FEIJÃO: Produtor cobra novas variedades e garantia de preço

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O agricultor Sérgio Komura, que administra junto com os irmãos uma propriedade em Mauá da Serra (norte do estado), partilha da opinião dos que consideram o feijão uma cultura de grande potencial econômico. ""(O feijão) não pode mais ser visto como uma cultura de subsistência. É preciso desmistificar e ter uma visão comercial e mais empreendedora", afirma. Komura aposta na cultura há 11 anos, cultivando a variedade Iapar 81. Nesta safra plantou 150 hectares e deve ter um rendimento de 2.500 kg/ha. O agricultor, que é engenheiro agrônomo, se queixa da falta de opções. "Falta genética, há anos cultivo o mesmo material", diz, citando como uma das características desejáveis o porte ereto, que facilita a colheita mecânica.

Custo de produção - O alto custo de produção também é, segundo o produtor, uma das restrições à cultura. "Nesta safra, particularmente, os preços de adubos e fertilizantes explodiram. Os fertilizantes que no ano passado custaram R$ 970 hoje chegam a R$ 1.900", exemplifica.

Apoio Agrária - Como todas as outras culturas, o feijão precisa de apoio governamental e o reforço da assistência técnica. Komura destaca os serviços da Cooperativa Integrada, a única da região a se dedicar à cultura e que atende os 15 agricultores que cultivam feijão. A cooperativa disponibiliza desde o ano passado um secador de feijão, útil quando a colheita é feita na chuva. "Sem o secador, há perdas significativas", afirma o produtor.

Garantia de preço - Para obter bons resultados e não ficar à mercê de cerealistas, que definem a remuneração segundo critérios próprios, seria necessária a garantia de preço, como defende Komura. Na última safra, segundo ele, recebeu R$ 120 pela saca do produto, valor que varia de acordo com o comprador. "Muitas vezes, a cor um pouco diferente determina uma mudança no preço", descreve. Com planejamento e organização, a família consegue se manter na atividade. A área da propriedade é ocupada com lavouras de milho, soja, trigo e aveia branca, em cinco safras anuais. "Com isso, preços e situações desfavoráveis acabam se diluindo no ano inteiro", diz Komura. (Folha de Londrina)

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