Cocamar produz mudas de cana-de-açúcar em laboratório
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Os materiais de cana-de-açúcar multiplicados no laboratório de biotecnologia que a Cocamar mantém em parceria com a Universidade Estadual de Maringá (UEM) no campus desta instituição em Maringá, já estão na terceira fase de multiplicação, vêm apresentando excelente desenvolvimento a campo e devem estar disponíveis para comercialização a partir de 2006. "Devido ao controle de qualidade e sanidade adotado na multiplicação in vitro, o percentual de germinação no campo foi de 100%, e as plantas vêm apresentando satisfatórios vigor e perfilhamento do estande", afirma o engenheiro agrônomo Clândio Medeiros, responsável pelo laboratório. Medeiros, que tem com curso de especialização em biotecnologia aplicada a propagação de plantas na Espanha e mestrado, está cursando doutorado na área. O trabalho teve início em 2001, quando foram produzidas 252 mil mudas através do método de micropropagação. Este ano, o volume deve atingir 300 mil mudas produzidas a partir de 15 novos materiais.
Multiplicação - Os toletes de novas variedades recém-lançadas ou clones promissores, são plantados em caixas para a extração e posterior divisão do meristema das plantas. Através da micropropagação, é possível fazer de cada meristema até 20 mil mudas em seis meses. Quando no tamanho ideal, estas são levadas para uma estufa de aclimatação onde ficam de 30 a 40 dias. Depois, são plantadas no viveiro básico e, em seguida, multiplicadas nos demais viveiros na medida de um para oito hectares, tantas vezes quantas forem necessárias. Pelos cálculos de Clândio, as primeiras mudas devem passar ainda por mais dois ou três viveiros antes de atingir o número necessário de unidades para o plantio comercial. A cada ano, um novo lote de variedades começa a ser multiplicado no laboratório, que adota tecnologia de ponta e já começou a fornecer também material para outras usinas e destilarias paranaenses, além da unidade da própria Cocamar.
Parceria - Todo esse trabalho é resultado de uma parceria entre
a Cocamar e a UEM. Além da possibilidade de troca de tecnologia e conhecimento
com as diversas áreas afins, a equipe da cooperativa mantém contato
direto com as últimas novidades e pesquisas que estão sendo desenvolvidas
nessa área. Por outro lado, o laboratório tem gerado oportunidade
de estágio para estudantes de agronomia e biologia, que ajudam na produção
de mudas e adquirem a técnica, melhorando seu currículo. "Há
casos de estudantes que fizeram estágios conosco e conseguiram vaga disputada
no mercado de trabalho", comenta Clândio. O laboratório, com
180 metros quadrados de área construída, abriga também
uma outra área que é resultado da parceria: biologia molecular,
a cargo de especialistas da Universidade que envolvem tecnologia de ponta na
extração de DNA e identificação de vírus.