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Difusão de tecnologias - A empresa pretende fazer a implantação de pomares próprios, o que servirá também para difusão de tecnologia. Os produtores contarão com experimentos como cultivo intercalar de laranja com mandioca, soja, milho e aveia; plantio direto e também toda a tecnologia de ponta no segmento da citricultura. Tanto para os iniciantes quanto os citricultores que já estão na atividade, o Banco do Brasil conta com linha de crédito completa, desde o preparo do solo, plantio e custeio - com 8 anos de prazo para pagamento, sendo 3 de carência - a juros de 8,75% ao ano. Para quem não tiver acesso à linha de crédito oficial, a própria Paraná Citrus oferecerá um mecanismo próprio de financiamento de mudas, à base de troca por laranja. Neste caso, o prazo de pagamento será de 6 anos, com 3 de carência. Os produtores interessados devem manter contato com qualquer um dos entrepostos da Cocamar ou a Paraná Citrus (fone 44-424-2626), para a reserva de mudas, pois o volume é limitado.
(Tabela)
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* Grupo A - beneficiários: (projetos de assentamentos do Incra, projetos estaduais de assentamentos reconhecidos pelo Incra e Banco da Terra e combate à pobreza rural), com um total de R$ 616 milhões, para estruturação inicial da unidade produtiva ;
* Grupo A/C - beneficiários: (agricultores familiares que já se beneficiaram do crédito de estruturação inicial no Grupo A), com R$ 100 milhões para custeio;
* Grupo B - beneficiários: (agricultores familiares com renda bruta familiar anual de até R$ 1.500,00, remanescentes de quilombos, trabalhadores rurais e indígenas), com R$ 100 milhões para investimento;
* Grupo C - beneficiários: (agricultores familiares com renda bruta familiar anual entre R$ 1.500,00 e R$ 10.000,00), disponibilizados R$ 630 milhões para custeio e R$ 780 milhões para investimento;
* Grupo D - beneficiários (agricultores familiares com renda bruta anual familiar entre R$ 10.000,00 e R$ 30.000,00), disponibilizados R$1,14 bilhão para custeio e R$ 830 milhões para investimento.
(Tabelas)
Nota : para os grupos A/C ; C e D há um bônus para pagamento até o vencimento de 25% sobe a taxa de juros, ficando, portanto, em 3% ao ano. Para os grupos A/C e C, também é dado um rebate sobre o principal de R$ 200,00/beneficiário. As contratações são Grupais com no mínimo 03 (três) mutuários.
Notas : Grupos A e B: direito a rebate de 40% sobre o capital principal. Grupo A/C e C: as contratações poderão ser individuais, grupais e coletivas sendo que os créditos grupais terão direito a um rebate de R$ 700,00 p/beneficiário para pagamento até o vencimento e bônus de 25% sobre a taxa de juros. Grupo D: bônus de 25% sobre a taxa de juros p/pagamento até o vencimento.
Alguns destaques do plano:
* Estímulo à educação profissionalizante de jovens agricultores através da educação em regime de alternância ou de escolas técnicas agrícolas. Serácriado um sobreteto nos financiamentos para os Grupos "C" e "D" para as famílias que tenham jovens cursando ou que são egressos destas escolas;
* Estimula a concessão de crédito para as mulheres agricultoras;
* Manutenção das taxas de juros em 1,15% ao ano para os agricultores do Grupo "A", 1% ao ano para os do Grupo "B" e de 4% para custeio e investimento dos agricultores dos Grupos "C" e "D";
* Manutenção do bônus de adimplência de 25% na taxa de juros de investimentos dos Grupos "C" e "D", para cada parcela paga até a data do respectivo vencimento;
* Permanência dos rebates de 40% sobre o principal dos financiamentos concedidos para os agricultores dos Grupos "A" e "B", e os rebates de R$ 200,00 para custeio e R$ 700,00 para investimento do Grupo "C";
* Criação de um sobreteto de até 50% nos valores dos financiamentos de custeio e investimento para os agricultores familiares do Grupo "C" destinados à produção orgânica, olericultura, bovinocultura de leite e fruticultura;
* Estimula a reestruturação produtiva dos agricultores familiares do Grupo "C" com a permissão da obtenção de um segundo crédito de investimento com direito ao rebate de R$ 700,00 por beneficiário;
* Também estimula a reestruturação produtiva dos agricultores familiares do Grupo "C" com a redução do número de 5 (cinco) para 3 (três) agricultores nos grupos que são formados para obtenção do crédito de investimento do Grupo "C" com direito ao rebate de R$ 700,00 por beneficiário.
