Medidas contra mal da vaca louca

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Uma das palestras mais esperadas pelos participantes da sessão especial sobre farinha de carne e ossos, no primeiro dia do 2o Simpósio Brasileiro da Indústria de Alimentação Animal, promovido pela Alltech, em Curitiba, foi a de Bernardo Todeschini, chefe do Serviço de Defesa Agropecuária (Superintendência Federal da Agricultura no Rio Grande de Sul – MAPA). Na apresentação, Todeschini falou da reação do consumidor à existência do mal da vaca louca e as medidas atualmente tomadas pelo governo brasileiro para supervisionar e impedir que a doença entre no País.

Consumo interno - A produção de carne no Brasil está hoje em torno de 8,4 milhões de toneladas de carne bovina, o que significa 16,4% da produção mundial. Desse montante, 1,9 milhões de toneladas vão para o mercado externo, ou seja, grande parte da carne bovina brasileira é destinada ao mercado interno. Daí a necessidade de estabelecer estratégias de controle da doença, a fim atender às exigências do consumidor e dar a ele a segurança de um alimento sem riscos.

Dificuldades - Entre os pontos críticos apontados por Todeschini para o controle da EEB (Encefalopatia Espongiforme Bovina, ou mal da vaca louca) estão o intervalo de tempo entre infecção pelo agente transmissor (via alimentação) e a manifestação da patologia – o tempo de incubação pode variar de quatro a seis anos. Outro problema é a dificuldade de constatação da doença, que só pode ser comprovada por amostras do tecido nervoso do animal, ou seja, após a sua morte.

Riscos - Ciente dessas dificuldades, o plano elaborado pelo governo é composto de uma série de estratégias. Em primeiro lugar, é necessário fazer uma avaliação dos riscos de contaminação, e a restrição e controle de animais e produtos importados. Outra medida é implementar um sistema de vigilância, que inclui capacitação técnica e identificação das chamadas populações de risco – como produtos importados, por exemplo. Todeschini citou ainda como estratégia o bloqueio da difusão da doença, caso ela ocorra.

Controle - O governo brasileiro já impõe restrições às importações de animais e produtos, como aqueles originários de países com registro da doença dentro dos últimos sete anos. Também existe um controle de produtos de alimentação animal, como a proibição do uso da farinha de carne e ossos para ruminantes. A vigilância vem sendo feita tanto em fábricas de rações como em propriedades rurais. Hoje, com nenhum registro de vaca louca e diversas medidas tomadas que conferem credibilidade ao produto brasileiro, o governo brasileiro deve solicitar, no ano que vem, a declaração de área livre da EEB.

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