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ECONOMIA I: Analistas do mercado financeiro elevam projeção para inflação oficial e Selic

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Depois de nove semanas seguidas de expectativa de inflação em queda, a projeção de analistas do mercado financeiro para o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), neste ano, subiu de 6,15% para 6,31%. A informação consta do boletim Focus, publicação semanal elaborada pelo Banco Central (BC), com base em estimativas de analistas do mercado financeiro para os principais indicadores da economia. Para 2012, também houve alta na estimativa, de 5,10% para 5,20%. As projeções ficaram ainda mais distantes do centro da meta de inflação para este e o próximo ano de 4,5%, mas ainda dentro do limite superior de 6,5%.

IBGE - Na última quinta-feira (0/077), o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) informou que o IPCA fechou o primeiro semestre deste ano em 3,87%, a maior taxa para o período desde 2003 (6,64%). A inflação em 12 meses encerrados em junho chegou a 6,71%, a maior desde julho de 2005, que havia apresentado uma taxa anualizada de 7,27%.

Copom - Com o aumento da expectativa da inflação, os analistas também elevaram a projeção para a taxa básica de juros, a Selic. Na avaliação dos analistas, o Comitê de Política Monetária (Copom) do BC deve elevar a taxa básica da economia em 0,25 ponto percentual na reunião marcada para este mês.

Projeção - Ao final deste ano, a projeção é que a Selic esteja em 12,75% ao ano. A projeção anterior para o final de 2011 era 12,50% ao ano. Atualmente, a taxa está em 12,25% ao ano, após elevações de 0,50 ponto percentual em janeiro e em março e de 0,25 ponto percentual em abril e em junho. Para o final de 2012, foi mantida a projeção de 12,50% ao ano. O Copom eleva a Selic quando considera que a economia está muito aquecida, com trajetória de inflação em alta.

Outros índices - A pesquisa semanal do BC também traz projeções para outros índices de inflação. A expectativa para o Índice de Preços ao Consumidor da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (IPC-Fipe), passou de 5,77% para 5,57%, neste ano, e de 4,79% para 4,80%, em 2012. A estimativa para o Índice Geral de Preços - Disponibilidade Interna (IGP-DI), neste ano, caiu de 5,91% para 5,76%. No caso do Índice Geral de Preços de Mercado (IGP-M), neste ano, a estimativa também caiu, de 6,01% para 5,94%. Para 2012, a projeção para esses dois índices continua em 5%.

Preços administrados - A estimativa dos analistas para os preços administrados subiu de 5,10% para 5,20%, em 2011, e permaneceu em 4,50%, no próximo ano. Os preços administrados são aqueles cobrados por serviços monitorados, como combustíveis, energia elétrica, telefonia, medicamentos, água, educação, saneamento e transporte urbano coletivo. (Agência Brasil)

ECONOMIA II: Mercado mantém estimativa de crescimento em 2011 e 2012

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Analistas do mercado financeiro consultados pelo Banco Central (BC) mantiveram as projeções de crescimento da economia. A estimativa para a expansão do Produto Interno Bruto (PIB), soma de todos os bens e serviços finais produzidos pela economia, permanece em 3,94%, neste ano, e em 4,10%, em 2012. A expectativa para o crescimento da produção industrial, passou de 3,34% para 3,28%, neste ano, e de 4,50% para 4,38%, em 2012. A projeção para a relação entre a dívida líquida do setor público e o PIB foi mantida em 39,26%, neste ano, e em 38%, em 2012.

Dólar e superávit - A expectativa para a cotação do dólar ao final de 2011 continua em R$ 1,60, neste ano, e foi ajustada de R$ 1,69 para R$ 1,68, em 2012. A previsão para o superávit comercial (saldo positivo de exportações menos importações) foi alterada de US$ 20 bilhões para US$ 20,06 bilhões, neste ano, e de US$ 10,10 bilhões para US$ 10 bilhões, em 2012.

Transações correntes - Para o déficit em transações correntes (registro das transações de compra e venda de mercadorias e serviços do Brasil com o exterior), a estimativa passou de US$ 59,75 bilhões para US$ 60 bilhões, em 2011, e permanece em US$ 70 bilhões, no próximo ano.

Investimentos estrangeiros - A expectativa para o investimento estrangeiro direto (recursos que vão para o setor produtivo do país) foi ajustada de US$ 52 bilhões para US$ 52,20 bilhões, neste ano, e de US$ 45 bilhões para US$ 47,50 bilhões, em 2012. (Agência Brasil)

SAFRA 2011/12 I: Mais cooperativas terão acesso aos recursos da agricultura familiar

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As cooperativas de agricultores familiares terão maior acesso aos recursos para a safra 2011/2012, e esses valores poderão ser acessados por um número maior de associados. Isto porque propostas apresentadas pelo sistema cooperativista ao Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA) foram contempladas no novo Plano Safra da Agricultura Familiar.

Pronaf Cotas Partes - O destaque está na Linha de Crédito para Cotas-Partes de Agricultores familiares Cooperativados (Pronaf-Cotas-Partes). Houve flexibilização do enquadramento, ou seja, mais cooperativas serão beneficiadas, especificamente as que têm patrimônio líquido mínimo entre R$ 25 mil e R$ 100 milhões. Antes era de R$ 50 mil a R$ 70 milhões.

Limite individual - Além disso, ainda no Pronaf-Cotas-Partes, o limite individual por beneficiário passou de R$ 5 mil para R$ 10 mil e, para contratação da cooperativa, de R$ 5 milhões para R$ 10 milhões. E mais, no caso de financiamentos destinados a saneamento financeiro, elevou-se para R$ 20 milhões a limitação por cooperativa.

No que diz respeito à Linha de Crédito de Investimento para Agregação de Renda à Atividade Rural (Pronaf Agroindústria), outros avanços merecem destaque. Os limites individuais dos cooperados também cresceram, saindo de R$ 20 mil para R$ 30 mil. Houve ainda ampliação do prazo de reembolso de oito para dez anos.

A redução das taxas de juros do Plano Safra 2011/2012, de 4% para 2% ao ano, e o aumento para R$ 130 mil dos financiamentos de investimento também estão entre as principais alterações. O total de recursos foi mantido, fechando em R$ 16 bilhões.

Outros programas sofreram ajustes: Pronaf Mais Alimentos, Pronaf Floresta, Pronaf Agroecologia, Pronaf Eco, Microcrédito Produtivo Rural e Pronaf Semiárido e Jovem.