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(Tabela)
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A atual carestia do dólar não é motivo para comemorações, por causa dos efeitos colaterais negativos: inferniza a vida de quem deve em dólar, inflaciona tudo que depende de importações e sinaliza desequilíbrio no conjunto da atividade econômica. Embora seja positivo para quem exporta, mesmo assim não é motivo para festejar, porque é uma situação instável, portanto, insustentável no tempo.
Por tudo isto, temos que considerar que estamos diante de uma circunstância imposta por um conjunto de fatores internos (crise energética, por exemplo) e externos (crise da Argentina e baixo crescimento mundial).
A pergunta que não quer calar é: por que não conseguimos um expressivo e vital superávit comercial, com o dólar nas alturas?
O quadro atual demonstra que a oportunidade está nas exportações, a riqueza mais saudável que qualquer economia pode desejar. É na competência para exportar que vamos dar suporte à atividade interna, inclusive para os segmentos restritos ao mercado interno. A desejada exuberância nas exportações é que pode aumentar nossa capacidade de investimento, nossa geração de empregos e a melhoria da economia dentro das nossas fronteiras, até para a lanchonete da esquina.
O diagnóstico geral é muito complexo, mas a precariedade do nosso aparato estrutural é evidente. Dos diversos componentes desse aparato alguns estão se esforçando com garra, como é o caso da APEX- Agência de Promoção das Exportações, que se move à obsessão de Dorothéa Werneck. Quando nos voltamos para o setor privado, o que vemos são apenas lamentações sobre a queda do poder de compra do mercado interno e o encarecimento da produção com o aumento dos juros.
O que está nos faltando é mesmo cultura exportadora. O Brasil internacionalizado é formado por um clube restrito de empresas, as mesmas de sempre. Todas as medidas de apoio às exportações, mais as circunstâncias não administradas, beneficiam sempre os mesmos, os poucos que fazem parte desse clube de grandes empresas que têm tradição no mercado internacional. Não conseguimos ampliar a base exportadora, porque a maioria das empresas tem dificuldades para garantir a qualidade sob parâmetros internacionais, regularidade no fornecimento, escala, preparação e competência para negociar com agressividade e inteligência.
Se precisamos ampliar a base exportadora, o momento é das cooperativas. Grande parte do sucesso das exportações agrícolas brasileiras - uma retumbante exceção no desempenho geral - se deve à tradição de reunir produtores em cooperativas. A produção de café, por exemplo, destaque da agricultura mineira e das exportações nacionais, vem de propriedades com a área média de apenas 10,9 hectares, quase todas integradas a cooperativas, porque a metade dessas propriedades não produz mais que 100 sacas por ano.
A exportações de produtos agrícolas gerou, no ano passado, um superávit de 13 bilhões de dólares e, com a atual situação do câmbio, deve chegar a 16 bilhões de dólares este ano. Embora dependente de insumos importados, é o setor mais nacionalizado, desde a propriedade do capital-terra à colheita. Ou seja, para ficar de pé, o barraco brasileiro deve muito à agropecuária, que enfrenta o protecionismo dos países importadores, mas não perde as oportunidades que a conjuntura proporciona.
Essa história precisa ser contada para os demais segmentos da economia, onde muitas empresas ficam de fora ou até desconhecem seu potencial exportador. As empresas enormes não precisam disso, mas a entrada dos médios e pequenos no clube depende do associativismo, que viabiliza custos, escala de produção e regularidade, mas que exige padronização de procedimentos, desde a produção até o embarque, tendo como referência inegociável as expectativas dos consumidores.
Em nosso estado temos registradas na OCEMG-Organização das Cooperativas do Estado de Minas Gerais, mais de 900 cooperativas. Embora o segmento agrícola seja bastante expressivo a diversidade é enorme: de salgadeiras a exportadores. O grande desafio que se coloca a quem oferece produtos e serviços com potencial externo é se preparar para a internacionalização e, junto com a estrutura da SESCOOP- Serviço Nacional de Aprendizagem do Cooperativismo, temos que acolher e apoiar a viabilização de tais iniciativas.
Se o cooperativismo pode ser o caminho para a diversificação da base exportadora, cabe-nos abrir esse ramal de trabalho, visando a formação dos nossos empresários e a articulação de parcerias que incluam organismos de promoção comercial, formação de operadores especializados, financiadores e traders.
