Profissionalização das cooperativas permite avanços no mercado externo
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Aumento superior a 50% no volume de exportação de produtos agropecuários. Este é o resultado obtido pelas cooperativas brasileiras, que obtiveram receita cambial estimada em dois bilhões de dólares em 2004 com os embarques. Para o presidente da Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB), Márcio Lopes de Freitas, o resultado positivo representa o grau de profissionalização das cooperativas e a melhor participação dos cooperados no mercado externo.'Estamos mais profissionais.' O resultado foi levantado pela equipe técnica com dados obtidos no Mdic - Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior. Em 2003, as entidades filiadas à OCB obtiveram 1,3 bilhão de dólares com a venda para o mercado internacional.
Exportações - Embora os preços das commodities agrícolas no mercado internacional estejam em queda, no balanço de 2004 o que se observou foi uma elevação média dos preços. Afinal, em termos de volume as exportações de produtos agrícolas pelas cooperativas aumentaram menos, ou 34%, entre 2004 e 2003. Segundo a OCB, foram 7,19 milhões de toneladas de produtos no ano passado, em relação aos 5,34 milhões de toneladas embarcados em 2003. Ainda segundo os dados das cooperativas, os principais produtos embarcados foram soja, com receita de 764 milhões de dólares; em seguida veio o açúcar, com 266 milhões de dólares; depois frango, com 185 milhões de dólares; e café, 133 milhões de dólares. Entre os principais mercados estão a China, com 328 milhões de dólares de receita, seguido da Alemanha e dos Emirados Árabes Unidos.
Desenvolvimento sustentável - Na opinião de Marco Aurélio Fuchida, superintendente da OCB, o setor cooperativista entrou num ciclo de evolução muito importante, de maneira que ocorre 'uma participação crescente destas unidades no agronegócio, como todo o setor agropecuário em geral, sobretudo nos últimos anos', diz. Além da maior profissionalização, que tem proporcionado o aumento das exportações, as cooperativas têm obtido um desenvolvimento sustentável, informa Fuchida. 'Muitos avanços são obtidos com transferência de tecnologia e melhorias em gestão e educação.'
Desempenho - O superintendente da OCB informa que obviamente a queda dos preços agropecuários refletiu no desempenho dos agricultores, mas de maneira geral o crescimento nas vendas de alguns setores específicos compensaram aqueles que apresentaram dificuldades. Por exemplo, ele cita crescimento nas áreas de carnes, com destaque para aves e suínos. Para a soja a situação é curiosa porque embora os preços tenham caído muito, a safra crescerá 11%. Como dificuldades para os produtores rurais, e para as cooperativas de maneira geral, Fuchida cita a dificuldade de crédito rural no momento certo e problemas de capital de giro. Entre os pontos positivos, cita o desenvolvimento nas áreas de gestão, e aumento das vendas de produtos com valor agregado, como carnes, laticínios, açúcar, álcool óleos vegetais e até mel. (Revista Globo Rural)