Segundo Paulo César Dias, analista de Mercados da Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB), a meta é intensificar os trabalhos para que nos próximos anos mais propostas relevantes para o setor sejam incorporadas ao plano.

Plano Safra - Seu objetivo é gerar condições especiais de financiamentos, ampliando a capacidade de investimento e fortalecendo a agricultura familiar. O Plano Safra da Agricultura Familiar 2011/2012 foi anunciado no último dia 1º de julho.  (Informe OCB)

SAFRA 2011/12 II: BB reabilita 40 mil produtores para a obtenção de crédito rural

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O Banco do Brasil decidiu reabilitar 40 mil produtores até agora impedidos de contratar novos empréstimos de crédito rural em razão de haver renegociado dívidas antigas em programas de investimento.

Ao anunciar a destinação de R$ 45,7 bilhões ao setor na nova safra (2011/2012), o vice-presidente de Agronegócios do BB, Osmar Dias, informou ontem que a medida não seguiu nenhuma resolução oficial ou orientação do governo, mas foi uma decisão interna do banco. "Esses 40 mil não podiam contratar por ter renegociado investimentos. Tiramos esse impedimento e isso é uma forma de desburocratização", afirmou.

A barreira foi imposta pelo Conselho Monetário Nacional (CMN) à época da última grande repactuação dos débitos. Mas os pagamentos antecipados de boa parte dessas dívidas, cujo volume aumentou de forma significativa nos últimos meses, deu segurança ao BB para ousar.

A decisão do banco cria um "potencial" de R$ 3 bilhões de negócios com esse grupo de produtores, informou o diretor de Agronegócios do BB, Ives Fülber. "Antes de decidir isso, fizemos avaliações das condições financeiras de cada um. Isso não implica em riscos. Haverá garantia real e limites de crédito em cada operação dessa", afirmou.

A medida ajudará o banco a ampliar sua carteira de crédito rural, cuja fatia nesse mercado somou 61,2% no primeiro trimestre deste ano. O volume de empréstimos rurais do banco chegou a R$ 78,3 bilhões. Desse total, 92,2% estavam classificados entre os níveis de risco "AA" e "C", considerados os mais seguros pelo mercado financeiro.

A nova safra terá um novo desenho para o BB. Alguns segmentos do setor rural foram escolhidos para reforçar a oferta de crédito, hoje abundante nos depósitos à vista e na poupança rural. O banco elegeu como foco a agricultura familiar, os médios produtores, as ações de redução das emissões de gases do efeitos estufa e as cooperativas agropecuárias.

O BB terá como uma de suas prioridades as ações de ampliação do atendimento aos produtores. E o Banco Postal, uma parceria com os Correios, ajudará na estratégia. O BB ampliará a oferta de seus serviços a 2.076 municípios onde atualmente não mantém uma agência bancária.

"Vamos dar força ao microcrédito, aos pequenos empreendedores e aos agricultores familiares dessas regiões mais distantes dos grandes centros", relatou Osmar Dias. Assim, o BB antecipará sua meta de chegar a todos 5.565 municípios brasileiros. "Isso estava previsto para janeiro de 2015. Agora, faremos em 2012", disse. Hoje, 880 agências do banco respondem po 80% de todo o crédito rural.

O BB também decidiu entrar firme para ajudar o governo a cumprir sua meta de redução das emissões de gases do efeito estufa. Até 2020, o país se comprometeu a reduzir entre 36% e 38% essas emissões. Para isso, o BB destinará R$ 850 milhões para financiar atividades do chamado "baixo carbono". O primeiro contrato foi assinado ontem com uma produtora de Ipameri (GO).

Em uma área de 900 hectares, o BB emprestou R$ 708 mil para recuperação de pastagens e da mata ciliar, além da plantação de eucalipto e adequação para o sistema de integração lavoura-pecuária-florestas. Esse valor é mais do que todo o volume emprestado pela linha Agricultura de Baixo Carbono (ABC) na safra 2010/2011. "O banco não operou antes porque precisávamos fazer adequações aos problemas estruturais", explicou Osmar Dias. Os recursos serão da fonte "poupança rural", cujas taxas de juros são subsidiadas pelo Tesouro Nacional. (Valor Econômico)

ECONOMIA: Governo define meta de inflação em 4,5% em 2013

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O Conselho Monetário Nacional (CMN) definiu em 4,5 por cento a meta de inflação para 2013, pelo nono ano consecutivo. O intervalo de tolerância será novamente de dois pontos percentuais para cima ou para baixo. Segundo o secretário de Política Econômica do Ministério da Fazenda, Márcio Holland, a decisão desta quinta-feira vai garantir o controle inflacionário e dar flexibilidade à política monetária "compatível com o Produto e com o cenário internacional de incertezas".

Decisão - A decisão adia a possibilidade, já defendida pelo presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, de o país reduzir o alvo para um patamar mais próximo ao dos demais países emergentes. Apesar de praticar juros que estão entre os mais elevados do mundo, o país ainda trabalha com metas de inflação elevadas --quando considerado o intervalo de tolerância, o teto chega ao desconfortável nível de 6,5 por cento. "A determinação do governo é em duas direções: manter a inflação controlada, preferencialmente dentro do centro da banda, e a outra é enveredar esforços para menores metas no futuro", acrescentou Holland. "Mas o ambiente internacional obviamente não é adequado."

IPCA - A previsão no mercado financeiro é de que neste ano a inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) fique em 6,16 por cento, segundo o último relatório Focus. (Reuters / RPC)

PLANO SAFRA: Plateia de 4 mil produtores espera Dilma no Sudoeste

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Francisco Beltrão está reunindo 4 mil produtores para receber, nesta sexta-feira (01/07), a presidente Dilma Rousseff, que vem ao Paraná para lançar o Plano Agrícola e Pecuário (PAP) da agricultura familiar. A plateia vai se concentrar no ginásio de esportes Arrudão, onde uma tenda vem sendo instalada devido à previsão de chuva.

Primeira vez - Será a primeira vez que um ocupante do cargo de presidente da República visita o município, e também a primeira vez que Dilma vem ao Paraná depois de assumir o mandato. Segundo as lideranças locais, o mais próximo que um presidente chegou de Beltrão foi a Pato Branco (que fica a 57 quilômetros), ainda em 1962 (época de João Goulart).

 

Caravanas - Para assistir ao anúncio do PAP, os agricultores da região se integram a caravanas, com apoio dos sindicatos rurais. Os organizadores esperam ônibus do Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul. Telões estão sendo instalados para que todos possam assistir ao discurso de Dilma e demais autoridades. Ela deve chegar por volta das 14h30, depois de aterrissar em Foz do Iguaçu, a 290 quilômetros de Beltrão.

