TRIGO III: Ocepar prevê impacto negativo nos próximos anos

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Na região dos Campos Gerais, no Paraná, um produtor que plantou cerca de 1,2 mil hectares de trigo, prometeu soltar o gado sobre a lavoura em protesto à decisão de governo de reduzir em 10% o preço mínimo. Os agricultores foram surpreendidos com a decisão governamental, que foi anunciada quando as lavouras já estavam plantadas. Hoje, a Federação da Agricultura do Estado do Paraná (Faep) entra com mandado de segurança na tentativa de reverter a decisão de baixar o preço. A Ocepar, que congrega as cooperativas paranaenses, apoia a iniciativa.Segundo o gerente técnico e econômico da Ocepar, Flávio Turra, o efeito imediato dessa redução de preço não será no plantio porque a área já está cultivada, mas sim na comercialização desse trigo, o que provavelmente impactará no plantio do grão em 2011. "A tendência é de redução da área plantada no próximo ano", lamenta Turra.

Pendências - Dados da Faep sobre a comercialização do grão apontam que produtores e cooperativas paranaenses ainda não receberam R$ 290 milhões do trigo que foi vendido ao governo federal via AGF ou escoado na modalidade de PEP. Os atrasos chegam a mais de seis meses. As cotações internas do grão não reagiram e o Paraná tem 500 mil toneladas de trigo encalhadas sem comercialização. Segundo a Faep e a Ocepar, desde 1966, quando foi instituída a política de governo para preços mínimos, o governo nunca havia reduzido os valores no meio da safra. Em anos anteriores, o governo até perdeu o prazo, porém aumentava ou pelo menos mantinha os preços.

 

Mandado - O mandado de segurança a ser impetrado pela Faep tem como base o decreto lei 79/1966, que instituiu normas e prazos para fixação de preços mínimos. No caso do trigo, os novos valores deveriam ter sido estabelecidos com 60 dias de antecedência do início do plantio, que no Paraná, com base no zoneamento agrícola estabelecido pelo próprio governo, foi em 11 de março. A portaria 478, publicada na última quinta-feira, foi assinada pelo ministro da Agricultura, Wagner Rossi, e determina a redução de 10% nos preços mínimos das culturas de inverno. Para o trigo, por exemplo, os valores vão variar de R$ 19,90 a R$ 29,97. A medida ficará em vigor de julho de 2010 a julho de 2011, para as regiões Sul e Sudeste. (Folha de Londrina) 

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