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MEIO AMBIENTE: Técnicas agrícolas evitam gases poluentes

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Aumento de produtividade com crescimento econômico, responsabilidade social e respeito ao meio ambiente são os resultados de programas promovidos pelo governo federal nos últimos oito anos, período em que o orçamento para a produção rural quase quadruplicou. A aposta em projetos sustentáveis na área da agricultura e pecuária posicionou o Brasil entre os países mais adiantados no alcance das metas firmadas na 15ª Conferência das Partes da Convenção do Clima (COP 15), em 2009, visando a minimizar os efeitos nocivos dessas atividades para a natureza.

Embrapa - O programa Agricultura de Baixo Carbono (ABC) é uma das principais ações adotadas na safra atual (1º de julho de 2010 a 30 de junho de 2011) pelo Ministério da Agricultura, para reduzir a emissão de gases de efeito estufa, como o dióxido de carbono (CO²). Além de oferecer financiamento a produtores rurais, o governo promove estudos por meio da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) e capacitação profissional para facilitar a difusão de práticas como plantio direto na palha, fixação biológica de nitrogênio, recuperação de pastagens degradadas e o sistema Integração Lavoura-Pecuária-Florestas (ILPF), que contribuem para a preservação das áreas de produção.

 

Florestas - O coordenador de Assessoria de Gestão Estratégica do Ministério da Agricultura, Derli Dossa, lembra que o ABC é destinado aos produtores rurais de todos os biomas brasileiros e busca, nos próximos dez anos, deixar de emitir 165 milhões de toneladas equivalentes de CO2. "A nova agricultura colocada em prática está voltada para diminuir a quantidade de gases poluentes e tem como consequência um clima menos quente no mundo", afirma. Outras vertentes do programa são a manutenção de florestas comerciais e a recomposição de áreas de preservação ou de reservas florestais, estimulando a redução do desmatamento, sobretudo no bioma Amazônia. A iniciativa complementa as ações do Programa Boi Guardião, lançado em 2009 para monitorar o desmatamento de áreas produtivas na região Norte. Pela regra, apenas o pecuarista que não desmatar para abrir novos pastos no bioma amazônico recebe a Guia de Trânsito Animal Eletrônica (GTA) para comercializar o gado.

 

Produsa - Além do ABC, recursos do Plano Agrícola e Pecuário 2010/2011 são investidos no Programa de Incentivo à Produção Sustentável do Agronegócio (Produsa), que inclui a cultura da palma (dendê) entre os itens financiáveis, quando cultivada em áreas degradadas. E a ação que complementa o ciclo de atividades desenvolvidas para promover uma safra mais verde do país é o Programa de Plantio Comercial e Recuperação de Florestas (Proflora), direcionado à implantação de florestas e à recomposição das áreas de Reserva Legal e Preservação Permanente. A intenção do governo é aumentar, até 2020, a área de florestas de seis milhões para nove milhões de hectares. Isso permitirá a redução da emissão de oito milhões de toneladas a 10 milhões de toneladas de CO2 (medida que considera todos os gases de efeito estufa), no período de dez anos.

 

Recursos - Dos R$ 18 bilhões oferecidos como crédito rural no Plano Agrícola e Pecuário desta safra, R$ 2 bilhões são destinados ao programa ABC e R$ 1 bilhão ao Produsa. O produtor vai acessar o crédito do Produsa nas agências do Banco do Brasil. "Ao optar pela adoção de práticas sustentáveis, como Integração Lavoura-Pecuária-Floresta, Produção Orgânica ou Sistema Agropecuário de Produção Integrada, o agricultor poderá obter o crédito a juros de 6,75% ao ano, com a possibilidade de chegar a 5,75%, caso desenvolva essas atividades em áreas degradadas", destaca o secretário de Desenvolvimento e Cooperativismo do Ministério da Agricultura, Márcio Portocarrero. Para o presidente da Embrapa, Pedro Arraes, o ABC consolida as metas negociadas pelo Brasil na COP15, dando oportunidade ao país de ter a agricultura mais verde do mundo. "O Brasil vai vender a âncora verde de sua agricultura. Isso abre negócios, aumenta a renda dos agricultores e melhora as condições ambientais", ressaltou. Para Arraes, a agricultura ambientalmente correta só traz benefícios para a sociedade e para a economia, já que o país poderá estender as exportações para mercados que valorizam a sustentabilidade.

 

Etapas do ABC

 

Integração Lavoura-Pecuária-Floresta (ILPF) - O programa Integração Lavoura-Pecuária-Floresta (ILPF) está no foco da chamada "agricultura verde". O sistema combina atividades agrícolas, florestais e pecuárias, promovendo a recuperação de pastagens em degradação. De acordo com o Ministério da Agricultura, a área utilizada nesse sistema pode ser aumentada em quatro milhões de hectares nos próximos dez anos. A previsão é que o volume de toneladas de dióxido de carbono (CO2) diminua entre 18 milhões e 22 milhões no período. Praticada no Brasil há mais de 40 anos, a ILPF consiste no cultivo de uma espécie florestal que possibilita, por dois ou três anos, a adoção de uma cultura de interesse comercial, como soja, milho e feijão. Em seguida, a área é coberta por forrageira (planta para alimentação do gado) associada ao milho ou ao sorgo. Após a colheita dos grãos, o pasto é formado nas "entrelinhas" da floresta cultivada, permitindo a criação de bovinos e sua exploração e até o corte da madeira.

 

Vantagens - Para o pesquisador Luiz Carlos Balbino, da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), o sistema pode ser adotado em todas as propriedades rurais, de pequeno a grande porte. Na opinião do pesquisador, a técnica é vantajosa porque maximiza a produção e conserva os recursos naturais. "Isso é obtido por meio da integração das atividades agrícolas, pecuárias e florestais, pela convivência em uma mesma área, a partir da sincronização de suas etapas de produção, que se retroalimentam", destaca. Hoje, a Embrapa, por meio do Departamento de Transferência de Tecnologia, coordena uma rede de pesquisadores de 30 centros da própria instituição, universidades, empresas públicas e privadas, órgãos de assistência técnica e extensão rural, além de organizações não-governamentais, para ordenar as ações do projeto Transferência de Tecnologia para ILPF. Esse projeto propõe o repasse de conhecimentos para a recuperação de pastagens em degradação e de lavouras com problemas de produtividade e sustentabilidade. Estudo realizado no âmbito do projeto estima que cerca de 50 milhões de hectares de pastagens degradadas são consideradas agricultáveis.

