Fungo fatal põe fim à expansão da soja brasileira

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Após quase uma década de preços crescentes e lucros recordes, os produtores de soja no Brasil, o 2º maior produtor e exportador mundial, estão prevendo tempos piores. Um dos motivos foi a queda em quase 30% do preço da soja desde que atingiu seu mais alto nível em mais de 15 anos, em março, ceifando as margens de lucro. A depreciação deveu-se, em grande parte, à decisão da China de cortar as importações e da colheita recorde nos EUA, maior produtor e exportador do mundo. No entanto, outro grande fator é a ferrugem asiática, um fungo fatal que vem devastando as plantações do Brasil desde que chegou à América do Sul, há três anos. A emergência da doença, que pode destruir até 80% da plantação se não for tratada, tem aumentado os custos de produção significativamente, em uma época de lucros estreitos por causa da queda dos preços. Como resultado, a enorme expansão observada na indústria de soja brasileira, que é responsável por quase metade das exportações de produtos agrícolas do país, está começando a cair. Segundo analistas, é improvável que supere os EUA em produção na próxima safra.

Preços - O golpe duplo de preços mais baixos e custos mais altos está freando o crescimento explosivo da área plantada com soja do Brasil, uma expansão que, segundo grupos de ecologia, ameaça a Amazônia. Depois de anos em que a área da soja cresceu até 15% ao ano, esta safra deve expandir em apenas 6%, para 22,8 milhões de hectares, de acordo com a agência de estatísticas do governo. "Do jeito que vão as coisas, a soja no Brasil não vai crescer tanto quanto as pessoas previam. Vamos ter uma nova situação no Brasil nos próximos anos, que provavelmente será de redução da área plantada com soja", disse André Pessoa, sócio da Agroconsult, firma de consultoria em agrobusiness na Flórida.

Controle - Mesmo que a área plantada com soja contraia na próxima safra, ninguém ainda prevê queda importante na produção do País. Quanto mais a ferrugem se espalha, mais os produtores aprendem a conter a doença, apesar de gastarem mais com fertilizantes e fungicidas. Além disso, o gerenciamento das lavouras, em geral, continua melhorando. Nesta safra, que termina em setembro, por exemplo, o Brasil deve produzir entre 61,4 milhões e 64,5 milhões de toneladas de soja, dependendo da previsão, com um aumento modesto da área plantada. Os EUA, por outro lado, colheram 85,7 milhões de toneladas de soja, contra 66,8 milhões na safra anterior, de acordo com o Departamento de Agricultura dos EUA. (Fonte New York Times)

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