Protesto de agricultores em Palmas

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Mais de 1500 produtores rurais da região Sudoeste do Paraná e do Oeste de Santa Catarina fizeram um ato público em Palmas, a 360 km de Curitiba, na última sexta-feira (24/10), em protesto contra as invasões de terra e pela defesa do Estado de Direito. O "Movimento da Comunidade pela Paz, Ordem e Respeito às Leis" começou no Centro de Tradições Gaúchas (CTG) do município e seguiu em carreata até ao centro da cidade, onde atraiu mais de duas mil pessoas. À frente da carreata foi uma tropa de cerca de 40 cavaleiros, seguidos de 50 tratores, 19 colheitadeiras, 35 ônibus, 35 caminhões e pelo menos 200 carros. Ainda antes da carreata, no CTG, os produtores rurais fizeram assembléia e aprovaram a "Carta de Palmas", que será enviada às autoridades dos três poderes da República.

Adesão - Aderiram ao protesto trabalhadores, comerciantes e empresários preocupados com a violência no campo e as consequências que os desmandos do MST podem ter sobre a paz, a estabilidade e o desenvolvimento econômico. Em solidariedade e apoio aos produtores rurais, o comércio de Palmas fechou às portas no horário da carreata. O recado dado pelos moradores da região é que o Sul do país quer um basta às invasões de terra e o cumprimento imediato das ordens da Justiça para reintegração de posse das áreas invadidas. O descontentamento popular com os abusos dos sem terra e a maneira permissiva como os governos tratam o assunto foi formalmente retratado na Carta de Palmas, que será enviada às principais autoridades dos três poderes da República.

Invasões - Somente no Paraná, existem 76 imóveis rurais à espera de reintegração de posse pelo governo; a maioria foi invadida neste ano e já têm ordem judicial para devolução aos legítimos proprietários. O número de imóveis invadidos contrasta com o número de reintegrações, apenas 24 este ano, por acordo ou ação policial. Segundo o presidente do Sindicato Rural de Palmas, José Antônio Bueno, o protesto serviu para denunciar o tratamento injusto dado aos produtores rurais, que alimentam o país, enquanto há excessiva complacência com militantes de movimentos revolucionários interessados na política do "quanto pior melhor". Enquanto os governos impõem aos produtores aumento da carga tributária e duras exigências ambientais, os invasores de terra são tratados com privilégios e subserviência. Entre a comunidade do Paraná e Santa Catarina reunidas em Palmas, estiveram representantes de 70 municípios, o presidente da Faep, Ágide Meneguette, o presidente da Ocepar, João Paulo Koslovski, representantes da Federação da Agricultura de Santa Catarina, do Conselho das Sociedades Rurais, da OAB, das Associações Comerciais e Industriais, dos Sindicatos Rurais do Sudoeste, prefeitos, vereadores e os deputados federal Airton Roveda e estadual Antonio Anibelli.

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