Lucro dos seis principais bancos cresceu 43% em 2005

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O Bradesco fechou 2005 com lucro líquido recorde de R$ 5,514 bilhões, resultado 80,2% superior ao do ano anterior (R$ 3,06 bilhões). De acordo com levantamento da consultoria Economática, o lucro do Bradesco é o maior da história entre os bancos de capital aberto de toda a América Latina --os dados já foram ajustados pelo IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo, do IBGE). O segundo maior resultado é do Itaú, que teve lucro recorde de R$ 5,251 bilhões no ano passado, um crescimento de 39% em relação a 2004. “O ano de 2005 foi o maior lucro da nossa história de 62 anos. Eu destacaria o forte crescimento da nossa carteira de crédito, a consolidação da segmentação da nossa base de clientes, o melhor desempenho do grupo Bradesco Seguros e o forte controle de custos", disse o presidente da instituição, Mácio Cypriano.

Taxas de juros – O lucro dos seis principais bancos citados na reportagem da Folha de São Paulo cresceu de R$ 14,31 bilhões para R$ 20,47 bilhões, o que dá uma média de crescimento de 43%. O resultado dos bancos brasileiros foi favorecido pelas altas taxas de juros. A Selic, taxa que remunera cerca de 50% dos títulos públicos, ficou, em média, acima de 19% no ano passado, o que gera receitas para os bancos. Além disso, o juro médio bancário brasileiro, de 44,7% ao ano, é o maior do mundo, segundo levantamento feito pela Folha de S.Paulo a partir de dados do FMI (Fundo Monetário Internacional).

Receita do agronegócio caiu – Em contrapartida, o melhor ano para o sistema financeiro brasileiro foi um dos piores do agronegócio, cujo Valor Bruto da Produção (VBP) caiu R$ 19,7 bilhões em função das perdas causadas pela estiagem e pela queda nos preços no mercado internacional. O VBP do agronegócio caiu de R$ 188,2 bilhões em 2004 para R$ 168,5 bilhões em 2005.

Cresce participação dos bancos estrangeiros – Embora o maior lucro tenha sido de bancos privados e estatais com controle nacional, os bancos com controle estrangeiros vêm ganhando espaço no Brasil. Segundo dados do Banco Central divulgados em 2004, a participação do Patrimônio Lìquido (PL) dos bancos com controle estrangeiro cresceu de 14,29% em 1997 para 28,06 % sobre o total do PL do Sistema Financeiro Nacional (SFN), enquanto a participação dos bancos privados nacionais apresentou um crescimento inexpressivo nesse período, de 51,82% para 53,17%. Os bancos com controle estrangeiro ficaram com a fatia perdida pelos bancos públicos estaduais, cuja participação do PL no SFN caiu de 11,48% para 4,33%. Também a participação do PL da Caixa Econômica Federal e do Banco do Brasil sobre o SFN caíram nesse período, de 9,09% para 3,92 e 11,76% para 8,28%, respectivamente.

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