Coodetec investe R$ 21 milhões em novas variedades

Representantes de 40 cooperativas de produção brasileiras filiadas à Coodetec- Cooperativa Central de Pesquisa Agrícola - participaram de Assembléia Geral Ordinária ontem, na sede, em Cascavel. A Ocepar foi representada pelo ex-presidente e assessor da diretoria Guntolf van Kaick. A Assembléia avaliou e aprovou por unanimidade, balanço e prestação de contas de 2005 e definiu metas e investimentos para o atual exercício. Braço tecnológico das cooperativas às quais estão hoje filiados 173 mil agricultores, a Coodetec tem como missão gerar e comercializar tecnologias inovadoras para o agronegócio. Em 31 anos dedicados à pesquisa, a Central acumulou um dos maiores bancos de germoplasma em mãos da iniciativa privada na América do Sul, e já ofereceu ao mercado agrícola 102 novas variedades de trigo, soja, milho e algodão.

Biotecnologia - A Coodetec também assumiu a vanguarda na área de biotecnologia em soja. Quatro variedades CD RR lançadas na última safra representaram 70% da semente de soja transgênica disponível no mercado brasileiro. Mais investimentos Segundo o presidente da Central, Irineo da Costa Rodrigues, o orçamento aprovado ontem projeta para este ano, investimentos da ordem de R$ 15 milhões em pesquisa e desenvolvimento de novas cultivares de soja, milho, trigo e algodão e outros R$ 6 milhões em ampliação da infra-estrutura destinada a pesquisas. As ampliações beneficiarão os Centros de Pesquisa de Cascavel e Palotina, no Paraná e Primavera do Leste, no Mato Grosso, além da conclusão da Unidade de Beneficiamento de milho em Paracatu, Minas Gerais, iniciada em 2005 e da estrutura em Lucas do Rio Verde, em Mato Grosso.

Evolução - "Além dos investimentos em recursos humanos e infra-estrutura, também pretendemos ampliar os convênios na área de biotecnologia e cooperação internacional. Os avanços na biotecnologia deixam claro que a evolução tecnológica virá pela semente, em substituição a outros insumos predominantemente químicos, hoje utilizados. Este será um novo paradigma para a agricultura mundial, com a redução significativa de químicos, o que resulta em impacto ambiental positivo", observa Rodrigues.

Números surpreendem - Segundo o diretor-executivo da Coodetec, Ivo Marcos Carraro, a Coodetec não passou ao largo da crise vivida pelo agronegócio. O setor de grãos, que já vinha tendo seus preços comprimidos no mercado mundial, teve sua liquidez comprometida pela desvalorização do dólar e pela estiagem, que atingiu, em maior ou menor grau, a quase todas as regiões produtoras. Apesar deste cenário, observa Carraro, a Central expandiu negócios, alcançando R$ 83 milhões em faturamento em 2005, contra R$ 55,7 milhões no ano anterior. Embora não deva servir como parâmetro de avaliação em relação às Cooperativas singulares, devido às características diferentes, o resultado líquido do exercício apresenta números surpreendentes:alcançaram R$ 12,1 milhões contra R$ 8,3 no exercício 2004.