Mercado mais exigente com o frango

Quase simultaneamente à chegada de uma missão técnica da União Européia ao país, o Ministério da Agricultura tomou uma medida para reforçar o controle de resíduos na carne de frango. Segundo normativa publicada no dia 30 de junho no Diário Oficial da União estão "proibidas a fabricação, manipulação, comercialização, importação e uso dos princípios ativos nitrofurano e clorafenicol e os produtos que os contenham (...) para uso veterinário e suscetível de emprego na alimentação de animais". Os dois antibióticos terão de ser retirados do comércio em 90 dias. As substâncias, usadas no tratamento de coccidiose nas aves, são alvo da União Européia, que proibiu seu uso e rejeita alimentos que apresentem tais resíduos. O clorafenicol é proibido desde 1998 no Brasil e em maio de 2002 o governo também proibiu o uso de substâncias contendo nitrofurano na criação de aves e suínos.

Mais controle sanitário - O Ministério decidiu proibir os dois produtos para qualquer uso, pois verificou que havia possibilidade de desvios para a utilização na avicultura, explicou Rui Vargas, diretor do Dipoa - Departamento de Inspeção de Produtos de Origem Animal. Ele reconheceu que a medida visa reforçar o programa de controle de resíduos de alimentos, que será avaliado pela missão européia. Durante 10 dias - iniciados ontem - os técnicos da Comissão Européia irão avaliar serviços veterinários e o controle de resíduos e contaminantes em alimentos de origem animal exportados para a UE. Eles visitarão frigoríficos de aves e de bovinos e serviços de inspeção dos Estados do Sul, São Paulo, Rio e Goiás. A preocupação dos europeus, no caso da carne bovina, é com anabolizantes e hormônios de crescimento. Vargas espera que a visita da missão tenha desdobramentos positivos, e que os europeus aceitem a proposta brasileira de testar 10% das cargas de frango do Brasil que chegam à Europa. Após casos de nitrofurano no Brasil, a UE passou a testar 100% das cargas. (Fonte: Jornal Valor)