movimentação normal da safra.
Armazenagem - O recomeço do transporte da safra, ainda que de forma lenta, pode ajudar os produtores e cooperativas que já começavam a ficar preocupados com o armazenamento dos grãos. O maior problema era sentido nas regiões oeste, centro-oeste e sudoeste do Paraná, onde a colheita já ultrapassa 70%. De acordo com o analista técnico e econômico da Organização das Cooperativas do Paraná (Ocepar), Robson Mafioletti, o Estado tem capacidade para 25,5 milhões de toneladas, dos quais 55% estão em cooperativas.
Gargalo - "Se houvesse um fluxo normal não teríamos problemas este ano", acredita Mafioletti. De uma safra prevista de cerca de 31 milhões de toneladas, aproximadamente 22 milhões entram no primeiro semestre. Mas nos armazéns já há produto de safras anteriores. Por isso a interrupção do transporte para Paranaguá preocupa. "A situação tem que se resolver o quanto antes, senão dá gargalo", disse o analista da Ocepar.
Trens - Os trens da América Latina Logística (ALL), que também estavam impedidos de descer ao litoral desde sexta-feira passada, em razão de problemas causados pelas chuvas, voltaram a fazer o transporte hoje, segundo a assessoria de comunicação da empresa. Os trens levam cerca de 30% da safra. Além disso, o tempo permaneceu bom no litoral do Paraná, garantindo que os embarques de grãos em navios fossem feitos normalmente.
Embarques - Nos últimos dias, em razão da chuva, eram embarcadas, em média, 25 mil toneladas, o que representa 25% da capacidade diária. Nesta terça (15/03), com a melhora do tempo, já foi possível embarcar 48,6 mil toneladas. De acordo com a assessoria da Appa, dois navios de soja e um de milho estão sendo carregados nesta quarta. Ao largo, 24 navios aguardavam a vez para atracar no cais e carregar granéis. Todos estão dentro do prazo de contratação. (Agência Estado)
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Para restabelecer a normalidade de tráfego entre a BR-277 e o município de Morretes, no Litoral do Estado, o 5º Batalhão de Engenharia do Exército começou nesta terça-feira (15/03) a instalação de uma ponte metálica sobre o Rio Sagrado Três, na PR-408, na região da Martha. No local havia uma ponte de cimento que não resistiu às intensas chuvas. Cerca de 60 oficiais trabalham na estrutura de 32 metros de comprimento. A montagem da nova ponte deve ser concluída até o final da tarde desta quarta-feira (16/03) e a utilização será provisória - cerca de um mês - até que a antiga seja reconstruída. A rodovia faz parte do Anel Integração e sua manutenção é feita pela Concessionária Ecovia, que opera a BR-277 no trecho Curitiba-Paranaguá.
Recomendação - As demais rodovias estaduais do litoral estão dando acesso a todos os municípios da região, mas o Departamento de Estradas de Rodagem (DER) recomenda que as viagens só sejam feitas em casos de extrema necessidade. As rodovias ainda operam em meia-pista na grande parte de sua extensão, e os motoristas precisam redobrar a atenção. O DER ainda recomenda que todo deslocamento só seja feito após consulta à Polícia Rodoviária Estadual pelo fone 198. (AEN)
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O agronegócio brasileiro é reconhecido por sua competência na produção agropecuária, mas com gargalos de logística e infraestrutura para competir com mais força nos mercados internacionais. Trata-se de problemas que prejudicam drasticamente o escoamento da produção e principalmente a rentabilidade do produtor. Com as dimensões territoriais do país, a intermodalidade na matriz de transporte aparece como ponto essencial para assegurar melhores resultados para as cadeias produtivas.
Fórum - Para discutir a competitividade do Sistema Ferroviário Brasileiro, a Associação Brasileira do Agronegócio (Abag), em parceria com a Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais (Abiove) e a Associação dos Produtores de Soja e Milho do Estado de Mato Grosso (Aprosoja) realizam o XX Fórum ABAG, no dia 25 de março, a partir das 8h30, no Hotel Tivoli Mofarrej, em São Paulo.
Participantes - Participam do encontro o diretor da ANTT - Agência Nacional de Transportes Terrestres, Bernardo Figueiredo, o professor e diretor da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (ESALQ/USP), José Vicente Caixeta, o consultor para logística de transportes da CNA - Confederação Nacional de Agricultura, Luiz Antonio Fayet e o Presidente da ANUT - Associação Nacional dos Usuários de Transportes de Carga, Luís Valdez.
Transporte ferroviário - Em razão de baixos investimentos na via permanente e de uma estrutura regulatória inadequada, o transporte ferroviário apresenta desempenho muito aquém da necessidade do agronegócio e do País. Consultas públicas recentes da ANTT poderão estimular a concorrência e reverter esta situação. Segundo o presidente da Aprosoja, Glauber Silveira, o sistema ferroviário é de fundamental importância para o país, beneficiando toda a população quanto à produção de grãos. "O modal ferroviário gera economia em fretes, o que possibilita redução dos custos ao produtor", afirma.
Modais - Nossa matriz logística é composta em 58% pelo modal rodoviário, enquanto o ferroviário responde por 25%, segundo o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). Em países como os Estados Unidos, de grande dimensão territorial, onde a produção percorre grandes extensões, o modal ferroviário é o principal meio de transporte da produção. Os norte-americanos possuem mais de 200 mil quilômetros de ferrovias, com crescimento de 3% ao ano. Já no Brasil é inferior a 30 mil quilômetros, desde metade do século passado.
Problemas - "O transporte da produção é tema de extrema importância para o produtor brasileiro. A redução dos custos logísticos no Brasil passa por investimentos e melhorias dos serviços do sistema ferroviário. A precificação dos valores de frete é sempre um assunto sensível. Outros pontos dizem respeito à contratação de cargas de acordo com a capacidade de movimentação das empresas, bem como o transporte na data estipulada pelo contrato. Como a colheita da soja 2010/11 já esta em curso, esses problemas precisam ser dirimidos", explica o Presidente da Abag e da Abiove, Carlo Lovatelli.