 

Recuperação de pastagens degradadas - Com o incentivo do programa ABC, a meta do governo é ampliar, nos próximos dez anos, a área atual de pastagens recuperadas de 40 milhões de hectares para 55 milhões de hectares. O maior uso da tecnologia vai proporcionar, no período, a redução da emissão de 83 milhões a 104 milhões de toneladas equivalentes dos gases de efeito estufa.  "Temos cerca de 200 milhões de hectares para a pecuária. Se aumentarmos em 10% a produtividade nessas áreas, teremos mais 20 milhões de hectares disponíveis para a agricultura", calcula o secretário-executivo do ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Gerardo Fontelles. A recuperação de terras degradadas é uma técnica que funciona há mais de 20 anos e pode ser aplicada em qualquer bioma brasileiro. É considerada fundamental porque representa a permanência do produtor na atividade e garante a conservação dos ecossistemas. Para o pesquisador da unidade Gado de Corte da Embrapa Ademir Zimmer, o manejo inadequado e a falta de reposição de nutrientes do solo representam grande risco para a pecuária brasileira. "Além disso, a degradação da área impacta o meio ambiente, ocasionando perda de matéria orgânica e, como consequência, a liberação de dióxido de carbono (CO2) e metano", explica. A recuperação de pastagem é feita pela correção do solo com adubação, restabelecendo a produção da forragem, que pode utilizar a mesma espécie ou uma nova cultivar. A necessidade de preparo do solo com uso de máquinas e a dosagem de adubo em camadas mais superficiais ou profundas dependem do estágio de degradação do solo.

 

Plantio Direto - No uso do plantio direto, estima-se a ampliação da área atual em oito milhões de hectares, de 25 milhões para 33 milhões de hectares, nos próximos dez anos. Esse acréscimo vai permitir a redução da emissão de 16 milhões a 20 milhões de toneladas de CO2 equivalentes. Além de promover o sequestro de dióxido de carbono da atmosfera, o plantio direto é exemplo de agricultura conservacionista, mantendo a qualidade dos recursos naturais, como água e solo. "Preservamos o solo e conseguimos fazer com que praticamente não se fale mais em erosão. A água que sai das lavouras para os rios é limpa, sem lama", enfatiza. O local de plantio também é beneficiado com maior número de nutrientes.

 

Plantio de Florestas - Outra solução para a questão ambiental está no plantio de florestas comerciais, como eucalipto e pinus. Quanto mais difundido o plantio dessas espécies, mais a fotossíntese sequestra dióxido de carbono (CO2) da atmosfera. A intenção do governo é aumentar a área de florestas, até 2020, de seis milhões de hectares para nove milhões de hectares. Isso permitirá a redução da emissão de oito milhões de toneladas a dez milhões de toneladas de CO2 equivalentes, no período de dez anos. O pesquisador Francisco Bellote, da Embrapa Florestas, ressalta que o Brasil é internacionalmente reconhecido como o maior detentor de tecnologia para esse plantio. "Temos material genético de altíssima qualidade, desenvolvido em quase 50 anos, que garante produtividade e controle da tecnologia", explica. Bellote acredita que a prática é benéfica não só para o meio ambiente - com o balanço nulo dos gases de efeito estufa -, mas também para o bolso do produtor rural. Para ele, o plantio de eucalipto é uma das atividades mais rentáveis do agronegócio, pois supre, por exemplo, as demandas dos setores siderúrgico, com a produção de carvão vegetal, e agrícola, na secagem dos grãos.

 

Fixação Biológica de Nitrogênio - Apesar de o produtor rural utilizar a adubação mineral para o fornecimento de nitrogênio às culturas agrícolas, esse material costuma ser caro e seu uso inadequado pode produzir impactos ambientais negativos. A técnica de fixação biológica de nitrogênio tem como base o uso de plantas leguminosas, consorciado à cultura comercial, que podem suprir a necessidade de minerais necessários como adubação.  As bactérias fixadoras de nitrogênio nas raízes dessas leguminosas também atuam no interior de plantas, como a cana-de-açúcar, cereais e gramíneas forrageiras. Outra alternativa para o agricultor é o uso de adubos verdes antes do cultivo da cana-de-açúcar, no momento da reforma do canavial. A inoculação de bactérias em sementes de leguminosas é uma tecnologia capaz de reduzir consideravelmente a adubação mineral nitrogenada e, em alguns casos, substituí-la, pois o nitrogênio fixado pode alcançar em média 1500 kg/ha, reduzindo o custo de produção. A técnica já é muito difundida entre os produtores de alimentos orgânicos. (Imprensa Mapa)

ECONOMIA: Natal com mais carne e estímulo à produção

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A demanda por carne mostra-se aquecida apesar do reajuste generalizado nos preços ao consumidor verificado no último ano. Nos próximos dias, o setor produtivo espera novo au­­mento, pela proximidade das festas de Natal e Ano Novo. A cadeia prevê que, passada essa empolgação, o consumo ainda será bom o suficiente para justificar incremento na criação de frango, suínos e bovinos no Paraná. Os preços de todos os tipos de carne bovina, suína e de frango subiram no varejo, mostra o Departamento de Economia Rural Rural do Paraná (Deral). O filé mignon foi campeão, com alta de 51,17% na comparação com dezembro de 2009. Entre as carnes bovinas, a que menos subiu foi o acém, que está 20% mais caro. Na carne suína, houve reajustes de 19,62% (lombo sem osso) a 29,25% (paleta com osso). O frango congelado subiu 27,15% e o resfriado 28,31%. A alta ge­­neraliza­­da atingiu também outras carnes, como a de carneiro. O pernil de ovino com osso teve aumento de 45,11% no último ano, registra o Deral.

Preços ao produtor - Na outra ponta da cadeia da carne, os preços pagos ao produtor subiram menos. No caso do frango, a cotação praticada no Paraná teve reajuste de 15,69% desde dezembro de 2009. O preço recebido pelo suinocultor aumentou 42,75% no último ano. Já o bovinocultor teve alta de 35,22% no período, como um recado direto da demanda crescente. "Houve ganho real no preço da carne bovina, não foi só inflação. Calculamos ganho real de 43,8% entre setembro de 2009 e setembro deste ano. Esse reajuste permite que o pecuarista se capitalize depois de três anos de preços horríveis", afirma o zootecnista Paulo Rossi Júnior, um dos coordenadores do Laboratório de Pesquisas em Bovinocultura (LapBov) da Univer­sidade Federal do Paraná (UFPR).