 

Recursos - A presidente vem ao Paraná para confirmar orçamento de R$ 16 bilhões para a agricultura familiar, responsável por dois terços dos estabelecimentos rurais no estado, num sistema de produção considerado modelo para as demais regiões. Os recursos somam-se aos R$ 107,2 bilhões do PAP da agricultura comercial, lançado em 17 de junho em Ribeirão Preto (SP).

 

Produção familiar - Com 79 mil habitantes, Francisco Beltrão é um dos municípios do Paraná que mais dependem economicamente da produção rural familiar. Predominam propriedades de menos de 100 hectares, onde os agropecuaristas usam a terra roxa para plantar feijão, soja, milho e criam aves, suínos, bovinos e ovinos. A maior parte dos agricultores conta apenas com a própria força de trabalho e a dos filhos. Metade do Produto Interno Bruto (PIB) sai do setor terciário, mas boa parte das indústrias integram o agronegócio.

 

Reajuste - O reajuste de 7,2% no crédito rural para a agricultura comercial - que na safra passada foi de R$ 100 bilhões - não deve ser estendido à agricultura familiar - que teve R$ 16 bilhões disponíveis também na última temporada. No entanto, a presidente deve anunciar ampliação dos limites de crédito por produtor e redução nos juros de 4,5% para 2% ao ano em programas de investimentos. Em alguns casos, os juros devem cair a menos de 1%. (Caminhos do Campo / Gazeta do Povo)

SAFRA 2011/12: Milho terá 'limite adicional' de crédito

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Menos de 15 dias após anunciar o novo Plano de Safra para o ciclo 2011/12, o governo será forçado a alterar a regra de unificação dos limites de crédito por CPF, um dos principais pontos da reforma parcial do sistema de crédito rural. O Conselho Monetário Nacional (CMN) deve aprovar amanhã um voto para criar um "limite adicional" de crédito de R$ 500 mil a produtores de milho. Pelas novas regras, em vigor a partir de 1º de julho, cada produtor poderia contratar um teto máximo de R$ 650 mil.

Aumento - A alteração elevará a R$ 1,15 milhão o limite máximo ao produtor de milho. A norma anterior previa tetos por cultura - entre R$ 200 mil a R$ 650 mil. Mesmo com a mudança, a região Centro-Oeste, responsável por 60% da produção da chamada safrinha de inverno, deve ser excluída do benefício.

 

Correção - A medida do governo busca corrigir um "desincentivo" à produção de milho, considerada uma "imperfeição" na estratégia oficial para amenizar novas pressões inflacionárias dos alimentos. A meta é impedir prejuízos ao bolso dos consumidores e medidas que arrisquem o controle da inflação, prioridade absoluta da presidente Dilma Rousseff.

 

Problemas pontuais - Há problemas localizados com o abastecimento de milho causados pelo alto preço da commodity, cada vez mais demandada no exterior, principalmente pelo apetite da China. O preço da saca de milho em Mato Grosso, por exemplo, dobrou em relação ao ciclo anterior. A Conab estima exportações de 8 milhões de toneladas, mas consultorias avaliam vendas mínimas de 10 milhões. Isso reduziria os estoques finais para o menor volume das últimas quatro safras.

 

Críticas - O teto único de R$ 650 mil vinha sendo criticado por produtores e especialistas porque era sinalizava ao mercado a redução da produção de milho, fundamental para as cadeias produtivas de bovinos, frangos e suínos. O complexo carnes, sobretudo bovinos, figurou como um dos principais "vilões" da inflação no início deste ano. "Ficou muito ruim porque reduziu o crédito", diz o presidente da Comissão de Grãos da Confederação da Agricultura e Pecuária (CNA), José Mário Schreiner. "Pior é que não nos comunicaram nada. Lançaram o plano e pronto. E na safrinha, como faremos? Agora, só tem um limite anual, não dá para as duas safras". O dirigente, produtor de grãos em Goiás, lembra que as regras antigas previam crédito adicional ao algodão e ao milho.

 

Regionalização - O presidente da Associação dos Produtores de Soja e Milho (Aprosoja Brasil), Glauber Silveira, afirma que a solução seria "regionalizar" os limites de crédito para evitar futuros problemas de abastecimento. "Quem mais precisa de limites adicionais é o Centro-Oeste. Deveria regionalizar esse teto. Não entendi o que estão fazendo", afirma Silveira. "Não é questão de estimular só aqui ou ali. Mas Mato Grosso é o lugar onde mais se planta na safrinha. Há uma forte demanda mundial pelo milho. Tem que fazer um estudo mais adequado".

 

Ministérios - O Ministério da Agricultura informou que medidas serão "encaminhadas" para resolver a questão. O Ministério da Fazenda afirmou que mudanças serão conhecidas na "hora certa". (Valor Econômico)

ECONOMIA: BC deve manter foco no centro da meta de 2012

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As condições fiscais do país ou uma ruptura no cenário externo sempre podem abreviar o ciclo de aperto monetário. Apesar dessa avaliação, analistas do mercado financeiro consideram que política fiscal e economia internacional não serão destaque no Relatório de Inflação do segundo trimestre, que será divulgado nesta quarta-feira (29/06) pelo Banco Central (BC).

Compromisso - O foco do documento deve ser a reafirmação do compromisso do BC com a convergência da inflação para o centro da meta em 2012 e com o ajuste "prolongado" das condições monetárias para que esse objetivo seja alcançado. Política fiscal e cenário externo - centrados em Grécia e EUA - devem constar do cardápio do BC, especialmente durante a entrevista do diretor de Política Econômica, Carlos Hamilton Araújo. "O Relatório de Inflação deve ter um tom austero, consistente com o comunicado da última reunião do Comitê de Política Monetária e com a ata. O BC deve reforçar o seu compromisso com o centro da meta de inflação no ano que vem. Deve destacar, adicionalmente, sua atenção ao ritmo de expansão dos salários e indicar preocupação com a inflação de serviços", afirma Marcelo Carvalho, economista-chefe do BNP Paribas para a América Latina.

Melhora - Carvalho não acredita que o BC "vai cantar vitória antes da hora" quanto ao controle da inflação. "O relatório deve registrar que há, como se previu, melhora da inflação no curto prazo e deve manter cautela quanto ao ritmo da atividade econômica. Afinal, o IBC-Br, o índice de atividade do BC, veio mais forte que o esperado em abril", diz.