Serviço - Tema do Fórum: Competitividade do Sistema Ferroviário Brasileiro / Data: 25 de março de 2011
Horário: 8h30 às 11h30 / Local: Hotel Tivoli Mofarrej - Alameda Santos, 1437 - Cerqueira César - São Paulo. (Assessoria de Imprensa Abag)
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Os problemas para escoamento da safra de grãos pelo porto de Paranaguá, que começaram com filas de caminhões carregados na BR-277, ganharam proporções maiores nos últimos dias. As chuvas intensas levaram à suspensão de transporte pela ferrovia e rodovias que passam pela Serra do Mar. Houve queda de barreiras e de pontes. A América Latina Logística (ALL), que reteve desde sexta-feira (11/03) cerca de mil vagões carregados com grãos que seguiriam para Paranaguá, espera liberar o trecho hoje no fim do dia. Para recuperar o tempo em que os trens ficaram parados por causa de alagamentos e desmoronamentos, a empresa pode reduzir o espaço entre as descidas, conforme a necessidade.
BR 277 - Na BR-277, que liga Curitiba ao porto, parte da pista cedeu no quilômetro 13 e duas pontes caíram, nos quilômetros 18 e 24. A reconstrução, segundo a Ecovia, concessionária que administra a rodovia, pode demorar até seis meses. Ontem o trânsito foi liberado em uma das pistas, mas com restrições, porque uma ponte no quilômetro 26 está com a estrutura prejudicada e só era permitida a passagem de um veículo por vez.
BR 376 - Na BR-376, que liga a capital paranaense ao litoral de Santa Catarina, também houve queda de barreiras e a rodovia foi totalmente interditada. O governador do Paraná, Beto Richa (PSDB), criou um gabinete de emergência para ajudar a população do litoral que foi atingida e está isolada. Segundo ele, o ministro Nelson Jobim informou que o Exército pode disponibilizar uma ponte metálica para ajudar a resolver o problema.
Falta de cargas - A direção do porto de Paranaguá emitiu nota informando que, caso as interdições se prolonguem, pode haver falta de cargas para exportação e problemas para o descarregamento de fertilizantes. A movimentação de mercadorias pelo terminal ainda não foi afetada e há estoque de grãos nos armazéns para embarque nos próximos dias.
Solução emergencial - O gerente técnico e econômico da Organização das Cooperativas do Paraná (Ocepar), Flavio Turra, comentou que é preciso encontrar uma solução emergencial, com desvios e pontes provisórias, para que a exportação possa ser feita por Paranaguá e São Francisco do Sul (SC), portos onde são embarcados 32% e 13% da produção de soja do Estado, respectivamente. "Boa parte da soja já está vendida e com contratos para esses portos", disse. "Um plano B [que envolva outros portos] é muito difícil e só seria viável no médio e no longo prazo". Turra acrescentou que a liberação de trens vai ajudar e, como o escoamento de milho aconteceu mais cedo, os armazéns estão em melhores condições na origem. (Valor Econômico)
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A dificuldade de acesso ao litoral pode dificultar ainda mais o escoamento da safra paranaense, que já vinha sendo prejudicado pela lentidão no carregamento dos navios atracados no Porto de Paranaguá. Como os caminhões já não conseguem chegar ao porto e a ferrovia - responsável pelo transporte de 30% da colheita - tende a ficar bloqueada até amanhã, pode faltar espaço para armazenar grãos no interior. Algumas cooperativas afirmam que têm condições de estocar a colheita por apenas mais uma semana. Na outra ponta, a Administração dos Portos de Paranaguá e Antonina (Appa) admite que poderá faltar carga para os navios, o que geraria uma fila de embarcações.
Navios - Nesta segunda-feira (14/03) à noite, 23 navios aguardavam liberação para atracar - normalmente, são 15. Estipulado em contrato, o prazo para carregamento normalmente é maior em Paranaguá do que em outros terminais, em razão do histórico de chuvas no porto na época de safra. Passado o prazo, que chega a 20 dias, os exportadores têm de pagar a "demourrage", espécie de multa diária pelo atraso, que pode ser de até US$ 50 mil por dia.
Tráfego - O tráfego na BR-277 estava liberado ontem para veículos leves, mas os caminhões estão sendo retidos no acostamento, antes da praça de pedágio, na altura do km 60. A fila se prolongava até o km 70 e continuava por mais 4 quilômetros na BR-116, que cruza a BR-277, totalizando 14 quilômetros.
Emissão - A Appa suspendeu a emissão de senhas do sistema Carga On-line ainda na semana passada, mas ontem - três dias após a tragédia que interrompeu o tráfego na rodovia - ainda havia caminhões seguindo para o litoral. O Carga On-line controla o fluxo de cargas em direção ao porto e, em tese, os caminhões só devem sair da origem com uma senha liberada. A Appa fez um apelo aos produtores e às cooperativas para que não enviem carga sem autorização.
Liberação - Segundo a Ecovia, concessionária que administra a BR-277, o tráfego de caminhões será liberado "nos próximos dias", de forma lenta. A ponte do km 26 sofreu danos na estrutura e a concessionária, junto com a Polícia Rodoviária Federal, optou por não permitir a passagem de veículos pesados até que haja uma solução provisória - a reforma completa deve durar 6 meses.
Sem carga - O temor da Appa é que a BR-277, mesmo após liberada para caminhões, não comporte fluxo grande o bastante para manter cheios os armazéns do porto. A carga disponível até ontem era suficiente para carregar quatro navios. "Depois disso, e se for prolongada a interrupção da BR-277, pode faltar carga para exportar", afirmou o superintendente da Appa, Airton Vidal Maron. Ontem, o pátio de triagem do porto, que tem capacidade para mil caminhões e esteve lotado nas últimas semanas, tinha 600 vagas desocupadas.