No segmento do agribusiness, é pedagógico prestarmos atenção ao empenho inteligente dos produtores de cachaça de qualidade. A Coocachaça, por exemplo, está formulando seu blend, protegendo-o como seu principal patrimônio e viabilizando escala e qualidade para exportação. A estratégia para a diversificação dos exportadores, de produtos primários ou processados pode se orientar a partir desse tipo de experiência, mas não dispensa a criatividade de cada grupo.
O Brasil não escapa da globalização e, por isto mesmo, não pode desprezar o potencial da solução cooperativista. Este momento está prenhe de lições e uma das principais é que o improviso não funciona. Se quisermos aproveitar cada cenário, temos que preparar nossos alicerces culturais e técnicos com antecedência porque oportunidades sempre existem. A atual tensão cambial tem que ser aproveitada para batizar novos exportadores e, quando o quadro se estabilizar, precisamos ter consistência para permanecer no mercado internacional. O cooperativismo pode assumir este desafio.
(*)Presidente da Ocemg - Organização das Cooperativas do Estado de Minas Gerais e Sescoop MG.
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Depois da diversificação de produtos, cooperativas paranaenses investem cada vez mais na industrialização. Assim, essas empresas agregam valor e ampliam os lucros. A tendência, mesmo que mais acentuada em algumas e timidamente em outras, está sendo seguida por várias das 63 cooperativas agropecuárias espalhadas pelo Estado. Na Cooperativa Agropecuária Três Fronteiras (Cotrefal), em Medianeira, no Extremo-Oeste, por exemplo, produtos industrializados já dão mais lucro que a agropecuária, respondendo por 60% do seu faturamento. O negócio é tão bom, que até o nome desta cooperativa está sendo mudado para Lar, que é a marca dos produtos encontrados nos supermercados.
Irineo da Costa Rodrigues, presidente da empresa, conta que em 1992 foram feitos estudos e detectado que o agricultor da região não se viabilizaria só com a produção de grãos. A própria cooperativa teria sérios problemas. Por isso, foi elaborado um plano considerado "arrojado" na época, segundo Rodrigues, visando não apenas impulsionar a produção de grãos, suínos e gado leiteiro, mas também diversificar. As atividades, então, passaram a encampar ovos, mandioca, hortifrutigranjeiros e frango. "Passamos a priorizar o que tínhamos de melhor e a industrialização permitiu agregar valor", comenta.
O que houve de 10 anos para cá, no entendimento do presidente da Cotrefal, foi a "reconversão" da agricultura, necessária para se manter competitividade, levando em conta, principalmente, o fato de os 5,2 mil associados possuírem, em média, propriedades de 30 hectares. Eles recebem assistência da cooperativa, desde o planejamento de cultivo à garantia de comercialização. "Atendemos a um mercado exigente, como as redes McDonalds e Carrefour", afirma Rodrigues.
A lista de produtos industrializados é vasta. A maioria leva a marca Lar, nome que, em razão do sucesso dos recentes negócios, está substituindo a Cotrefal. Semana passada a troca do nome da cooperativa foi aprovada em assembléia e agora, conforme o presidente, é apenas uma questão burocrática para mudança nos registros. "Nós somos os lares de pequenos produtores e em cima disso vai ser feita a ligação da área mercadológica", explica Rodrigues, acrescentando que o perfil foi alterado e a cooperativa deixou de ser agropecuária, voltada à produção primária, assumindo uma linha industrializada, focada na fabricação de alimentos. A Cooperativa Agropecuária Três Fronteiras, portanto, passa a chamar-se Cooperativa Agroindustrial Lar.
A decisão não ocorre por acaso. No exercício passado, de acordo com o presidente, a cooperativa faturou R$ 257 milhões, dos quais 50% vieram do setor industrial. Para 2001 são estimados R$ 310 milhões e o crescimento da participação dos produtos industrializados para 60%. "Este novo perfil representa alternativas para que o agricultor se viabilize nas propriedades, além de ter garantida uma boa remuneração", afirma, ressaltando que têm atendido mercados exigentes tanto dentro quanto fora do Brasil, especialmente alemães e japoneses.
