OPINIÃO: As justas aspirações do cooperativismo do Paraná

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* Dilceu Sperafico

As cooperativas paranaenses reivindicam investimentos em infra-estrutura com a autoridade de quem mais contribui para o desenvolvimento do Estado. As 240 entidades e seus 600 mil cooperados respondem por 54% do Produto Interno Bruto (PIB), do Paraná, gerando 63,5 mil empregos diretos.

As colocações diretas e indiretas somam 1,4 milhão e o setor treinou 125 mil pessoas em 2010. Com faturamento bruto de 28 bilhões de reais neste ano, contra 25 bilhões em 2009 e apenas seis bilhões em 2000, o sistema recolheu 1,1 bilhão de reais em tributos no atual exercício e irá investir 1,3 bilhão em agroindústrias em 2011, gerando sete mil novos empregos.

As exportações somarão 1,6 bilhão de dólares em 2010, contra 1,47 bilhão em 2009. Os números impressionantes foram revelados no Encontro Estadual de Cooperativistas Paranaenses de 2010, em três de dezembro, em Curitiba, retratando com fidelidade a força do cooperativismo no Estado.

O Sindicato e Organização das Cooperativas do Estado do Paraná (Sistema Ocepar), tem nos dado oportunidades de conhecer um pouco mais desse desempenho em favor de toda a população paranaense.

Ao organizar, assistir tecnicamente, financiar, fornecer insumos, representar os agricultor e receber, beneficiar, estocar, industrializar e comercializar a produção, as cooperativas não atendem apenas o meio rural. Fomentam e sustentam o agronegócio, que é base da economia das cidades de pequeno, médio e grande porte, pois o Paraná como um todo depende do campo.

Nos pequenos e médios municípios essencialmente agrícolas essa dependência é mais explícita, mas a economia de Curitiba e região metropolitana não resistiria muito tempo às frustrações da agropecuária estadual.

O Paraná gira em função do agronegócio, pois até mesmo as atividades tipicamente urbanas estão atreladas ao comportamento do agronegócio. As boas safras não se refletem apenas no aumento das vendas de colheitadeiras, tratores, plantadeiras e caminhões.

Influenciam da mesma forma a demanda de automóveis, geladeiras, televisores, confecções, telefones celulares e outros bens de consumo, cuja fabricação, comércio e manutenção sustentam os empregos e a arrecadação das cidades.

Considerando essa realidade, o sistema cooperativista tem autoridade para cobrar e não apenas solicitar novos e maiores investimentos em infra-estrutura de escoamento, movimentação, armazenagem e exportação da produção. A logística é fundamental para a manutenção do desempenho do campo e a permanência do agricultor na atividade rural.

O produtor quer escoar a produção com mais segurança e menores custos, visando a preservação da remuneração do seu trabalho e investimento e do próprio mercado, com a oferta de alimentos a preços acessíveis aos consumidores.

Como na campanha eleitoral o Sistema Ocepar encaminhou reivindicações aos candidatos ao governo federal e estadual, passadas as eleições, os cooperados têm a expectativa de alguma resposta dos eleitos, a partir de 1º de janeiro.

No Paraná, felizmente, há otimismo com relação ao futuro governo estadual, com promessas de melhorias no Porto de Paranaguá, rodovias, ferrovias e distribuição de energia, entre outros setores essenciais.

O sistema cooperativista anseia a eliminação de gargalos para continuar sendo competitivo, produzindo, exportando, gerando empregos, recolhendo tributos e promovendo o desenvolvimento do Paraná.

* Dilceu Sperafico é deputado federal pelo Paraná

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