Reflexos - A alta nos preços foi marcada pe­­lo pico de R$ 106 por arroba de boi gordo, registrada em novembro pelo LapBov. O laboratório pesquisa diariamente negócios concretizados em dez mesorregiões do estado. Na avaliação de Rossi, o ín­­dice LapBov deve se estabilizar en­­tre R$ 85 e 90 a arroba em 2011, in­­ter­­rom­­pendo o abate de fêmeas e estimulando investimentos em bezerros. Na carne bovina, os preços aumentaram porque a terminação do gado foi antecipada e faltaram novilhos no final da entressafra, explica o setor. No mercado de suínos e aves, os reajustes devem-se à interferência dos preços da carne vermelha e também ao crescimento do consumo. "Com a migração de consumidores dos grupos D e E para os B e C aumenta a demanda por frango, a carne mais acessível e mais consumida no Brasil. As exportações es­­tão crescendo, mas continuam re­­presentando um terço da nossa pro­­dução, graças a essa expansão do mercado interno", afirma o presidente do Sindicato das Indústrias de Produtos Avícolas do Paraná (Sindiavipar), Domingos Martins. (Gazeta do Povo)

COMMODITIES AGRÍCOLAS: Açúcar, algodão, soja e trigo

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As especulações sobre aperto na oferta mundial de açúcar continuam a elevar as cotações da commodity na bolsa de Nova York. Os papéis com vencimento em maio fecharam ontem a 29,57 centavos de dólar por libra-peso, alta de 38 pontos. De acordo com a Bloomberg, as perspectivas de menor produção do que o esperado atingem a Índia, que está agora em plena moagem, e o Brasil, que se mostra com previsão de baixa produção de cana na próxima safra, que começa em abril de 2011. Segundo levantamento feito pelo ABN Amro Banke pelo VM Groupo suprimento global ficará atrás da demanda em quase 3 milhões de toneladas no ano safra que termina em 30 de setembro do ano que vem. No mercado interno, o indicador Cepea/Esalq para o cristal fechou em alta de 0,47% a R$ 75,60 a saca de 50 quilos.

Economia americana - Os futuros de algodão bateram limite de alta ontem na bolsa de Nova York, diante da especulação de que a demanda pela pluma vai subir com o fortalecimento da economia americana. Os papéis com entrega em maio tiveram valorização de 400 pontos, fechando com a libra valendo 142,39 centavos de dólar por libra-peso. Conforme informações da Bloomberg, o otimismo de executivos da Mesa Redonda de Negócios, baseada em Washington (EUA), atingiu níveis mais altos em quase cinco anos. O Thomson Reuters/Jefferies CRB Index de 19 matérias-primas avançou para o mais alto nível em mais de dois anos, sobretudo com ganhos em gás natural, gasolina e algodão. No mercado de Itiquira (MT), a arroba da pluma fechou estável valendo R$ 93,8, segundo levantamento do Imea/Famato.

 

Estiagem à vista - A ameaça que exerce o clima seco sobre as lavouras de soja da Argentina e do Brasil ajudou a valorizar ontem as cotações do grão na bolsa de Chicago, segundo a Bloomberg. Os papéis para março de 2011 fecharam o pregão valendo US$ 13,27 o bushel, valorização de 16,50 centavos de dólar. Na Argentina, pelo menos metade das lavouras de milho e de girassol estava muito seca depois que menos de 0,8 centímetros de chuvas ocorreram no fim de semana, segundo Mike Tannura, presidente da T-Storm Weather, em Chicago. Neste ano, a soja subiu 27% motivada principalmente pela demanda chinesa recorde por grãos americanos. No mercado interno, a saca de 60 quilos fechou estável em R$ 42,50 em Lucas do Rio Verde (MT), segundo levantamento feito pelo Imea/Famato.

Clima preocupa - Os contratos futuros do trigo negociados na bolsa de Chicago e com vencimento em maio fecharam ontem com alta de 12,25 centavos de dólar, a US$ 7,9650 por bushel. De acordo com a agência Dow Jones Newswires, os fundos especulativos negociaram um volume de dois mil contratos. Os analistas de mercado afirmaram que o movimento se deveu a preocupações com a oferta global do cereal. O clima seco nas Planícies americanas - a principal região produtora do país - e as especulações de que a Rússia vai estender a proibição de exportação do cereal alavancaram os preços. A qualidade do trigo da australiano também influenciou a alta, em virtude das reviravoltas no tempo. No mercado doméstico, a saca ficou em R$ 24,26, queda de 1,14%, segundo o Deral. (Valor Econômico)

CRÉDITO RURAL II: Mudança na tributação do crédito rural e da pessoa física

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A maior parte da renúncia fiscal de até R$ 662 milhões para 2011, provocada pelo pacote de crédito de longo prazo anunciado na última quarta-feira (15/12), virá da mudança na tributação de dívidas do crédito rural e da pessoa física. Apenas essa medida será responsável por uma perda de caixa de R$ 200 milhões a R$ 500 milhões no próximo ano. Como parte do pacote para estimular as operações de crédito de longo prazo e garantir os financiamentos para os investimentos nos próximos anos, o governo mudou a forma de tributação do crédito rural e dos financiamentos a pessoas físicas em atraso. A medida afeta o recolhimento do Imposto de Renda da Pessoa Jurídica (IRPJ) e da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL) para operações de até R$ 30 mil.

Devolução
- Atualmente, os bancos que não recebem dos clientes por mais de um ano podem abater parte do calote nos dois tributos. Quando a dívida é renegociada, no entanto, as instituições financeiras são obrigadas a devolver de uma vez tudo o que foi descontado.
Agora, essa devolução ocorrerá com o passar do tempo, à medida que os clientes pagarem as parcelas atrasadas. No fim da operação, quando o cliente quitar o empréstimo, o banco terá reembolsado todo o abatimento. No entanto, nos primeiros anos, haverá prejuízo para o governo.