 

Improvável -  Zeina Latif, economista-chefe do Royal Bank of Scotland (RBS) no Brasil, lembra que o BC pode alterar a projeção para o Produto Interno Bruto (PIB) deste ano, mas considera improvável que isso aconteça. "O BC não deve mudar a projeção à luz do IBC-Br de abril, divulgado recentemente. O indicador veio forte. Se o BC tinha alguma inclinação para rever para baixo a projeção de aumento do PIB em 4% neste ano, o IBC-Br pode ter imposto maior cautela."

 

Limitação - A economista do RBS faz outra ponderação sobre o Relatório de Inflação do segundo trimestre. Ela observa que a defasagem temporal entre a divulgação da ata do Copom e do relatório é de apenas duas semanas, o que deve limitar abordagens novas nesse último documento. "A estratégia do BC deve ser confirmada com foco em 2012. Considerando o avanço de mais um trimestre no calendário, já teremos nesse relatório de junho projeções para o primeiro semestre de 2013. Mas não acredito que o BC já dará ênfase a 2013. Isso deve acontecer, sim, mas ao longo do segundo semestre deste ano."  (Valor Econômico)

AEAPR/FEA: Agrônomos empossam novos representantes

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A Associação e a Federação dos Engenheiros Agrônomos do Paraná (AEAPR-Curitiba e Feap) empossaram ontem suas novas diretorias. Com mandato até 2013, a diretoria da associação é composta por Hugo Reis Vidal (presidente), Luiz Antonio Corrêa Lucchesi (diretor técnico e social), Edhna Genar Feliciano Maftum (diretor administrativo), Manfred Leoni Schmid (diretor financeiro) e Natalino Avance de Souza (diretor de política profissional). Lucchesi vai também presidir a federação, que congrega 19 entidades que representam os 14 mil agrônomos do Paraná. A organização tem como diretor administrativo e financeiro Manfred Leoni Shmid, diretor de Relações Institucionais Dionísio Gazziero e diretor de Política Profissional Gilberto Guarido. (Caminhos do Campo / Gazeta do Povo)

PLANO SAFRA 2011/12 II: Burocracia e regras dificultam acesso ao crédito no campo, avalia deputado

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Audiência pública analisou as condições do crédito aos agricultores.O deputado Luis Carlos Heinze (PP-RS) criticou nesta terça-feira a política do governo para concessão de créditos aos agricultores. Segundo ele, poucos produtores conseguem acessar os recursos oferecidos ao setor. O Executivo lançou, no último dia 17 de junho, o Plano Agrícola e Pecuário 2011/2012, que vai oferecer R$ 107,2 bilhões em créditos rurais para a agricultura comercial. O pacote é o maior da história, mas, para o deputado, burocracias e regras do sistema financeiro impedem que os agricultores utilizem esses recursos.

Custo - Segundo Heinze, a necessidade de comprovação de renda e de regularidade fiscal prejudica os agricultores que querem tomar empréstimos. "Hoje, milhares de produtores estão endividados porque os custos são muito grandes, principalmente em razão dos altos tributos", disse. A declaração foi feita durante audiência da Comissão de Agricultura, Pecuária, Abastecimento e Desenvolvimento Rural sobre o Plano Agrícola e Pecuário, ou Plano Safra 2011/12.

Acesso - No encontro, o coordenador-geral de Análises Econômicas do Ministério da Agricultura, Wilson Vaz de Araujo, disse que o governo trabalha para melhorar as condições de acesso dos agricultores ao crédito. "Embora os recursos sejam disponibilizados a taxas de juros favorecidas, o risco da operação continua com o agente financeiro. Como a decisão de emprestar está com esse agente, é claro que o banco vai analisar a situação do produtor", explicou Araujo. O esforço, segundo ele, é no sentido de ampliar esse acesso, até porque o volume de recursos disponível é bom.

Extensão rural - O presidente da Associação Brasileira das Entidades de Assistência Técnica e Extensão Rural (Asbraer), Julio Zoé de Brito, também considerou insuficientes as políticas lançadas pelo governo para assistência técnica e extensão rural. "Reconhecemos as conquistas dos últimos anos, mas ainda é preciso avançar", disse. Segundo Brito, cerca de 2 milhões de agricultores não têm hoje acesso a serviços de extensão rural. O número de técnicos disponíveis, disse, não atende à demanda. "O crédito ao agricultor, quando é acompanhado de assistência técnica, vem mais qualificado. O produtor precisa de conhecimentos de gestão e informações sobre inovações tecnológicas para se colocar no mercado", afirmou.

Aumento - O secretário de Agricultura Familiar do Ministério do Desenvolvimento Agrário, Laudemir Muller, contudo, argumentou que o governo ampliou os recursos para a área. Neste ano, segundo ele, serão pelo menos R$ 159 milhões para a assistência técnica e a extensão rural na agricultura familiar. "A meta do governo, que não é para este ano, é universalizar no Brasil a assistência técnica e a extensão rural. Temos de levar tecnologia para a agricultura familiar, temos de qualificar nossas políticas, e quem faz isso é o extensionista", disse. (Agência Câmara)

CONJUNTURA: China e Rússia se aproximam dos países ricos nos subsídios

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A China e a Rússia já estão dando a seus agricultores subsídios que se aproximam do nível dado pelos países desenvolvidos, comparado ao valor da produção. É o que mostra a Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), em relatório que será publicado em setembro e ao qual o Valor teve acesso. Na China, o montante de apoio cresceu 40,1% em 2010, totalizando US$ 147 bilhões. Mas as cifras escondem estruturas desiguais. Em países em desenvolvimento, destina-se sobretudo a programas de subsistência alimentar e modernização do setor. Em boa parte dos desenvolvidos, os subsídios acabam viabilizando um modelo de produção e exportação que distorce o comércio internacional.

Metodologia própria - A OCDE utiliza uma metodologia própria para medir a proteção ao setor agrícola. É a Estimativa de Apoio ao Produtor (PSE, ou Producer Support Estimate), um indicador do valor monetário bruto anual transferido por consumidores e contribuintes como apoio aos agricultores. É expresso também em porcentagem da receita bruta do produtor e ilustra a quantidade de apoio oferecida, independentemente da estrutura setorial do país. Contabiliza desde o subsídio pago ao agricultor como o impacto de medidas governamentais, como preço mínimo e tarifas altas de importação que freiam a entrada do produto estrangeiro.

