EMBARQUES: Cooperativas batem recorde de exportações

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As cooperativas paranaenses totalizaram US$ 2,2 bilhões em exportações ao longo de 2011. O valor representa um crescimento de 36,2% em relação à 2010, quando atingiu US$ 1,64 bilhões. O volume comercializado também sofreu acréscimo de 16,3%, passando de 3,2 milhões de toneladas para 3,74 milhões. ''Tivemos uma situação perfeita, um ano com boa produção nos campos e preços adequados das commodities no mercado internacional'', justifica o analista técnico e econômico da Organização das Cooperativas do Estado do Paraná (Ocepar), Gilson Martins.

 

Liderança - A importância do Paraná no agronegócio brasileiro se evidencia pela liderança do Estado nas exportações nacionais. Em janeiro de 2012, as cooperativas do Paraná movimentaram US$ 113,2 milhões no comércio exterior, o equivalente a 32,09% do total exportado pelo setor no País, que totalizou US$ 352,9 milhões. No período, as exportações das cooperativas brasileiras alcançaram o melhor resultado desde 2006 e sofreram incremento de 21% em comparação a janeiro de 2011, quando os embarques somaram US$ 291,6 milhões.

 

Complexo soja - No primeiro mês do ano, o complexo soja se manteve como principal produto exportado pelas cooperativas paranaenses, responsável por 57,4% das negociações. Os principais destinos consumidores no mês foram Alemanha, Holanda, França, Rússia e Coreia do Sul, responsáveis por 69,3% das aquisições externas do setor. ''A exportação é uma alternativa para dar mais liquidez aos produtores agrícolas. Diante das variações do câmbio e das cotações internacionais em patamares acima dos de 2010, podemos afirmar que o agricultor paranaense saiu ganhando em 2011'', avalia Martins.

 

Importações - O Paraná também foi destaque nas importações durante janeiro, sendo responsável por 39,7% do total brasileiro, com o equivalente a US$ 9,1 milhões. Segundo Martins, as perspectivas para 2012 são de apreensão, tendo em vista a quebra da safra paranaense e a crise financeira na Europa. ''A crise preocupa, mas o Brasil ainda se beneficia da alta demanda chinesa por alimentos'', afirma.

 

Café - O levantamento elaborado pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio (MDIC) aponta que o produto mais vendido pelas cooperativas brasileiras em 2011 foi o café, representando 20,3% do total exportado, seguido pelo farelo de soja, com 17%. No total, as exportações do agronegócio brasileiro alcançaram o valor recorde de US$ 88,9 bilhões em 2011, 25% superior ao do ano anterior. O saldo comercial avançou mais de 400%, acumulando US$ 412,3 bilhões, sendo US$ 61,9 bilhões só em 2011.

 

Mercado - Em 2011, o volume total de exportações do agronegócio brasileiro subiu 1,85% em comparação a 2010. O valor movimentado, entretanto, sofreu acréscimo de 25% no período. O aumento foi causado, em grande parte, pela valorização de 26,7% do dólar. Em contraposição, a taxa de câmbio efetiva real do agronegócio sofreu valorização de 19,2% entre 2010 e 2011. ''A valorização do câmbio quase anulou o efeito expansivo dos preços externos, o que fez a atratividade permanecer praticamente inalterada entre 2010 e 2011 (alta de 0,5%)'', explica a pesquisadora do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), da Esalq/USP, Andréia Adami.

 

Média dos preços - Entre 2010 e 2011, as médias dos preços de exportação dos principais produtos do agronegócio sofreram forte valorização, com destaque para café (56,71%), óleo de soja (39,03%), suco de laranja (34,65%) e álcool (31,47%). Segundo Andréia, mesmo diante da crise, a estimativa para 2012 é de que a demanda mundial pelos produtos do agronegócio se mantenha firme, devido ao crescimento da população e da renda de países como China e Índia. ''Especialmente no caso dos alimentos, a demanda deve permanecer relativamente constante, com os preços ficando dependentes do comportamento da oferta mundial e do grau de liquidez, que deverá continuar crescendo'', avalia. (Folha Rural / Folha de Londrina)

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