Entre outros itens, a empresa industrializa vegetais congelados, como ervilha, milho, couve-flor, brócolis, vagem, cenoura, mandioca e batata. Comercializa milho, ervilha e pêssego, em lata, e ainda cereais empacotados, entre os quais arroz, feijão, grão-de-bico e pipoca. Um dos destaques, conforme Rodrigues, é o mix de 100 diferentes produtos processados no frigorífico de frango, onde são abatidas em torno de 110 mil aves por dia. Dali saem, por exemplo, cortes especiais para mercados europeus, e é o setor que, atualmente, tem apresentado um dos melhores retornos em termos de compensação financeira. Tanto que deve responder por 40% do faturamento estimado para a área industrial neste ano. Coincidência ou não, o bom momento dos negócios vai assegurar, conforme acredita o presidente da Cotrefal, um aumento de 316% sobre as sobras (lucro) do exercício anterior, passando de R$ 2,4 milhões para R$ 10 milhões.
Marco Alarcon, gerente de produtos de varejo da Cooperativa de Cafeicultores e Agropecuaristas de Maringá (Cocamar), na região Norte, conta que a industrialização e colocação de produtos da empresa no mercado dá resultados cada vez melhores. A Cocamar começou a investir maciçamente na área varejista em 97, conforme ele, "por entender que a agregação de valor aos produtos seria uma tendência". Houve, a partir de então, esforço redobrado para ampliação da estrutura, embora a empresa seja pioneira na industrialização de óleo de soja entre cooperativas, derivado que fabrica desde 79.
Além de óleo de soja, com a marca própria e Purity, produz atualmente óleo de canola, de milho e de girassol, da marca Suavit. Outra linha de varejo é café moído (Cocamar, Maringá e Talento), incluindo capuccino (Cocamar). Faz parte ainda da lista de produtos maionese de soja e canola, catchup e mostarda. Quando resolveu ampliar os investimentos na área, a cooperativa acreditava, conforme Alarcon, no incremento das vendas. De fato os produtos ganharam mais espaços nas gôndolas e hoje, além do Paraná, são comercializados em São Paulo, Santa Catarina e Rio Grande do Sul.
Os investimentos continuam. Neste ano, de acordo com o gerente, foram aplicados em torno de R$ 2,5 milhões na instalação de uma nova refinaria, que vai ampliar a capacidade de produção de óleo de soja de 350 mil caixas (20 frascos de 900 ml) para 650 mil caixas. "É um exemplo de que estamos confiando na área", comenta. Neste sentido, a empresa já tem vários projetos de intensificar a produção varejista. Pensa em, ainda neste ano, lançar suco de laranja por meio de uma indústria da qual detém 57%. Fazendo as contas, Alarcon diz que este setor, que em 96 faturou R$ 30 milhões, já subiu no ano passado para R$ 74 milhões. A estimativa, segundo ele, é que chegue em 2001 em R$ 100 milhões, significando 20% do esperado faturamento global da Cocamar.
A industrialização das cooperativas, conforme João Paulo Koslovski, presidente do Sindicato e Organização das Cooperativas do Estado do Paraná (Ocepar), significa uma tendência necessária para a manutenção dos pequenos produtores na atividade. "E este é um caminho natural", considera, analisando o fato de mais de 70% da categoria paranaense ser composta por donos de área com até 50 hectares. Ele conta que há quatro anos foi realizado em Cascavel, no Oeste, um seminário justamente para discutir a necessidade do que ele chama de "reconversão" da agropecuária. "É buscar alternativas para viabilizar estes pequenos".
As dificuldades para acelerar o processo, salienta Koslovski, são a falta de recursos específicos. A Ocepar elaborou um projeto de apoio à agroindústria, que será apresentado amanhã, em Brasília, pelo presidente da entidade e diretores da Organização das Cooperativas do Brasil (OCB). O documento, que engloba o sistema cooperativo nacional, solicita empréstimos para pagamento em até 15 anos e tempo de carência compatível com o retorno da atividade envolvida. "Hoje os juros são impraticáveis, girando entre 17% e 18%", comenta Koslovski. Pelo projeto, financiamentos de até R$ 5 milhões teriam juros de 5,75% ao ano, e acima deste valor, as taxas seria de 8,75%. O volume de recursos pleiteados é de R$ 3 bilhões.
Um argumento da entidade é que, de acordo com estudos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), para cada R$ 1 milhão aplicado no setor agroindustrial, são criados 229 empregos. "Diversas cooperativas paranaenses estão envolvidas nesta tendência, investindo na indústria para agregar valor", comenta o presidente da Ocepar, avaliando que, com apoio governamental, as mudanças ocorrerão com maior velocidade. "Está havendo um aperfeiçoamento do sistema cooperativista e isto não pode parar", acrescenta.
