SHOW RURAL IV: Perspectiva é de forte crescimento do BR em 2011, diz Loyola

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O Brasil deverá crescer fortemente em 2011, apesar de uma certa elevação dos juros que o Banco Central deverá manter para preservar a meta inflacionária, na avaliação do ex-presidente do Banco Central e sócio-diretor da Tendências Consultoria Integrada, Gustavo Loyola. Ele falou sobre cenário econômico e agronegócio nesta terça-feira (08/02), durante o Ciclo de Palestras promovido pela Gazeta do Povo, Ocepar e Faep no Show Rural Coopavel, em Cascavel. Segundo Loyola, o PIB brasileiro deverá atingir 4,4% em 2011, índice considerado por ele "um pouco acima do potencial". Além de traçar um panorama brasileiro, Loyola fez uma análise do cenário mundial. "É um momento, de certa forma, delicado, em termos de economia internacional porque nós temos o primeiro mundo, vamos dizer assim, crescendo muito pouco, enquanto os países emergentes estão crescendo de forma mais acelerada e isso cria um desequilíbrio em termos cambiais. Por outro lado, é uma situação positiva do ponto de vista do nosso agronegócio, na medida que os preços estão muito favoráveis e devem continuar favoráveis ao longo dos próximos anos", disse.  

Câmbio - Em relação ao câmbio, Loyola disse que o governo federal tem feito o possível para evitar que o Real aprecie mais e que, se as medidas não tivessem sido adotadas, o dólar estaria valendo R$ 1,55. Entretanto, ele acredita que é muito difícil deter o movimento em favor do Real existente atualmente no mundo. "Em primeiro lugar, pelo próprio sucesso do agronegócio, já que em termos de commodities em geral o Brasil é muito bom. Nós estamos exportando muito, com o preço bem favorável, e isso tende a valorizar as moedas dos países produtores, como é o caso do Brasil, da Áustrália, do Canadá etc. Em segundo lugar, porque o Brasil também tem sido destino de investimentos estrangeiros, que o fazem interessados no crescimento do nosso agronegócio e do nosso mercado de varejo doméstico. Dessa forma, é muito difícil mudar essa essa tendência. Mas acho que, dentro do razoável, nós podemos esperar esse ano uma estabilidade ou uma ligeira desvalorização do Real", destacou.

Potencial - De acordo com o ex-ministro, o Brasil possui vantagens competitivas em relação a outros países na produção de alimentos. No entanto, o principal obstáculo do País se encontra no setor de infraestrutura. "Nós temos extensões de terras ainda não aproveitadas e tecnologia para aproveitar essas áreas. Mas o que nós precisamos de fato é de investimento em infraestrutura. Acredito que esse é o nosso gargalo principal e, é claro, continuar investindo na pesquisa tecnológica. A médio prazo, podemos sofrer com a carência de mão-de-obra no campo, o que já está ocorrendo em algumas regiões, portanto, esse é um outro desafio. Mas acredito que o Brasil consegue ultrapassar todos esses problemas e vai se constituir, cada vez mais, como celeiro do mundo", acrescentou.

Custos- Ainda na área de infraestrutura, Loyola chamou a atenção para outros problemas relacionados aos custos gerados por falta de condições adequadas para o transporte e armazenagem da produção agropecuária. "Acho que não temos uma logística adequada, dependemos muito do transporte rodoviário, sendo que as estradas em geral estão em péssimas condições. O escoamento nos portos é insuficiente. Ou seja, o que mais o Brasil carece é de investimento em infraestrutura, para o que dependemos de investimento do governo", afirmou. Ele defende que sejam viabilizados também investimentos do setor privado dentro de regras claras. "O governo pode gerar uma infraestrutura favorável ao investimento mas é necessário afastar alguns riscos que o setor privado corre, como o ambiental, entre outros", completou.

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