BIOENERGIA: Setor paranaense prevê investir R$ 2 bi em adequações ambientais
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{gallery}noticias/2011/Novembro/7/201111715735/{/gallery}O setor de bioenergia do Paraná já desembolsou cerca de R$ 500 milhões desde que um Protocolo Agroambiental foi assinado no início de 2010 com o governo do Estado e estima que, para cumprir todas as obrigações previstas, o montante a ser aplicado nos próximos anos seja de pelo menos R$ 2 bilhões. A informação é do presidente da Alcopar – Associação dos Produtores de Bioenergia do Estado do Paraná, Miguel Rubens Tranin.
Fim da queima - Segundo Tranin, os investimentos das 30 unidades associadas, que produzem etanol, açúcar, energia elétrica e outros produtos, estão direcionados ao fim gradativo da queima da cana-de-açúcar a partir de 2015, a participação em um programa em parceria com o governo do Estado e outros setores para a substituição e a capacitação de trabalhadores rurais, o controle de emissões atmosféricas e a correta destinação de resíduos nas indústrias, a impermeabilização de lagoas e canais principais para o transporte da vinhaça e, por fim, o licenciamento e a adequação de postos de autoabastecimento de combustível nas unidades.
Desafio - “É um desafio muito grande, a considerar a dimensão do setor de bioenergia no Estado”, comenta Tranin, que dá exemplos: a estimativa é que sejam necessárias pelo menos 400 máquinas para fazer toda a colheita mecânica, a um custo de R$ 1,2 milhão cada, e 150 equipamentos para o plantio mecanizado. Por outro lado, cada indústria conta com várias lagoas – cada uma do tamanho de um campo de futebol -, além de muitos quilômetros de canais para a condução da vinhaça até os canaviais, onde esse subproduto é usado como fertilizante. Sem falar das caldeiras, que serão dotadas de lavadores para evitar que gases poluentes e de efeito estufa sejam lançados na atmosfera. O presidente acrescenta ainda que cem por cento das áreas próprias cultivadas com cana são dotadas de APP e, no total, as empresas empregam 70 mil trabalhadores no corte da cana.
Relacionamento proativo - Miguel Tranin ressalta o “relacionamento proativo” que existe entre o setor de bioenergia e as autoridades ambientais do governo estadual. “Avançamos com bom nível de entendimento”, cita, destacando o empenho, em especial, do secretário de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Sema), Jonel Nazareno Iurk, e do presidente do Instituto Ambiental do Paraná (IAP), Luiz Tarcisio Mossato Pinto. Ele destaca a preocupação de todos de que a substituição da mão de obra pela mecanização da lavoura se transcorra “de maneira a causar o menor impacto possível”, principalmente nos pequenos municípios.
Queima começa a ser reduzida em 2015 - A eliminação gradativa da queima da cana, no Estado, está prevista na Resolução 076/2010 que compõe o Protocolo Agroambiental. Em 2015, as indústrias devem reduzir em 20% a chamada “despalha” e seguir um cronograma que prevê atingir 100% em dez anos. Segundo a Alcopar, o setor investe na aquisição de máquinas para a colheita mecânica, ao mesmo tempo em que desenvolve um programa de treinamento da mão de obra com recursos próprios e em parceria com o Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar), ligado ao Sistema Faep, o Ministério do Trabalho (por meio do Plano Setorial de Qualificação - Planseq) e o governo do Estado. Este último, em setembro passado, editou o decreto 8.557 instituindo um grupo de trabalho para analisar a melhor forma de substituição dos trabalhadores rurais.
Emissões e resíduos – A Resolução 065/2010 estabeleceu padrões de emissões atmosféricas para as caldeiras alimentadas com bagaço de cana. Segundo Miguel Tranin, “isto foi um importante avanço porque determina o material particulado (MP total) e Nox, bem como a frequência das medições a serem feitas. “As empresas investem na instalação de filtros e outros processos industriais para melhorar a qualidade do ar”, observa. Por sua vez, a Portaria 234 de 23/11/2010 definiu sobre a autorização e a destinação de resíduos gerados pelas indústrias, determinando, por exemplo, onde podem ser utilizados, a quantidade etc.
Impermeabilização e postos – A Portaria 239/2010 estabeleceu que todas as lagoas e os canais principais destinados ao transporte de vinhaça sejam impermeabilizados com geomembrana, eliminando com isso a possibilidade de contaminação do lençol freático. Por fim, a Portaria 252 de 13/12/2010 instituiu um grupo de trabalho para estudar alternativas visando a coibir a contaminação do lençol freático por resíduos nos postos de autoabastecimento de combustível das indústrias, prevendo a realização de licenciamento e adequações. (Assessoria de Imprensa Alcopar)