CRISE NO CAMPO II: Ajuda agrícola começa a chegar na terça

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O dinheiro prometido pelo governo para a agricultura chega ao mercado a partir de terça, com o início de uma série de leilões. O primeiro será de milho, quando a Conab (Companhia Nacional de Abastecimento) promove o PEP (Prêmio de Escoamento do Produto) de 100 mil toneladas. Ivan Wedekin, secretário de Política Agrícola, diz que a programação do governo é promover o leilão de 4 milhões de toneladas de milho neste ano, volume que supera a estimativa de 3,8 milhões de toneladas dos estoques de passagem desta safra para a próxima. Os gastos nas operações com milho serão de R$ 420 milhões, 35% do R$ 1,23 bilhão de apoio à comercialização desta safra.

Leilões - Wedekin diz que serão utilizados vários instrumentos, dependendo do momento do mercado: AGF (Aquisição do Governo Federal), POP (Prêmio de Opção Privada), além do PEP. "É uma intervenção enxugadora", diz ele. Ainda na próxima terça-feira, a Conab fará leilão PEP de 100 mil toneladas de arroz. A intenção do governo é promover o leilão de 1,2 milhão de toneladas do produto, no valor total de R$ 306 milhões. Na quarta-feira será a vez dos leilões de trigo e de mandioca. No caso do trigo, a previsão de retirada de produto do mercado é de 1 milhão de toneladas, com gasto de R$ 209 milhões. Já a programação da Conab para a mandioca é leiloar 1 milhão de toneladas no ano, no valor de R$ 25 milhões. Os leilões de algodão, ainda não definidos, somam 460 mil toneladas, no valor de R$ 253 milhões. Wedekin, que participou ontem da apresentação dos dados finais do Rally da Safra, não quis detalhar as novas medidas de apoio estrutural à agricultura.

Forte quebra - A cada nova estimativa de safra de soja, os dados mostram novas reduções. Ontem foi a vez de a Agroconsult, responsável pelo Rally da Safra, reavaliar a safra. Após percorrer 21 mil quilômetros, os participantes do rally estimam a produção de soja deste ano em 53,5 milhões de toneladas. "E com viés de baixa", acrescenta André Pessôa, diretor da Agroconsult. Segundo ele, as condições climáticas se deterioram ainda mais após o final de março, término do rally. (Folha de S. Paulo)

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