Governo chinês não enviará inspetores para avaliar produto brasileiro
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A China não enviará inspetores para fazer a pré-vistoria dos carregamentos de soja nos portos brasileiros. A proposta chegou a ser feita ao vice-ministro da Quarentena da China, Ge Zhirong, por Maçao Tadano, chefe da missão brasileira que foi a Pequim, negociar o fim do embargo às exportações de soja do Brasil. As autoridades chinesas consideraram suficiente a rigidez da norma adotada pelo Ministério da Agricultura para garantir a qualidade da soja e admitiram, apenas, a possibilidade de enviar uma missão para supervisionar os procedimentos adotados pela fiscalização brasileira.
Instrução nº 15 - O acordo permitirá o desembarque de todos os navios que estão a caminho da China, inclusive os que zarparam antes do dia 11 de junho, quando foi editada a Instrução Normativa nº 15, que define os padrões de tolerância para presença de sementes tratadas. No caso dos inspetores chineses constatarem a presença de sementes nos carregamentos de soja, o exportador terá a opção de fazer a "limpeza" da carga, arcando com os custos dessa operação. "Caso sejam encontradas sementes vermelhas (tratadas com agroquímicos), espera-se que seja em número muito reduzido possibilitando a coleta manual dessas sementes", explicou por telefone o chefe da Divisão de Cooperação Técnica e Acordos Sanitários Internacionais do Ministério da Agricultura, Odilson Ribeiro, que integra a missão brasileira em Pequim. Ele estima que existam cerca de 20 navios em trânsito que partiram antes da edição da Instrução Normativa.
Suspensão
- Formalmente, o embargo imposto às 23 empresas brasileiras de exportação
só será suspenso depois que o Ministério da Quarentena
publicar, em sua página oficial na internet, os termos do acordo assinado
pelas autoridades chinesas e brasileiras, o que deve ocorrer nos próximos
dias. Ontem, o governo da China recebeu a versão em português do
acordo, que já havia sido assinado nas versões em língua
chinesa e inglesa no dia anterior. Odilson Ribeiro fez questão de desmentir
boatos de que ainda não havia garantia de que a China iria retomar as
importações de soja brasileira. Segundo ele, os " rumores
" tiveram origem na Administração Estatal de Grãos
da China, que não é a fonte correta para tratar de questões
sanitárias envolvendo importação de alimentos. Esses boatos,
divulgados por agências de notícias, deixaram os exportadores brasileiros
preocupados, o que fez com que a assessoria do Ministério divulgasse
uma nota oficial explicando os detalhes do acordo. (Valor Econômico)