Seminário discute produção, armazenagem, transporte e mercado da soja

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A Companhia Brasileira de Logística (CBL) realizou nesta quinta-feira (17) em Curitiba o III Seminário da Soja com ênfase na questão logística. Mas de 300 profissionais ligados ao agronegócio, entre eles representantes de 10 cooperativas paranaenses participaram do encontro. O seminário foi dividido em duas partes, sendo que a primeira abordou a questão de armazenagem e logística rodoviária, ferroviária e marítima, com apresentações de técnicos da Conab, ALL, Petrobrás, e Exel. A segunda parte foi com o analista da Laifa Group de Chicago, Álvaro Ancêde, sobre o mercado da soja. Robson Mafioletti, analista técnico e econômico da Ocepar, participou do seminário e elaborou um relatório com as principais informações, conforme a seguir:

Armazenagem - Pedro Beskow da Conab/DF abordou a situação atual da armazenagem no Brasil e as perspectivas futuras. O agronegócio representa 33,8% do PIB, 37% dos empregos e 44% das exportações. A capacidade estática de armazenagem no Brasil é de 100,60 milhões com 14.095 unidades. Esta capacidade é dividida em 74% para granéis e 26% em armazenagem convencional. Os armazéns estão localizados 5% nos portos, 11% em fazendas, 53% área urbana e 31% rural. A propriedade e capacidade de armazenagem é 69% privados, 24% cooperativas e 7% públicos. A perspectiva é de que programa Moderinfra lançado na safra 2001/02 pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, com juros de 8,75% e 96 meses para pagamento disponibilizou até o momento R$ 1,2 bilhão e efetivamente emprestou aos tomadores R$ 750 milhões. Na área de treinamento o governo trazendo o Centreinar para dentro da Conab, regulamentação e implementação da Lei de Armazenagem 9.973/00 e Decreto 3.855/01 com o objetivo de uniformizar procedimentos, modernizar o setor, dar maior transparência e credibilidade para credenciamento de unidades e aliar com o lançamento do CDA/WA conforme dispõe a Lei 11.076/04.

Transporte – O seminário abordou a questão da concentração de transporte no modal rodoviário, que é de 62,00%, contra 19,50% do modal ferroviário, 13,50% do modal aquaviário e 5,00% do modal dutoviário. No caso do setor de transporte rodoviário, 50% esta nas mãos de caminhoneiros, o que resulta em baixo potencial de alavancagem.

Ferroviários - A ALL conta atualmente com 17.000 vagões e 500 locomotivas, com área de ação do Sudoeste de SP até Argentina. Os investimentos realizados desde a concessão, em 1997, foram de R$ 642 milhões. Em 1997 o volume transportado foi de 11,4 milhões de toneladas e em 2004 chegou a 25,0 milhões de toneladas. O problema atualmente é que as locomotivas estão com uma vida média de 25 anos Sua política atual é de investir em locomotivas, tecnologia, gerenciamento e material permanente (trilhos, dormentes, etc), enquanto que por outro lado os clientes investirão em vagões e terminais de embarque e desembarque. Os principais clientes são ADM, Cargill, Coamo, Coinbra, ADM, Trevo, Anaconda e Seara.

Marítimo - No transporte marítimo foi abordado que das 1.607,00 milhão de toneladas exportadas, 587 são de minério de ferro, 660 são de carvão, 276 de grãos, 55 de bauxita e 29 outros. O fator que mais tem influenciado no frete marítimo internacional é o crescimento da China, situação que tem aumentado a demanda por fretes de longa distancia. Outros fatores importantes são frete de retorno, tipo de mercadoria, porto de origem e destino e suas particularidades de embarque e desembarque. O custo de sobre-estadia (demourrage) esta atualmente por volta de US$ 50,00 mil/dia.

Perspectiva de mercado – Com o aumento da produção mundial na atual safra de 189,00 para 230,00 milhões de toneladas, a relação estoque/consumo que baliza os preços passou de 23% para 34%, o que tem influenciado diretamente os preços com cotação máxima em Chicago no ano passado de US$ 10,60/bushel = US$ 23,40/saca de 60 kg e cotação atual na faixa de US$ 5,50/bushel = US$ 12,12/saca. As condições que poderão influenciar nos próximos meses nos preços internacional são o nível de redução da safra Sulamericana (Brasil, Argentina e Paraguai) com a seca e a expectativa em relação ao relatório do USDA, que deve ser divulgado no final de março e que revela a intenção de plantio dos Norte-Americanos. Segundo levantamentos preliminares da Laifa os Norte, os americanos deverão reduzir 1,00 milhão de hectares e com a previsão de safra de 77,5 milhões de toneladas. As importações da China em 2002 foram de 21,4 milhões de toneladas; em 2003 caíram para 16,9 milhões de toneladas; e a estimativa para 2005 é de 22,0 milhões de toneladas.

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