AFTOSA: Doença afetará negócios na feira em Londrina
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A febre aftosa no Paraná foi o foco principal na abertura oficial da 46 Exposição Agropecuária e Industrial de Londrina, ontem, no Parque de Exposições Governador Ney Braga. Por conta da situação que se instalou no Estado, com a ''confirmação'' da doença em algumas propriedades, a feira, que acontece entre os dias 6 e 16 de abril deve refletir a crise: o trânsito de animais deve ser menor que nos anos anteriores e as negociações podem não alcançar os R$ 160 milhões registrados no ano passado, prevê o presidente da Sociedade Rural do Paraná, promotora do evento, Edson Neme Ruiz.
Dificuldades - ''Independente da situação sanitária, o setor já vinha passando por algumas dificuldades. Essa crise já era prevista'', Salienta Neme. Seminários, fóruns e encontros já estão previstos para o período da feira e terão como objetivo discutir os problemas do setor e encontrar soluções para evitar dificuldades futuras. ''Teremos criadores, políticos, representantes de entidades que discutirão essa crise e poderão reivindicar mudanças'', pontuou, lembrando que no primeiro dia da feira será realizado o Fórum Nacional dos Secretários de Agricultura.
Leilões - O presidente da Rural destacou que, apesar da questão da febre aftosa no Paraná, os leilões ocorrerão normalmente e os animais oriundos de outros estados poderão transitar sem problemas pelo parque, porém serão em número menor do que em anos anteriores. ''O número de animais comercializados e os que ficarão em exposição deve, com certeza, diminuir. Mas teremos animais de todas as raças que poderão entrar no Estado e voltar para suas origens sem problema'', ressaltou. Haverá restrição somente para os animais vindos do Mato Grosso do Sul, de áreas sob intervenção sanitária. Neme apontou que as negociações devem acontecer, pois a despeito dos problemas, os produtores continuam investindo.
Abates - Neme reiterou que no Paraná não há febre aftosa, pois do contrário, o gado infectado já teria apresentado os sintomas da doença há muito tempo. Segundo ele, os animais que estão sendo abatidos nos últimos dias, em fazendas do Paraná, são sadios. Ele criticou a visita da ''Missão Européia'', que veio ao Brasil no início do ano para constatar a presença do vírus, mas ''nem foi a campo'' ver o gado. A questão da gripe aviária também foi comentada por Neme, que afirmou que o vírus não deve chegar ao Brasil tão cedo.
Aprender com os erros - De qualquer forma, de acordo com ele, o problema com a aftosa tem servido para que o setor não erre novamente. ''Temos que aprender com esse problema da aftosa para que isso não aconteça com a cadeia produtiva do frango, até porque esse vírus pode atingir o ser humano e esse é um problema muito maior'', completou o presidente da Rural. Entre alguns eventos técnicos previstos para acontecer durante a feira estão encontros regionais da soja, de fruticultura, do café; seminários sobre pecuária de corte e painéis sobre os rumos da defesa sanitária e sobre o meio ambiente e reforma agrária. (Folha de Londrina).