CRISE NO CAMPO II: Ministro sugere MP do Bem para a agricultura

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O ministro da Agricultura, Roberto Rodrigues, pede socorro urgente para o campo - mais dinheiro para sustentar os preços na safra, prorrogação de vencimentos, caso a caso, mais recursos para a temporada 2006-2007 e uma série de providências para redução de custos, enfeixadas numa “MP do Bem” para o setor rural. Essa MP incluiria isenção de impostos para importação de insumos e ampliação do crédito com juros mais baixos e estímulos à produção de biodiesel de soja no Centro-Oeste, para aproveitamento de excedentes.

Projeções - “Há uma crise real na agricultura e achamos que vem aí uma grande redução da área plantada”, disse. “Para 2007, não haverá problema porque o mundo terá produção suficiente para compensar. Mas, se a tendência continuar até 2008 e o dólar voltar a subir, como espero, o resultado será inflação.” Enquanto procura apoio para os produtores encurralados entre o aumento de custos e a queda do câmbio e dos preços, Rodrigues enfrenta no governo uma nova onda de ataques ao agronegócio. O ministro do Desenvolvimento Agrário, Miguel Rossetto, defende a adoção de novos índices de produtividade para discriminação das terras passíveis de desapropriação.

Mudanças - Esse tipo de política perdeu sentido, argumenta Rodrigues. A agropecuária mudou amplamente nos últimos 30 anos. Só entre 2000 e 2005 a produção de grãos e oleaginosas cresceu 32% e o saldo comercial do setor dobrou, chegando a US$ 38 bilhões no ano passado. A área plantada aumentou 28,3% nesse período, com acréscimo de 11,1 milhão de hectares. A crise não é de ineficiência nem de subutilização, diz o ministro. Nos últimos 3 anos, houve secas em diversas áreas. As perdas somadas - produção esperada e não colhida - foram de 35 milhões de toneladas. Os custos subiram, puxados pela demanda de insumos, como petróleo e aço, mas os preços e o câmbio caíram. “Plantamos a safra de 2004-2005 com o dólar em R$ 3 e colhemos em R$ 2,40. Esperávamos que melhorasse, mas aconteceu o contrário. Plantamos no ano passado em R$ 2,40 e estamos vendendo por pouco mais de R$ 2”, disse. “Com o dólar em R$ 2,20, os produtores de soja de Mato Grosso não vão fechar as contas.” (Com informações Folha de Londrina).

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