Sol - "Havendo sol, haverá espaço nos armazéns em quatro a cinco dias", afirma o gerente da unidade da Cooperativa Agropecuária Mourãoense (Coamo) em Paranaguá, Alexandro Cruzes. A Coamo é uma das nove empresas que têm silo próprio no porto. Outra delas, a Cargill, afirmou que suspendeu o envio de caminhões ao porto e "estuda alternativas logísticas, considerando a capacidade de recebimento de outros portos".
Mobilização - A Ocepar, representante das cooperativas, pediu mobilização do governo e da concessionária. "Precisamos de um programa emergencial para viabilizar o escoamento da safra de forma mais rápida", afirmou Flavio Turra, gerente técnico e econômico da Ocepar.
Transportadoras - Em nota, o Setcepar, que representa as transportadoras, criticou a falta de investimentos em infraestrutura portuária. "O porto deveria receber mais investimentos em armazéns." (Gazeta do Povo)
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A indefinição sobre a situação das estradas preocupa as cooperativas do estado, que temem não cumprir os contratos de exportação. Sem ter uma posição concreta do governo ou das concessionárias que administram as rodovias, a Cooperativa Castrolanda, que tem sede em Castro, nos Campos Gerais, prevê dificuldades. "A grande incerteza é em relação ao Porto de Paranaguá. Não temos previsão de quando a situação vai se normalizar. Não há nenhuma resposta. Além disso, a safra de milho atrasou e acumula agora com a de soja. Também não há caminhos alternativos", lamenta o gerente agrícola da cooperativa, Márcio Copacheski.
Outros portos - Sobre a possibilidade de desviar o carregamento para outros portos, a hipótese é descartada por Copacheski. "Se pudéssemos desviar, iríamos para Santa Catarina, mas a BR-376 também está com problemas. Mesmo assim, depois que se inicia um embarque, não há como mudar o navio de porto", explica.
Cocamar - A Cocamar, de Maringá, informou que a concentração de cargas da cooperativa é na região Norte e Noroeste do estado. Segundo sua assessoria de imprensa, os produtores estão entregando a safra nos 56 entrepostos e a cooperativa está fazendo o transbordo para o parque industrial, em Maringá. Por enquanto, não há registro de falta de espaço para armazenar os grãos. A Cocamar exporta café, farelo de soja e suco concentrado e congelado de laranja.
Cargil - Em nota, a Cargill, que tem unidade nos Campos Gerais, informou que teve de suspender o envio de caminhões, o que "provocará mudanças também na cadeia de produção, tais como o atraso na colheita da soja e alteração na qualidade dos grãos por causa do aumento da umidade, além de um possível atraso no plantio de milho na safrinha".
Preço bom - Outro agravante da atual safra é o bom preço dos grãos, que fez com que boa parte da produção já tenha sido negociada. "No ano passado, a safra foi negociada num espaço maior de tempo", afirma Nilson Hanke Camargo, assessor técnico-econômico da Federação da Agricultura do Estado do Paraná (Faep). (Gazeta do Povo)
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No dia em que analistas ainda tentavam entender o real impacto do terremoto e do tsunami no Japão sobre o mercado internacional de grãos, os contratos de milho, soja e trigo fecharam em alta nas bolsas americanas. A soja com vencimento em maio subiu 5,50 centavos de dólar, para US$ 13,40 por bushel na bolsa de Chicago. Os contratos de milho, com o mesmo vencimento, fecharam com ganho de 1,75 centavo a US$ 6,66 e os de trigo, com alta de 2 centavos a US$ 7,2075 por bushel.
Impacto - Analistas ouvidos pela Dow Jones Newswires disseram que a localização do terremoto e do tsunami que afetaram o Japão deve limitar o impacto na comercialização de commodities agrícolas dos EUA. Ele admitem, porém, ainda não ter uma avaliação clara sobre danos na infraestrutura. O Japão é o maior consumidor de milho e carne suína dos EUA e também um grande consumidor de soja e trigo. A expectativa é de que o desastre afete o fluxo de produtos para o país. A área mais afetada foi o norte do Japão.
Armazenagem - Segundo a AgResource Co., de Chicago, a capacidade de armazenagem de grãos do Japão pode ser reduzida em 15% a 20%, o que limitaria as importações. A empresa estima que as compras externas japonesas de milho poderiam cair entre 500 mil e 1 milhão de toneladas. O país compra quase 30% do milho exportado pelos EUA - 15,4 milhões de toneladas na última safra.
Portos - Mas, segundo a Dow Jones, o maior dano parece ter ocorrido nos portos do norte do Japão, pequenos para movimentar navios americanos. Já os portos maiores, no sul, podem voltar a operar nas próximas semanas, conforme nota do Morgan Stanley. Se esse cenário se confirmar, não deve haver impacto no fluxo de comércio. Além de portos, unidades de processamento de ração também foram afetadas, segundo analistas, o que pode interromper as importações. Mas as fábricas estão localizadas principalmente na parte central do país, que foi menos destruída. (Valor Econômico)
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O presidente da Ferroeste, Maurício Querino Theodoro, entregou à Valec - Engenharia, Construções e Ferrovias, estatal ligada ao Ministério dos Transportes e responsável pela construção e exploração de infraestrutura do setor, o projeto executivo do ramal ferroviário que ligará Cascavel a Guaíra, no Oeste do Paraná. Participou da audiência, na sexta-feira (11/03) em Brasília, o diretor de Operações da Ferroeste, Mauro Fortes Carneiro.
Importância estratégica - Theodoro disse que Fernando de Castilho, analista de infraestrutura de transporte ferroviário da Valec, considera o projeto de grande importância estratégica para o País. Dentro de dez ou quinze dias, segundo informou Castilho, a Valec vai publicar o edital para contratação de empresa para fazer o estudo de viabilidade e de traçado do ramal da Ferroeste (Cascavel-Dourados-Maracaju).
