Brasil x Argentina: Chefe de gabinete argentino reclama de protecionismo

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O chefe de gabinete de ministros, Alberto Fernández, que é o braço direito do presidente Néstor Kirchner defendeu a aplicação de medidas contra a entrada de produtos brasileiros no mercado argentino. "O Estado brasileiro sempre deu um colossal apoio à economia desse país. Além disso, os governos estaduais proporcionam uma série de estímulos fiscais". O ministro sustentou que esse apoio estatal gera "assimetrias" comerciais entre a Argentina e o Brasil, no qual o prejudicado é seu país. "Não digo que não devam mais entrar produtos brasileiros na Argentina. O que não pode acontecer é uma avalanche". Para ilustrar, Fernández argumentou que 60% dos automóveis vendidos na Argentina são fabricados no Brasil. "A Argentina, por causa da crise, deixou de fabricar carros pequenos e médios. Mas agora, com a recuperação econômica, voltou o consumo. Mas, com as linhas de pequenos e médios foram fechadas, só entram aqui os carros brasileiros.”

Invasão - O ministro sustentou que o Brasil "teria que entender estas coisas". Tanto o governo Kirchner quanto os industriais argentinos afirmam que ocorre uma "invasão" de produtos brasileiros, que ameaça a própria existência das empresas argentinas. Nos anos 90, o Brasil concedeu à Argentina o quase que total "monopólio" da produção de trigo no Cone Sul, ao remover os estímulos aos produtores sulistas desse cereal. No entanto, segundo Fernández, essa medida brasileira, que proporcionou lucros garantidos aos produtores de trigo da Argentina, não conta. "Você não vai querer comparar um produto primário com um produto industrializado", reclamou. (Fonte: Agência Estado)

Restrições podem chegar aos alimentos – O presidente Néstor Kirchner declarou ontem que as restrições impostas à entrada de eletrodomésticos brasileiros no país poderão ser estendidas a outros produtos, como têxteis, autopeças, frangos, máquinas agrícolas e calçados. Pouco antes de desembarcar em Puerto Iguazú, para participar da reunião de cúpula do Mercosul, ele apontou um suposto desrespeito aos acordos privados que definiram cotas para as vendas do Brasil à Argentina. Kirchner afirmou que não pretende revogar a medida sobre os itens da linha branca, a menos que haja um acerto entre os empresários dos dois países. Ele prega a redução voluntária das vendas brasileiras à Argentina. A resolução que exige licenças não automáticas para produtos como geladeiras, fogões e máquinas de lavar e que taxa em 21% os televisores fabricados na Zona Franca de Manaus entrou em vigor ontem, mas ainda depende de regulamentação. (Fonte: Correio do Povo)

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