Países desenvolvidos - Em 2010, a ajuda aos agricultores nos países desenvolvidos da OCDE alcançou US$ 227 bilhões medida pelo PSE. Isso representa 18% do valor total de sua produção agrícola. Em 2009, o apoio representava 22% e em 2008, 20%. Na União Europeia, o volume representou 22%, somando US$ 101,3 bilhões. Nos EUA, baixou para 9%, com US$ 25,5 bilhões. O Japão é um dos campeões mundiais com 49%, de um total de US$ 52 bilhões. Os subsídios batem recorde na Noruega (60% do valor total da produção agrícola) e Suíça (56%).

Emergentes - Já nos emergentes, o volume é geralmente bem menor, mas com variações. Na China, representa 17% da produção agrícola, perto do nível médio da OCDE. Na Rússia, representou 22%, com US$ 15,5 bilhões, superando os países ricos. No Brasil, o volume de US$ 7,1 bilhões representou apenas 5% do valor total da produção. Houve queda de 27,1% em 2010. O apoio na África do Sul declinou para menos de 5%, na Ucrânia está em 7%.

G-20- No encontro de ministros do G-20, que começa nesta quarta-feira (22/06) em Paris, o impacto dos subsídios sobre a segurança alimentar nos países pobres está sendo cuidadosamente evitado por europeus e alguns asiáticos. "O fato é que antigos ricos estão dando menos apoio porque os preços das commodities estão altos, e os novos ricos dão mais apoio porque têm agora novos recursos para isso", diz um especialista agrícola em Genebra.

Endividamento - A OCDE admite que o endividamento nos países ricos, no rastro da pior crise financeira dos últimos tempos, "não conduziu a uma redução significativa ou aumento dos gastos no setor agrícola". Ou seja, não há reorientação de política para reduzir os subsídios. Os subsídios vinculados à produção, os que mais distorcem o comércio, representam 51% do total nos países desenvolvidos. O percentual é menor do que no período 1995-97, quando correspondiam a 70%, mas ainda é extremamente elevado.

A mais - Na UE, os produtores de carne bovina, ovina e de açúcar receberam entre 20% e 30% a mais do que os preços internacionais. A remuneração para os produtores de frango chega a ser 50% mais elevada. Os preços domésticos para cereais, oleaginosas, leite e suínos ficam perto da média internacional. Nos EUA, os setores açucareiro e de lácteos continuam a receber enormes ajudas, perpetuando as distorções no setor. No Canadá, frango, lácteos e ovos estão na mesma situação. No Japão, os preços recebidos pelos agricultores são 1,82 vez maiores que os dos mercados mundiais. Já foram 2,65 vezes superiores entre 1986-88.

China - A agricultura da China é outra realidade. Emprega 38,1% da força de trabalho do país, mas sua contribuição para o PIB foi de apenas 10,3% em 2009. Isso indica baixa produtividade do agricultor, equivalente a apenas 20% do nível do resto da economia. A renda per capita no campo é menos de um terço da registrada na zona urbana.

Menos integrada - A agricultura chinesa é muito menos integrada aos mercados globais do que o resto da economia, com fatia de 2,4% das exportações totais e 4,7% das importações. A China se tornou grande importadora de produtos agrícolas recentemente, em parte pelo enorme aumento de compras do complexo soja. Sua estrutura agrícola é baseada em pequenas propriedades de até 0,6 hectare na média.

Rússia - Na Rússia, a agricultura contribui com 5% do PIB e representa 8% do emprego. O país é um dos maiores importadores de carnes e açúcar e se tornou exportador de trigo. A estrutura mistura grandes operações comerciais com pequenas unidades familiares.

Brasil - No Brasil, a constatação sem surpresa é do baixo nível de subvenção, "apesar de o país manter uma extensiva gama de políticas de preço e de crédito". A ajuda é focada principalmente nos pequenos produtores. Enquanto os chineses gastam 40% de sua renda com alimentos, na média, os russos gastam 33%. Os consumidores nos países desenvolvidos gastam 22%, com o Brasil e Chile abaixo desse percentual, com preços próximos dos níveis internacionais.

Apoio total - O apoio total ao setor agrícola - combinando PSE e outras ajudas (pesquisa, infraestrutura, inspeção, marketing e promoção, além de subsídios para o consumidor) alcançou US$ 374 bilhões na OCDE em 2008-2010, o equivalente a 0,9% do PIB de seus países-membros. No Brasil, o apoio total cresceu para 0,6% comparado a 0,2% em 1995-97, na China chegou a 2,3% e na Rússia, declinou de 2,6% para 1,6% do PIB. (Valor Econômico)

ECONOMIA: Meta de inflação de 2013 fica em 4,5%

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O Conselho Monetário Nacional (CMN) vai fixar em 4,5% a meta de inflação para 2013. O percentual, que será anunciado oficialmente no dia 30, é o mesmo dos últimos seis anos, além de ser o objetivo definido para este e o próximo ano. Com isso, o Brasil persegue a mesma meta de inflação por nove anos consecutivos. Integrantes do governo chegaram a pensar em reduzir o alvo de 2013 para 4% ou 4,25%. A ideia era sinalizar ao mercado o compromisso firme de reduzir a inflação nos próximos anos. Isso ajudaria a melhorar as expectativas dos agentes econômicos, que estão pessimistas quanto ao desempenho do governo nessa área.

Redução na meta - Em seu discurso de posse, o presidente do Banco Central (BC), Alexandre Tombini, defendeu a redução da meta "no futuro", para permitir a convergência da inflação brasileira para níveis mais baixos, "semelhantes aos observados nas principais economias emergentes". O governo abortou o plano de reduzir a meta agora por considerar que essa decisão só poderia ser tomada num cenário em que a inflação já estivesse em processo de queda. Uma outra preocupação é com o crescimento da economia. Uma meta menor poderia exigir do Banco Central a aplicação de taxas de juros mais altas, o que poderia comprometer o crescimento nos próximos anos.

IPCA - O IPCA acumulado em 12 meses até maio chegou a 6,55%, no limite superior do intervalo de tolerância do regime de metas, que permite que a inflação fique dois pontos percentuais acima ou abaixo da meta. Embora o IPCA mensal esteja em queda, a variação acumulada em 12 meses pode chegar a 7% em agosto. O mercado, segundo o Boletim Focus, projeta inflação de 6,18% no fim de 2011 e de 5,18% em 2012. Isso indica que as expectativas de curto prazo vêm melhorando, mas as projeções de médio prazo, caso de 2012, têm se deteriorado. "Não há clima político no governo neste momento para redução da meta de inflação", informou um assessor graduado.

