Soja transgênica: Benefícios para a ecologia, para a saúde e para o bolso

  • Artigos em destaque na home: Nenhum

Documento encaminhado ao governador Roberto Requião na última sexta-feira, por representantes do agronegócio do Paraná, mostra que o agricultor paranaense teria uma economia de R$ 748 milhões caso plantasse apenas soja transgênica. ?Os números evidenciam, claramente, as vantagens ambientais e sanitárias no plantio da soja transgência", afirma ofício que encaminha o estudo, assinado pelos presidentes da Faep, Ágide Meneguette; da Ocepar, João Paulo Kolsovski; do Conselho das Sociedades Rurais do Paraná, Edson Neme Ruiz; da Apasem, Ronaldo Vendrame; e da Abrasem, Iwao Miyamoto.

Programa de rastreabilidade - "Julgamos que o Paraná poderia ser pioneiro, no Brasil, na implementação de um programa de rastreabilidade da soja paranaense. Para tanto, anexamos sugestão para ser analisada e discutida e, ao mesmo tempo, nos colocamos à disposição para prestar informações complementares", afirma a correspondência encaminhada ao governador. O estudo evidencia que a maior econômica é feita na redução do uso de herbicidas, totalizando R$ 678,6 milhões.

SIMULAÇÃO ENTRE O CULTIVO DA SOJA CONVENCIONAL E TRANSGÊNICA

A simulação mostra que se o Paraná plantasse 100% de sua área com sementes transgênicas, teríamos uma redução de custo total de produção da ordem de 13,60% e de 24,20% no custo variável. Na seqüência pode-se verificar os reflexos positivos do cultivo da soja transgênica no campo econômico, na área de meio ambiente e na área de saúde humana.

1. Menor contaminação ambiental com redução do uso de herbicidas: redução de 1,95 litros/ha - considerando, a área cultivada de 3.920.000 hectares resulta em redução de 7.640.000 litros de herbicidas (menor poluição no meio-ambiente);

2. Redução de toxicidade pela utilização de herbicida com menor grau de toxicidade: os produtores rurais passariam a utilizar um único produto com classe toxicológica IV - faixa verde, contra a utilização atual de um coquetel de produtos com classes toxicológicas de II a IV - faixa amarela a verde (resultará em menor índice de intoxicação aos produtores e aplicadores no campo);

3. Redução dos custos com utilização de máquinas / equipamentos / combustíveis e pela diminuição de uma aplicação de herbicida: a economia seria de 22,14%, pelo menor número de aplicações de herbicidas. Considerando uma área cultivada no Paraná de 3.920.000 hectares resulta na redução da utilização de combustíveis, máquinas e equipamentos equivalente a R$ 180,83 milhões, no total da área plantada no Paraná.

Foram consideradas as operações de dessecação e plantio para os dois sistemas de cultivo e posteriormente para o transgênico considerou-se mais uma aplicação de herbicida, enquanto que, para o convencional mais duas aplicações (uma para o controle de plantas daninhas de folha larga e outra para o controle de gramíneas), portanto no transgênico há uma aplicação a menos de herbicida quando comparado com o convencional.

4. Redução de custos com herbicidas: será de 348,35% - considerando, a área cultivada no Paraná de 3.920.000 hectares resulta na redução de custos com herbicidas de R$ 678,67 milhões.

Veja a seguir a memória de cálculo nos dois tipos de plantio:

Soja convencional: Produtos utilizados para controle das plantas daninhas, classe toxicológica, dosagem e custos dos herbicidas.

Produto

Classe toxicológica

Dosagem litro/ha

Custo Unitário - R$/litro

Custo Total - R$/ha

Ghiphosate - dessecação

IV - pouco tóxico - faixa verde

1,50

14,20

21,30

Pivot - folha larga

IV - pouco tóxico - faixa verde

1,50

86,85

130,27

Poast - folha estreita

II - tóxico - faixa amarela

1,25

48,51

60,64

Agral - óleo mineral

IV - pouco tóxico - faixa verde

1,20

8,85

10,62

Total (R$)

     

222,83

Fontes: Seab/Deral - Levantamento dos preços pagos pelos produtores referente aos insumos;
Agentes do mercado (revendas e cooperativas) - produtos utilizados, com a possibilidade de substituir os produtos (pivot e poast) por Flex, Basagran, Select, Podium, Classic, Scepter ou Scorpium, no entanto, sem alterar significativamente os custos.