Arrecadação menor - De acordo com o secretário de Política Econômica do Ministério da Fazenda, Nelson Barbosa, o governo federal poderá arrecadar até 40% a menos no primeiro ano da medida. Segundo ele, o impacto fiscal variará de R$ 200 milhões a R$ 500 milhões em 2011. "Tudo vai depender do volume da renegociação. Quanto mais créditos forem recuperados, menor a desoneração", explicou o secretário após o anúncio do pacote. De acordo com o Ministério da Fazenda, a medida deve elevar o índice de recuperação de créditos inadimplentes de pessoas físicas e de produtores rurais. A equipe econômica também espera a redução do spread bancário (diferença entre os juros cobrados dos clientes e os juros usados para captar recursos) cobrado nessas linhas.

Renúncia fiscal - As outras medidas de desoneração trarão renúncia fiscal de R$ 162 milhões no próximo ano. O impacto fiscal ocorrerá porque o governo diminuiu o IRPJ e a CSLL sobre o rendimento de títulos privados de longo prazo, além de reduzir o Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) sobre o mercado secundário de capitais privados (quando os títulos trocam de mãos sem envolver emissões). O governo também reduziu o IOF cobrado de determinados tipos de fundos estrangeiros que aplicam no país. (Agência Brasil)

RAMO CRÉDITO: Poupança Sicredi ultrapassa a marca de R$500 milhões em depósitos no PR

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A caderneta de poupança do Sicredi, Poupedi Sicredi, ultrapassou neste mês a marca de R$ 500 milhões em depósitos no Paraná. Deste total, 70% já foram destinados para o crédito rural em 2010 no Estado, conforme modelo de negócio proposto pelo produto financeiro do Sistema de Cooperativas de Crédito. Segundo o gerente de crédito da Central Sicredi PR, Gilson Nogueira Farias, o Poupedi Sicredi tem o objetivo de captar mais recursos para investimento em crédito rural, e o produto financeiro a cada ano consolida uma identidade própria no Paraná. "Cerca de 70% de todo volume captado, R$ 300 milhões, já foram reinvestidos para custeio agrícola das safras 2009/2010 e 2010/2011, nas próprias comunidades que o captaram", declara o gerente. Farias diz ainda que, além do crescimento do volume tomado, o número de associados atendidos cresceu na mesma proporção.

Campanhas - Para o executivo, as campanhas desenvolvidas para consolidação do produto financeiro no Paraná criou uma identidade própria a caderneta de poupança do Sicredi. "Este produto deixou de ser simplesmente poupança e passou a ser o Poupedi Sicredi, um produto com aspecto customizado e com um apelo afetivo, materializado em todas as ações de comunicação por meio dos Poupedis, elementos lúdicos, dotados de expressões, som e movimentos", explica o gerente. As cooperativas de crédito integrantes do Sistema Sicredi, pela natureza do seu negócio, atuam no Estado captando recursos que são reinvestidos em forma de crédito na própria região de atuação que os captou, financiando as atividades de seus associados, tornando o sistema um importante modelo agregador de renda.


Estratégia - Para o presidente da Central Sicredi PR, Manfred Alfonso Dasenbrock, foi definida uma estratégia para trabalhar a natureza do negócio cooperativo como um diferencial de mercado. "Procuramos demonstrar aos associados que, além de investir em um empreendimento sólido e em crescimento, que é a sua própria cooperativa, ele estará contribuindo com o desenvolvimento da própria região," finalizou o presidente.


No Paraná - O Sicredi atua com 25 cooperativas no Paraná, em 264 municípios, com 330 pontos de atendimento, englobando mais de 348 mil associados e mais de R$ 3 bilhões em recursos administrados.

Sobre o Sicredi - O Sicredi é um conjunto de 124 cooperativas de crédito, integradas horizontal e verticalmente. A integração horizontal representa a rede de unidades de atendimento (mais de 1.000 unidades de atendimento), distribuídas em 11 Estados* - 877 municípios. No processo de integração vertical, as cooperativas estão organizadas em cinco Cooperativas Centrais, uma Confederação, uma Fundação e um Banco Cooperativo, que controla as empresas específicas que atuam na distribuição de seguros, administração de cartões e de consórcios. Mais informações no site www.sicredi.com.br (Imprensa Sicredi)

AVICULTURA: Exportação de frango cresce 6% no Paraná

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As exportações de frango do Paraná devem fechar 2010 em alta de 6% em comparação ao ano passado. Segundo dados do Sindicato das Indústrias de Produtos Avícolas do Estado do Paraná (Sindiavipar), o Estado já exportou mais de 923 mil toneladas do produto entre janeiro e novembro, o que gerou um faturamento de mais de US$ 1,54 bilhão. Em 2009, as exportações fecharam em 954,7 mil toneladas, e portanto serão ultrapassadas sem dificuldades com o fechamento dos números de dezembro - que devem ficar em torno de 80 mil toneladas - atingindo pouco mais de 1 milhão de toneladas.

Evolução - Desde 2006, a exportação paranaense do produto está em ascenção. Tomando como base os valores em toneladas de 2009, as exportações subiram por volta de 27% - 203,46 mil toneladas a mais de frango que foram direcionadas para diferentes países. ''Com nossa agricultura de primeiro mundo, estamos crescendo no nível chinês. Quase 30% do que produzimos está sendo exportado'', salienta Domingos Martins, presidente do Sindiavipar. No mês passado, a participação paranaense foi de 25,52% em relação a toda a exportação nacional. Das 320,39 mil toneladas exportadas pelo Brasil em novembro, 81,78 mil saíram do Estado. Entretanto, Martins destaca que os preços ainda não estão bons como em 2008. ''Buscamos esse preço que estávamos comercializando antes da crise econômica. Acho que em 4 meses retornaremos àquele patamar'.'


Volume de negócios - Uma das empresas paranaenses que bateu recorde de exportação da ave este ano é o grupo Frangos Canção, de Maringá. Em 2010, eles exportaram por volta de 38 mil toneladas, o que corresponde a 35% de todo o volume produzido pelo grupo. ''A recuperação do mercado pós-crise mundial e nossa busca comercial intensa favoreceram a conquista desse recorde'', avalia Edemir Trevizoli Júnior, gerente de exportações do grupo. O principal destino do produto maringaense é o Oriente Médio, com cerca de 40% de todo o volume de exportações, seguido da Venezuela e África. Em relação aos preços negociados, Trevizoli comenta que os valores não estão dos mais altos, mas continuam melhores comparados aos do ano passado. ''Os custos também elevaram devido a recuperação do preço das commodities no mercado externo''.