Licitação inicial - O presidente da Ferroeste explicou que a licitação inicial deve demorar de três a cinco meses e, depois disso, será enviada para o Ministério dos Transportes, que deve encaminhar o projeto para o PAC. Para o presidente da Ferroeste, se houver vontade política das lideranças paranaenses a execução da ferrovia Cascavel-Guaíra começa em 2012. "Durante este ano, os técnicos vão se debruçar sobre os estudos de viabilidade e na correção do projeto de engenharia já existente para este trecho", segundo informou.
Empenho - Theodoro disse que deixou claro para os representantes da Valec que tanto o secretário de Infraestrutura e Logística do Paraná, José Richa Filho, quanto o governador Beto Richa estão empenhados na execução da obra. "Esse é um projeto que não tem partido. É do Paraná", disse ele. "Toda a bancada paranaense está envolvida nele".
Documentação - A documentação da Ferroeste foi entregue à Valec juntamente com o estudo do Eia/Rima (Estudo e Relatório de Impacto Ambiental). Além do projeto executivo do trecho Cascavel/PR-Guaíra/PR, o presidente da empresa apresentou o estudo complementar da linha Guaíra-Maracaju/MS e também uma sugestão de traçado para o trecho Guarapuava-Porto de Paranaguá.
Viabilidade - Para estudar a viabilidade das novas linhas da Ferroeste, o Ministério dos Transportes criou em fevereiro um grupo de trabalho. Integram o colegiado, representantes dos governos do Paraná e do Mato Grosso do Sul, Dnit (Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes), ANTT (Agência Nacional de Transportes Terrestres) e Valec.
Integração - A audiência desta sexta-feira é o desdobramento de encontro entre o governador Beto Richa e o governador André Puccinelli, do Mato Grosso do Sul, em fevereiro, para unir esforços em torno de um projeto de integração ferroviária dos dois estados através da Ferroeste. O encontro teve ainda a participação do secretário de Infraestrutura e Logística, José Richa Filho, e do presidente da Ferroeste.
PAC - O traçado da ferrovia foi incluído no Programa de Aceleração do Crescimento (PAC-1), do governo federal, em 2008, mas o projeto não progrediu, por falta de apoio do Paraná. Agora a intenção é incluir a obra - que tem custo estimado de R$ 1,6 bilhão - no PAC-2. A saída por trem por Paranaguá é a melhor alternativa para escoar a produção daquela região do centro-oeste brasileiro, que chega a 5 milhões de toneladas de grãos, 2,5 bilhões de litros de álcool e 1,5 milhão de toneladas de açúcar para exportação, por ano.
Economia - Segundo o presidente da Ferroeste, o produtor economiza em torno de um dólar por tonelada transportada por ferrovia em relação ao transporte rodoviário. Para ele, este é um dinheiro que fica na cadeia produtiva. "No caso do Mato Grosso do Sul, são aproximadamente 5 milhões de dólares apenas da safra de grãos. No Paraná podem ser pelo menos outros 8 milhões de dólares". Outra vantagem é o tempo ganho no transporte. De caminhão, do Mato Grosso do Sul a Paranaguá, a viagem dura em torno de três dias. Pela ferrovia, o percurso pode ser feito em 18 horas. (AEN)
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A suspensão da emissão de senhas do sistema Carga On-Line ainda não conseguiu desafogar o tráfego de caminhões que aguardam às margens da BR-277 para descarregar em Paranaguá. A medida foi tomada pela Administração dos Portos de Paranaguá e Antonina (Appa) na quarta-feira (09/03) em caráter emergencial e, segundo o superintendente, Airton Maron, deveria durar apenas um dia. No início da noite de ontem, contudo, caminhoneiros ainda enfrentavam congestionamento de 20 quilômetros para chegar ao terminal.
Apagão logístico - O setor produtivo informa que a lentidão no descarregamento dos caminhões ainda não compromete o cumprimento de contratos de exportação, mas alerta para o risco de um apagão logístico durante o pico da colheita de grãos caso o problema não seja resolvido em breve. Com parte da frota retida na fila do porto e a colheita avançando no campo, transportadoras relatam que já estaria faltando caminhões para escoar a safra e começam a reajustar os preços do frete.
Terceirização - Segundo Antonio Carlos Bentin de Lacerda, diretor comercial da Sementes Mutuca, de Arapoti (Campos Gerais), os atrasos já teriam elevado em 50% o custo do frete curto (até 100 quilômetros) na última semana. Alci Domingos Cozer, sócio-proprietário da Geral Agrícola, de Honório Serpa (Sudoeste do estado), conta que os congestionamentos o obrigaram a terceirizar parte do transporte dos grãos. "Contratei 30 viagens. Se minha frota não ficasse esperando na fila, poderia fazer pelo menos metade dessas 30 viagens por conta própria", diz. Cozer diz já ter gasto mais de R$ 40 mil desde o início do ano com a contratação de veículos terceirizados.
Motoristas - Na avaliação de Alessandro Oliveira, funcionário de uma transportadora, os motoristas também perdem, ao ficarem impossibilitados de fazer novos trabalhos. "Em vez de estar aqui parado, o motorista poderia estar rendendo dinheiro com outras viagens. A transportadora também perde, com manutenção e com gasolina. Todo mundo perde", diz.
Agricultores - Os agricultores também estariam tendo prejuízos. "A deficiência lá na ponta, no porto, contamina toda a cadeia e redunda em preços mais baixos para o produtor", avalia Nelson Costa, superintendente da Organização das Cooperativas do Paraná (Ocepar). Levantamento da Secretaria de Estado da Agricultura e do Abastecimento (Seab) mostra que a cotação da soja caiu 3% neste mês. Para o consultor da Confederação Nacional da Agricultura (CNA) Luiz Antonio Fayet, o maior entrave é a falta de investimentos em infraestrutura portuária. "O corredor de exportação do porto paranaense precisa ser reequipado. Poderíamos carregar o dobro por dia se os equipamentos entre os armazéns e os navios fossem mais ágeis."
