COCAMAR I: Produtores veem, na prática, o sucesso da integração
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Bovinos engordando 800 gramas por dia, em média, no inverno - contra 650 gramas em áreas testemunhas no verão (quando o pasto é ainda melhor). Uma produtividade de soja de 50 sacas por hectare na safra 2010/11, volume que chama atenção na região de arenito. E, ainda, de quebra, um ganho adicional com a produção de madeira a partir da exploração de eucalipto - para sombrear os pastos e aumentar o bem-estar do rebanho. Números como estes foram apresentados ontem (quinta-feira, 7) no dia de campo promovido por Cocamar e Instituto Agronômico do Paraná (Iapar) no município de Xambrê, região de Umuarama, noroeste do Paraná. O tema "Produção Sustentável de Grãos, Carne e Madeira no Arenito Paranaense" reuniu cerca de 100 produtores e técnicos.
Programação - O experimento, que ocupa 15 hectares, integra lavoura (produção de grãos), pastagens com capim braquiária e cultivo de eucalipto, conforme explica o engenheiro agrônomo Rafael Franciscatti dos Reis, da Cocamar. Segundo ele, a colheita de soja foi feita no final de março e, seguida, plantou-se a braquiária (6 quilos de sementes por hectare no espaçamento de 36 cm entre linhas). Setenta dias depois, no final do outono, os bois foram colocados na média de 2,5 cabeças por hectare. "O gado vai sair no início de setembro e deve sobrar entre 2 e 2,5 toneladas de palha por hectare", informa Reis. Essa palha é a cobertura que vai proteger o solo no verão, quando as terras voltam a ser cultivadas com soja.
Máquinas - O pecuarista Kleiton Uehara, de Cianorte, conta que ficou interessado. "É um projeto pertinente, principalmente para nossa região onde o solo não é tão fértil e não existem pesquisas nesse sentido. Como só trabalho com gado e não tenho tratores e plantadeiras, a maior dificuldade será aquisição dessas máquinas", comenta. "Mesmo assim, gostei muito e vou amadurecer a ideia com o pessoal da Cocamar."
Convencer - Para o presidente da cooperativa, Luiz Lourenço, que compareceu ao dia de campo, "a integração cria um círculo virtuoso para a sustentabilidade de uma propriedade rural". Ele destacou a preocupação da Cocamar em proporcionar novas tecnologias para aumentar a rentabilidade dos produtores da região noroeste, mas deixou claro que o principal obstáculo "está no processo de convencimento, bastante demorado".
Não quebra - O pesquisador do Instituto Agronômico do Paraná (Iapar), Sérgio Alves, disse que o risco de insucesso da integração lavoura, pecuária e floresta, desde que bem conduzida, é quase inexistente. "Uma propriedade com esse perfil, não quebra", afirmou. (Flamma)