Sisbov muda para atender mercado externo

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Para manter as vendas de carne bovina para a União Européia, o Ministério da Agricultura anunciou mudanças no Sistema Brasileiro de Identificação de Origem Bovina e Bubalina (Sisbov). De acordo com o secretário de Desenvolvimento Agropecuário e Cooperativismo do Ministério, Márcio Portocarrero, as mudanças evitarão problemas com os europeus, que demandam cerca de 30% das exportações de carne bovina do Brasil. A principal mudança no Sisbov, sistema implantado em 2000, é a criação do conceito de propriedade aprovada Sisbov, ou seja, fazendas que receberão o certificado e poderão vender animais para exportação. Ele explicou que o criador interessado em aderir ao novo modelo deve se dirigir ao órgão local de atendimento veterinário e pedir o cadastro da propriedade, o cadastrado do pecuarista e o inventário da fazenda, que indicará quantos animais existem na propriedade.

Etapas - Em seguida, o pecuarista deverá preencher documentos, no qual descreverá o sistema de produção da fazenda, ou seja, criação a pasto, confinamento ou semiconfinamento. A terceira etapa consiste na assinatura de um documento de adesão ao Sisbov. Todos os documentos deverão ser entregues uma das 66 certificadoras cadastradas no Ministério da Agricultura. Estas empresas farão uma vistoria nas fazendas e o pecuarista cumprir as regras do Sisbov a certificadora poderá incluir na base de dados os animais de determinada fazenda. A partir de agora haverá um sistema de propriedade aprovada e não mais de lotes de animais credenciados no Sisbov. O modelo que vigorou até agora permitia que um pecuarista rastreasse apenas uma parte de seu rebanho, mas para evitar contato entre animais rastreados e não rastreados, o ministério, em acordo com a União Européia, optou pela certificação das fazendas. A partir de janeiro de 2009 o trânsito de animais entre fazendas, cuja carne será destinada à exportação, será feito nas propriedades Sisbov.

Nova reunião - Para detalhar as novas atribuições destas agências, haverá uma reunião na próxima semana e Brasília, nos dias 6 e 7 de fevereiro, entre os secretários estaduais de agricultura e os representantes deste órgãos. Hoje estão cadastrados na base de dados do Sisbov 33 milhões de cabeças, considerando apenas os animais vivos. Em fevereiro, o Ministério divulgará uma instrução normativa com as novas regras. Portocarreiro disse que a mudança foi discutida "parcialmente com a União Européia" e que numa análise informal elas foram consideradas positivas. "O conceito de propriedades cadastradas agradou muito a União Européia". Outra cobrança dos europeus é saber todo tipo de tratamento sanitário a que foi submetido o gado desde o nascimento até o abate. De acordo com as certificadoras, o novo modelo custará mais para os pecuaristas, porque, além dos gastos com a rastreabilidade, eles precisarão pagar as diárias dos auditores que inspecionaram as fazendas. Hoje o custo da certificação é de R$ 2 a R$ 3 por animal, segundo as empresas certificadoras. O presidente do Fórum Permanente de Pecuária de Corte da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), Antenor Nogueira, disse que o pecuarista "não tem como fugir do Sisbov" e acrescentou que cabe aos produtores negociar comas certificadoras para conseguir o menor preço.

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