Desgaste - Segundo Costa, da Ocepar, os compradores entendem que com chuva não é possível embarcar, mas ainda assim há um desgaste da imagem do Paraná no exterior. "O que é uma pena, porque acontece justamente em um momento de recuperação. Depois de problemas com transgênicos e o calado do porto, o estado estava começando a recuperar o espaço perdido." (Gazeta do Povo)
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Com 75 anos de história, o Porto de Paranaguá voltou a enfrentar dificuldades para o escoamento da safra deste ano. As grandes preocupações de caminhoneiros e do setor de agronegócio são com filas de carretas ao longo da BR-277, segurança e a velocidade de embarque. O consenso é de que, apesar da conclusão da dragagem dos berços de atracação, a estrutura geral continua a mesma. Há também a dúvida se a logística do cronograma de chegada de caminhões irá funcionar 100%. Além disso tudo, a espera dos caminhoneiros para o desembarque leva a aumento do frete. Outro pedido é para que haja aumento da capacidade de armazenagem do porto.
Pressa - ''Vamos ter muita fila de caminhão e de navio. Tivemos uma boa safra e os preços dos produtos estão bons'', disse o assessor técnico-econômico da Federação da Agricultura do Estado do Paraná (Faep), Nilson Hanke Camargo. Além disso, ele destacou que cerca de 25% a 30% dos produtores negociaram a safra por antecipação e isso deve fazer esses agricultores terem pressa em embarcar os produtos.
Entrave - Outro entrave para o escoamento, segundo ele, são os shiploaders (equipamentos carregadores que levam as cargas aos navios) que são obsoletos e, por isso, trabalham abaixo da capacidade. ''A infraestrutura do porto é a mesma apesar da dragagem que foi feita nos berços de atracação'', disse.
Ordem de Serviço - Ele defende que a Administração dos Portos de Paranaguá e Antonina (Appa) enfatize a Ordem de Serviço 001/2006 que regulamenta o uso do pátio de triagem. Com isso, o caminhão não entra no porto se não estiver com navio nomeado e com o terminal no qual vai descarregar determinado. ''Queremos que a Ordem de Serviço seja republicada'', destacou.
Gestão - ''Vamos ter dificuldades. Nos últimos oito anos o porto ficou paralisado em termos de gestão'', disse o consultor da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), Luiz Antonio Fayet. Segundo ele, o Conselho de Autoridade Portuária (CAP) chamou a atenção da Appa para aumentar a velocidade operacional. ''O cais virou estacionamento de navio. Não adianta só aumentar a extensão do cais. É preciso elevar a velocidade operacional'', afirmou.
Cotriguaçu - O superintendente da Cotriguaçu Cooperativa Central de Cascavel, Cândido Takashiba, disse que os problemas podem ser minimizados com a dragagem dos berços de atracação. Além disso, a operação também é prejudicada com as chuvas. A cooperativa pretende exportar 2,5 milhões de toneladas de soja, farelo de soja, milho e trigo, um aumento de 5% em relação a 2010.
Filas - Para o presidente da Federação das Empresas de Transporte de Cargas do Paraná (Fetranspar), Luiz Anselmo Trombini, o grande problema são as filas. A demora para o desembarque leva a aumento do frete e pagamento de mais diárias para os motoristas. Hoje, a diária dos caminhoneiros é R$ 1 por hora e por tonelada.''O porto ficou muito tempo sem investimento e a dragagem foi realizada depois de muita briga'', destacou. Ele defende o aumento da capacidade de armazenagem do porto e a melhora da logística de entrada e saída dos navios. A Federação representa cerca de 16 mil empresas no Estado. (Folha de Londrina)
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O governador Beto Richa lançou nesta quinta-feira (23/02), em Londrina, as primeiras medidas do programa Paraná Competitivo, ao assinar dois decretos que alteram a política fiscal do Estado. "Com os novos incentivos vamos reinserir o Paraná na agenda dos investidores", afirmou. "Queremos retomar a trajetória de atração de investimentos produtivos - nacionais e internacionais - e dar total apoio para as empresas locais que queiram expandir suas atividades", afirmou o governador.
Grupos empresariais -Segundo o governador Beto Richa, cerca de 40 grupos empresariais já procuraram o Paraná neste ano para conhecer os incentivos oferecidos pelo governo. "Houve uma mudança no conceito de governança e uma nova postura de governo, com diálogo e respeito. Isso está sendo percebido pelos investidores, que também procuram segurança jurídica", afirmou Richa na solenidade realizada na Associação Comercial e Industrial de Londrina (ACIL).
Moderna - Richa destacou que a nova política fiscal é moderna, leva em conta os interesses do Estado na concessão de benefícios e torna mais flexível a negociação com os investidores. "Vamos analisar caso a caso. Todos os pedidos de incentivos vão passar por trêss comitês, um técnico, um consultivo e um decisório. Eles é que vão estabelecer o tipo de apoio fiscal possível, de acordo com critérios como o tipo do investimento, impacto econômico e grau de inovação", explicou.
Percentual - A nova política fiscal altera também o percentual do ICMS a ser diferido. Antes os valores eram fixos e estabelecidos de acordo com as regiões do Estado. A partir de agora o benefício vai variar de 10% a 90%, inclusive para cidades que não possuíam o benefício, como Curitiba, São José dos Pinhais e Araucária. O índice a ser aplicado será definido nos comitês formados por técnicos e secretários de Estado. Além disso, haverá um conselho consultivo formado por entidades representativas da indústria, comércio, agricultura, transporte e das cooperativas.
Prazo - A mudança no prazo de dilação do ICMS é outra novidade. Fixado por decreto, o tempo de dilação era de quatro anos, mais quatro para pagamento. Com a nova política o período foi flexibilizado e varia de dois a oito anos, e até oito anos para recolhimento.
Energia elétrica - O imposto que incide sobre energia elétrica acompanha a mesma lógica. Além disso, o mesmo benefício poderá ser concedido para o tributo incidente sobre o uso do gás natural. "Outra alteração inovadora é a possibilidade de beneficiar com dilação de ICMS indústrias que estejam em recuperação judicial", informou o secretário da Indústria, do Comércio e Assuntos do Mercosul, Ricardo Barros.
