COAMO: Ministro Paulo Bernardo visita Campo Mourão

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O ministro do Planejamento, Orçamento e Gestão, Paulo Bernardo esteve na manhã desta segunda-feira (02/06) participando de encontro com políticos e lideranças no auditório da Comcam - Comunidade dos Municípios de Campo Mourão. Na oportunidade o ministro falou ao Informativo Coamo sobre vários assuntos ligados à agricultura, como dívidas rurais, produção de alimentos, alta dos insumos e cooperativismo. Veja a seguir trecho desta conversa com o ministro:

Informativo Coamo (IC) - Ministro, com relação a Medida Provisória 432, o que o governo espera na prática dessas medidas para o setor agrícola?

Paulo Bernardo (PB) - A agricultura teve dois ou três anos muito ruins, e felizmente já temos 2006 e 2007, anos melhores. O que ficou foi um déficit de recursos, uma dificuldade muito grande para os agricultores, uma boa parcela deles descapitalizada. Então, com essa medida provisória, nós acreditamos que vamos conseguir reinstruir a condição para o produtor rural não apenas para produzir normalmente no seu trabalho do dia-a-dia investimentos, inclusive, lançamos na nova política industrial uma política de desenvolvimento produtivo, com facilidade tributária e de créditos para venda de máquina, construção de silos. O objetivo é dar condição para produzir, vender, ganhar dinheiro, abastecer o país e o mundo, porque o Brasil tem vocação para isso.

IC - Na demanda de alimentos o Brasil está preparado para esta oportunidade, atravessar esta fase, quando muitos países terão problemas sérios para a produção de alimentos?

PB - Este é um problema sério mesmo, se você olhar do ponto de vista de mundo e de uma boa parte de países, este é um problema grave, falta uma produção maior, os estoques diminuíram nos últimos anos e a demanda aumentou muito. Há uma disparada nos preços, se olharmos com cuidado e tomarmos todas as medidas cabíveis do ponto de vista do Brasil, os produtores rurais são uma oportunidade, se precisar ter mais alimento, quem senão o Brasil tem terra disponível, tem ainda muitas áreas de pastagens que pode ser substituída para produção de grãos, que tem condições de investir, que tem sol, água, tecnologia, gente que sabe trabalhar a terra. Nós temos que olhar isso como uma oportunidade para que o Brasil cresça muito na sua produção e abasteça o mundo, acho que temos que aproveitar esta chance.

IC - Neste contexto, o orgulho de ser paranaense que é o mais desenvolvido do Brasil?

PB - O mais desenvolvido e o mais organizado, está em boas condições. Temos que resolver algumas coisas além da renegociação das dívidas, temos que resolver também a questão de insumos, fertilizantes, adubos, que dispararam o preço, acho que não tem nem motivos para estar tão caro, provavelmente porque nós temos poucas empresas trabalhando nisso. Nós começamos a discutir com as cooperativas a possibilidade de se fazer uma parceria com algum organismo do governo, ou até mesmo com a Petrobrás, para montar mais fábricas, e produzir insumos mais baratos e em boas condições para o produtor. Quando se fala em crise de alimentos, a gente tem que olhar do lado de cá, é uma oportunidade para o Brasil.

IC - Então ministro, o cenário é promissor, é de confiança?

PB - É claro, vi notícias, por exemplo, que o Banco Mundial disse que os preços vão ficar altos até 2015. Para quem está na gôndola isso pode ser um problema, mas para quem está do lado da produção, dirigindo um trator, amassando barro para fazer o produto sair da terra, isso é uma notícia muito boa. Vamos ser francos, porque nós temos que ter um equilíbrio entre as duas bandas, mas é uma boa chance. (Informativo Coamo)

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