Outros indicadores - O Palácio do Planalto está preocupado com o impacto negativo da política de combate à inflação sobre o Produto Interno Bruto (PIB). Em 2010, o país cresceu 7,5%, a maior taxa em 24 anos. Em 2011, o crescimento deve ficar abaixo de 4%. Como a taxa básica de juros (Selic) chegou a 12,25% ao ano e o BC já sinalizou que o ciclo de aperto ainda não acabou, o temor é que o PIB cresça, em 2012, menos ainda do que em 2011. Com a decisão de manter o alvo em 2013, o Brasil é um dos países com maior meta inflacionária do mundo. Das 31 nações que adotam o regime, apenas seis possuem meta maior que a do Brasil: Armênia, Georgia, Indonésia, Nigéria, Rússia e Turquia. (Valor Econômico)

COMPETITIVIDADE: Custo Brasil não deixa PIB dobrar, diz estudo

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O Brasil poderia mais que dobrar o Produto Interno Bruto (PIB) por habitante, dos atuais US$ 10 mil para US$ 21,6 mil, e atingir níveis de países como Coreia do Sul e Portugal, se reduzisse as ineficiências que tiram a competitividade do País, aponta estudo da LCA Consultores. "Falta de infraestrutura e complexidade do sistema tributário, que exige 2.600 horas por ano das empresas só para pagar impostos, dividem o primeiro lugar no pódio dos principais obstáculos para ampliar a competitividade", diz o economista responsável pelo estudo, Bráulio Borges. Para chegar a essa conclusão, Borges identificou, com base em análises estatísticas, quais são os fatores cruciais para o deslanche da competitividade e constatou seis pontos fracos que pesam no PIB per capita.

Carga tributária - Além da conhecida falta de infraestrutura, estão nesse rol o tempo gasto pelas empresas para pagar impostos, a carga tributária sobre o lucro das companhias, o tempo para fazer valer o cumprimento dos contratos, o custo para exportar e o tempo para lidar com licenças em geral, sejam elas de ordem ambiental ou um simplesmente um "habite-se" para que a moradia.

 

Informações - O economista explica que, para calcular o PIB per capita "perdido" pelo Brasil, levou em conta informações disponíveis do Banco Mundial, do Fundo Monetário Internacional e do Fórum Econômico Mundial para um grupo de 131 países. Concluiu que, se o Brasil tivesse indicadores para esses seis quesitos equivalente à média desse grupo de países, conseguiria agregar US$ 11,6 mil ao PIB per capita anual.

 

Tempo - As 2.600 horas por ano que as empresas brasileiras gastam para cumprir o rito da burocracia no pagamento de impostos faz do País o campeão mundial nesse quesito, ante uma média 284 horas para esse grupo de 131 países. Essa ineficiência reduz em US$ 8 1 mil o PIB per capita do Brasil em relação à média dos 131 países, destaca Borges.

 

Burocracia - Apesar de não ter essa ineficiência traduzida em números, as empresas sentem na prática o impacto da burocracia. A fabricante de autopeças Bosch, por exemplo, tem dois departamentos só para isso, conta a gerente de tributos da empresa, Sheila Pieroni. No departamento tributário, 11 funcionários acompanham diariamente com lupa as mudanças na legislação nos 27 Estados brasileiros para adequar o sistema de recolhimento de impostos da companhia às mudanças.

 

Legislações - "Sendo bem otimista, saem dez novas legislações por dia nas quais são alteradas as formas de tributação do produto", conta a advogada. Ela diz que o trabalho aumentou depois da implantação da substituição tributária, sistema que atribui aos fabricantes a responsabilidade pelo pagamento do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) devido pelo seu cliente. "Antes acompanhávamos a legislação de três Estados, onde estavam localizadas as fábricas."

 

Departamento Fiscal - Além do departamento tributário, a empresa tem um departamento fiscal. É uma equipe de quase 50 pessoas encarregadas de apurar os tributos. Sheila conta que uma mesma informação é remetida à Receita Federal de quatro formas diferentes: eletronicamente, por meio do Sistema Público de Escrituração Digital (Sped); em papel, que é a nota fiscal; na Declaração de Tributos Federais, que é mensal e na declaração de Imposto de Renda, anual. (Agência Estado)

ABAG: Associação cria Comitê de Financiamento do Agronegócio

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Um dos grandes desafios da política agrícola nacional é dar acesso aos agricultores a novos financiamentos. As operações de crédito rural não tem alcançado a meta proposta pelo Plano Agrícola e Pecuário (PAP) dos últimos anos. Agora, apesar do PAP 2010/11 colocar R$ 123 bilhões (sendo 107 bilhões para agricultura comercial e 16 bilhões para familiar) como valor orçado para aplicação, nada garante definitivamente a sua execução.

Esgotamento - Com claros sinais de esgotamento do modelo de crédito rural implantado há mais de quatro décadas, a apreensão dos produtores e de todas as cadeias produtivas é cada vez maior com relação aos títulos de financiamento disponíveis para operações. Com o objetivo de estudar o potencial da utilização e o aprimoramento destes títulos, com vista à maior difusão dos seus benefícios para o produtor rural, a Abag - Associação Brasileira do Agronegócio reuniu diversos elos das cadeias produtivas e criou o Comitê de Financiamento do Agronegócio.

Destaques - Temas como Central de risco, Sistema Nacional de Crédito Rural, Sistema Privado e Seguro foram destaques nos primeiros encontros do Comitê, que reúne os mais renomados executivos do mercado financeiro e do agronegócio. "Com a área agrícola estabilizada há cinco anos, a ABAG entende que não há outra forma para crescer se não forem sanados os problemas que impedem a ampliação do crédito rural. O caminho encontrado pela entidade foi a criação de um Comitê para elaborar propostas concretas que serão dirigidas ao Executivo e ao Legislativo", explica Carlo Lovatelli, Presidente da entidade.

Quadro multidisciplinar - Os participantes formam um quadro multidisciplinar bastante diversificado, composto por executivos de primeira linha das áreas de seguros, financeira, de insumos, bem como dirigentes de entidades de peso. "Para fazer mais do que estamos fazendo é uma questão de detalhes, faltam algumas peças e falta um grupo que consiga juntar todas as pontas para levar ao governo uma proposta bastante consistente", diz o presidente do Comitê, Alexandre Figliolino, Diretor do Itaú BBA e da Abag.

