DÓLAR: Guerra cambial diminui, mas controles continuam
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A recente valorização do dólar e do yuan reduziu um pouco a tensão em torno da chamada guerra cambial e torna menos provável o uso de novos controles de capitais pelas economias emergentes. Mas a depreciação cambial ainda parece insuficiente para encorajar países como Brasil, África do Sul e Coreia a levantar os controles cambiais adotados nos últimos anos.
Sobrevalorização - Cálculos do Peterson Institute for International Economics, um centro de estudos de Washington, mostram que a sobrevalorização do dólar perante moedas do resto do mundo aumentou de 8,5% para 9,3% entre abril e outubro. Na direção inversa, a sobrevalorização do real diminuiu de 10,1% para 5,2%.
O yuan se fortaleceu nos últimos meses, ainda que não o bastante para corrigir toda a subvalorização. Em outubro, a moeda chinesa estava sobrevalorizada em 10,6%, ante 16% em abril.
Emergentes - Se a apreciação do dólar for apenas temporária, os países emergentes estarão menos inclinados a remover controles de capitais. Se a situação na Europa melhorar, os fluxos de capitais aos países emergentes tendem a se recuperar. Nessa direção, há também o risco de os países desenvolvidos promoverem novo ciclo de expansão monetária para evitar maior desaceleração econômica.
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Alta - Nesta quinta-feira (17/11) o dólar subiu mais 0,74%, cotado a R$ 1,78, maior valor em quase um mês. Na visão de economistas brasileiros, a volatilidade deve continuar, com o dólar oscilando entre R$ 1,75 e R$ 1,80. Uma nova disparada, como houve em setembro, só aconteceria no caso de eventos mais dramáticos na Europa, como a saída de um país da zona do euro ou a quebra de grandes bancos. Jose Wynne, chefe da área de análise de câmbio para as Américas do Barclays Capital, não vê espaço para novas aplicações de investidores estrangeiros na moeda brasileira, como ocorreu no passado recente. Sua visão para o real é "neutra".
Fluxo - Com fluxo pífio no mês, o câmbio oscilou apenas em função dos movimentos externos. O ingresso de capitais também continua fraco, com os investidores à espera de que as medidas de taxação do investimento estrangeiro sejam removidas. Estudo aponta que a redução a zero do IOF de 6% sobre aplicações de renda fixa poderia trazer de US$ 9 bilhões a US$ 16 bilhões para o Brasil em três meses. (Valor Econômico)