Metas - Para 2011, o grupo pretende aumentar as exportações, e para isso está realizando pesados investimentos. A empresa está injetando R$ 9 milhões na ampliação de um incubatório, com o objetivo de atender novos mercados. ''Precisamos manter uma balança entre as exportações e as demandas do mercado interno. Manter esse equilíbrio é extremamente importante'', completa o gerente de exportações. Como a empresa de Maringá, a expectativa do Sindiavipar é que o crescimento do ano que vem de toda a cadeia mantenha a mesma proporção de 2010, entre 6% e 10%. ''As empresas estão crescendo estruturalmente e também ampliando para novos mercados no exterior'', finaliza Domingos Martins, presidente do Sindiavipar. (Folha de Londrina)

LEITE I: Mercado opera às avessas

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O comportamento do mercado do leite em 2010 tem deixado os produtores e consumidores confusos. Em um ano totalmente atípico, os preços oscilaram às avessas, baixando no inverno e subindo no verão. Neste último trimestre, as cotações voltam a ganhar impulso em pleno início de safra. Intensas no campo, as oscilações foram ainda mais fortes no varejo. O litro do leite, que chegou a subir mais de 30% ao produtor, subiu mais de 40% nos supermercados do Paraná nos primeiros seis meses deste ano. O caminho de volta dos preços, a partir de maio, foi igualmente conturbado, com quedas de, respectivamente, 7% e 18%, conforme levantamento do Departamento de Economia Rural (Deral) da Secretaria Estadual da Agricultura e do Abastecimento (Seab). Os atuais reajustes seguem a mesma lógica: com peso maior para o consumidor.

Longa vida - O litro do leite longa vida, que custava cerca de R$ 1,50 no começo de 2010, superou R$ 2 em Curitiba em maio. Atualmente, após sete meses de queda, custa em média R$ 1,60, segundo acompanhamento realizado pelo serviço Disque Economia, da Prefeitura. Ao produtor, a indústria paranaense, que chegou a pagar mais de R$ 0,80 pelo alimento, hoje oferece menos de R$ 0,70. Apesar de superar em até 30% a cotação vigente no campo nesta mesma época do ano passado, o valor atual é inferior ao custo de produção, estimado em R$ 0,71/litro pela Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA).

Clima  - Por trás das oscilações, os efeitos do clima. O La Niña mexeu com a oferta e bagunçou o planejamento da indústria e do produtor. "O clima foi o grande balizador do mercado do leite no segundo semestre de 2010. O tempo seco atrasou a implantação das pastagens de verão no Sul, Sudeste e Centro-Oeste do país e, com isso, o aumento na captação, que costuma começar em agosto, neste ano teve início apenas em novembro. Esse atraso manteve as cotações firmes durante a entressafra, quando deveriam cair", relata Rafael Ribeiro de Lima Filho, analista da consultoria Scott.

Hipóteses - "São várias hipóteses que podem explicar a média de bons preços pagos ao produtor neste ano, entre elas o clima. Há quem diga que o preço subiu porque o mercado pensou, de forma equivocada, que faltaria leite", observa Henrique Costales Junqueira, gerente da Castrolanda.

Início do ano - A situação atual é parecida com a do início do ano, quando, prevendo dificuldade de abastecimento, a indústria elevou os preços pagos ao produtor. Mas a expectativa não se confirmou. "Entramos em 2010 com estoques altos e produção crescente. Só no primeiro semestre, a captação de leite aumentou 10% no Brasil", lembra. Na avaliação do analista, o clima desfavorável no início do segundo semestre irá comprometer o crescimento da produção brasileira, que deve ser de apenas 2% em 2010. (Gazeta do Povo)

COAMO: Parte das sobras de 2010 são antecipadas

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Parte das sobras projetadas pela Coamo para 2010 será antecipada pela cooperativa aos seus 22,7 mil associados. Serão R$ 25 milhões. O dinheiro corresponde a cerca de 25% do valor total das sobras que devem destinadas aos cooperados no primeiro trimestre do ano que vem, quando a Coamo fará o anúncio do resultado financeiro do exercício de 2010. O pagamento da antecipação acontece amanhã (15/12), simultaneamente, nas 113 unidades Coamo, em 63 municípios do Paraná, Santa Catarina e Mato Grosso do Sul.

Bem-vindo - O diretor-presidente da Coamo, José Aroldo Gallassini, afirma que este dinheiro extra é sempre bem-vindo, sobretudo no final do ano, porque garante as festas da família e movimenta comércio nas regiões onde a cooperativa está inserida. O repasse antecipado, de acordo com Gallassini, será feito aos produtores na proporção da movimentação de cada um deles durante o ano com os produtos soja, milho, trigo e também insumos. "Este é como se fosse o 13º do produtor rural", comemora o dirigente da Coamo, que completou em novembro 40 anos de fundação. (Imprensa Coamo)

ALIMENTOS: Brasil na vanguarda da produção

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O Brasil mantém-se à frente no seleto grupo dos maiores produtores mundiais de alimentos. E pode avançar ainda mais, ampliando sua participação no mercado. Essa é a avaliação do ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), Wagner Rossi, ao fazer um balanço dos oito anos do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Novo status - Ele considera que é possível ao país atingir um novo status, levando-se em consideração os índices de desenvolvimento, terras agricultáveis e adoção de tecnologia agrícola desenvolvida pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa). "Não há dúvida de que a agricultura brasileira tem condições de continuar competitiva e na vanguarda, principalmente em função das pesquisas genéticas, da produção racional e equilibrada, com foco na preservação do meio ambiente", aponta Wagner Rossi.

Produção - O governo estima que, na safra agrícola 2010/2011, a colheita de grãos pode chegar a 149,1 milhões de toneladas, caso as condições climáticas se mantenham favoráveis. Wagner Rossi destaca que tais fatores levaram o Brasil ao desenvolvimento acelerado de sua produção agrícola e a uma situação praticamente única no mundo: a autossuficiência em todos os produtos da cesta básica, com exceção do trigo. "Mesmo assim, a produção tritícola nacional é suficiente para atender metade do consumo interno", ressalta.

Exportador - Segundo Rossi, além de produzir a maioria dos alimentos que consome, o Brasil ainda é o maior exportador mundial do complexo soja (grão, farelo e óleo), carnes, açúcar e produtos florestais. No ranking mundial, o país ocupa a liderança na produção de açúcar, café em grãos e suco de laranja, e a segunda posição em soja em grãos, carne bovina, tabaco e etanol.