Recuperar tempo perdido - Para o secretário da Fazenda, Luiz Carlos Hauly, o programa de incentivos vai ajudar a recuperar o tempo perdido em relação ao crescimento econômico do Paraná. Ele lembrou que de 2003 a 2009 a participação paranaense no PIB nacional caiu de 6,4% para 5,9%, e a participação nas exportações encolheu de 9,8% para 7%. "Perdemos ritmo e ficamos para trás neste início de século, que foi um tempo de expansão da economia em todos os níveis", avalia.
O Programa - O lançamento da nova política fiscal é a primeira etapa do programa Paraná Competitivo e se enquadra na linha de ação denominada Fomento, Incentivos e Crédito. Além dessa há mais três: qualificação e capacitação da mão de obra; infraestrutura e internacionalização, incluindo atração de investimentos, e comércio exterior.
Participação - Além das secretarias de Indústria, Comércio e Assuntos do Mercosul e da Fazenda, também participam da elaboração do Paraná Competitivo as secretarias de Assuntos Estratégicos, Planejamento, Meio Ambiente, Trabalho e Emprego, Infraestrutura e Logística, a Agência de Fomento, BRDE, Copel, Compagás, Administração dos Portos de Paranaguá e Antonina, Lactec, Ipardes. A formatação fiscal contou ainda com sugestões do setor produtivo e dos municípios. (AEN)
Link para acessar tabela com as principais mudanças na política fiscal.
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Os produtores "precisam ter peito e enfrentar o desafio" de vencer o risco de apagão logístico no escoamento da atual safra de soja, a maior da história do país, disse ontem o ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Wagner Rossi. Em entrevista à Expedição Safra Gazeta do Povo, em Brasília, ele argumentou que o setor público precisa reagir, mas que o setor privado também deixou de investir em transporte e estrutura de armazenagem.
Responsabilidade - A declaração foi rebatida pelo presidente da Organização das Cooperativas do Brasil, Márcio Freitas. Em sua avaliação, com a colheita já em andamento, o governo sabe que "não tem o que fazer e está transferindo responsabilidade".
Alerta - O risco de apagão logístico foi apontado na última semana por lideranças do agronegócio, entre elas o ex-ministro da Agricultura e deputado federal Reinhold Stephanes (PMDB). Administradores de rodovias e a própria Polícia Rodoviária Federal se preparam para enfrentar sobrecarga nas estradas.
Soja - A área da soja foi ampliada e a produção tende a passar da casa de 68 milhões para mais de 70 milhões de toneladas. No caso do milho, a safra de verão tende a render perto de 32 milhões de toneladas. A expectativa da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) é de que a safra de grãos 2010/11 ultrapasse, pela primeira vez, a faixa de 150 milhões de toneladas.
Concentração - O ritmo dos trabalhos no campo e o mercado contribuem para concentrar o escoamento da safra em poucas semanas. Aproveitando as primeiras chuvas, os produtores plantaram praticamente todas as lavouras a partir de novembro. Por isso, a colheita deve ocorrer num período mais curto que o normal, com mais força em março.
Vendas antecipadas - Com o mercado pagando bem, os produtores anteciparam a venda de aproximadamente 40% da produção. E devem continuar vendendo durante a colheita. Para não gastar com armazenagem, a tendência é que o setor tente entregar a produção o quanto antes. Se essa estratégia for adotada, os armazéns podem ser suficientes, mas as rodovias e portos serão mais testados do que nunca.
"Choradeira" - Para o ministro da Agricultura, a "choradeira" dos produtores é "exagerada". Em sua avaliação, o problema não é tão grave. "Temos capacidade de armazenagem estática compatível com a safra", avaliou. "A dificuldade se dá pela inexistência, praticamente, da intermodalidade." Se houvesse mais integração entre rodovias, ferrovias e hidrovias, a situação seria confortável, apontou Rossi, para quem as reclamações são resquícios de uma visão "antiga" sobre a realidade do agronegócio.
Reação tímida - O ministro disse reconhecer que o governo tem responsabilidade sobre os "gargalos" - falta de estrutura para armazenagem, transporte e embarque - que atrapalham o escoamento da safra de soja e milho, forçando aumento de 5% no preço do frete, conforme estimativa do próprio setor de transporte. Ressaltou que existem obras em andamento em ferrovias, hidrovias e rodovias. "A responsabilidade do governo é colocar [à disposição dos produtores e cooperativas] recursos a juros contidos", acrescentou. Por outro lado, disse que a reação do setor tem sido tímida. "Armazenagem é atividade privada", ressaltou.
Burocracia - Segundo o presidente da OCB, os recursos são insuficientes e não chegam ao produtor pelo excesso de burocracia. "O dinheiro existe mas ninguém consegue pegar." Ele argumentou ainda que os juros de 6,75% ao ano, na verdade, custam ao produtor entre 10% e 12% por causa de restrições dos programas de financiamento e de serviços que os bancos associam ao crédito.
Necessidade - Conforme estimativa da OCB, o governo ofereceu cerca de R$ 3 bilhões para investimento em infraestrutura na última safra. Parte desses recursos não foi tomada. Mesmo assim, a avaliação é de que seriam necessários R$ 10 bilhões ao ano. "A cada ano temos mais problemas. Isso não foi encarado de frente pelo governo. É responsabilidade do Estado, sim", disse Freitas. (Caminhos do Campo / Gazeta do Povo)
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O secretário de Infraestrutura e Logística, José Richa Filho, afirmou nesta terça-feira (15/02) que o oeste do Paraná precisa de ligações viárias eficientes tanto com o Porto de Paranaguá quanto com as regiões produtivas do Mato Grosso do Sul e Paraguai. Richa Filho está em Brasília e acompanha representantes de cooperativas em reunião na Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq). Nesta quarta-feira (16), ele participa da reunião dos governadores do Paraná e Mato Grosso do Sul com o ministro dos Transportes, Alfredo Nascimento.