Próximo encontro - A próxima reunião do grupo acontece no dia 21 de junho, na sede do Itaú BBA. O encontro terá a participação do Secretário Nacional de Política Agrícola, José Carlos Vaz, que apresentará as mudanças previstas no Manual de Crédito Rural já para a safra 2011/12. (Assessoria Imprensa Abag)

SAFRA 2011/12: Com crédito de R$ 123 bilhões, agropecuária vai buscar reforço

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A agropecuária brasileira terá crédito de R$ 123 bilhões na próxima safra, o maior orçamento já conferido ao setor. O anúncio deve ser feito nesta sexta-feira (17/06) pela presidente Dilma Rousseff, em Ribeirão Preto (SP), no lançamento do Plano Agrícola e Pecuário (PAP) 2011/12. Os bancos vão disponibilizar R$ 107 bilhões à agricultura comercial, 7% a mais do que em 2010/11. Os outros R$ 16 bilhões, destinados à agricultura familiar, devem ser confirmados em 30 de junho, também pela presidente, em Francisco Beltrão, no Paraná. Às vésperas do lançamento do PAP, o setor produtivo avalia que o orçamento determinado pelo governo será pouco para sustentar a contínua expansão da produção. A meta do país é passar de 161 milhões para 176 milhões de toneladas de grãos ao ano dentro de uma década.

Reajuste - "Houve só o reajuste da inflação do último ano", disse o presidente da Federação da Agricultura do Paraná (Faep), Ágide Meneguette, referindo-se aos R$ 7 bilhões acrescentados ao orçamento da agricultura comercial. O setor esperava R$ 120 bilhões para a produção comercial e cerca de R$ 20 bilhões para a agricultura familiar. O juro padrão deve ser mantido em 6,75% ao ano, com taxas a partir de 0,5% para os pequenos produtores.

Maior - O crédito rural para 2011/12 é quatro vezes maior que o de 2002/03, início do primeiro mandato do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Equivale a 12 vezes a arrecadação do governo do Paraná neste ano. O último aumento expressivo no PAP foi em 2009/10, de 38%. No plano a ser anunciado nesta sexta, o reajuste fica abaixo do aumento verificado na produção de grãos -8,2% em 2010/11, atingindo 161 milhões de toneladas, conforme a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).

Limite - Os produtores terão de recorrer mais a recursos próprios ou contratos com juros acima de 12% ao ano, afirma o economista Pedro Loyola, especialista em crédito rural e coordenador da Faep. Haverá maior disputa por recursos também devido a mudanças no sistema de financiamento, acrescenta. Ele refere-se à extensão do limite individual para R$ 650 mil em todas as culturas. "Com a nova regra, um produtor de alho pode acessar o mesmo volume de recursos que um produtor de soja" , cita. A ampliação dos financiamentos para as culturas menos expressivas sem a elevação dos valores globais espalha a falsa impressão de que há mais crédito disponível, argumenta.

Economia - O orçamento do PAP influencia diretamente a economia do Paraná, estado líder na produção de grãos (20%). Pela participação na atividade e pela concentração de pequenos e médios produtores, o estado é o que mais utiliza o crédito rural. A estimativa do setor produtivo é que o Paraná deve acessar perto de R$ 25 bilhões em 2011/12. Oito em cada dez produtores tomam algum tipo de financiamento e 40% dos recursos usados no cultivo são do crédito rural, avalia a Faep.

Mato Grosso - Em Mato Grosso, líder na produção de soja (28%), apesar da dependência de financiamentos, o volume tomado do sistema oficial deve ser menor que o do Paraná. Os produtores mato-grossenses cultivam áreas maiores mas, em menor número, tomam parcela menos expressiva do crédito rural, por também estarem sujeitos ao limite individual de R$ 650 mil.

Cooperativas - As cooperativas também mostram-se insatisfeitas com o volume de recursos anunciado pelo governo. "Ainda esperamos alguma surpresa antes do anúncio oficial do plano. Os R$ 107 bilhões para a agricultura comercial e os R$ 16 bilhões para a familiar não atendem à necessidade do setor", afirma o gerente técnico da Organização das Cooperativas do Paraná (Ocepar), Flávio Turra. "Os programas de financiamento direcionados às cooperativas terão R$ 550 milhões a menos do que na última safra", acrescenta. Em 2010/11, as empresas contaram com R$ 4 bilhões.

Mercado - Na avaliação dos representantes dos produtores, o mercado está se encarregando de estimular a produção. Os preços da soja e do milho subiram 29% e 70% no último ano, atingindo R$ 40 e R$ 23 a saca de 60 quilos, respectivamente. (Gazeta do Povo)

INFRAESTRUTURA: Ferroeste já tem 145 empresas interessadas em fazer parcerias

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Já chega a 145 o número de empresas interessadas em estabelecer parcerias e sondar oportunidades de negócios com a Estrada de Ferro Paraná Oeste - Ferroeste. O número foi revelado nesta quarta-feira (15/06) pelo presidente da companhia, Maurício Querino Theodoro, depois de mais duas reuniões de trabalho, em Curitiba, com investidores internacionais. "Isso demonstra a confiança do mercado, nacional e internacional, no governo Beto Richa", ressaltou Theodoro.

Parcerias - De acordo com o presidente da Ferroeste, as empresas e instituições bancárias do Brasil e do exterior que têm procurado estreitar relações com o governo do Paraná, com a Secretaria de Infraestrutura e Logística e com a Ferroeste manifestam interesse em investir na ferrovia e estabelecer parcerias em várias áreas. Segundo ele, muitos também são fornecedores de equipamentos, vagões, locomotivas e serviços. Os investidores, potenciais parceiros e fornecedores querem conhecer os projetos ferroviários do Estado, feitos em parceria com o governo federal e a Valec. Também realizam sondagens de investimentos futuros nos projetos de expansão da ferrovia para o Mato Grosso do Sul e o Porto de Paranaguá.

Espanha - Pela manhã, a reunião do presidente da Ferroeste foi com um grupo de espanhóis, na sede da empresa, em Curitiba, com a participação do diretor de Produção da empresa, Mauro Fortes Carneiro. Os visitantes eram o presidente do Grupo S90, Juan Antonio Martín, e o diretor da empresa, Gilmar Palenske. Também estavam presentes os representantes da Firmes y Asfaltados del Sul (Faz), Matías Arrom Quetglas, e da MAB Obras Públicas, Iñigo Uriarte.

BRDE - À tarde, no Banco Regional de Desenvolvimento do Extremo Sul (BRDE), o presidente da Ferroeste participou de encontro com o consultor jurídico e representante do Banco de Infraestrutura, Inovação e Desenvolvimento da Itália (BIIS), Rodrigo Pironti. O objetivo foi discutir parcerias com a instituição financeira italiana, que está interessada em projetos de infraestrutura tanto na área privada quanto governamental, no Paraná.