Força econômica- O agronegócio, que inclui toda a cadeia produtiva, desde o campo até o consumidor, é um dos motores da economia brasileira, responsável por 25% do Produto Interno Bruto (PIB) nacional e um terço dos empregos. Em 2009, a produção agropecuária representou 42% das exportações, com US$ 64,7 bilhões dos US$ 152,2 bilhões exportados pelo Brasil. Entre janeiro e novembro de 2010, as vendas a países renderam US$ 70,3 bilhões na balança comercial. "Nossa expectativa é que o superávit supere os US$ 60 bilhões", destaca Wagner Rossi.

Balanço - Ele considera animador e positivo o balanço da agricultura brasileira nos últimos oito anos. Em 2003, o Brasil colheu 123,2 milhões de toneladas de grãos. Neste ano, 149 milhões de toneladas, um incremento de 21% na produção. "O melhor é que esse resultado vem do aumento de produtividade", explica, citando que a área plantada teve variação de 17% no período.

Área - Segundo os dados do Ministério da Agricultura, em 2003, a lavoura ocupava área de 40 milhões de hectares. Em 2010, representa 47 milhões de hectares. Na previsão da próxima safra agrícola, essa área praticamente se mantém, apesar do aumento previsto da produção. Isso significa que o Brasil produz mais alimentos numa área que se mantém constante - ou seja, o crescimento das safras se deve ao aumento da produtividade.

Medidas específicas - O ministro Wagner Rossi destaca que a política agrícola do governo Lula, a partir de 2009, adotou medidas específicas para estimular a classe média rural, as cooperativas e a agricultura sustentável. "O governo intensificou as medidas que buscam aprimoramento e expansão do apoio à preservação do meio ambiente, com a criação de linhas de crédito e novos programas de incentivo à adoção de práticas conservacionistas, incluindo a recuperação de áreas degradadas e a redução da emissão de gases que provocam efeito estufa", afirma.

Exemplos - Ele cita como exemplos, os programas Agricultura de Baixo Carbono (ABC), de Apoio ao Médio Produtor Rural (Pronamp), de Desenvolvimento Cooperativo para Agregação de Valor à Produção Agropecuária (Prodecoop) e de Incentivo à Produção Sustentável do Agronegócio (Produsa). "Com esses programas, o governo federal dá uma efetiva demonstração de comprometimento com a sustentabilidade ambiental do agronegócio", avalia o secretário de Política Agrícola. (Mapa)

POLÍTICA AGRÍCOLA I: BB blinda carteira de crédito rural

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O Banco do Brasil ampliou a proteção de sua carteira de crédito rural ao "blindar" essas operações com mecanismos de mitigação contra riscos climáticos e oscilações de preços ("hedge") em 518,3 mil contratos. Mesmo sem uma medida oficial do governo, que ainda discute a substituição do tradicional subsídio à produção por mecanismos de proteção de mercado, o banco está próximo do "risco zero" na agricultura familiar e tem avançado para reduzir a exposição da carteira no segmento empresarial. No geral, 25% das operações de crédito rural do BB estão cobertas por instrumentos de mitigação contra prejuízos financeiros e 55,5% contra perdas climáticas.

Familiares - O avanço do BB na proteção dos empréstimos rurais é liderado pelos produtores familiares. Até novembro, 95,5% dos 391,5 mil contratos tiveram proteção de clima e 91,15% adotaram um "hedge" de preço. Isso equivale a R$ 2,8 bilhões em proteção. Apenas 13,8 mil contratos não usaram esses mecanismos de mercado."O papel fundamental do banco é demonstrar o lado positivo, difundir e formar essa consciência de proteção", afirma o vice-presidente de Agronegócios do BB, Luís Carlos Guedes Pinto.

Empresarial - Na agricultura empresarial, o ritmo é mais lento. A carteira de 126,8 mil contratos tem 45% da safra protegida de catástrofes climáticas e 7% das oscilações de preço. Na soma, esse expediente resguarda R$ 4,65 bilhões. "Hoje, o produtor já tem custos e preços favoráveis para ampliar essa fatia", diz. A tendência de massificação do seguro de clima e renda tem levado o banco a melhorar a performance de sua carteira rural, estimada em R$ 75,5 bilhões. No atual ano-safra 2010/2011, os empréstimos ao setor rural financiaram uma área 7% maior no milho e 7,3% superior na soja quando comparado ao ciclo anterior.

Demanda - "E não temos recebido queixas ou reclamações. Não há demanda reprimida", afirma o executivo. Todas as operações de custeio no Rio Grande do Sul, por exemplo, tiveram o amparo de mitigadores de risco. Nesses casos, o crédito só é liberado acompanhado da proteção.

Perdas - Em safras anteriores, a partir da forte crise climática de 2006, o BB teve que assumir R$ 4 bilhões em perdas geradas pela carteira rural. Mas as prorrogações de crédito caíram de R$ 16 bilhões para R$ 9 bilhões nesse período. "Passamos de 30% para 12% da carteira. As provisões são menores e houve queda na inadimplência. Nossa carteira é mais saudável", diz Guedes.

Projeção - A boa aceitação dos instrumentos de mitigação pelo setor levam o BB a projetar uma alteração de médio prazo no modelo de crédito rural. O banco acredita que os subsídios da Política de Garantia de Preços Mínimos (PGPM) deve ser concentrado no segmento familiar. "O produtor sempre quer mais PGPM. Mas tem que restringir isso à agricultura familiar. A empresarial precisa ir ao mercado com um subsídio pontual do governo ao 'hedge'. Se o preço for melhor no futuro, ele devolve ao Tesouro", defende Guedes. No México, onde o modelo foi adotado com sucesso, os produtores "devolvem" ao governo 40% dos subsídios ao "hedge" de preços, segundo o executivo. "Lá, eles gastam US$ 900 milhões por safra com o milho", afirma o vice-presidente.

