Previsão orçamentária para fiscalização sanitária pode gerar prejuízo

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O governo federal pode gerar um grande prejuízo para os produtores, caso não modifique a dotação orçamentária para a fiscalização sanitária. Atualmente, a verba prevista para o setor é de apenas R$ 68 milhões. Recurso irrisório diante dos R$ 500 milhões necessários para desenvolver o serviço. O alerta vem do senador Osmar Dias (PDT-PR). De acordo com ele, a falta de recursos nessa área pode gerar perdas financeiras ao Brasil. "O governo não está colocando recursos no orçamento o suficiente para barrar o ingresso de doenças que podem afetar o mercado de carnes do Brasil e afastar importantes compradores dos produtos nacionais", esclarece o senador.

Barreiras - Atualmente, as barreiras sanitárias são utilizadas pelos países importadores como uma barreira comercial. "Se não tivermos tudo organizado e uma fiscalização rígida, podemos perder mercados importantes para o Brasil. O país conquistou mercados em função de problemas sanitários ocorridos em outras nações. E isso pode acontecer conosco." De acordo com Osmar , o Brasil é hoje o maior exportador de carne bovina do mundo. "E nós conseguimos ampliar as exportações de frango em 40% em 2003, com previsão de aumentar em mais 40% este ano. No caso dos suínos conquistamos o mercado da Rússia, que é excelente. Tudo isso está sendo ameaçado pela falta de recursos para fiscalização sanitária", diz.

Gravidade – Osmar Dias explica que o país pode ficar com problemas se descuidar da parte sanitária. "As conseqüências disso seriam gravíssimas. Afetaria até mesmo a balança comercial. O Paraná, se parar de exportar carnes dois anos, teria um prejuízo de US$ 1,5 bilhão de dólares. E além de prejuízo financeiro perdemos a credibilidade, que é nossa melhor e mais importante moeda no mercado internacional. Não podemos concordar que se coloque apenas R$ 68 milhões para a realização de todo o trabalho de sanidade no país inteiro." O senador defende que o governo aumente a verba da fiscalização para R$ 500 milhões. "Sem isso nós estaremos colocando o Brasil com portas abertas para a entrada de doenças e acabando com possibilidade de mercados que abrimos a duras penas. O valor atual é ridículo. Não paga nem a conta para combater a febre aftosa. O governo está sendo irresponsável ao não estruturar a defesa sanitária brasileira", conclui Osmar Dias.

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