Participantes - Estavam presentes na reunião com o BIIS os diretores do BRDE Jorge Gomes Rosa Filho (financeiro) e Nivaldo Assis Pagliari (recuperação de crédito). Também participaram o diretor-geral da Secretaria de Infraestrutura e Logística, Aldair Wanderlei Petry, e os presidentes da Sanepar, Fernando Ghignone, da Codapar, Silvestre Staniszewski e da Compagas, Luciano Pizzatto. Entidades como a Alcopar, Copel, Secretarias da Fazenda e de Indústria e Comércio, além da prefeitura de Curitiba e Agência de Desenvolvimento municipal.

Outro encontro - Na terça-feira (14/06) já havia sido realizado outro encontro, na Secretaria de Planejamento e Coordenação Geral, com a participação da Associação Comercial do Paraná (ACP) e empresas norte-americanas interessadas em tratar de investimentos e parcerias logísticas com a Ferroeste. (AEN)

SEGURO RURAL: Portaria interministerial autoriza pagamento de valores pendentes

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Foram publicadas, no Diário Oficial da União (DOU) do dia 10 de junho, a Portaria Interministerial n° 280, dos Ministérios da Fazenda e do Planejamento, Orçamento e Gestão, e a Portaria n° 281, do Ministério da Fazenda, que autorizam o pagamento dos valores pendentes à subvenção do seguro rural - R$ 163 milhões, relativos ao exercício de 2010. "Do total de R$ 192,3 milhões em subvenções do referido ano, apenas R$ 36 milhões foram pagos às seguradoras, até o momento", lembra o gerente técnico e econômico da Ocepar, Flávio Turra. A Coordenadora de Planejamento, Operação do Programa de Subvenção ao Prêmio do Seguro Rural do Ministério da Agricultura, Ana Carolina Mera, informou que os repasses financeiros deverão ocorrer nos próximos dias.

Clique aqui e confira a íntegra das Portarias nos 280 e 281

RAMO CRÉDITO: Sicredi oferece nova modalidade de contratação de crédito

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O Sicredi disponibiliza a todas as suas cooperativas o Sicredi Crédito Fácil. O produto traz aos associados benefícios como agilidade e acessibilidade ao crédito. A contratação é simplificada, pode ser realizada 24 horas por dia, sete dias por semana pelo internet banking e também nos caixas eletrônicos presentes nas unidades de atendimento. É preciso apenas simular, escolher a melhor opção de parcelamento e contratar por meio da assinatura eletrônica. Esta nova forma de oferecer crédito atende uma demanda dos associados que acessam os serviços financeiros por meio de canais eletrônicos e fora do horário de abertura das unidades de atendimento do Sicredi. A expectativa é de que mais de 600 mil associados sejam beneficiados com o novo produto em todas as cooperativas do Sistema, totalizando mais de R$ 1,2 bilhão em novos limites pré-aprovados. (Sicredi)

CRÉDITO: Linha do BB em testes libera R$ 875 milhões

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Para Osmar Dias, nova linha ajuda os produtores e fortalece posição do bancoEm seus planos para ganhar espaço em todos os segmentos econômicos da cadeia do agronegócio, o Banco do Brasil anunciou a criação de uma linha de crédito tanto para agroindústrias fornecedoras quanto para compradoras de produtores rurais.

Empréstimos - Em fase de teste nos últimos 60 dias, a linha "Flex Agro" já emprestou R$ 875 milhões para micro e pequenas empresas com negócios ligados ao setor rural até agora. "Essa linha é uma forma de trazer ajuda indireta aos produtores e fortalecer nossas operações na agroindústria. Detectamos uma demanda reprimida muito forte", afirma o vice-presidente de Agronegócios e Micro e Pequenas Empresas do Banco do Brasil, Osmar Dias.

 

Projeção - Nos próximos dias, o banco projete superar R$ 1 bilhão em empréstimos nessa modalidade. O atrativo principal da linha, além da forte disposição do banco em alavancar esses créditos, está na taxa de juros próxima a 1% ao mês - no mercado, essas taxas superam 2,5%. Isso é possível porque a fonte de recursos da linha está dividida entre a poupança rural (com juros subsidiados) e os recursos próprios do BB, emprestados a taxas livres.

 

Política de Estado - A "Flex Agro" segue, segundo Osmar Dias, uma "política de Estado" de amparo a empresas com até R$ 1 milhão de faturamento anual. Mesmo em pouco tempo de operação, esses empréstimos já respondem por 2% da carteira total de crédito do Banco do Brasil. Diante da boa repercussão, o vice-presidente do BB anuncia a estratégia da instituição para esse novo nicho. "Vamos entrar com força para elevar nossa participação nas micro e pequenas empresas e ser o principal agente financeiro desse segmento", afirma Dias.

 

Força - A agressividade do BB nessas operações justifica-se, afirma o executivo, pela força das micro e pequenas empresas na economia, cujo peso nas variadas atividades ligadas ao agronegócio também são relevantes. Ex-senador e duas vezes secretário de Agricultura do Paraná, Osmar Dias defende que a decisão do BB está lastreada na importância dessas agroindústrias. "Queremos alavancar qualidade e quantidade da participação das micro e pequenas na economia", diz. No total, as MPEs respondem, segundo ele, por mais de 80% dos empregos no país, mas detêm apenas 21% do PIB nacional. "É um mercado ainda reprimido", resume o diretor de Micro e Pequenas Empresas, Clênio Severio Teribele.

 

Nova linha - A estratégia do BB no segmento é complementada por uma nova linha dedicada a empresas fornecedoras de licitações públicas. A recém-criada linha "Flex Fornecedor", ainda em fase experimental no banco, busca agregar à carteira de clientes as micro e pequenas empresas ganhadoras de licitações com União, Estados e municípios. Sem limites orçamentários, crédito mínimo de R$ 10 mil por operação e prazo de pagamento atrelado ao contrato de fornecimento, a linha pode atender, em tese, aos 16 Estados cujas folhas de pagamento são administradas pelo BB. "A linha otimiza os resultados porque o banco alcança esse público", afirma Osmar Dias. Lançada na terça-feira, a "Flex Fornecedor" operava em testes em São Paulo e Minas Gerais. "Está girando rápido, é impressionante. Em Tocantins, por exemplo, já tivemos demanda logo no primeiro dia". (Valor Econômico)