Soja transgênica: Produtos utilizados para controle das plantas daninhas, classe toxicológica, dosagem e custos dos herbicidas.

Produto

Classe toxicológica

Dosagem litro/ha

Custo Unitário - R$/litro

Custo Total - R$/ha

Ghiphosate - dessecação

IV - pouco tóxico - faixa verde

2,00

14,20

28,40

Ghiphosate

IV - pouco tóxico - faixa verde

1,50

14,20

21,30

Total (R$)

     

49,70

Fontes:

1.      Seab/Deral - Levantamento dos preços pagos pelos produtores referente aos insumos;
2.     
Instituições dos Países que já cultivam OGMs (Argentina e Estados Unidos) - produtos utilizados, sendo que, nos primeiros anos de cultivo não há necessidade de fazer duas aplicações de Ghiphosate.

5. Aumento do custo da semente transgênica: Este aumento é baseado na estimativa da cobrança de royalties efetuada no Rio Grande do Sul. Os custos com sementes passariam de R$ 115,70/ha para R$ 143,90/ha para a soja transgênica como resultado do pagamento de royalties (taxa tecnológica) para as empresas detentoras da tecnologia. Salientamos que atualmente os produtores já pagam royalties para as empresas de pesquisa referente à proteção de cultivares, de semente produzidas pelas diversas entidades de pesquisa.

No caso da cobrança de royalties (taxa tecnológica) é importante salientar que não concordamos com o critério adotado no Rio Grande do Sul.

6. Redução do custo final de produção - soja convencional x soja transgênica:

Item de custo

Soja convencional (R$/ha)

Soja transgênica

(R$/ha)

Variação

Trans/Conv

A) Herbicidas

222,83

49,70

-348,35%

B) Combustíveis e operações com máquinas e equipamentos

254,50

208,37

- 22,14%

C) Sementes

115,70

143,90

+24,37%

Custo variável

979.49

788,43

-24,20%

Custo total

1.596,45

1.405.38

-13,60%

Fonte dos preços dos insumos utilizados Seab/Deral e Elaboração: Ocepar e Faep - Agosto de 2004.

7. Economia sobre o valor bruto da produção

Comparando a redução de custos do cultivo de transgênicos com o valor bruto da produção no Paraná em 2003, temos o seguinte resultado:

- Valor bruto da produção estadual - R$ 28,01 bilhões;

- A soja participa com 24,7% deste total ou seja R$ 6,95 bilhões;

- Redução de custos com o cultivo da soja transgênica de R$ 748,96 milhões;

- Isto representa 10,78% do valor bruto da soja paranaense ou 2,67% do valor bruto da produção paranaense.

Os recursos economizados com o cultivo de transgênicos ficariam no interior do Estado propiciando o desenvolvimento regional e geração de empregos e renda.

8. Resumo do estudo, caso o Paraná plantasse 100% de soja transgênica:

Somando-se a economia que teríamos na utilização de herbicidas, combustíveis, custos operacionais com máquinas e equipamentos etc e agregando o valor referente a royalties da semente, teríamos a seguinte situação:

a)         Redução de 7.640.000,00 litros de herbicidas;

b)         diminuição do risco de intoxicações pela utilização de herbicidas com menor grau de toxicidade;

c)         Redução de R$ 180.830.000,00 nos custos relativos a utilização de máquinas e equipamentos;

d)         Redução de R$ 678.670.000,00 nos custos de utilização de herbicidas;

e)         Aumento do custo da semente de R$ 115,70/ha para R$ 143,90/ha em função da inclusão da taxa tecnológica da semente transgênica.

 

Conteúdos Relacionados