Desenvolvimento - "A extensão da Ferroeste S.A. até Guaíra e, posteriormente, até Dourados (MS) consolidará o desenvolvimento econômico e a logística da indústria moageira e também permitirá o fortalecimento dos terminais exportadores de grãos e farelos no Estado", afirmou José Richa Filho. Segundo o secretário, o desenvolvimento da infraestrutura viária do Paraná deve ser multimodal, e a ferrovia usada para diminuir os custos e aumentar a competitividade do setor produtivo. "A ferrovia é a melhor opção para o transporte de grandes volumes a grandes distâncias", ressaltou Richa Filho.
Mato Grosso - A extensão da Ferroeste também foi destacada como decisiva para o fortalecimento da economia do Mato Grosso do Sul pelo governador do Estado, André Puccinelli. Falando na Assembléia Legislativa do Mato Grosso do Sul, na manhã desta terça-feira (15), ele destacou que pretende dar atenção especial aos modais de transporte e a projetos estratégicos de grande porte "para atração de novos empreendimentos".
Ferroeste - O presidente da Ferroeste, Maurício Querino Theodoro, que viaja quarta-feira (16) a Brasília, entende que o esforço dos dois governos junto ao Ministério dos Transportes é para que as obras do ramal entre Cascavel e Guaíra sejam contempladas no PAC-2 (Programa de Aceleração do Crescimento), assim como de Guaíra a Dourados (MS). Para o presidente da Ferroeste, o projeto é importante para os dois estados. "São os grandes celeiros do Brasil, com produção em toda a área de influência da ferrovia, incluindo Paraná, Mato Grosso do Sul e Paraguai, que chega a 16 milhões de toneladas por ano".
Modernização - Richa Filho lembra que o terminal da estrada de ferro, em Cascavel, fica estrategicamente localizado à beira da BR-277 para receber os produtos das regiões oeste e sudoeste do Paraná, de estados e países vizinhos. "Além do calcário e dos fertilizantes, fundamentais para a produção agrícola, pode vir a se tornar um centro distribuidor de mercadorias transportadas por contêineres", afirmou. O secretário considera que o desenvolvimento da ferrovia deve estar em sintonia com os modais rodoviário e marítimo.
Novo momento - Para Richa Filho, o Paraná começa a viver novo momento no setor ferroviário, que pode trazer impactos econômicos e sociais favoráveis. O secretário deu como exemplos a implantação da ferrovia Paranaguá-Curitiba, no século 19, a ligação ferroviária São Paulo-Rio Grande, que cortou o Paraná de Itararé a União da Vitória, passando por Ponta Grossa, já no início do século 20, seguida por outras ligações, como a que une Curitiba a Guarapuava, na década de 1950, a conclusão da Central do Paraná, na década de 1970, e a inauguração da Ferroeste, no final do século passado. "O século 21 pode trazer a redenção para o setor ferroviário no Estado", afirmou José Richa Filho. (AEN)
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O Porto de Paranaguá exportou, em janeiro deste ano, 976,34 mil toneladas de granéis sólidos - farelo de soja, milho, trigo, soja e açúcar. O resultado é 55% maior que o registrado no mesmo período do ano passado: 628,54 mil toneladas. Os números refletem a confiança de armadores e operadores no Porto de Paranaguá, que, na manhã desta quinta-feira (10/02), já restabeleceu as atividades em sua totalidade após o término da dragagem emergencial de manutenção dos berços de atracação.
Ocupados - Nesta quinta-feira, todos os berços de atracação do Porto estavam ocupados por 16 navios. Em Antonina, outros dois navios estão atracados, movimentando fertilizantes. "Vamos seguir a orientação do governador Beto Richa de recuperar o tempo perdido. Esta primeira ação de restabelecimento das profundidades para melhor atender a safra é fundamental para que o Porto de Paranaguá volte a apresentar condições operacionais adequadas para todos os seus usuários", disse o superintendente Airton Vidal Maron.
Milho - O aumento nas exportações de granéis sólidos foi impulsionado pela movimentação do milho. No primeiro mês de 2011, foram exportadas quase 300 mil toneladas do produto, enquanto que no mesmo período de 2010 foram cerca de 108 mil toneladas exportadas. Outro destaque foi a exportação do farelo de soja, que saltou de 186,8 mil toneladas em janeiro de 2010 para 286,2 mil toneladas este ano.
Dragagem - Com a conclusão da dragagem, os berços de atracação do Porto de Paranaguá voltam a ter suas profundidades originais: de oito, dez e 12 metros. Há pelo menos seis anos os berços não apresentavam condições ideais para movimentação de mercadorias, fazendo com que muitas embarcações deixassem o Porto de Paranaguá com menos carga do que o normal. A medida de dragar os berços foi a primeira tomada pela Appa com o objetivo de melhor atender a safra 2011, que promete ser recorde.
Projeções - De acordo com a projeção da safra 2010/11, divulgada esta semana pela Companhia Nacional do Abastecimento (Conab), o Paraná deve liderar a produção nacional de grãos, com uma previsão de produção de 30,94 milhões de toneladas. O destaque, segundo a Conab, será a soja que, no Paraná, deve alcançar uma produção de 14,2 milhões de toneladas. Para atender esta demanda e dar agilidade ao escoamento da safra, a Appa iniciou uma série de medidas. "A dragagem foi a primeira e mais importante ação", explica o superintendente. Agora, a Appa está concluindo as reformas e melhorias no pátio de triagem, além de já ter feito toda a manutenção nos shiploaders, nos armazéns da faixa portuária e no Silo Público, o "silão". (AEN)
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A dragagem emergencial dos berços de atracação do Porto de Paranaguá foi concluída. Foram retirados 110 mil metros cúbicos de sedimentos dos 14 berços do cais. A medida vai permitir que o escoamento da safra aconteça de maneira mais rápida e eficaz, já que há seis anos não era realizada a dragagem do Porto. A notícia da conclusão da dragagem foi comemorada por lideranças do agronegócio que se reuniram com o governador Beto Richa nesta quarta-feira (09/02) em Cascavel, no Show Rural Coopavel. O governador disse que a medida é o primeiro passo para tornar o Porto de Paranaguá mais competitivo, rentável e pronto para trabalhar em parceria com o setor produtivo paranaense.
