Pé de soja Coodetec com 2 metros de altura
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O vigor com que se desenvolveram algumas lavouras de soja na região de Cascavel, no oeste do Paraná, espantou os técnicos da Cooperativa Central de Pesquisa Agrícola (Coodetec). As plantas alcançaram 2 metros de altura, beneficiadas pelo bom nível de material orgânico existente no solo antes do plantio e pelas condições favoráveis de clima e de luz no período do desenvolvimento, informou o pesquisador Marcelo Rodrigues, da Coodetec. Apesar das boas condições das lavoura, que explicam em parte esse crescimento excepcional das plantas, os técnicos da região se surpreenderam com o porte incomum das plantas. A variedade plantada nessas áreas é a CD202, desenvolvida pela própria Coodetec e que é semeada na maioria das propriedades do Paraná. Em condições normais, as plantas alcançam entre 85cm e 95cm.
Fatores
favoráveis - Rodrigues acredita que outros fatores contribuíram
para que a planta alcançasse esse porte inusitado. Entre eles, o fato
de os agricultores da região terem semeado as áreas no final de
outubro, quando os dias são mais longos e, por isso, a claridade é
prolongada. O técnico Edson Feliciano de Oliveira, da Coodetec, explicou
que naquela região os produtores têm utilizado adubo verde com
freqüência, por meio do plantio de aveia no inverno. A massa de material
orgânico proporcionada pela aveia libera nitrogênio e outros micronutrientes
que favorecem o desenvolvimento das lavouras de soja. Foi o que ocorreu com
a lavoura 52 alqueires do agricultor Adelar Corbari, que deverá colher
a área com plantas gigantes no fim de março.
Mais adubo - Após sofrer perdas na safra de soja nos
dois últimos anos, devido à estiagem, ele está animado
com as perspectivas. "Coloquei mais adubo este ano para ver se a produtividade
aumenta porque, com os atuais preços da soja, temos que colher mais",
disse Corbari, que tem em sua área pés de 1,80 a 2 metros de altura.
Apesar de ter virado atração, os pesquisadores da Embrapa não
ficaram entusiasmados com o feito. Para eles, plantas de porte elevado consomem
muita energia para crescer e não, com isso, acaba não sobrando
nutrientes para a produção de grãos. (Gazeta Mercantil).