Comercialização - O Banco do Brasil também projeta um bom cenário para a comercialização da nova safra, a partir de janeiro. "As margens são positivas para todos os segmentos de forma bastante significativa", avalia Guedes. O clima favorável e a boa produtividade devem ser somados à redução de custos e à alta dos preços internacionais. "A conjugação do câmbio atual com os picos de preços é positiva. Vamos para a quinta safra de margens boas", projeta o executivo do BB. Mas, mesmo em meio à euforia, há interrogações: "Há um 'La Niña' moderado, que traz algum risco ao Rio Grande do Sul e as regiões oeste de Santa Catarina e Paraná. Ainda temos três meses de evolução, mas a safra é boa e deve ser similar a 2010", avalia o vice-presidente do banco. (Valor Econômico)

GRÃOS III: Argentina em apuros por falta de chuva nas lavouras

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A safra Argentina de soja e milho chega à fase crucial de desenvolvimento traumatizada por volumes de chuvas muito abaixo do normal e por temperaturas elevadas. E as previsões para os próximos dias são consideradas preocupantes, por seguirem as tendências do fenômeno La Niña. "Se não chover em dezembro, haverá quebra de produção", prevê Vinícius de Melo Xavier, consultor da FCStone.

Milho - A maior ameaça é sobre o milho, que registra seca em mais da metade da área plantada. O panorama climático projetado pela Bolsa de Cereais portenha não mostra chuvas suficientes para reverter totalmente a falta de umidade do solo em regiões das províncias de Santa Fé e Buenos Aires. As precipitações das próximas semanas serão decisivas para o desenvolvimento vegetativo.

Plantio - De acordo com o último relatório da Bolsa de Cereais de Buenos Aires, o plantio do milho foi concluído em 2,61 milhões hectares dos 3,15 milhões de hectares previstos para esta temporada, o que corresponde a 83% da área do cereal. Na soja, as sementes cobrem 65% das lavouras, ou 12,16 milhões de um total de 18,7 milhões de hectares.

Soja - O cenário da soja é um pouco mais tranquilo, mas também preocupa os produtores. "Está chovendo, mas com muita irregularidade e em volumes reduzidos", conta Sandra Occhiuzzi, coordenadora do Departamento de Risco Agropecuário do Ministério da Agricultura da Argentina. Os níveis de reserva de água no solo se dividem entre adequados e regulares. A diminuição das chuvas fez a semeadura da oleaginosa atrasar em seis pontos porcentuais em relação ao ano passado, tarefa que deve ser concluída nas próximas três semanas.

Redução - A possibilidade de quebra de safra na Argentina faz o mercado cogitar redução nas estimativas de produção apontadas pelo Departamento de Agricultura dos Estados Unidos, o USDA, para o país sul-americano. Segundo Xavier, a expectativa, pouco antes da divulgação do último relatório, na quinta-feira, era de que a produção de milho fosse reduzida para 22 milhões de toneladas e a de soja para 51 milhões. Porém, o órgão norte-americano manteve suas projeções, que são de 25 milhões de toneladas de milho e 52 milhões de toneladas de soja.

Os indicadores argentinos, no entanto, mostram impacto climático maior. A Bolsa de Comércio de Rosário da Argentina estima a produção de soja em 49,5 milhões de toneladas e a de milho entre 21 e 22 milhões de toneladas. (Caminhos do Campo / Gazeta do Povo)

AGRONEGÓCIO I: Brasil quer ampliar investimentos

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Ampliar  os  investimentos estrangeiros no agronegócio brasileiro é o objetivo do Ministério da Agricultura, Pecuária, Pecuária e Abastecimento (Mapa) para 2011.  Países com disponibilidade de recursos financeiros para investir e que, ao mesmo tempo, veem as políticas de segurança alimentar como prioridade, (como os do Extremo Oriente e do Oriente Médio), devem ser o foco de atuação do ministério. "Vamos apresentar as vantagens competitivas do Brasil, como a nossa liderança  mundial em tecnologia tropical  e a tradição do  nosso  empreendedorismo no campo. Contamos ainda com uma economia pujante e arcabouços legal e institucional sólidos", informa o  assessor para Investimento Estrangeiro do Mapa, Maurício Fleury Curado.

Missão de Investimentos - Neste ano, a Secretaria de Relações Internacionais do Agronegócio participou da primeira Missão de Investimentos  promovida pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC). No período de 28 de novembro a 6 de dezembro, foram visitadas as capitais de  cinco países: Damasco (Síria),  Kuwait (Kuwait), Doha (Catar), Riade  (Arábia Saudita) e Abu Dhabi (Emirados Árabes Unidos).

Omã - A delegação do Mapa também manteve encontros com autoridades do governo de Omã. Esse outro país da Península Arábica demonstrou interesse em realizar investimentos nas cadeias produtivas, produção, processamento, distribuição, armazenagem, logística e infraestrutura. "Esses países dão muita importância à questão da segurança alimentar. Pretendemos ser o principal fornecedor de alimentos para eles", informa Curado.

Planos - Durante a missão, empresas, associações e cooperativas selecionadas pelo Ministério da Agricultura apresentaram  planos de investimento que poderão ter  aporte externo. Entre eles,  encontram-se projetos para aquisição e beneficiamento de terras para  produção,  empresas para produção de leite em pó, criação e processamento de frangos, além de  empreendimentos para armazenamento e comercialização de  grãos e outros produtos de exportação.

Dinamismo - "Os empresários ficaram impressionados com o dinamismo do agronegócio brasileiro. Somos destaque em produtividade. Enquanto, por exemplo,   nossa produção  de grãos  aumenta, em média, 5% ao ano, a área  cultivada amplia-se  em apenas 1%", enfatiza Curado. Em 2011, as empresas  que participaram dessa primeira missão de investimentos continuarão em contato com os  potenciais investidores estrangeiros para verificar a possibilidade de parcerias.

Alimentos - Segundo Curado, há um real desafio em garantir alimentos para todos, pois em função do crescimento populacional e da renda per capita no mundo, há uma tendência global de aumento da demanda por produtos ricos em proteína, como a carne, mas que requerem maior produção de grãos. "Somos os maiores exportadores das carnes bovina e de frango do mundo. Além disso, o Brasil é um dos poucos países  em que a fronteira agrícola ainda não se esgotou", explica.

Exportações - Em 2009, as exportações brasileiras para a Arábia Saudita renderam US$ 1,5 bilhão. Os produtos mais vendidos foram carne de frango (US$ 740 milhões), açúcar (US$ 340 milhões) e milho (US$ 100 milhões). Para os Emirados Árabes Unidos, as vendas alcançaram US$ 1,1 bilhão, com o Kuwait, US$ 340 milhões, Síria, US$ 277 milhões  e Catar, US$ 95 milhões. Em 2011, o Brasil pretende  diversificar ainda mais sua pauta de exportações, ampliando a oferta de produtos exportáveis. Setores pouco explorados, como mel ou produtos do reflorestamento,  deverão receber maior atenção. (Mapa)

OPINIÃO: As justas aspirações do cooperativismo do Paraná

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* Dilceu Sperafico

As cooperativas paranaenses reivindicam investimentos em infra-estrutura com a autoridade de quem mais contribui para o desenvolvimento do Estado. As 240 entidades e seus 600 mil cooperados respondem por 54% do Produto Interno Bruto (PIB), do Paraná, gerando 63,5 mil empregos diretos.

