CICLO DE PALESTRAS I: Pedro Arraes fala sobre os desafios da pesquisa

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Ter instituições mais flexíveis; fortalecer a base científica; manter o balanço entre as empresas públicas e privadas; apoiar as pesquisas nos estados; apoiar e capacitar talentos; apostar em novos arranjos institucionais e ter foco. Esses foram os pontos destacados como desafios da pesquisa agrícola nacional pelo diretor-presidente da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), Pedro Arraes, ao final de sua apresentação no Ciclo de Palestras, Informação e Análise do Agronegócio. O evento aconteceu na tarde desta segunda-feira (10/10), na sede do Sistema Ocepar, em Curitiba, e teve como tema “O desfio da pesquisa nacional no ambiente competitivo e globalizado”. O ciclo é promovido pelo Núcleo de Agronegócio do jornal Gazeta do Povo, com apoio dos Sistemas Ocepar e Faep.

 

Fortalecimento da pesquisa - Arraes iniciou sua explanação chamando a atenção para o trabalho integrado com os órgãos de extensão rural e demais instituições de pesquisa mantidas pelos Estados. “Seremos mais fortes à medida que a extensão, as empresas estaduais e as cooperativas também estiverem mais fortes”, disse. Para ele, a extensão rural, por sua capilaridade, contribui para que o resultado da pesquisa chegue até o agricultor. “Em relação às empresas estaduais de pesquisa, existem demandas regionais que podem ser atendidas por elas. Dessa forma, se tivermos uma empresa, como o Iapar, no Paraná, fortalecida e com recursos, isso nos facilitará muito, em temos de possibilidade de parcerias e de atendimento das demandas locais que, às vezes, nós não conseguimos atender devido ao fato do Brasil ser um país muito grande”, afirmou. Por isso, ele acredita que é preciso os estados investirem mais em suas instituições de pesquisa. “O investimento estadual está muito aquém do necessário. Nesse sentido, é preciso a consciência dos Estados e não somente do governo federal”, acrescentou.

 

Relação investimento x PIB - Por outro lado, ele considera que o Brasil, de maneira geral, também deve investir mais em pesquisa agrícola. De acordo com Arraes, o País investe 1,6% do PIB na área de Ciência e Tecnologia, sendo que apenas 0,2% são investidos em Pesquisa e Desenvolvimento (P&D) agrícola. “Acredito que em torno de 3,5% a 4% do PIB deveriam ser investido em P&D, dos quais 1% em pesquisa agrícola”, considerou.

 

Parcerias – Pedro Arraes também defendeu maior parceria entre as empresas que atuam com pesquisa agrícola. “Nós, brasileiros, precisamos unir os nossos programas de pesquisa”. Ele afirmou que não vê problemas em trabalhar em conjunto com grandes empresas globalizadas. “Isso é possível desde que estejam bem claros os objetivos que queremos alcançar e tendo o produtor como foco”, afirmou. O presidente da Embrapa também falou sobre a oligopolização crescente, citando como exemplo o segmento de sementes. “Temos que traçar estratégicas para combater o monopólio”, assinalou.

 

Embrapa – Fundada em 1976, a Embrapa possui 9.843 empregados, 2.342 pesquisadores, dos quais 1.941 com PhD ou doutorado. O orçamento anual soma R$ 1,7 bilhão. A empresa possui 47 centros de pesquisa e serviços.  

Presenças – Mais de 100 pessoas assistiram à palestra de Arraes, que contou ainda com a presença de várias autoridades e lideranças do setor agropecuário, entre elas, o secretário de Estado da Agricultura, Norberto Ortigara, o chefe do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE), Sinval Dias dos Santos, o presidente do Instituto Emater, Rubens Niederheitmann, o superintendente do Senar-PR, Ronei Volpi, o deputado federal Reinhold Stephanes, o presidente do Sistema Ocepar, João Paulo Koslovski, entre outros.  

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