FLORESTAS III: Cooperativas ampliam produção própria de madeira

  • Artigos em destaque na home: Nenhum

Há alguns anos, as cooperativas paranaenses tomaram a iniciativa de suprir sua necessidade de matéria-prima florestal, seja de lenha para aquecimento ou para construção de estruturas como palanques. Essa avaliação é do analista técnico-econômico da Organização das Cooperativas do Paraná (Ocepar), Gilson Martins. Segundo ele, o consumo anual das cooperativas para secagem de grãos é de 30 mil a 35 mil hectares de florestas.

Fórum - Para ampliar a produção, a Ocepar promove o Fórum de Produção Florestal, de duas a três vezes ao ano, apresentando as florestas como opção de renda ao produtor. ''Hoje boa parte desses cultivos florestais pertence a cooperativas e não a produtores'', revela. Martins afirma que muitas cooperativas do Estado estão adiantadas no cultivo de área próprias de plantios, sendo que algumas estão perto da autossuficiência.

Exemplos - A Coamo Cooperativa Agroindustrial possui 4.390 hectares de área florestal, sendo 3.845 com plantio de eucalyptus e 1.445 de área nativa. Segundo o chefe da Fazenda Experimental da Coamo, Joaquim Mariano Costa, esse cultivo está distribuído em 46 áreas localizadas no Norte de Santa Catarina, Centro-Oeste do Paraná e Sul do Mato Grosso do Sul. ''Nosso objetivo é ter fonte própria de energia renovável e limpa, além de evitar que a lenha usada pela Coamo contribua com o consumo de mata nativa.''

Primeira - A primeira propriedade com plantio florestal da cooperativa foi fundada em 1979, com recursos próprios. Hoje, 80% do consumo de lenha da Coamo é contemplado por floresta própria. Costa afirma que para atingir os 20% restantes, a cooperativa estimula os cooperados a manter áreas florestais. 

Produção - A Coamo reserva, desde 1980, 5% das árvores sem abater com o objetivo de servir à indústria madeireira. ''Todo o consumo interno da Coamo para construção civil, é feito com eucalyptus próprios'', salienta. A cooperativa manteve, de 1975 a 2000, um viveiro florestal, por meio do qual distribuiu mudas nativas para os cooperados. Costa afirma que todo os anos, entre 3 mil a 4 mil associados participam de treinamentos envolvendo produção florestal.

Reflorestamento - Até o início de 2012, a Copacol Cooperativa Agroindustrial Consolata, com sede em Cafelândia (Oeste), deve consumir 900 metros cúbicos de lenha. Para atender a essa necessidade, seriam necessários mais de 5 mil hectares de florestas. De acordo com o diretor presidente, Valter Pitol, a Copacol já possui área de 1.200 hectares com eucalyptus e, em breve, deve adquirir mais 800 hectares. ''Nos próximos três ou quatro anos devemos implantar mais mil hectares de reflorestamento de eucalyptus'', revela. 

Plantio intensificado - Pitol lembra que os trabalhos de reflorestamento da cooperativa começaram há mais de 20 anos. ''Intensificamos o plantio para não ficar à mercê do mercado de lenha'', afirma. A Copacol também fornece mudas para os cooperados interessados, mas a maioria utiliza a madeira para aquecimento do próprio aviário. Segundo Pitol, os cooperados recebem orientações sobre proteção de mina e cuidados com mata ciliar de acordo com a legislação. (Folha Rural/ Folha de Londrina)

Conteúdos Relacionados