Ocepar, Faep e Sindileite pedem isenção de ICMS ao longa vida
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Orlando Pessuti - Na manhã desta segunda-feira (27/10), representantes da Ocepar, Faep, Fetaep e da Apras estiveram discutindo o tema com o secretário de Estado da Agricultura e do Abastecimento, Orlando Pessuti, que se comprometeu a levar o assunto ao governador Roberto Requião. Na ocasião, também foi alvo de debate o fato de as grandes redes cobrarem taxas para comercializar o produto. Sobre isso, inclusive, ficou acertado que será constituída uma comissão na Assembléia Legislativa que vai tentar buscar uma solução para esse problema, que segundo Thiesen vem onerando ainda mais a indústria e o produtor. Já sobre a questão Tributária, ficou agendada uma nova reunião, na manhã da próxima segunda-feira (03/11), para avaliar os avanços nessa área. Confira a seguir a íntegra do documento encaminhado ao secretário de Estado da Fazenda, Heron Arzua:
"A cadeia produtiva do leite do Paraná vem encontrando dificuldades,
principalmente devido à distorção no processo de comercialização,
em função de política tributária adotada especialmente
pelos Estados de Minas Gerais e Rio Grande do Sul, para o leite estilizado UHT
(longa vida). Ressalte-se que a partir do mês de junho de 2003, mesmo
ainda estando no período de entre-safra, os preços médios
de comercialização do leite longa vida, levantados pela Universidade
Federal do Paraná, a pedido do CONSELEITE (Conselho Paritário
Produtores e Indústrias), tiveram uma queda de R$ 0,13 (treze centavos)
por litro, representando uma queda de 10,83% no preço final de venda.
Outrossim, informamos que do total do leite recebido e comercializado pelas
empresas participantes do CONSELEITE, 53,78% é comercializado na forma
de leite longa vida, conforme demonstrativo.
Esta queda nos preços de venda das indústrias já prejudicou
os produtores de leite, com a diminuição de quatro centavos por
litro, valores estes que representam uma redução da ordem de 8%
no preço pago ao produtor. Se persistir esta situação,
com certeza os preços pagos aos produtores deverão cair ainda
mais, dificultando a continuidade da produção, desestruturando
toda a cadeia produtiva, acarretando sérios reflexos econômicos
e sociais envolvendo mais de 50.000 produtores de leite do Estado.
Hoje, devido a questão tributária, as empresas paranaenses detêm
apenas cerca de 30% do mercado de leite longa vida, no Paraná, devido
a preferência, sobretudo das grandes redes de distribuição,
na aquisição de leite dos outros Estados. Outro fator que agrava
esta situação diz respeito a política de preços.
O aproveitamento do crédito cheio de 12% pelas entradas com o correspondente
débito de 7% vem, encontrando também dificuldades no comércio
interestadual.
O que vem ocorrendo na prática é a denominada "guerra fiscal",
exemplo do Decreto nº 43.818 de 29 de setembro de 2003 do Estado de Minas
Gerais que concedeu ao leite longa vida isenção nas operações
internas e nas operações interestaduais, atribuindo também
um crédito presumido de 11%, resultando apenas em uma carga tributária
de 1% (um por cento). Não é diferente, a política tributária
do Estado do Rio Grande do Sul, como Minas Gerais, ao agir desta forma, preserva
seu mercado interno e cria uma competição desigual no mercado
de outros Estados.
Esta é em resumo, Senhor Secretário, a situação
de dificuldade vivenciada pelo setor produtivo.Diante do exposto, vimos solicitar
de Vossa Excelência providências necessárias para permitir
que o Estado do Paraná restabeleça o poder de competitividade,
que no nosso entendimento deveria resultar na eliminação de tributação
do leite longa vida nas operações internas e, principalmente vede
a possibilidade da utilização dos créditos nas aquisições
do produto de outros Estados da Federação."