Louvável - O presidente da Coopavel, Dilvo Groli, agradeceu ao governador Beto Richa pela postura firme e dinâmica em realizar a dragagem no Porto de Paranaguá já nos primeiros dias de seu governo. "Realizar a dragagem em tão curto espaço de tempo é louvável e mostra o compromisso do governo com o setor produtivo paranaense", disse.
Integração ferroviária - Beto Richa disse ainda que, em parceria com o governo do Mato Grosso do Sul, retomará o projeto de integração ferroviária entre os dois estados. "O Mato Grosso do Sul quer escoar a safra pelo Porto de Paranaguá. Vamos priorizar e incentivar a criação desta ferrovia para promover o desenvolvimento do Paraná e do Porto de Paranaguá. Esta ação será muito importante para o setor agropecuário paranaense", disse o governador.
Agência de Desenvolvimento - O governador anunciou ainda, durante o Show Rural, que nos próximos dias serão encaminhados para a Assembleia Legislativa os projetos para a criação da Agência Paraná Desenvolvimento e do Instituto de Defesa Sanitária. Richa disse que as duas novas estruturas são parte do conjunto de ações que o governo está fazendo para fomentar a produção no Paraná e que atendem a compromisso assumido com entidades representativas do setor agropecuário. (Com informação da AEN)
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A indústria paranaense teve o quinto melhor desempenho de 2010 entre as 14 regiões pesquisadas pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Depois da retração de 2,1% sofrida em 2009, o ano da crise, a produção estadual cresceu 14,2% no ano passado. A expansão, superior à da média da indústria brasileira (10,5%), foi a mais forte desde 1992, quando teve início a série do IBGE. Além do Paraná, outros quatro estados tiveram índices superiores à média nacional: Espírito Santo (22,3%), Goiás (17,1%), Amazonas (16,3%) e Minas Gerais (15,0%).
Veículos - A indústria de veículos foi o segmento que mais contribuiu para que o estado crescesse acima da média nacional. A produção das montadoras aumentou 57,6%, consolidando 2010 como o melhor ano da história do polo automotivo da Grande Curitiba. Na sequência, as maiores expansões se deram nos ramos mobiliário, com alta de 28%, de máquinas e equipamentos (24,5%) e de produtos de metal (21,6%).
Mercado - "Em 2009, o parque industrial automotivo estava voltado para o mercado externo. No ano passado, o setor direcionou uma fatia maior da produção para o mercado interno e o restante continuou para o mercado externo, que contou com a recuperação internacional", diz o economista Roberto Zürcher, da Federação das Indústrias do Estado do Paraná (Fiep). Entre os 14 ramos analisados, apenas dois sofreram retração no estado: refino de petróleo e álcool - cuja produção caiu 8,4%, influenciada por uma parada de manutenção na refinaria Repar, de Araucária - e produtos químicos (-14,0%).
Infraestrutura - Para o professor de Economia Evaldo Alves, da Escola de Administração de Empresas de São Paulo da Fundação Getulio Vargas (FGV-Eaesp), alguns estados cresceram mais em razão da melhor infraestrutura. "O Espírito Santo investiu bastante em portos e o Amazonas tem a estrutura de transporte natural dos rios, que facilita o escoamento. Se o Paraná tivesse uma boa situação nesta área, a indústria do estado cresceria ainda mais", afirma.
Oscilação - Apesar do bom desempenho no acumulado de 2010, as indústrias do Paraná passaram por altos e baixos ao longo do ano (veja gráfico nesta página). Para Zürcher, essa "montanha-russa" está relacionada diretamente aos períodos de safra no estado. "O Paraná tem um polo automotivo importante, que faz com que o estado não seja tão dependente da agricultura como antigamente. Mesmo assim, ainda sente quando ocorre boa safra. Os diferentes períodos no campo são os responsáveis por esse sobe e desce", explica Zürcher. "Tanto que, para o Paraná continuar a crescer, é fundamental que não ocorra excesso de chuva ou seca."
Dezembro - Depois de crescer 11,7% em novembro, a produção do Paraná recuou 5% em dezembro, o segundo pior índice do país no mês. A produção industrial caiu em 11 dos 14 locais pesquisados. Além do Paraná, os destaques negativos foram Rio de Janeiro (com queda de 5,7%), Bahia (-3,9%), Goiás (-3,8%) e Rio Grande do Sul (-3%). Segundo o economista da Fiep, a explicação está nas férias coletivas das empresas. "A partir de novembro, o polo industrial diminuiu a produção por causa das férias coletivas, que se estendem até janeiro. Historicamente, fevereiro é um mês de baixa produção por ser curto. As empresas só retomam 100% em março."
Projeções - Para Zürcher, os investimentos que as empresas estão fazendo nas suas plataformas produtivas demostram que a expectativa de crescimento é boa. "O desempenho do setor de equipamentos é um sinal do que pode acontecer no futuro. As empresas estão comprando máquinas para melhorar ou aumentar a produção", aponta.
Potencial - Evaldo Alves, da FGV, acredita que alguns estados têm potencial para crescer dois dígitos neste ano. Mas questiona se o Brasil terá fôlego para repetir o índice. "A média nacional deste ano deve ficar abaixo de 2010. Acredito que o crescimento da produção fique entre 6% e 7%, embora alguns estados possam ter desempenho superior ao do ano passado", diz. Mas, para o economista, se não houver investimento em infraestrutura, a indústria vai sofrer. "O setor portuário continua sendo o ponto de estrangulamento no Brasil", alerta Alves. "Em breve, outra limitação nacional será na área de energia, caso não ocorram investimentos." (Gazeta do Povo)
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