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Recuperação da região Noroeste - O Projeto Arenito é a forma mais prática de devolver o dinamismo econômico à região Noroeste do Paraná, onde alguns municípios perderam até 80% de sua população por causa da degradação dos solos agrícolas. Foi o que ocorreu com Iporã, que perdeu 48 mil dos 60 mil habitantes. As primeiras tentativas de devolver a produtividade à região, há seis anos, fracassou, pois se baseou em modelo mineiro, onde o solo e o clima eram diferentes do Paraná. Com a entrada do Iapar no projeto, realizando pesquisas para desenvolvimento de práticas culturais adequadas, o projeto passou a ser viável.
Ganha-se 5 vezes mais - A Cocamar também aderiu ao projeto, com apoio financeiro da Zêneca (hoje Syngenta). Depois foi a vez da UEM, através do seu Departamento de Economia e Zootecnia, participar do projeto. Hoje, cinco anos após, os resultados são animadores. "Pode-se comprovar que é possível multiplicar o faturamento bruto anual entre 5 a 8 vezes em relação ao padrão anterior", afirma o agrônomo Antonio Sacoman, coordenador técnico de grãos da Cocamar e do projeto Arenito Caiuá. Para isso utiliza-se de tecnologia para recuperar os solos degradados. Entre março a abril (período que chove muito pouco) se faz a dissecação das pastagens, a sistematização dos solos (aração, proteção contra erosão, correção do solo e aplicação de micro-nutrientes se for o caso) e plantio de aveia. A aveia tem dois objetivos: alimentar os animais durante o inverno e formar a palhada que vai proteger o solo contra a erosão, reduz a temperatura e mantém a umidade, deixando o terreno pronto para o plantio direto das culturas de verão.
Dois processos - A exploração agrícola dos solos do Arenito pode ser feita de duas formas: integração agricultura e pecuária ou arrendamento puro. Na integração há uma parceria entre o pecuarista (dono da terra) e o agricultor (que arrenda a terra). A área arrendada é subdivida, de preferência em quatro partes, e se implanta o projeto agrícola numa parte por ano, permitindo a rotação. Nesse caso não há pagamento de renda, pois o pecuarista ganha com o aumento de peso dos animais no inverno (11 arrobas/hectare/ano), o que permite passar de uma remuneração de R$ 130,00 por hectare/ano para R$ 1.400,00 por hectare/ano. No sistema de arrendamento puro o pecuarista arrrenda a terra por um período mínimo de 5 anos e no sexto ano recebe a pastagem nova. Aqui, no primeiro ano o pagamento da renda é zero; no segundo, 4 sacas de soja/hectare; no 3º ano, idem; no quarto ano, 5 sacas/hectare; no quinto ano, seis sacas/ha. Esse sistema dá ao pecuarista, do primeiro ao 5º ano, renda semelhante ao que vem obtendo com carne em pastagem degradada. "Mas no sexto ano ele recebe a pastagem nova, com produção de 52 arrobas. Ele pula de um faturamenbto de R$ 130,00 ha/ano, para R$ 1.400,00/ha/ano", explica Sacoman.
Evolução positiva - Na safra 99/2000 havia, na região do Arenito, 87 mil hectares plantados com soja; em 2000-01, chegou a 100 mil hectares; na safra 2001-2002, pode chegar a 140 mil hectares de lavoura, prevê a Cocamar. Somando-se todas as culturas (milho, algodão, laranja, amora e outras) prevê-se a utilização de 400 mil hectares. Em 5 a 6 anos espera-se que cerca de 50% da área considerada degradada do Arenito Caiuá (2.300 mil ha) possa ser incorporada ao sistema de agricultura e pecuária.
Custos de sistematização - O custo de correção e sistematização do solo pode variar de R$ 640,00 até 906,00 por hectare, sendo que o custo de produção de lavouras de soja gira ao redor de R$ 500,00/ha; do milho custa R$ 570,00/ha, equivalente aos custos de outras áreas.
Atendendo aos agricultores - Atualmente, mais de 20% da produção de soja recebida pela Cocamar tem origem na região do Arenito Caiuá. Para atender aos agricultores instalados e que estão se instalando nessa região, a cooperativa está abrindo 8 novas unidades. Vai fornecer assistência técnica, insumos e receber a produção. Hoje, 25 técnicos da cooperativa já atuam na região e a Cocamar vai promover sua atualização técnica, através do Iapar. Toda a rede de assistência técnica, pública (Emater) e privada, será beneficiada por esse treinamento.
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