COMMODITIES: Em mais um dia de nervosismo, grãos têm forte queda em Chicago

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A preocupação com a crise europeia voltou a pesar sobre as commodities agrícolas, nesta quarta-feira (28/09). A aversão ao risco, em um cenário de incerteza sobre os rumos da economia, fez com que investidores liquidassem posições nos mercados de soja, milho e trigo em Chicago. No pregão da soja, os contratos de segunda posição, geralmente os mais negociados, fecharam em queda de 39,50 centavos (-3,09%), a US$ 12,3550 por bushel. Os contratos de milho cederam 21,75 centavos (-3,26%) para US$ 6,44 por bushel, enquanto o trigo fechou a US$ 6,7175 por bushel, um recuo de 20,25 centavos (2,92%).

 

Crise – A queda desta quarta é explicada pelo nervosismo do mercado com a demora dos líderes europeus em apresentar uma saída para a crise no bloco, disseram analistas à Dow Jones Newswires. O fim do trimestre, período no qual fundos ajustam seus portfólios, também pode ter motivado liquidações. No caso dos grãos, investidores também teriam reduzido sua exposição ao risco antes de sexta-feira, quando o governo americano divulga um relatório com a posição dos estoques domésticos.

 

Efeitos – Apesar das turbulências, a demanda forte e os estoques apertados devem fazer com que os mercados agrícolas sintam menos os efeitos do agravamento da crise nos países desenvolvidos, disse ontem o economista Alexandre Mendonça de Barros, sócio-diretor da MB Agro, em evento da Associação Brasileira da Indústria de Leite Longa Vida (ABLV). Para ele, os preços seguirão em patamares elevados, ainda que bastante voláteis.

 

Demanda – De acordo com Mendonça de Barros, a crise não vai derrubar a demanda por alimentos na Europa e nos Estados Unidos. “Os alimentos pesam menos na renda dos países ricos”. Nos emergentes, o consumo deve seguir em alta. No lado da oferta, acrescenta, a quebra da safra americana manteve os estoques, especialmente de milho, em níveis historicamente baixos.

 

Volatilidade – O economista também projeta forte volatilidade nos mercados de commodities, influenciados pela participação dos fundos. “O mercado está muito especulado”, afirma. Segundo ele, os fundos deverão alternar momentos de compras e vendas de commodities. Outro fator importante para formação dos preços das commodities agrícolas é o câmbio, cujo movimento “deve seguir errático”, na opinião do economista. Para Mendonça de Barros, no curto prazo a moeda americana deve oscilar perto de R$ 1,80. No médio prazo, estará perto de R$ 1,70, prevê. (Valor Econômico)

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