IPEA: Renda do brasileiro cresceu 28% de 2004 a 2009
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A política social teve papel central na redução da desigualdade social e fez com que a renda média do brasileiro crescesse 28% e a desigualdade caísse 5,6% de 2004 a 2009. A conclusão é de um levantamento realizado pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), órgão ligado ao governo federal, que foi divulgado nesta quinta-feira (15/09).
Coeficiente Gini - ''No período 2004-2009, a desigualdade na distribuição de renda entre os brasileiros, medida pelo coeficiente de Gini, diminuiu 5,6% e a renda média real subiu 28%. Essa evolução na distribuição de renda foi, em grande parte, motivada pelo crescimento econômico e a geração de empregos'', aponta o levantamento.
Transformações sociais - O estudo '''Mudanças recentes na pobreza brasileira'' aborda as transformações sociais provocadas pela redução na desigualdade de renda de 2004 até 2009. As mudanças demográficas e o lento aumento da escolaridade da população adulta também foram apontados como causas da melhora dos indicadores, segundo o estudo. Durante o período analisado, a parcela da população brasileira vivendo em famílias com renda mensal igual ou maior do que um salário mínimo per capita subiu de 29% para 42%, passando de 51,3 a 77,9 milhões de pessoas.
Divisão - Mesmo com a melhora, em 2009, ainda havia 107 milhões de brasileiros vivendo com menos do que R$ 465 per capita mensais. Usando os critérios para concessão de benefícios do Programa Bolsa Família, as pessoas com essa renda podem ser divididas em três estratos de renda. Extremamente pobres, que, em 2009, tinham renda até R$ 67 mensais; os pobres, com renda entre R$ 67 e R$ 134; e os vulneráveis, com renda entre R$ 134 e R$ 465.
Paraná - O professor do curso de Economia da Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUC-PR), Carlos Magno Bittencourt, disse que o Paraná seguiu a mesma tendência nacional de aumento da renda. Ele destacou que, no Estado, um fator que contribuiu para isso foi a criação do salário mínimo regional. Bittencourt ressaltou que o crescimento da economia como um todo, os programas sociais e a política econômica do governo federal durante a crise de 2008, foram determinantes para elevar a renda da população. Além disso, o Programa Universidade para Todos (ProUni) permitiu que mais jovens frequentassem pudessem frequentar a universidade, o que aumenta a qualificação profissional e, por consequência, a renda. No período de 2004 a 2009 também houve mais abertura de empregos.
Continuidade - Ele acredita que a renda deve continuar a crescer nos próximos anos com a política da presidente Dilma Rousseff de combate à miséria, o que deve dar mais acesso ao consumo a uma parcela maior da população.
Pobreza extrema - O estudo do Ipea também indicou que cerca de 6,3 milhões de pessoas deixaram a pobreza extrema no país entre 2004, quando o Bolsa Família foi criado, e 2009. Em 2004, eram 15 milhões de brasileiros na miséria -quem ganha R$ 67 mensais ou menos, de acordo com o critério adotado. Em 2009, o dado baixou para a 8,7 milhões. (Folha de Londrina, com Folhapress)