MEIO AMBIENTE: Corte ilegal de madeira cai até 75% na década
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A derrubada ilegal árvores em cinco grandes produtores de madeira do mundo, entre eles o Brasil, caiu até 75% desde o início da década graças a medidas de controle adotadas pelos governos e a pressões de ONGs, dos consumidores e da imprensa. A avaliação está num estudo divulgado nesta quinta-feira (15/07) pela organização britânica Chatham House, segundo o qual cerca de 17 milhões de hectares de mata deixaram de ser derrubados.
Ações - O estudo avaliou as ações contra o mercado de madeira ilegal em cinco países produtores, em cinco consumidores e em dois processadores. A tendência é que as medidas contribuam para elevar o preço de madeira nativa pelo mundo.
Brasil - O Brasil aparece como o melhor país produtor em termos de legislações e regulamentações contra o corte ilegal. É também elogiado por um sistema descrito como transparente de monitoramento da madeira. E pelo aumento no número das operações contra o corte ilegal, que saltou de 32 em 2003 para 134 em 2007, diz o estudo. Além do Brasil, Camarões, Gana, Indonésia e Malásia são os produtores estudados pela organização. Os dados brasileiros se referem especificamente à Amazônia.
Produção ilegal - Segundo Adalberto Veríssimo, pesquisador do Imazon, um centro de pesquisas florestais da Amazônia, o Brasil reduziu muito a produção ilegal de madeira desde os anos 80, quando quase 100% do que era extraído estava fora da lei. Hoje, a ilegalidade estaria entre 40% e 50%. "Se a gente continuar nesse ritmo, nos próximos cinco ou seis anos vamos transformar o mercado ilegal em algo marginal, em cerca de 10%." Veríssimo fez a revisão técnica da pesquisa. Apesar dos avanços, 100 milhões de 3 de madeira ainda são cortados ilegalmente por ano.
Demanda - Pelo lado da demanda também houve queda. De 2004, pico da importação de produtos feitos de madeira ilegal na década, até 2008, houve uma redução de 30%, para 27 milhões de m3 -, ou cerca de US$ 6 bilhões. Japão e EUA são os maiores consumidores. Segundo o estudo, um dos desafios centrais agora é reduzir o fluxo de madeira ilegal via países processadores, como China e Vietnã. Mais em www.chathamhouse.org.uk . (Valor Econômico)