As colocações diretas e indiretas somam 1,4 milhão e o setor treinou 125 mil pessoas em 2010. Com faturamento bruto de 28 bilhões de reais neste ano, contra 25 bilhões em 2009 e apenas seis bilhões em 2000, o sistema recolheu 1,1 bilhão de reais em tributos no atual exercício e irá investir 1,3 bilhão em agroindústrias em 2011, gerando sete mil novos empregos.

As exportações somarão 1,6 bilhão de dólares em 2010, contra 1,47 bilhão em 2009. Os números impressionantes foram revelados no Encontro Estadual de Cooperativistas Paranaenses de 2010, em três de dezembro, em Curitiba, retratando com fidelidade a força do cooperativismo no Estado.

O Sindicato e Organização das Cooperativas do Estado do Paraná (Sistema Ocepar), tem nos dado oportunidades de conhecer um pouco mais desse desempenho em favor de toda a população paranaense.

Ao organizar, assistir tecnicamente, financiar, fornecer insumos, representar os agricultor e receber, beneficiar, estocar, industrializar e comercializar a produção, as cooperativas não atendem apenas o meio rural. Fomentam e sustentam o agronegócio, que é base da economia das cidades de pequeno, médio e grande porte, pois o Paraná como um todo depende do campo.

Nos pequenos e médios municípios essencialmente agrícolas essa dependência é mais explícita, mas a economia de Curitiba e região metropolitana não resistiria muito tempo às frustrações da agropecuária estadual.

O Paraná gira em função do agronegócio, pois até mesmo as atividades tipicamente urbanas estão atreladas ao comportamento do agronegócio. As boas safras não se refletem apenas no aumento das vendas de colheitadeiras, tratores, plantadeiras e caminhões.

Influenciam da mesma forma a demanda de automóveis, geladeiras, televisores, confecções, telefones celulares e outros bens de consumo, cuja fabricação, comércio e manutenção sustentam os empregos e a arrecadação das cidades.

Considerando essa realidade, o sistema cooperativista tem autoridade para cobrar e não apenas solicitar novos e maiores investimentos em infra-estrutura de escoamento, movimentação, armazenagem e exportação da produção. A logística é fundamental para a manutenção do desempenho do campo e a permanência do agricultor na atividade rural.

O produtor quer escoar a produção com mais segurança e menores custos, visando a preservação da remuneração do seu trabalho e investimento e do próprio mercado, com a oferta de alimentos a preços acessíveis aos consumidores.

Como na campanha eleitoral o Sistema Ocepar encaminhou reivindicações aos candidatos ao governo federal e estadual, passadas as eleições, os cooperados têm a expectativa de alguma resposta dos eleitos, a partir de 1º de janeiro.

No Paraná, felizmente, há otimismo com relação ao futuro governo estadual, com promessas de melhorias no Porto de Paranaguá, rodovias, ferrovias e distribuição de energia, entre outros setores essenciais.

O sistema cooperativista anseia a eliminação de gargalos para continuar sendo competitivo, produzindo, exportando, gerando empregos, recolhendo tributos e promovendo o desenvolvimento do Paraná.

* Dilceu Sperafico é deputado federal pelo Paraná

SUCROALCOOLEIRO: Cana-de-açúcar fecha safra com preços satisfatórios

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Praticamente encerrada, a safra 2010/2011 de cana-de-açúcar deu bons dividentos para toda a cadeia produtiva que envolve o setor - desde o produtor até as usinas de açúcar e as destilarias de álcool No Paraná, a produção atingiu 3 milhões de toneladas de açúcar e 2 bilhões de litros de álcool, sendo que ambos os produtos estão sendo bem remunerados, tanto no mercado interno quanto para exportação

Preço médio - Segundo informações do Departamento de Economia Rural da Secretaria do Estado de Agricultura e Abastecimento (Deral/Seab), o preço médio da tonelada de cana-de-açúcar saltou de R$ 32,22 para R$ 37,78 no último ano, um aumento de pouco mais de 17% A ascenção do preço envolve três fatores: o ajuste do setor produtivo nos dois últimos anos, o aquecimento do mercado internacional no que diz respeito ao açúcar e uma certa restrição ao clima, já que havia expectativa de estiagens ''Os problemas envolvendo o clima acabaram não se confirmando, tivemos chuvas regulares Para o produtor está sendo muito bom'', explica Disonei Zampieri, coordenador sucroalcooleiro do Deral

Nominais - Os preços médios nominais no que diz respeito às indústrias do Paraná e São Paulo apontam que o litro do álcool anidro (com até 1% de água e pode ser usado na gasolina) na destilaria subiu de R$ 0,88 em abril para R$ 1,19 em novembro, o que representa um aumento de 39% Já o hidratado (utilizado como combustível) saltou de R$ 0,74 para R$ 1,05 no mesmo período, um crescimento de 42%

Açúcar - O açúcar foi o produto que teve maior ascenção. Em abril, a saca de 50kg estava sendo comercializada a R$ 52,41 e no mês passado atingiu R$ 75,61, uma elevação de 45% ''O álcool tem mercado doméstico, já para o açúcar são feitos contratos de médio prazo com empresas internacionais'', pontua Zampieri

Demanda externa - A demanda do exterior potencializou quando países como Austrália, China e Índia, grandes produtores de açúcar, passaram por problemas climáticos nos últimos anos O principal foi com a Índia, que tem elevada produção juntamente ao Brasil ''A Índia está regularizando sua produção agora, mas a demanda continua alta'', analisa o técnico do Deral

Paraná - No Paraná, a exportação via Porto de Paranaguá no ano passado atingiu 2,2 milhões de toneladas de açúcar, um número bem representativo comparado à produção do Estado ''Boa parte do açúcar produzido no Mato Grosso, São Paulo e Paraná é exportado Na safra passada, a produção foi bem similar à deste ano, com 3,2 milhões de toneladas de açúcar e 2,1 bilhões de álcool'', complementa Zampieri. (Folha de Londrina)