COCAMAR II: Cresce a produção de sorgo nas regiões da cooperativa
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Apresentada desde 2020 pela Cocamar Cooperativa Agroindustrial como uma alternativa para os produtores durante o período de inverno, a cultura do sorgo vem ganhando espaço nas regiões da cooperativa, no Paraná.
Expansão - Foram 3 mil hectares naquele ano, área que avançou para 6 mil hectares em 2021 e 16 mil em 2022. Fatores como a inviabilidade do milho em algumas regiões de solo arenoso, somada a problemas enfrentados nos últimos anos por essa cultura, como o intenso ataque da praga cigarrinha, têm contribuído para a expansão do sorgo, que deve continuar em evolução: a previsão da Cocamar para 2023 é chegar a 50 mil hectares.
Recebimento - A cooperativa utiliza o grão como matéria-prima em sua indústria de rações, sendo a produção dos cooperados entregue em três estruturas, nos municípios de Florestópolis, São Jorge do Ivaí e Iporã. “Com o crescimento da área, a Cocamar estuda ampliar também o número de unidades para recebimento de sorgo”, comenta o gerente técnico Emerson Nunes.
Acompanhamento técnico - Conforme explica o engenheiro agrônomo Thiago Vidal, da unidade de Centenário do Sul, o sorgo é uma cultura mais rústica no aspecto sanitário e menos sensível que o milho em relação ao déficit hídrico, tornando-se uma opção interessante. Mas, para que o produtor tenha o retorno esperado, é preciso que faça uma boa adubação, bem como um adequado controle de pragas e doenças e também o manejo de plantas daninhas, sendo indispensável contar com o acompanhamento técnico prestado pela cooperativa.
Milho x sorgo - Nos últimos anos, fazendo um comparativo com o milho, o investimento realizado em uma lavoura de sorgo foi de 70% em relação ao dispêndio com aquele cereal, enquanto o preço ficou em 80%. “É um bom negócio”, resume Vidal, lembrando ainda que o produtor utiliza a mesma estrutura de máquinários das outras culturas, sendo necessária apenas uma regulagem da colheitadeira. A semeadura ocorre em março, após a colheita da safra de verão, sendo que o ciclo da planta compreende entre 100 e 140 dias.
Aprendendo - Com suas terras no município de Rolândia, a família do produtor Alex Fernando Rosolen está entre as que decidiram diversificar com sorgo no inverno. A cultura ocupou 10% das áreas cultivadas, percentual que deve subir para 20% em 2023. “Ainda estamos aprendendo a trabalhar com o sorgo, é uma opção a mais”, observa Rosolen.
Diversificação - O produtor Osmar Ribeiro Obici cultiva lavouras diferentes, durante o inverno, em três propriedades: trigo em Marialva, onde reside; milho no município de Cianorte e sorgo em Centenário do Sul, esta última numa área de 80 alqueires. Com isso, Obici diversifica as culturas no período, sofre menos com o impacto ocasionado pela cigarrinha do milho e consegue avaliar melhor as culturas.
Empolgado - Por sua vez, Edgar Rodrigues da Silva, tradicional produtor de milho de Centenário do Sul, decidiu neste ano fazer uma experiência com o sorgo, em 40 alqueires. O resultado superou suas expectativas: colheu 180 sacas por alqueire (74,3 sacas/hectare), em média, enquanto no milho, devido aos problemas com a cigarrinha e a estiagem, não foi além de 60 sacas/alqueire (24,7/hectare). “Ele ficou tão empolgado que no próximo ano vai plantar cem por cento de sua área com sorgo”, comenta o agrônomo Thiago Vidal.
No país - A projeção da Companhia Nacional do Abastecimento (Conab), feita no seu último boletim em 8 de setembro, aponta que a produção do cereal na safra 2021/2022 será 35,6% maior do que a anterior, superando 2,8 milhões de toneladas. Este avanço resultou de um incremento de área plantada de 19,4% de uma safra para outra. Confirmando estes números, a produção de sorgo no Brasil terá crescido 75% em 12 anos, saindo de 1,6 milhão/t na safra 2009/2010 para as 2,8 milhões/t no ciclo 2021/2022. Se manter esse crescimento, o sorgo deve ultrapassar o feijão em área cultivada já na safra de 2023.
Ajustando - De acordo com especialistas, produzir mais em menor área mostra avanço em produtividade, revelando que o produtor está ajustando tecnologia e escolhendo com mais critério as cultivares para obter resultados cada vez melhores.
Surpreendendo - Em Mato Grosso do Sul, a Conab registrou mais de 80% das áreas colhidas com “produtividades acima das expectativas, surpreendendo os técnicos que possuem ainda pouca experiência com o cereal”.
No planeta - O sorgo é uma cultura muito antiga, originária da África e parte da Ásia. No entanto, somente no final do século passado começou a ocupar espaços agropecuários significativos pelo mundo. Em 1984 já foi o quinto cereal mais produzido no planeta, perdendo apenas para trigo, arroz, milho e cevada.
Versátil - Sua versatilidade vem chamando a atenção da agroindústria brasileira, uma vez que pode ser usado para o consumo humano, de animais e por diversas formas nas indústrias. No país a diversificação da matriz produtiva vem estimulando os cultivos de sorgo sacarino, granífero, forrageiro, vassoura e biomassa. (Imprensa Cocamar)