EUA já admite rever subsídios agrícolas na ALCA

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O secretário do Tesouro americano, John Snow, iniciou ontem (22) sua visita oficial de dois dias ao Brasil afirmando que, para avançar nas discussões sobre a Área de Livre Comércio das Américas (Alca), o governo dos EUA está disposto a rever subsídios agrícolas e outras barreiras que dificultam a entrada de produtos brasileiros em seu mercado. Antes de deixar Washington, ele teve uma longa conversa com Robert Zoellick (espécie de ministro do comércio exterior americano). "Ele pediu que transmitisse ao presidente Lula, ao ministro (Antônio Palocci, da Fazenda) e aos membros do Congresso brasileiro o nosso compromisso firme de abrir o comércio em todas as áreas. Vamos colocar tudo na mesa, de sopa a amendoim. E é claro que a questão da agricultura tem que fazer parte dessa discussão", disse Snow, após encontro com Palocci, informou o Jornal O Valor na sua edição desta quarta-feira (23).

Todos têm de ganhar - Segundo Snow, a redução das barreiras comerciais "é uma questão de se negociar". Uma questão de "toma lá, dá cá", como traduziu o intérprete que o acompanhava. Snow disse ter "plena confiança" de que os dois lados "têm a ganhar" com a discussão sobre o aprofundamento da abertura comercial dos dois países. Em sua opinião, discussões sobre subsídios agrícolas devem também ser levadas à Organização Mundial do Comércio (OMC). Snow disse que o governo de seu país ficou "desapontado" com a posição brasileira contra a invasão do Iraque. Ressaltou, no entanto, que os EUA respeitam essa posição e que não vão misturar a questão com a discussão sobre o relacionamento comercial entre os dois países. O secretário do Tesouro também disse que o governo de seu país não apenas concorda como vai estimular o uso da cláusula de ação coletiva nas emissões de títulos de dívida soberana dos países. Esta seria, para ele, uma medida "desejável".

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