Superintendente da Fecoopar participa de programa da TV Assembleia
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O superintendente da Federação e Organização das Cooperativas do Paraná (Fecoopar), Nelson Costa, participou na manhã desta quarta-feira (29/10), da gravação do Programa Semeando Informação da TV Assembleia. O programa teve como tema a Infraestrutura no Agronegócio e contou também com a participação do superintende da Federação das Indústrias do Estado do Paraná (Fiep), João Arthur Mohr.
“O tema de hoje é a outra face do sucesso do Paraná: a nossa infraestrutura. O estado é uma potência, o quarto maior parque industrial do país e um gigante no agronegócio. Mas como levar toda essa produção — dos grãos à carne, dos produtos industriais aos portos — sem que o custo logístico afogue a nossa competitividade?”, anunciou o apresentador Adriano Gomes, na abertura do programa, lançando o questionamento para os entrevistados.
“Há uma sinalização positiva porque temos investimentos previstos para os próximos anos”, disse Nelson Costa. Para ele, “o importante é saber aonde queremos chegar, ter um plano. Até pouco tempo, não tínhamos plano e faltava recurso para projetos. Hoje existe plano, existe projeto e disposição para a realização dos investimentos”, afirmou. O superintendente da Fecoopar pontuou ainda que “apesar de estarmos passando por um período de alto custo de infraestrutura logística, temos uma visualização de que nos próximos seis, oito, dez anos, o Paraná vai ter uma infraestrutura de transporte bastante boa”.
Nessa mesma linha, o superintendente da Fiep apresentou o Plano Estadual de Logística e Transportes (Pelt), elaborado em conjunto pelas entidades representativas do setor produtivo que traz um diagnóstico completo do setor, apontando todas as obras necessárias e sempre com foco na integração dos modais.
Rodovias
João Arthur Mohr, da Fiep, fez referência aos últimos anos em que as rodovias do estado ficaram sem investimentos, o que representou um retrocesso. Ele alertou que os próximos sete anos serão de custo alto e bastante dificuldade de trafegabilidade nas estradas do Paraná, com as obras sendo retomadas. “Vamos ter vários períodos operando no modelo pare e siga, o que provoca congestionamentos e atrasos”, disse, acrescentando que “até tudo ficar pronto, nosso custo logístico vai ficar alto”.
Além disso, segundo ele, para ter transporte de qualidade paga-se um preço. “E esse preço não ficou baixo, também por conta da pouca concorrência no processo de licitação, especialmente no lote da região Oeste, de onde sai grande parte da produção estadual”.
Nelson Costa alertou que a redução de custo nesses casos terá que vir da busca pela eficiência em todos os elos da cadeia produtiva. “Temos atuado fortemente na capacitação dos condutores, dos motoristas que têm que ter comprometimento com prazo, segurança e entrega de qualidade”.
Portos
Sobre a infraestrutura portuária, os entrevistados chamaram a atenção especialmente para a necessidade de ampliar a capacidade de recebimento de contêineres, ampliando o terminal atual e construindo novos. “O terminal de contêineres instalado hoje em Paranaguá está colapsado, operando com 100% de sua capacidade. Temos uma expectativa boa de poder ter, nos próximos anos, um terminal em Pontal do Paraná já que as questões judiciais relacionadas à faixa de infraestrutura foram superadas e devemos ter investimentos nas estradas para chegar até o porto, então esse terminal de Pontal do Paraná pode se materializar nos próximos anos”, prevê Costa.
Ferrovias
João Arthur Mohr falou sobre a necessidade de transferir boa parte da produção, hoje transportada por rodovias, para a ferrovia. “Granéis líquidos, sólidos e contêiner são próprios para ferrovia, mas esse modal recebe poucos investimentos. Em 2027, vence o contrato do atual concessionário e um novo contrato, que favoreça o usuário a colocar seu produto na ferrovia, já está sendo trabalhado”, informou. Ainda segundo Mohr, hoje apenas 20% da produção paranaense é transportada pelo modal ferroviário e, com investimentos, há condições de triplicar esse volume. Os benefícios, segundo ele, são vários: distâncias menores percorridas de caminhão, da fazenda e da indústria até o ponto de transbordo, onde se conecta ao trem, que fará a viagem mais longa. “Isso melhora o meio ambiente, a qualidade de vida do motorista do caminhão, a segurança nas estradas e os custos de logística. Por isso, esse é o grande ponto de atenção daqui pra frente”, opinou.
Aeroportos
Sobre o modal aeroviário, Nelson Costa lembrou o trabalho intenso que foi realizado nos últimos anos e que culminou com o leilão dos aeroportos, o que resultou em melhoria de eficiência. Ele lembrou também das melhorias realizadas em alguns aeroportos regionais. No entanto, segundo Costa, o que preocupa no momento é a segunda pista do aeroporto Afonso Pena, que já está com atraso de seis meses.
O programa Semeando Informação sobre a Infraestrutura do Agronegócio vai ao na segunda-feira (03/11, às 13 horas, com reprise às 18h), pela TV Assembleia, canal 10.2 e, também, pelo Youtube da Assembleia Legislativa do Paraná, onde a gravação fica disponibilizada para ser assistida em outros dias e horários. A produção e edição do programa é do jornalista Rubens Burigo.