INSUMOS: Setor de adubos tenta dar fôlego à produção no país

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Grande produtor agrícola, com uma colheita que deve chegar a 159 milhões de toneladas de grãos na safra 2011/2012, e terceiro maior exportador de alimentos, o Brasil ainda importa cerca de 70% dos fertilizantes que utiliza em sua agricultura. Foram 24,5 milhões de toneladas desses produtos em 2010 e 23,9 milhões de toneladas entre janeiro e outubro deste ano, segundo a Associação Nacional para Difusão de Adubos (Anda). Com a estimativa de ampliação da produção agrícola brasileira em 40% até 2019, maior será a necessidade de adubos e, portanto, dos minerais que entram em sua composição, como potássio e fosfato. Juntamente com o nitrogênio, produzido a partir do petróleo, eles são utilizados na formulação básica (NPK) dos fertilizantes. As importações de fosfato correspondem a 49% do consumo nacional e as de potássio chegam a 90%.

 

Investimentos totais - De acordo com o presidente da Anda, David Roquetti Filho, os investimentos totais em fertilizantes no país devem somar US$ 13 bilhões no período de 2010 a 2016 e representa 182 milhões de toneladas de capacidade de produção adicional. "Se os investimentos forem concretizados, a relação entre importação e produção nacional vai mudar muito", diz Roquetti.

 

Potássio do Brasil - A Potássio do Brasil já investiu US$ 30 milhões, desde 2009, em um projeto de exploração de potássio no Estado do Amazonas e vai destinar mais US$ 50 milhões nos próximos 12 meses para definir o tamanho da jazida e sua viabilidade econômica. Segundo Helio Diniz David Argyle, diretor executivo da companhia, as estimativas apontam para uma produção de 4 milhões de toneladas anuais de cloreto de potássio, correspondentes a 60% do consumo nacional. A operação deve demandar investimentos totais de até US$ 4 bilhões em quatro anos.

 

Vale - Já a Vale pretende investir US$ 15 bilhões, até 2020, na expansão de operações e abertura de novas unidades na área de fertilizantes, o que deverá colocar a companhia entre os principais players mundiais do setor. Em 2010, a empresa adquiriu a Fosfertil e as operações de nutrientes da Bunge no Brasil, por um total de US$ 5,88 bilhões, e criou a Vale Fertilizantes, com negócios de fosfato e nitrogenados em São Paulo, Minas, Goiás e Paraná. Em Sergipe, a Vale detém a única mina de potássio em operação no Brasil, a Taquari-Vassouras, com capacidade para 650 mil toneladas por ano. Além disso, a companhia recebeu este ano a licença prévia do projeto Carnalita, também em Sergipe, previsto para ser, segundo a Vale, a maior planta em extração de potássio do país. Com início de operação previsto para 2016, o projeto prevê uma unidade de beneficiamento com produção de 1,2 milhão de toneladas anuais.

 

Projeto Salitre - A Vale também desenvolve o projeto Salitre, em Patrocínio (MG), em fase de estudo de viabilidade econômica, que consiste em uma mina com capacidade inicial estimada de 2,2 milhões de toneladas anuais de rocha fosfática.

 

Testes - A canadense Rio Verde Minerals, criada em dezembro de 2010 para investir no Brasil, realiza testes em um projeto de potássio na bacia de Sergipe, no município de São Cristóvão e prevê inaugurar, no primeiro semestre de 2012, uma indústria de fosfato no Pará. (Valor Econômico)

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