Paranaguá terá escritório da Bolsa de Chicago
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O que começou como uma visita do presidente da Bolsa de Chicago à Coamo Agroindustrial Cooperativa, de Campo Mourão, em fevereiro, pode culminar com a instalação de um escritório de representação da Bolsa de Chicago em Paranaguá, em 2005. A “sucursal” de Paranaguá passaria a definir os preços de referência para commodities agrícolas nos mercados brasileiro e sul-americano. De acordo com o presidente da Coamo, José Aroldo Gallassini, além do encontro com o governo do estado – que, segundo divulgação feita ontem pelo Palácio Iguaçu, está marcado para o dia 7 de junho –, é necessário que o projeto passe pelo crivo do Banco Central e do Ministério do Trabalho, antes que se torne realidade. Gallassini informa que a intenção inicial é que a sucursal seja inaugurada no ano que vem. O presidente da Coamo afirma que, quando a sucursal paranaense entrar em operação, servirá de referência para cotação da soja produzida em países como Argentina, Paraguai e Bolívia. Hoje, segundo ele, o único país da América Latina que tem uma representação da Bolsa de Chicago é o México.
Entusiasmo - O mercado recebeu com entusiasmo a notícia da sucursal da Bolsa de Chicago em Paranaguá. O analista da Agência Rural Commodities Agrícolas, Seneri Paludo, comenta que, como o Brasil está se transformando em referência mundial em produção de soja, o valor definido no porto paranaense pode guiar o mercado global para o preço do grão. O presidente da Coamo diz que, a exemplo do que ocorre com os produtores rurais norte-americanos, os paranaenses não vão precisar correr o risco de vender seus produtos quando o mercado estiver em baixa. “Não vamos mais deixar os produtos nos armazéns, correndo o risco de perder dinheiro”, comenta. Tanto o governo do estado quanto a Coamo – responsável pela aproximação entre o presidente da Bolsa de Chicago, Charles Carey, e o Palácio Iguaçu – afirmam que, pelo lado norte-americano, a possibilidade da instalação do escritório de representação é bastante boa. Ontem, durante a reunião semanal com os secretários de estado, o governador Roberto Requião disse que a qualidade dos serviços teve papel na escolha do Porto de Paranaguá. Gallassini, da Coamo, informa que a localização do porto paranaense também contribui para a preferência dos diretores da Bolsa de Chicago. “Por sua localização, o Porto de Paranaguá concentra as cargas (agrícolas) dos estados do Paraná, Santa Catarina, Goiás e Mato Grosso.”
Mercado
- Embora a Bolsa de Chicago movimente três vezes o total da produção
norte-americana de soja, por exemplo, Gallassini diz que um dos compromissos
deste mercado é o de não influenciar o preço futuro da
mercadoria fixa. Apesar deste compromisso existir, analistas de mercado dizem
que os contratos futuros negociados em Chicago são, de qualquer maneira,
referência para o comportamento das cotações das commodities
agrícolas. O presidente da Coamo diz que a possibilidade de a sucursal
brasileira negociar contratos em reais também pode facilitar o acesso
do produtor local ao mercado de futuros. (Fonte: Gazeta do Povo)